28/07/2023
O Quilombo do Piolho ou do Quariterê, localizado no Vale do Guaporé/MT perto da divisa com a Bolívia, um verdadeiro refúgio de resistência e união, marcou a história do Brasil na segunda metade do século XVIII. Esse lugar de esperança reunia uma diversidade notável de pessoas: negros nascidos na África e no Brasil, índios, brancos e cafuzos, frutos da união entre negros e índios. Às margens do rio Piolho (ou Quariterê), essa comunidade enfrentou desafios e provações.
A liderança do Quilombo do Piolho começou com José Piolho, mas após sua morte, uma mulher extraordinária assumiu o comando: Teresa de Benguela. Essa corajosa mulher negra liderou a comunidade com destreza, sabedoria e amor, mantendo a chama da liberdade acesa no coração de todos que ali viviam.
Entretanto, em 1770, as autoridades coloniais tomaram conhecimento da existência do quilombo e organizaram uma bandeira para destruí-lo. No enfrentamento surpreendente, muitos foram capturados, torturados e mortos, servindo de exemplo para aqueles que ousassem se rebelar. Mas a resistência não foi em vão, pois a esperança se manteve viva.
Em 1791, uma nova bandeira foi formada para capturar os que haviam fugido do primeiro ataque. No comando do alferes Francisco Pedro de Melo, o Quilombo do Piolho foi novamente atacado e, dessa vez, completamente destruído. Embora tenham se esforçado em eliminar a resistência, o espírito resiliente daquelas pessoas jamais pôde ser erradicado.
Hoje, olhamos para a história de Tereza de Benguela e de todos que viveram no Quilombo do Piolho com gratidão e admiração. Seu legado de luta pela liberdade e igualdade ecoa em nossos corações, inspirando-nos a prosseguir na busca por uma sociedade mais justa e inclusiva.