15/05/2023
O ex-policial militar que foi executado em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio, teria sido chefe de segurança do contraventor Moisés Wilson Vieira Alves, ex-presidente da escola de samba Unidos de Vila Isabel, assassinado no ano passado. A informação é da Polícia Militar.
Ainda de acordo com informações da PM, João de Oliveira Antunes, de 56 anos, tem duas passagens pela polícia, uma por associação criminosa e outra por homicídio. Ele foi executado à queima-roupa na Rua Spinoza, no domingo (14).
Pelo menos sete homens encapuzados e com fuzis participaram da ação e abordaram um grupo que estava na calçada. No vídeo de uma câmera de segurança, é possível ver uma criança no local. Até que os criminosos colocam João na beira da calçada e atiram, à queima roupa, duas vezes contra ele. Esse é o momento em que as pessoas saem correndo. Já no chão, o ex-policial ainda leva três tiros. Os homens encapuzados, então, saem do local.
Com a identidade preservada e a voz distorcida, um parente de João contou que o ex-policial estava comprando carvão para o churrasco de aniversário dele. O familiar disse que João morava há 30 anos no bairro e era conhecido na região.
De acordo com a Polícia Militar, João foi excluído da corporação em 2012. A PM, porém, não explicou o motivo da decisão. A Delegacia de Homicídios da Capital investiga o caso. Os agentes tentam buscar testemunhas para apurar a autoriza e a motivação do crime.
As milícias já controlam 25,5% dos bairros no Rio de Janeiro, o que totaliza 57,5% da superfície territorial da cidade. O domínio delas já é maior que todas as outras facções juntas em análise de extensão territorial.
Os dados são de 2019 e fazem parte de uma pesquisa do Grupo de Estudos de Novos Ilegalismos da UFF com o Instituto Fogo Cruzado.
Coordenador do Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da UFF, Daniel Hirata explica que, na Zona Oeste do Rio, a disputa territorial ganhou intensidade nos últimos anos.
Em termos de domínio territorial, os grupos paramiliatres estão à frente de quadrilhas de traf**antes como Comando Vermelho, Terceiro Comando e Amigo dos Amigos. O estudo ainda chama a atenção para a mudança no cenário de crime no estado, onde, agora, as milícias não só entram em disputa com facções rivais e com a polícia, mas cobram taxas extorsivas sobre mercados de serviços nas regiões e sobre moradores.