11/26/2024
A principal objeção contra o relato do dilúvio como algo literal e histórico é a simples declaração difamatória de que essa história não passa de um “conto mitológico” pela suposta falta de evidências científicas para um evento global desse tipo.
No entanto, como a ausência da evidência não significa a evidência da ausência, vou compartilhar alguns pontos onde recebemos a confirmação histórica e científica de que o Dilúvio é um acontecimento histórico que trouxe, como consequência, as características fisiológicas do mundo atual.
1 - Aspecto Antropológico e Sociológico: A crença em um dilúvio universal é um dos mitos mais difundidos e antigos da humanidade, presente em diversas culturas ao redor do mundo, inclusive as mais isoladas. É dificil determinar um número exato de culturas que acreditam ou relataram essa história. Algumas das culturas mais conhecidas por suas narrativas sobre o dilúvio incluem:
• Mesopotâmia: Os sumérios e babilônios possuíam detalhadas histórias sobre o dilúvio, como o épico de Gilgamesh.
• Grécia: O mito de Deucalião e Pirra, que sobrevivem a um dilúvio e repovoam a
Terra, é um exemplo.
• Roma: A mitologia romana também possui versões do mito do dilúvio, inspiradas em narrativas gregas.
• Religiões Abraâmicas: O relato bíblico do dilúvio de Noé é um dos mais conhecidos e influentes.
• Culturas indígenas: Muitas culturas indígenas em todo o mundo possuem suas próprias versões do mito do dilúvio, adaptadas às suas crenças e cosmologias.
• Hinduísmo: Os Puranas, textos sagrados do hinduísmo, narram diversos dilúvios.
• Mitologias africanas: Várias culturas africanas possuem mitos sobre grandes inundações que reconfiguraram o mundo.
2 - Aspecto Científico e Geológico:
A. O registro fóssil é uma das maiores provas do Dilúvio: num mundo totalmente submergido pelas águas, encontraríamos toneladas de fósseis. O tempo para se formar um fóssil é de 24 a 36 horas. Se o processo de fossilização demorasse muito tempo, os animais iriam se decompor, bem como as plantas;
B. As rochas calcárias são um tipo de rocha sedimentar composta principalmente por carbonato de cálcio. Essa substância é a mesma que forma as conchas de muitos animais marinhos e os esqueletos de corais. Ao longo de anos, esses restos se acumulam no fundo do mar e, sob pressão, se transformam em rochas calcárias. Elas são particularmente abundantes em regiões que já foram cobertas por mares no passado.
É fascinante pensar que o ponto mais alto da Terra, o Monte Everest, possui rochas calcárias em sua composição! Essa descoberta pode parecer contraintuitiva, já que associamos calcário a ambientes marinhos e não a picos montanhosos. A presença de calcário no Everest é uma evidência de que essa região já esteve submersa em um oceano;
Dorsal Mesoatlântica é uma enorme cadeia montanhosa submarina que se formou a partir da separação continental. Imagine a crosta terrestre como uma casca de ovo rachada, com as placas se movimentando lentamente. No caso do Atlântico, os continentes se afastam um do outro, e o magma que vem do interior da Terra preenche essa fenda, solidificando-se e formando novas rochas. Com o tempo, esse processo cria uma cadeia de montanhas submarinas;
A teoria das Hidroplacas, de Ph.D Walter Brown - 1980: a proposta das hidroplacas é que o planeta Terra possuía, no passado, um lençol de água subterrâneo homogêneo. Os resultados dessa teoria são dois: explica a uniformidade de temperatura do planeta, de um único continente e a fonte da água.
3 - Aspecto Teológico:
Vários autores de livros e epístolas da Bíblia Sagrada dão testemunho da pessoa de Noé e história do Dilúvio. Dentre os autores, a palavra final e maior autoridade, para os que creem em Sua pessoa e obra, sem dúvida, é a de Jesus Cristo. Vejamos algumas passagens:
A. Moisés: Gn 6:9: "Estas são as gerações de Noé. Noé era homem justo e perfeito em suas gerações; Noé andava com Deus."
B. Isaías: Is 54:9: "Porque isto será para mim como as águas de Noé; pois jurei que as águas de Noé não passariam mais sobre a terra; assim jurei que não me irarei mais contra ti, nem te repreenderei."
C. Ezequiel: Ez 14:14: "Ainda que estivessem no meio dela estes três homens, Noé, Daniel e Jó, eles pela sua justiça livrariam apenas as suas almas, diz o Senhor DEUS."
D. Pedro: 2Pe 2:5: "E não perdoou ao mundo antigo, mas guardou a Noé, a oitava pessoa, o pregador da justiça, ao trazer o dilúvio sobre o mundo dos ímpios;"
E. Autor da Carta aos Hebreus: Hb 11:7: "Pela fé Noé, divinamente avisado das coisas que ainda não se viam, temeu e, para salvação da sua família, preparou a arca, pela qual condenou o mundo, e foi feito herdeiro da justiça que é segundo a fé."
F. Jesus: Lc 17:26-27: "E, como aconteceu nos dias de Noé, assim será também nos dias do Filho do homem. Comiam, bebiam, casavam, e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e veio o dilúvio, e os consumiu a todos."
Portanto, baseando-se nas evidências externas da geografia da Terra, e das diferentes culturas e civilizações que transmitem uma história sobre o dilúvio em suas tradições, podemos afirmar naturalmente que a história do dilúvio não é um mito ou um conto. Agora, se cremos que todos os livros da Bíblia Sagrada são, como Paulo declarou, inspirados por Deus, e que Jesus Cristo é Filho de Deus e Senhor, podemos crer seguramente no testemunhos da Escritura a respeito deste fato histórico.