09/27/2024
CONSEQUÊNCIAS NA EXPLORAÇÃO DESLEAL E ABUSIVA DO PETRÓLEO DE CABINDA, MAIS UMA AÇÃO JUDICIAL CONTRA CHEVRON A VISTA
PERSPECTIVAS, REALIDADES, CERTEZAS E INTERROGAÇÕES
Consta que a CABGOC – Cabinda Gulf Oil Company, Limited /CHEVRON está a preparar uma nova diminuição da sua (já reduzida) força de trabalho. Fala-se da dispensa de cerca de 2/3 (dois terços) dos seus trabalhadores actuais.
A medida parece – e é mesmo – dura, muito dura, mas é inevitável. A produção petrolífera não diminuiu, - caíu drasticamente! Está em queda livre!
Os longos anos de injecção de água e de produtos químicos nos poços para intensif**ar e acelerar a produção do petróleo mostram agora as suas consequências: uma acentuada e e inexorável queda da produção do petróleo.
O «Bloco 0», que já liderou a produção do petróleo no país (com uma produção de 750 mil a 600 mil barris por dia), está a produzir actualmente cerca de 160 mil, segundo os comentaristas que comungam do segredo dos deuses! TAKULA, que foi durante muito tempo a «jóia da coroa» do império petrolífero, parece estar nos 50 mil!
Se as cifras avançadas são verdadeiras ou falsas, isso eu não sei! Mas que há uma espécie de pânico no sector (petrolífero) e na área (Malongo), isso é inegável! E que a produção está a afundar, isso também é visível, e parece irreversível!
É verdade que há reservas em terra (onshore), mas, até agora, a actividade de exploração em terra não parece ter (grande) incidência na produção. É verdade que existem ainda áreas por explorar (e que poderão ainda entrar em exploração no próximo futuro), mas valerá mesmo a pena?!
Na resposta do poeta, «tudo vale a pena, se a alma não é pequena»! Mas aqui, no caso, se há almas grandes, elas são negras e sinistras! Mais da (para a) morte do que da (para a) vida!
Estamos a virar a página do petróleo (em Cabinda)! Dentro de uma década, uma década e meia, poderá não se falar (mais) da produção do petróleo em Cabinda!
Por isso, podemos interrogar(mo)-nos desde agora: O que é que Cabinda ganhou com quase 60 (sessenta) anos de exploração petrolífera (intensa e desenfreada)?! E com quê sequelas f**a, quê sequelas deixará (a Cabinda e aos cabindas)?
Será que a história do petróleo (em Cabinda) se resumirá a duas linhas - «Com o sonho da modernidade e do desenvolvimento, nos anos sessenta do século XX, a Gulf Oil Corporation iniciou a exploração do petróleo em Cabinda. Nos anos trinta do século seguinte, o sonho transformou-se em pesadelo, e com os fantasmas da pobreza, das injustiças e da violência, a CHEVRON CORPORATION encerrou a era do petróleo»…
É neste contexto sombrio e inquietante que se aguarda a primeira visita dum presidente americano a Angola. Apenas para anunciar novas parcerias e perspectivar novos horizontes!... Naquela (sua) perspectiva, o petróleo já pertence ao passado!...
May we have a deal? It’s oil for peace!
É bom que se inicie, de imediato, a restauração, o saneamento ambiental! Riqueza vu, desenvolvimento, justiça social, certamente que nunca haverá (a partir do petróleo)!
Pois a injeção de água nos poços de petróleo, um processo conhecido como injeção de água ou recuperação secundária, é uma técnica utilizada para aumentar a pressão do reservatório e melhorar a recuperação do petróleo. Embora essa prática possa aumentar a produção, ela também traz algumas consequências e desafios. Aqui estão algumas delas:
# # # Consequências Negativas:
1. Contaminação de Água: A água injetada pode se misturar com o petróleo e outros fluidos, resultando em contaminação que pode afetar a qualidade do produto.
2. Mudanças na Pressão do Reservatório: A injeção de água pode alterar a dinâmica do reservatório, levando a problemas como a subsistência do solo e a formação de fraturas do aquífero.
3. Impactos Ambientais: A injeção de água pode levar a vazamentos e contaminação de aquíferos subterrâneos, além de potencialmente provocar sismos (já recorrentes em Cabinda), induzidos em áreas suscetíveis.
4. Extração Excessiva: A produção de petróleo em taxas superiores à capacidade natural do reservatório pode levar ao esgotamento rápido dos recursos.
Se a injeção de água não for realizada de maneira eficiente, pode resultar em uma distribuição desigual, levando a áreas do reservatório que não conseguem ser adequadamente drenadas.
A exploração devida dos recursos naturais do planeta é fundamental para a sobrevivência do ser humano. Os estoques destes materiais, no entanto, apesar de parecerem abundantes e infinitos, são escassos e, se usados de forma excessiva e desmedida, irão se esgotar.
A utilização abusiva de recursos – que inclui petróleo, carvão, gás natural, minérios, água e alimentos – tem consequências devastadoras.
A Chevron esteve envolvida em vários processos judiciais, incluindo:
1. Equador: Em 1993, as comunidades do Equador apresentaram uma ação judicial contra a Chevron por descarregar mais de 16 mil milhões de galões de resíduos tóxicos na Amazónia. Os resíduos criaram quase 1.000 poços de resíduos que afectaram cerca de 30.000 equatorianos. A Chevron foi considerada culpada e condenada a pagar pelos danos ambientais e a pedir desculpa às pessoas afetadas.
2. Honolulu: Em 2020, Honolulu abriu um processo contra a Chevron e outras empresas petrolíferas, alegando que sabiam da ligação entre os combustíveis fósseis e as alterações climáticas, mas ocultaram essa informação ao público. A cidade procurou responsabilizar as empresas pelos custos dos danos relacionados com as alterações climáticas, como as ondas de calor e a subida do nível do mar.
3. Califórnia: Em 2023, o Procurador-Geral da Califórnia abriu um processo contra a Chevron e outras empresas petrolíferas, alegando que enganaram o público sobre a ligação entre os combustíveis fósseis e as alterações climáticas. O processo alega que as empresas fizeram alegações enganosas de marketing ambiental e promoveram o uso de combustíveis fósseis, embora conhecessem as consequências para o clima.
A se concretizarem essas alegações, a Chevron poderá enfrentar mais uma ação judicial das comunidades de Cabinda por ter usado práticas inapropriadas e ter cometido crimes de receptividade e de exploração indevida de bens de outrem pelo uso da força juntamente com seu cúmplice o Estado vizinho de Angola Angola.