14/08/2024
CONSERVACIONISTA MIGUEL ARCANJO RODRIGUES JR ENTRE AS 62 VÍTIMAS DO DESPENHAMENTO DE AVIÃO EM VINHEDO
- O MIGUEL DEIXOU MUITAS SAUDADES ENTRE TODOS OS QUE TIVERAM OPORTUNIDADE DE COM ELE CONVIVER
E TRABALHAR – VASCO GALANTE, DIRECTOR DE COMUNICAÇÃO DO PARQUE NACIONAL DA GORONGOSA
Beira (O Autarca) – Descrito como exemplo de integridade, honra, honestidade e um grande amigo, Miguel Arcanjo Rodrigues Jr, de nacionalidade brasileira, foi uma pessoa ‘familiar’ em Moçambique, particularmente em Sofala, e Angola. Em Moçambique, na Província de Sofala, Miguel Arcanjo Rodrigues Jr trabalhou no Parque Nacional da Gorongosa, entre 2021 e 2023, onde assumiu a posição de Gestor no Departamento de Conservação.
“É com profundo pesar, tristeza e consternação que informamos do falecimento do Miguel Arcanjo Rodrigues Jr, ex-Gestor no Departamento de Conservação do Parque Nacional da Gorongosa (entre 2021 e 2023). Infelizmente, no dia 9 de Agosto de 2024, o avião em que ele viajava no Brasil despenhou-se perto de São Paulo, e não houve sobreviventes. Lamentavelmente, o Miguel estava a bordo. O Miguel deixou muitas saudades entre todos os que tiveram oportunidade de com ele conviver e trabalhar. Que descanse em paz” – escreveu Vasco Galante, Director de Comunicação do Parque Nacional da Gorongosa, em sua mensagem de condolência partilhada na sua página de facebook.
O Conservacionista Miguel Arcanjo Rodrigues Jr também trabalhou no Parque Nacional de Iona, o maior parque nacional de Angola, situado no canto sudoeste do país, na Província do Namíbe, onde serviu como gestor de operações. O fatídico acidente de aviação de 9 de Agosto corrente, em Vinhedo, região do grande São Paulo, Brasil, ocorre quando Miguel Arcanjo Rodrigues Jr viajava de Cascaval até Guarulhos, de onde pegaria um avião para Angola, onde iria reassumir o posto de gestor de operações do Parque Nacional de Iona.
Miguel, 32 anos, nascido em Realeza e crescido em Cascavel, ainda se atrasou para pegar o voo. Relatos nas redes sociais e da mídia local (Cascavel) indicam que ele teria pedido aos funcionários para deixá-lo embarcar e não perder a conexão internacional em São Paulo, com destino a Luanda – longe de saber que era eternamente inútil para sua vida embarcar naquele voo operado pela Voepass Linhas Aéreas, antiga Passaredo, através do turboélice modelo ATR-72, com 58 passageiros e quatro tripulantes e que não teve sobrevivente.
“A sua presença era uma fonte constante de alegria e inspiração, e o seu entusiasmo contagiava todos ao seu redor. Ele tinha um carinho especial pelo Parque Nacional do Iona e pela nossa equipe, e estava genuinamente feliz por poder regressar para nos ajudar novamente. A sua memória viverá para sempre nos nossos corações e na história do Parque, onde a sua contribuição e dedicação serão eternamente reconhecidas” – nota divulgada pelo Parque Nacional de Iona.
O seu enterro ainda não aconteceu. Ana Souza, a mãe de Miguel, disse ao UOL que a família aguarda a liberação do corpo de Miguel.■ (Érica Chabane)