Anderson França

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04/12/2024

Olympe, 10 anos depois.

Em 4 de dezembro de 2014, eu escrevi um texto no Facebook que foi lido por 45 mil pessoas. Era uma coisa assustadora de grande.

Foi esse o primeiro texto que chegou a ser lido por milhares de pessoas. Por causa dele, dei entrevista no Programa Encontro, na época com a Fatima Bernardes.

A partir daquele texto, as pessoas começaram a me chamar de escritor. E ele foi publicado no meu único livro até hoje, Rio em Shamas, pela Cia das Letras, que foi indicado ao Jabuti em 2017.

Esse texto se chamava: o dia em que fui no Olympe.
E ele narra, de maneira simples, a noite de um homem que completa 40 anos, e vai com sua esposa no jantar de aniversário, num dos mais importantes restaurantes do Rio de Janeiro, no bairro da Lagoa, zona caríssima da cidade.

Eu morava em Cascadura, nos fundos de uma galeria comercial.
A ideia foi da minha então companheira, com quem vivi 10 anos.

Durante o jantar, vi pessoas, pratos e coisas que nunca tinha visto até então, porque eu vinha de uma vida muito simples. Morei em favela, subúrbio, a vida, 10 anos atrás, era muito dura. Tudo que eu tinha cabia numa kombi.

Durante 2 horas eu entrei no mundo que, pra mim, era chiquérrimo. E eu chorava, porque com 40 anos, não sabia como me comportar ali. Eu disse que a pobreza fode a cabeça da pessoa. A gente sente que não merece viver as coisas.

Claude Troisgros era o chef e proprietário do restaurante.
Lembro como se fosse hoje, ele de um lado pro outro, atendendo clientes um a um na mesa, e coordenando a cozinha.

Claude sentou na mesa ao meu lado, e ele já era famoso naquela época. E quando ele falou comigo, eu perguntei a ele qual o jeito certo de comer aquela comida, toda chique.

E ele respondeu: Como você quiser. Come com as mõons.

Claude me deu o jantar de aniversário. De fato, fez diferença na minha vida, porque eu fui, mas ia f**ar duro no dia seguinte. Ele ainda deu uma garrafa de vinho, levou na cozinha. Ali vi pela primeira vez uma cozinha profissional.

Os fornos, as panelas penduradas. As ilhas de cozinha, os cozinheiros, o Batista.

Comi também o mousse de maracujá. Nunca mais comi um mousse como aquele.

Quatro anos depois, o Brasil fervia com o bolsonarismo. O Brasil estava pegando fogo nas ruas, e estávamos mergulhando num esgoto, do qual não saímos até hoje, e não tem esperança de sair.

Eu saí do Brasil, com a ajuda de amigos e pessoas.
Em Portugal, morando em Lisboa, a cantora Roberta Sá me escreveu, que queria me conhecer, e lá no show estava o Claude. Então eu abracei ele, já fora do país. E disse pra ele, porque tinha saído.

Agora, exatamente 10 anos depois, eu estou em Paris.
Já entrei em muitas cozinhas, já tive uma cozinha, já vi muito francês e chef francês, igual o Claude.

Nunca imaginei que, em 10 anos, sairia de Cascadura pra Paris.
Foram motivos um pouco diferentes que levam brasileiros a vir, mas eu descobri que muitas pessoas veem pra Paris por motivos politicos. Paris, e a França, acolhem escritores, políticos, ativistas, do mundo todo. Eu aqui sou apenas mais um deles.

A cidade da Dama de Ferro, a Torre Eiffel, me acolheu e deu garantia de vida. Devo isso aos franceses.

De fato, devo isso a eles.

E por Paris, já almocei, já jantei em bistrôs, restaurantes. E já lembrei do Claude muitas vezes. A comida francesa simples, caseira, de inverno. Não a comida cara, alta gastronomia. A cenoura, batata, o pato. Coisa que trabalhador come. Comida de trabalhador, que no Brasil é chique.

Já comi em muitos mais restaurantes árabes. E me lembro dos restaurantes e pensões na Uruguaiana, da Praça da Sé. Comida popular, o prato feito.

Já briguei porque o francês chama batata frita de almoço. Batata frita é LANCHE. LANCHE.

Uma coisa é lanche, outra coisa é almoço.
Botar um bife com batata frita, sem arroz, feijão, farofa e salada, tá faltando comida. Isso não sai do patamar de lanche.

A Batata de Marechal Hermes no Rio é vendida num S**O DE SUPERMERCADO, 3 kilo de batata com bacon, frango a passarinho. E É LANCHE.

Na França seria um banquete da pornografia.

E eles comem escargot. Amigo, não. Eu não boto minha boca em caramujo. Vamo preservar a amizade.

Então, 10 anos depois vi que a gente merece sim, por qualquer meio, viver a coisa que a vida nos dá. Não interessa a M***A que você precisou viver. Você merece sombra, champanhe, praia, lagosta, camarão, pizza, um balde de cerveja.

Descobri que não preciso chegar de cabeça baixa nos lugares.
Descobri que pessoas como o Claude são pessoas como eu e você. Ele, imigrante. Agora eu, também. Ele no meu país, eu no dele. A vida imigrante é dura. Ele trabalhou muito na cozinha. E cozinha é lugar duro.

Eu trabalho muito escrevendo. E escrita é lugar duro. Quase que pago com a vida por isso.

E aprendi que o mundo muda, como o mar com correntezas violentas, que não deixam a gente controlar nada. A gente acha que controla, mas não temos o controle. Nós apenas vamos.
O mar da História,
é agitado.

Eu tinha 40 anos, agora tenho 50.
O Brasil que eu conheci, não existe mais.
A casa onde morei, virou uma padaria.
O Olympe, fechou.
Eu, divorciei.

Tudo passou.
Muita dor, muito vazio. Muita coisa que eu prefiro não falar. E que não respondo, quando me pergunto. Mas a vida andou.

E dez anos depois, tenho pouca coisa nas mãos, mas me sinto em paz. Me sinto amado. Me sinto vivo.

Jantei em casa mesmo. Comi pouco, porque estou meio doente. E lembrei de pequenas coisas.

Me resta o silêncio, e a lembrança de tudo que foi bom na vida.

Não sei.
Eu acho que, no fim, a vida é uma mesa de jantar. Nós mudamos, o tempo muda, mas a mesa f**a lá. Como testemunha de tudo que fomos.

Hoje, sou escritor.
E tudo começou ali.
No Olympe.

Comam a vida do jeito que quiserem.
Comam com as mõons.

04/12/2024

O encosto de Major Vidigal está dentro do corpo dos PMs brasileiros. É uma parada demoníaca.

Há uns dias, eu expliquei como a polícia no Brasil foi criada.

Não era apenas a polícia real, criada no tempo de Dom João Sexto, em 1809. Mas a criação da polícia real, no Rio de Janeiro, determinou como seriam as outras polícias no Brasil inteiro, e com a ditadura militar, a forma como as polícias se comportam hoje foram definidas.

A polícia começou de um jeito no século 19, e no século 20 ela termina sua forma de pensamento, se tornando o que se tornou hoje.

E o que a polícia é hoje?
O mesmo de ontem. O mesmo de 1809.

A polícia brasileira foi criada pra proteger quem tem poder político e econômico. Perseguir escravos, negros, pobres. Isso é história, tá. Procure por um cão chupando manga chamado Major Vidigal.

Major Vidigal foi o primeiro comandante da Polícia Real, que protegia Dom João Sexto, que fugiu de Napoleão, e foi se esconder no Rio.

Ele saía com um chicote na rua pra bater em pessoas negras, e reprimir qualquer coisa que ele achasse que tava errado. Violência, abuso, putaria mesmo.

Essa lógica de autoridade abusiva virou uma prática natural para ser policial no Brasil.

Vidigal foi tão importante, que a Igreja Católica deu a ele uma enorme fazenda e terras com montanhas, de frente pro mar no Rio, onde hoje existe a favela do Vidigal - nome dado porque aquelas terras eram dele.

E depois que ele morreu, seu espírito de porco entrou em todos os policiais, entrou na farda, e é por isso que policiais são chamados de porcos, porque incorporam o espírito de um porco, o primeiro porco policial brasileiro, Major Vidigal. Por isso o Diabo Veste Farda, porque o espírito desse demônio entra no tecido da farda e muda a carne e a cabeça do sujeito que a veste.

A farda da polícia brasileira, de qualquer estado, é uma vestimenta consagrada a Satanás, e ao demônio que ele enviou pro Brasil, chamado Major Vidigal.

Quem veste a farda, está recebendo a marca de Satanás.
Não interessa se é crente. O Diabo vai fazer você falar e fazer coisas que, sem a farda, você não faria.

O texto não ia pra esse lado, agora foi, e vou terminar. Fodace.

A pessoa que usa a farda e se entrega pro Diabo, chega um dia que ela começa a servir o Diabo mesmo sem farda.

Essa pessoa, o fim dela é no mato, vivendo com os porco, os cachorro. Comendo carne de gente, carne de rato, comendo o próprio vômito, no terreno baldio do Inferno, pra toda eternidade.

Mas não é espiritual a explicação.
O poder político e econômico brasileiros pagaram por essa força de opressão de povo. Eles compram armas de Israel, "testadas" no massacre de Gaza.

Essas polícias são mimadas por Tarcísio, que diz que não se importa se reclamarem delas na ONU. Mimadas por ele, Bolsonaro, Claudio Castro. Esses homens vieram de famílias que tinham escravos antes, e eles, óbvio, só sabem transitar numa sociedade de base escravista. Porque é disso que eles gostam - escravos.

No Rio, a PM virou crime, e crime virou PM. A PM agora traf**a, mata, extorque, joga dos dois, dos três, dos quatro lados. É milícia, é vereador, é deputado, é senador, é juiz.

Nos últimos dias, tivemos PMs invadindo velório, invadindo enterro, matando criança na frente do pai, matando trabalhador de muleta, matando mototaxista, matando pelas costas jovem negro, matando camelô, matando estudante de medicina,

e sendo mortos também.

Mortos no carro, mortos na rua, mortos à paisana, mortos em casa, e em TODOS OS CASOS, porque eles estavam DEVENDO PARA O CRIME.

O Brasil, até hoje, não sabe o que é uma polícia.
O Brasil sabe o que é quadrilha de assassinos.

O vagabundo de farda jogar uma pessoa de cima da ponte, se equipara ao vagabundo que, sem farda, matou o mototaxista, e se equiparam aos que arrastaram uma mulher negra, Claudia, num camburão, pelas ruas de Cascadura, há mais de 10 anos.

Quando dizemos que a PM tem que acabar, nós estamos falando disso. De acabar uma cultura feita PRA MATAR VOCÊ.

Esses caras são demônios. São monstros.
Ou aniquilamos as polícias e criamos forças CIVILIZADAS, ou jamais saberemos o que é ser um país.

Polícia nenhuma é boa.
Mas - sem sa*****em - polícia nenhuma é igual a brasileira.
E isso eu posso te garantir.

Aumenta o desejo do povo jogar esses p**o no meio de uma arena e atear fogo neles todos. E acho que o fim deles não será bom, no dia que isso acabar, e for tirada deles a farda.

O POVO NÃO VAI DAR ANISTIA PRA VOCÊ, PM SAFADO.

Vai ter um enforcado em cada rua.
E isso não sou eu incitando ódio, isso é resultante de anos de erros graves do Estado. A conta vai chegar. A conta vai chegar.

Eu só quero estar vivo pra ver.

27/11/2024

Esse texto começa em Olaria e termina no Allianz Parque.
É um resumo semanal do Brasil Crente.

Podia se chamar Plantão de Jeová.
Vou pensar nisso melhor, deixo aí pro Porta dos Fundos a ideia de uma enquete que será necessária nos próximos anos. Crentes na bancada, falando em línguas e dando notícias do mundo bíblia.

RIO DE JANEIRO - Malafaia quase dero a Elza nele. Ele tava de carro e os bicho solto como, trepado e cheio de ódio na rôla. Fecharam o veículo abençoado do cervo didels na altura da avenida principal, viram que era o cabeça de caxa dágua, e não deram pra trás: malafaia tem grana, bora assaltar que o 13 tá garantido.

Aí saiu o segurança do reverendo, cheio de pi***la e glória.
Duas coisas me despertaram curiosidade:

os cara viram que era pastor e não tiveram medo de castigo de Deus. Pelo contrário, ladrão que rouba ladrão tem o perdão garantido aos pés da cruz. Iam resolver dois problemas ao mesmo tempo: nunca mais f**ar duro, e ter os pecado perdoado. E a capivara dos amigo devia ser grande.

A oura coisa é: por que um pastor anda com um segurança armado até o buraco de Jericó? Essa p***a não tá errada?

Porque PADRE MARCELO ROSSI anda com um xexéu de meio metro, e se resolve na mão. Padre Marcelo deita ladrão, Satanás, todo mundo na p***ada. E Malafaia não se garante nos 5 minuto de alegria?

Mas nera o Senhor que fazia essa proteção aí?
Até Jesus quando os cana pegaram ele, pediu pra Pedro largar os ferro, porque quem com ferro fere, com ferro será ferido, e Jesus aí se referia também ao oitão.

Mas Malafaia deu cagalhão.

De repente esse assalto foi só o ensaio. O próximo bonde já vai vir preparado pra trocar. Gosto de roubo e adjacências? De safado, gosto sim, não vou negar.

SÃO PAULO - O "apóstolo" "Rina", Rinaldo Teixeira, acusado de importunação sexual, abuso e agressão contra a esposa e enteado, morreu, e no enterro dele bateu a esposa, Denise. Ela é sócia da rede de franquias comerciais de igrejas Bola de Neve. E tava no estatuto da igreja que, no caso de morte dele, ela assumia como presidente.

Ela tá no velório, povo cantando louvor e esquecendo que o cara era um monstro, porque igreja é isso, pode goleiro Bruno, pode Guilherme de Pádua e pode Daniel Alves cantando louvor,

chegou uma irmã sonsa pedindo pra ela assinar um documento. Era um monte de papel. A Denise pediu pra ver, começou a putaria. Não deixaram, saíram correndo, o advogado da igreja tava escondido, saiu pelos fundos. Queriam que ela assinasse a RENÚNCIA da igreja. Denise deu barraco, pau torou, filmaram, o "ap" teve o enterro que mereceu, ao que tudo indica. Como foi sua vida, foi sua hora da morte. Um caos.

BELO HORIZONTE - Lagoinha é o Greenleaf brasileiro. Quem não sabe, é aquela série da Netflix de uma família batista, dona de uma igreja milionária, e só rola treta.

Ana Paula Valadão, que não é mais maluca por falta de espaço, deu sermão gritando na igreja sede, em Belo Horizonte. Disse que tava brava. Afe. Muito.

Por que?
Porque o irmão, André Boca de Vala-dão, proibiu os outros irmãos de USAREM A MARCA LAGOINHA nas suas igrejas.

Nem o McDonald's resolveu assim.

Mais de 800 unidades de fast-food de Cristo abertas no mundo, um negócio que arrebenta a boca da carniça de tanto de dinheiro, A família rachou e Ana Paula pra um lado, Felipe pra outro, André pro outro e o pai deles, Marcio Valadão, meteu o pé agora,

agorinha.

Se aposentou e vai viver sua maluquice numa piscina de dinheiro.

E pra acabar,

SÃO PAULO - enquanto o pau tora, Lagoinha segue fazendo grana. Vão alugar o Allianz Parque pra fazer um "culto de natal". O ingresso mais barato custa 55 reais e te dá direito a louvar deitado no chão do banheiro, enquanto os pastores te mijam.

O ingresso mais caro - ingresso pro culto - culto, CULTO - custa 3.500 reais, pra ter uma EXPERIÊNCIA VIP. Na Lagoinha em BH já tem área de VIP. Crente Premium, acessa um Jesus personalizado só pra você, 24 horas, com assistência, reboque e conserto de aparelhos domésticos.

País que tem bancada evangélica não precisa de terrorista.
Essas coisas de guerra nuclear, terrorismo, bomba, só existe na gringa, onde não tem crente no comando.

E vai piorar.

27/11/2024

Veganos.

Esses dias, ontem, eu acho,
camarada veio igual um pombo nos comentários defender veganismo.
Disse que "sei lá o quê, as pessoas comem animais mortos e não se abalam"

Eu fiquei pensando na região do Complexo da Maré. Onde as pessoas comem sempre que podem, carne. E todos os dias veem pessoas mortas pela PM no chão. O pobre não se abala com nada, amigo. Se é com esse argumento, eu sambo na tua ingenuidade.

Percepções muito elitistas sobre o povo.
Povo quer comer carne e vai comer.
Chamar pobre de comedor de cadáver não abala a consciência dele nem na ponta do cabelo da xereca.

Porque o pobre vê a morte todo dia, quando não é ELE a carne mais barata que é morta. Uma bandeja de peito de frango é mais defendida por veganos que a vida preta.

E sem histeria, de dizer que tem preto vegano e "periférico" vegano. São umas gotas num mar de gente no morro que não vê instagram deles, e não bate palma pra branco maluco vegano dançar.

Vocês usam preto e pobre como crachá pra legitimar a m***a de vocês.

Tem preto e pobre em todo lugar. Até na PM tem, e tá cheio.

O único fato: pobre tem o direito de comer o que quiser, inclusive a carne mais cara que tiver no açougue, porque a vida dele não é a tua, as 24 horas dele não são as tuas, e ele vai morrer, antes de você.

Ah mas tem vegano no morro. Tem. E no morro, tem esquerda. Mas cabe numa van.

25/11/2024

Vou te explicar essa confusão do Carrefour.

Macron tava no Rio, dando rolé com Eduardo Paes, comendo batata frita de Marechal e namorando com o Lula.

Enquanto isso, na França, produtores e agricultores TOCARO O ZARALHO nas ruas, prédios públicos, os cara CIMENTARAM entradas de prefeituras, gritaram, aquela coisa toda francesa, que eles fazem desde que derrubaram os rei das caralhada, cortaram cabeça da sonsa, etc.

Enquanto Macron fazia um Bruno Mars político, aqui em Paris o bambu quebrou no meio.

Os agricultores estão PUCTES com o Mercosul.
Agricultores e produtores de carne na França NÃO QUEREM que Macron assine acordo com Lula, porque se assinar, a JBL vai vender carne até em BANCA DE JORNAL de Paris.

Os produtores franceses NÃO DÃO CONTA da produção brasileira, pra quem não sabe, A SEGUNDA MAIOR DO MUNDO.
É concorrência desleal. Enquanto os cara cria 10 cabeça de gado, no Brasil, no mesmo tempo, se cria um milhão.

A carne brasileira entraria arregaçando a porteira, LA PORTE, e ia ser mais fácil achar uma picanha que um croassã.

E isso, na França, onde o setor da gastronomia é forte e o mundo inteiro vem comer aqui. Se a União Europeia fecha esse acordo, a carne da Europa vai ser basicamente brasileira.

É Friboi, Seara, Swift, Sadia, Perdigão, os ca***ho de asa. Numa escala fuderosa de quantidade. Não tem China nem Índia que faça frente.

Aí,
um bonito no Carrefour da França,
pra surfar no hype, e fingir que apoia produtor local - porque não apoia, eles compra nossa carne pra ca***ho até onde o limite de importação permite, ele disse que o Carrefour da França ia parar de comprar carne brasileira se Macron assinasse o Mercosul.

Galinhagem de marketing, pra f**ar bem com produtores locais, que ameaçaram cortar fornecimento pro Carrefour daqui.

Mas esse cara não banca o que disse. E ele sabe que não banca.
Porque os produtores daqui simplesmente não conseguem dar conta da demanda LOCAL. É pouca produção, e além disso

A EUROPA NÃO QUER MAIS PRODUZIR CARNE.

Porque o custo de água e terra pra produzir é maior que se comprar pronto, produzido lá no Goiás. A Europa não vê vantagem em produzir dentro, se pode comprar a preço de chinelo a carne brasileira. Euro tá 6 reais, a moeda da Europa é forte. Não tem que pagar direito trabalhista, nada. Só encomenda, e traz pronto. Tipo você, na dúvida se faz coxinha, ou compra o cento.

É isso.
E essa decisão é política. Os governos não querem mais usar terra pra produzir NADA, querem comprar tudo, e reduzir as produções locais. Querem usar a terra pra outra coisa, mas não produzir carne.

Inclusive, esse papo vegano branco passa por isso, mas isso é uma outra história, um debate pro qual muita gente não tá preparada. A maior parte dos debates veganos brancos no Brasil repetem cartilha europeia que defende animais, cuja agenda oculta é deslocar a produção da Europa pro Brasil. E no fim dá em nada, porque vegano come soja, QUE TAMBÉM ANIQUILA MEIO AMBIENTE e é produzida onde? Brasil também.

Em suma, é caô.

Mas deixa baixo, porque vagabundo surta se descobrir que sua pauta "pura" é apenas aceitar o cargo de macaco branco de colono.

E não que eu defenda a produção de carne, mas é isso aí.

Macron voltou, ninguém falou publicamente sobre Mercosul, mas tá cada vez mais difícil atrasar a assinatura, sobretudo com a vitória de Trump, e a Europa tendo que se virar sem os Estados Unidos, de quem sempre dependeu, pra conseguir recursos e proteína.

Os agricultores então tiveram sucesso na sua manifestação, porque o Carrefour decidiu apoiar.

Aí, animado pelo hype, o Carrefour Brasil decidiu dizer que ia parar de comprar carne brasileira também.

Aí virou meme.

Porque, amor,
NÃO TEM COMO VIVER SEM CARNE BRASILEIRA NO SÉCULO 21. Não tem como abrir o mercado amanhã e não ter um chãpatinholagarto brasileiro lá. Isso simplesmente não existe, porque não tem outro fornecedor que logistica e matematicamente dê conta da carnalidade do consumidor.

Fumou k9 e foi trabalhar.

Sem pensar em como, disse que ia parar de comprar, igual o Carrefour França. E AMBOS sabem que isso não se sustenta, porque

coisa 1: ninguém mais no mundo vai botar carne no mercado
coisa 2: nem por um ca***ho que a França vai suprir demanda interna e brasileira, nem tirando no cu
coisa 3:

EXISTEM OUTRAS 6 REDES GRANDES DE MERCADO NA FRANÇA,

Leclerc, Lidl, Casino, Intermaché, Auchan e Système U, que tão torcendo pro Carrefour parar de comprar e eles poderem acessar a carne brasileira, comprando os produtos que hoje o Carrefour praticamente monopoliza.

Então, isso não vai acontecer.
É, em resumo, chilique.

E pra piorar, os produtores brasileiros decidiram, porque sabem disso tudo, parar de fornecer pro Carrefour.

Não torço para o Agro.
Mas agora se vira, e sai desse bambu aí, Carrefour.
Sem matar nenhuma pessoa negra, de preferência.

25/11/2024

Se uma mulher é intencionalmente assassinada a cada 10 minutos, isso dá 144 corpos deitados no chão, em um dia.

Considere sair de casa, e ao voltar, 144 cadáveres de mulheres, jovens, adultas, idosas, amontoadas na sala, na cozinha, no banheiro, no quarto, lugares onde elas são mortas.

São 4.320 mulheres assassinadas, no fim de um mês. Todos os dias. Toda hora. A cada 10 minutos. É possível que, infelizmente, este post seja o último que algumas de vocês vão ler. É um genocídio.

22/11/2024

Soube que estou sendo processado na Sétima Vara Cível do Rio de Janeiro. Tomei conhecimento através de uma leitora.

O autor, Pedro Benoliel, pretende obter 50 mil reais por danos morais, alegando ter tido muitos prejuízos à sua imagem. Ele ainda alega, nos autos do processo, que eu sou ra***ta, antissemita, que faço desvio de dinheiro com fins de sonegação fiscal, que sou semi-analfabeto e por isso não sei escrever, que o asilo político concedido pela França é inverídico. Sobre racismo, ele, Pedro, um homem branco, hétero, de classe média alta, morador de uma região nobre do Rio de Janeiro, imagino que se refira a racismo reverso.

Nesse processo, eu sou réu.
Pedro Benoliel, apoiador das ideologias hoje defendidas pela administração Netanyahu, me acusa de ter causado danos à sua imagem ao tê-lo chamado de genocida, quando ele publicou textos de apoio às operações israelenses em Gaza.

Esse debate é inflamado em todo mundo.
Eu não me encontro no Brasil. E mais que isso: eu estou sob proteção da França, na condição de exilado político. Foi uma decisão pessoal, absolutamente consciente, obter meios para voluntariamente responder a esta ação movida por Pedro Benoliel.

Acho importante ingressar no processo para assumir um lado em defesa de milhares de vozes. Para promover o debate na sociedade, sobre aquilo que qualquer pessoa pública, humanista, no século 21, deve fazer: defender a liberdade de expressão e o direitos de grupos oprimidos.

Estou há anos no campo da comunicação, jornalismo e Direitos Humanos. E não tenho qualquer pessoal ressentimento, seja com Pedro, ou qualquer pessoa da comunidade israelita.

Mas tenho, e é notório, nítida oposição à covardia. Seja ela realizada pelo BOPE, ou pelo Mossad.

Como pessoa pública, vinda de onde vim, a favela, conhecedor profundo das ações de violência do Estado brasileiro, no meu corpo e no corpo dos meus pares, é absolutamente importante a oportunidade que Pedro me dá de, na condição de réu, poder falar nesse processo, que é igualmente público.

As perseguições feitas a posts, sempre que cito este tema, é um sinal claro de que algo precisa ser confrontado. Que aqueles que não aceitam o contraditório e a democracia se juntam, para silenciar os que defendem minorias.

Nada enaltece mais a minha biografia do que ser réu num processo por defender os direitos humanos. Hoje, eu estou convicto da minha vocação.

E isso reforça o porquê precisei sair do Brasil.
E porque, apenas longe dele, posso exercer meu trabalho no jornalismo, com liberdade de expressão.

Não faltará de minha parte o desejo de conciliar Pedro com a realidade. De forma pacíf**a, tentar fazê-lo refletir sobre a humanidade que precisamos ter diante dessa barbárie.

Sempre prezamos pela paz. Mas trabalhamos pelo que é certo. E não levamos injustiça pra casa.

Não há vitorioso nesse processo. Há apenas perdedor - eu. E você, que está do meu lado.
E nós perdemos, de antemão, porque estamos ao lado dos inocentes. Nós perdemos, amigos. O mundo que venceu e vencerá, não será nosso.

Amigos,
estou não apenas eu, mas todos nós,
no banco dos réus.

Nós somos aqueles por quem esperávamos.
Pela liberdade, pelos Direitos Humanos e por Gaza, eu me apresento a este processo.

Pela Palestina Livre.
Do Rio, ao Mar.

20/11/2024

Francês come pouco.

Come muito menos que um brasileiro, e isso me deixa nervouser.
Mas isso não é porque são "mais educados" que nós.
Não. Isso tem um porquê histórico. Um porquá historríque.

Em várias fases da história da França a comida foi um meio de saber como as coisas estavam indo. E no Ancien Régime, tempo dos rei das caralhada, tinha banquete, p***ada de carne, vinho, bolo, regado.

Era tipo churrasco brasileiro, pelo menos a ideia que tivemos de churrasco brasileiro, QUANDO DAVA PRA FAZER UM CHURRASCO BRASILEIRO.

Era tanta comida, que sobrava. E era justamente um bom churrasco, porque SOBRAVA comida. Aquela lapa de picanha pingando em cima do tanque, dentro de uma bacia azul de plástico, que tua mãe usava pra dar banho na Geislene, quando era menor.

Resquício de mijo de Geislene era tempero pra picanha.

Montanha de lata de cerveja, um monte de comida pela casa, os cara tudo deitado no sofá, os primo no quarto transando, uma fofocaiada do ca***ho, uma tia cantando louvor, uma sobrinha no ponto de Pomba Gira.

Então.

Isso era a França do século 17.
Sendo que pra fazer isso, o sujeito tinha que ser um rei. Pra bancar a picanha, as cerveja, na época só com muita moral.

Aí teve a REVOLUÇÃO FRANCESA, que deu certo, porque os caras não imprimiram plano de assassinato na impressora do Planalto, nem combinaram pelo zap.

Tu já pensou, Revolução Francesa depender de militar brasileiro pra organizar?

Depois da Revolução, aí mataram os rei, p***ada estanca, aí os rico pararo de fazer churrascada, e começaram a comer mais na moral, criando leis que permitissem que todo mundo comesse igual, e não porque eram pessoas boas, MAS PORQUE VIRAM O QUE POBRE É CAPAZ DE FAZER, COM FOME.

Sim, porque um dos grandes motivadores da Revolução foi a fome. Os reis enchendo o cul de coxa de pato, a maior parte da população, fudida, com SCORE NEGATIVO NO SERASA, e almoçava só pão e sopa, SE MUITO.

P***a, e os banquete dos arrombado lá. Fora que rolava altas suruba.

F**a difícil, né.
Juntou todo mundo, tacaro fogo na p***a toda, invaridam a geladeira, implementaram uma República.

Mas depois que a coisa estabilizou, a burguesia começou a putaria de novo, fazendo banquete, comendo coisa cara, e nem tanto quantidade. Mas tudo caro, pra diferenciar do pobre.

Aí veio a Segunda Guerra Mondiale. Pau cantou pra geral, rico e pobre comeram o pão que o diabo amassou, com o cu.

E foi depois disso que o combate a fome virou uma política de Estado.

Aí, passam gerações, o impacto é esse:

o francês SABE que não vai passar fome.
Ponto Um.
O mais importante.

Ele sabe que não vai passar fome. Sabe que, de alguma forma, a comida será providenciada, em última análise, pelo Estado.
Eu já recebi cesta básica do Estado, e comi muito bem.
Vinha arroz, carne, até queijo.

Vinha iogurte. Iogurte, amigo.
A gente bota senha na tampa do iogurte, autenticação de dois fatores, pra ninguém abrir. Se abrir o iogurte, toca a p***a da alarme Verisure dendi casa, fumaça, bate polícia.

Então a Europa se comprometeu em não permitir que o povo passasse fome. Guarda isso.

Porque depois de décadas nesse pique, ninguém aqui se preocupa, note bem - SE PREOCUPA se vai comer. Porque sabe que vai.

Uma preocupação sai da cabeça do francês.
Então, sem essa preocupação, ele se dedica ao trabalho, ao estudo. A política. Ao movimento social.

TUDO TEM A VER COM A FOME.

Povo que corre atrás do pão, não tem tempo de sonhar, de se realizar, de se organizar politicamente.

E ao mesmo tempo, deixar o povo com fome é brincar com fogo.

Então não é porque são "mais educados". É porque eles não tem o APAVORO da fome. Se quiser comer uma coisinha, vai ali, e vai ter. Queijo barato, porque o Estado dá incentivo pra produtores da agricultura. Tu vai na feira, na periferia de Paris, compra coisa pra ca***ho, fruta, salada, tudo.

Então eu percebi que uma pessoa, sem saber o que é a fome, uma vida inteira, vai naturalmente comer menos, porque tem a segurança de que não precisa muito esforço pra comer.

Isso muda a cabeça do cabra.

Aí eu quero bater um prato forte com arroz, feijão, batata frita, dois bifes do tamanho de um CHINELO Kenner, farofa, molho à campanha, salada, um pratinho de macarrão, uma linguiça, azeitona e pão de alho, só pra pavimentar o buraco da obturação do dente,

oceja

tudo isso aí é a ENTRADA, pike: vamo almoçar, deixa eu só terminar de almoçar aqui rapidinho

e o francês come um punhado triste de batata frita, umas 7 batata, uma unidade de uma sardinha de lata, METADE de um ovo com uma JATADA de maionese, e abre o cinto, de tanto que comeu.

Como diria Narcisa: miserable miserable
oi Naricsa, ó boninho ali
miserable miserable

Miseráveis. Mizera.
Mas não é exatamente isso, entende. A gente ainda tá no século 17, misturado com outros séculos, onde a gente só se fode. Por isso Lula defender um pacto global contra a fome é tão politicamente estratégico CONTRA A EXTREMA DIREITA.

A extrema direita é aquela que não deixa criança repetir merenda, gente.

Tá tudo aí. A gente come demais, faz churrascada, porque acha que a fartura é o status, e porque precisa de grandes momentos de comida, já que O DIA A DIA NÃO TEM ISSO.

Aquela boa frase que a gente fala nos almoço da igreja: VOU AMASSAR TUDO, PORQUE EM CASA NÃO TEM NÉ, LOUVADO SEJA DELS.

E é verdade.
Porque se tivesse, a gente também ia ser mais tranquilo com comida.

19/11/2024

Uma operação para assassinar presidente, vice e ministro, em qualquer país do mundo, ia acabar em prisão, sem discussão. Assunto de segurança nacional. Crime contra o Estado de Direito.

Cinco pessoas DIRETAMENTE ligadas a Bolsonaro planejaram o assassinato de Lula. E Bolsonaro sabia.

Essa operação acontece no dia em que líderes do mundo inteiro estão no Brasil. Biden, Macron, Scholz, todos, estão sendo informados disso.

É pouquíssimo provável que Mauro Cid não volte pra cadeia, e é pouco sustentável que Bolsonaro não esteja preso até o fim de dezembro.

Qualquer coisa fora isso, é perdoar criminoso que atenta contra o país, de forma grave. Lula poderia estar enterrado agora. E poderíamos estar sob Bolsonaro. Com Estados Unidos apoiando, uma vez que agora é Trump. Se isso não prender Bolsonaro, fujam o quanto antes do país.

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