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Jornal Punkto Punkto é um projecto indisciplinar e indisciplinado
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Punkto é um projecto indisciplinar e indisciplinado sobre a prática e sobre a teoria: da arquitectura, da crítica, da política, do comum.

• online • «Je est un autre: a persistência do desejo fascista» • Paulo Ávila•• A ascensão gradual da extrema-direita em...
24/04/2024

• online • «Je est un autre: a persistência do desejo fascista» • Paulo Ávila•

• A ascensão gradual da extrema-direita em Portugal, tem levado a um conjunto alargado de observações, leituras e análises: por um lado, procurando compreender os fundamentos e as condições sociais e políticas da sua formação, por outro lado, a sua emergência num processo histórico global mais vasto de recomposição e reorganização da direita tradicional. Mas neste artigo de Paulo Ávila, trata-se sobretudo de percorrer a natureza subterrânea do movimento que a extrema-direita, leia-se o fascismo, e a sua irreprimível «economia do desejo» não cessa de mobilizar na relação que estabelece com esse que é o verdadeiro sujeito despolitizado que funda não só a democracia liberal ocidental, mas também o espectáculo mediático: as «massas» •

• As portas da .livros estão quase a abrir e os primeiros 10 exemplares da edição 3 /41 já estão disponíveis • Acredita ...
18/04/2024

• As portas da .livros estão quase a abrir e os primeiros 10 exemplares da edição 3 /41 já estão disponíveis • Acredita na democracia? • uma edição com textos de Pedro Levi Bismarck, Paulo Ávila, Luhuna Carvalho, Jacques Rancière, Toni Negri e Samera Esmeir • + info ver link no perfil •

https://www.revistapunkto.com/2024/04/acredita-na-democracia.html

• Edição 3 / 41 • Inverno 2024 • Acredita na democracia? • artigos de Pedro Levi Bismarck, Paulo Ávila, Luhuna Carvalho,...
15/04/2024

• Edição 3 / 41 • Inverno 2024 • Acredita na democracia? • artigos de Pedro Levi Bismarck, Paulo Ávila, Luhuna Carvalho, Jacques Rancière, Toni Negri e Samera Esmeir • já disponível na Térmita, Trama, Flaneur e Livraria Utopia. Em breve disponível na Tigre de Papel, Snob e livraria do Cinema Batalha •

https://www.revistapunkto.com/2024/04/acredita-na-democracia.html

• E eis senão quando numa manhã de Abril • “Acredita na democracia?” • edição 3 / 41 • inverno 2024 • com algum atraso a...
11/04/2024

• E eis senão quando numa manhã de Abril • “Acredita na democracia?” • edição 3 / 41 • inverno 2024 • com algum atraso aí está a última edição do Jornal Punkto • artigos de Pedro Levi Bismarck, Paulo Ávila, Luhuna Carvalho, Jacques Rancière, Toni Negri e Samera Esmeir • disponível a partir da próxima sexta-feira nas livrarias Térmita e Trama no Porto. E depois nas livrarias habituais com distribuição assegurada pela • a edição deste número esteve a cargo de Pedro Levi Bismarck e Paulo Ávila • mais informações brevemente •

https://www.revistapunkto.com/2024/04/acredita-na-democracia.html

• online • «Je est un autre: a persistência do desejo fascista» • Paulo Ávila •• A ascensão gradual da extrema-direita e...
20/03/2024

• online • «Je est un autre: a persistência do desejo fascista» • Paulo Ávila •

• A ascensão gradual da extrema-direita em Portugal, tem levado a um conjunto alargado de observações, leituras e análises: por um lado, procurando compreender os fundamentos e as condições sociais e políticas da sua formação, por outro lado, a sua emergência num processo histórico global mais vasto de recomposição e reorganização da direita tradicional. Mas neste artigo de Paulo Ávila, trata-se sobretudo de percorrer a natureza subterrânea do movimento que a extrema-direita, leia-se o fascismo, e a sua irreprimível «economia do desejo» não cessa de mobilizar na relação que estabelece com esse que é o verdadeiro sujeito despolitizado que funda não só a democracia liberal ocidental, mas também o espectáculo mediático: as «massas» •

Mergulhando no universo das elaborações em torno do fascismo, será hoje indispensável voltar ao livro que viria a ser descrito, num pref...

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15/03/2024

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• A análise aos resultados das eleições legislativas de ontem foi publicada a 15 de Fevereiro • «Dizer qualquer coisa de...
11/03/2024

• A análise aos resultados das eleições legislativas de ontem foi publicada a 15 de Fevereiro • «Dizer qualquer coisa de esquerda» • Pedro Levi Bismarck • ler artigo completo no Jornal Punkto •

• ARQUIVO • edição 30 • inverno 2021 • “A lógica política do capital” • Pedro Levi Bismarck • em semana de eleições e de...
06/03/2024

• ARQUIVO • edição 30 • inverno 2021 • “A lógica política do capital” • Pedro Levi Bismarck • em semana de eleições e depois do texto de Luhuna Carvalho “A utilidade de André Ventura”, partilhamos mais um artigo de arquivo desta feita a propósito das presidenciais de 2021 • Uma série de textos escritos após a pandemia que traçam e analisam um conjunto de questões que se mantém absolutamente actuais: a emergência da extrema-direita em Portugal, a crise e as reconfigurações da esquerda no espectro político, a consolidação da linguagem e da política neoliberal plasmada na ascensão da Iniciativa Liberal e na radicalização da direita •

• online • «“O Canteiro e o Desenho” de Sérgio Ferro» • Bernardo Amaral & Joana Vieira da Silva •• No contexto do lançam...
06/03/2024

• online • «“O Canteiro e o Desenho” de Sérgio Ferro» • Bernardo Amaral & Joana Vieira da Silva •

• No contexto do lançamento do livro «O Canteiro e o Desenho», que publica em Portugal pela primeira vez o texto fundamental de Sérgio Ferro que dá nome a esta edição, publicamos o texto de introdução de Bernardo Amaral & Joana Vieira da Silva, coordenadores do livro. O livro publicado pela Dafne Editora, contém ainda uma extensa entrevista a Sérgio Ferro pelos autores. O lançamento será no próximo dia 9 de Março, pelas 18h, na Casa da Arquitectura. No dia 9 de Abril será em Lisboa, pelas 18h30, na Livraria da Travessa. O ciclo de apresentações passará ainda por Newcastle, a 25 de Março, no contexto da conferência internacional Production Studies, onde contará com a presença de Sérgio Ferro •

No texto O Canteiro e o Desenho, que aqui publicamos pela primeira vez em Portugal, [1] Sérgio Ferro formula a crítica do «desenho sepa...

• arquivo • edição inverno 2022 • a partir de hoje e até ao final da semana vamos voltar a partilhar alguns dos textos q...
05/03/2024

• arquivo • edição inverno 2022 • a partir de hoje e até ao final da semana vamos voltar a partilhar alguns dos textos que marcaram a reflexão política dos últimos dois anos no • textos escritos depois da pandemia no contexto das legislativas, das presidenciais e autárquicas. Em pano de fundo: a emergência da extrema-direita em Portugal, a crise e reconfigurações da esquerda no espectro político, a consolidação da linguagem e da política neoliberal plasmada na ascensão da Iniciativa Liberal e na radicalização da direita. •

• o primeiro texto de que partilhamos aqui alguns excertos é de Luhuna Carvalho escrito a propósito das eleições legislativas de Janeiro de 2022 • ler artigo completo no • ver link no perfil ou nas histórias •

• online • «Dizer qualquer coisa de esquerda» • Pedro Levi Bismarck • «Um festival de demagogia», foi assim que o coment...
04/03/2024

• online • «Dizer qualquer coisa de esquerda» • Pedro Levi Bismarck

• «Um festival de demagogia», foi assim que o comentariado nacional sintetizou o debate entre Mariana Mortágua e André Ventura, concedendo uma «vitória» à coordenadora do BE, mas remetendo-a para o «locus» político da demagogia e dos extremos. Para essa venerável instituição da direita portuguesa, dizer qualquer coisa de esquerda — para resgatar as palavras de Nanni Moretti em «Aprile» — é hoje demagogia; tudo o que perturbe a ordem do mercado é demagogia. E, no entanto, não há nada de radical nas propostas de CDU, Bloco e Livre, porque aquilo que estes propõem é apenas um quadro mínimo regulatório capaz de impedir a implosão do mercado perante o neoliberalismo. A mão invisível, a auto-regulação divina do mercado, isso sim é um «festival de demagogia». Na verdade, CDU, Bloco e Livre, são o «centro político», eles são os últimos representantes da social-democracia. E é precisamente isso que os coloca numa situação paradoxal: eles falam precisamente para aquela classe, a classe média, que historicamente sempre foi levada a considerá-los como inimigos, inimigos da social-democracia. E é isso também que explica a hábil ascensão da extrema-direita: o seu eleitorado são os filhos rejeitados da social-democracia, a classe média que viu o seu poder de compra reduzido, a classe dos pequenos proprietários privados endividada pela máquina financeira especulativa; mas cuja máxima dessubjectivação política deixou-os politicamente órfãos, vislumbrando como única saída possível o único discurso histórico que conhecem, o discurso contra o Estado (social). «Mobilizar o ressentimento do mercado como ressentimento contra o Estado», eis a operação político-teológica da extrema-direita. Mas para perceber a radicalização à direita do comentariado é preciso também compreender a crise que entrelaça jornalismo e democracia. Como conclui Pedro Levi Bismarck no seu artigo: «o princípio que fundou a sociedade democrática no seu todo, o princípio da autonomia de uma esfera pública e crítica — à qual o jornalismo, mas também, por exemplo a Universidade, pertencem — está hoje em crise. E está em crise, por uma razão muito simples: porque o capitalismo deixou de ter necessidade de se legitimar, primeiro contra a velha ordem da aristocracia, depois contra o espectro do comunismo. Quem diria que, com a queda do muro de Berlim e da União Soviética, em 1989, se consumaria não a vitória, mas a queda, lenta e penosa, da social-democracia?»

• online • Palestina — Diário Retrospectivo • Paulo Ávila • A terceira entrada deste diário retrospectivo sobre a Palest...
29/02/2024

• online • Palestina — Diário Retrospectivo • Paulo Ávila • A terceira entrada deste diário retrospectivo sobre a Palestina está agora disponível no Jornal Punkto •

• «Na imagem, quatro “figuras” correm na praia após um míssil ter atingido o pequeno porto da Cidade de Gaza. Vários jornalistas que acompanhavam aquela que veio a ser conhecida como “Operação Margem Protectora”, entre os quais Peter Beaumont (The Guardian), estavam hospedados em hotéis nas proximidades, de onde testemunharam a explosão. Beaumont escreveu que, apesar da distância, não duvidou que eram crianças a correr na praia, uma percepção partilhada por outras testemunhas que assim exclamaram quando assistiram à detonação de um segundo míssil, desta vez sobre as “figuras” que se debatiam por alcançar a segurança do Hotel Al-Deira. Foi assim que, em poucos segundos, a família Bakr perdeu Ismail (9 anos), Ahed (10), Zakariya (10), e Muhammad (11), em mais um dos incontáveis “incidentes” em que a destacada tecnologia militar israelita se revelou, aparentemente, obsoleta na hora de distinguir civis de alvos militares» •

https://www.revistapunkto.com/2023/11/palestina-diario-retrospectivo-paulo.html

• online • Palestina — Diário Retrospectivo • Paulo Ávila • A terceira entrada deste diário retrospectivo sobre a Palest...
28/02/2024

• online • Palestina — Diário Retrospectivo • Paulo Ávila • A terceira entrada deste diário retrospectivo sobre a Palestina está agora disponível no Jornal Punkto •

• «Na imagem, quatro “figuras” correm na praia após um míssil ter atingido o pequeno porto da Cidade de Gaza. Vários jornalistas que acompanhavam aquela que veio a ser conhecida como “Operação Margem Protectora”, entre os quais Peter Beaumont (The Guardian), estavam hospedados em hotéis nas proximidades, de onde testemunharam a explosão. Beaumont escreveu que, apesar da distância, não duvidou que eram crianças a correr na praia, uma percepção partilhada por outras testemunhas que assim exclamaram quando assistiram à detonação de um segundo míssil, desta vez sobre as “figuras” que se debatiam por alcançar a segurança do Hotel Al-Deira. Foi assim que, em poucos segundos, a família Bakr perdeu Ismail (9 anos), Ahed (10), Zakariya (10), e Muhammad (11), em mais um dos incontáveis “incidentes” em que a destacada tecnologia militar israelita se revelou, aparentemente, obsoleta na hora de distinguir civis de alvos militares» •

https://www.revistapunkto.com/2023/11/palestina-diario-retrospectivo-paulo.html

• online • «Dizer e pensar uma vida para além do que o colonialismo de ocupação fez» • Samera Esmeir •• Este texto inaug...
27/02/2024

• online • «Dizer e pensar uma vida para além do que o colonialismo de ocupação fez» • Samera Esmeir •

• Este texto inaugura uma colaboração entre o Punkto e a editora KKYM + P.OR.K a propósito do projecto un common ground e da exposição «Terra Estreita» que inaugura no próximo dia 24 de Fevereiro no CIAJG - Centro Internacional das Artes José de Guimarães. O texto de Samera Esmeir foi publicado em 2023 no site do (un)common ground (onde também pode ser descarregado), acompanhando uma exaustiva e ímpar colecção de
textos de reflexão sobre o conflito e a ocupação israelita da Palestina •
https://www.revistapunkto.com/2024/02/dizer-e-pensar-uma-vida-para-alem-do.html

• online • «Dizer e pensar uma vida para além do que o colonialismo de ocupação fez» • Samera Esmeir •• Este texto inaug...
23/02/2024

• online • «Dizer e pensar uma vida para além do que o colonialismo de ocupação fez» • Samera Esmeir •

• Este texto inaugura uma colaboração entre o Punkto e a editora KKYM + P.OR.K a propósito do projecto un common ground e da exposição «Terra Estreita» que inaugura no próximo dia 24 de Fevereiro no CIAJG - Centro Internacional das Artes José de Guimarães. O texto de Samera Esmeir foi publicado em 2023 no site do (un)common ground (onde também pode ser descarregado), acompanhando uma exaustiva e ímpar colecção de
textos de reflexão sobre o conflito e a ocupação israelita da Palestina •

• online • «Dizer e pensar uma vida para além do que o colonialismo de ocupação fez» • Samera Esmeir •• Este texto inaug...
22/02/2024

• online • «Dizer e pensar uma vida para além do que o colonialismo de ocupação fez» • Samera Esmeir •

• Este texto inaugura uma colaboração entre o Punkto e a editora KKYM + P.OR.K a propósito do projecto un common ground e da exposição «Terra Estreita» que inaugura no próximo dia 24 de Fevereiro no CIAJG - Centro Internacional das Artes José de Guimarães. O texto de Samera Esmeir foi publicado em 2023 no site do (un)common ground (onde também pode ser descarregado), acompanhando uma exaustiva e ímpar colecção de
textos de reflexão sobre o conflito e a ocupação israelita da Palestina •

• Neste breve e urgente ensaio, Samera Esmeir confronta-se com a ordem discursiva do mundo liberal, impregnada de impensados coloniais de ocupação (settler colonial). Ao analisar o interior da linguagem e as formas de poder que instituem a sua difusão generalizada, a autora verifica que, de um modo natural e espontâneo, se condena e criminaliza os palestinos e a sua existência. Na sequência dos acontecimentos recentes, não são apenas os horrores dos ataques do Hamas que são amplificados como também a exclusão patente de qualquer referência dignificante aos palestinos e ao seu direito à vida.Neste sentido, a autora recorda o quadro histórico das atrocidades cometidas por Israel sobre a Faixa de Gaza: desde a destruição que foi necessária para a criação do território israelense, a partir de 1948, até às expulsões programadas para a constituição de uma civilidade israelense. Em nome desta civilidade, o regime militar de Israel e a sua politica colonial de ocupação foram, e são, responsáveis pelo desaparecimento dos sujeitos palestinos, enquanto entidades cívicas. A estes foi-lhes e é sonegada qualquer possibilidade de cidadania, de autonomia e defesa. Os «territórios ocupados» da Faixa de Gaza e da Cisjordânia tornaram-se pois um plano de activação do poder militar israelense, que permitiu evitar «que a violência da ocupação se intrometesse na vida civil israelense normalizada». A injustiça do discurso colonial continua por isso a afirmar os seus direitos e reivindicações, os seus termos e formas da qual se exclui a justa luta pela cidadania e território palestino. Torna-se claro que a vida civil não pode senão continuar a lutar contra o domínio colonial, e procurar destruir as condições de confinamento e privação, de limpeza étnica, fundamentais para a normalização da colonização. Trata-se, por fim, de criar uma abertura na linguagem, na política e na ética, uma observância do direito que está para lá da «ordem internacional» e dos imperativos de uma cartografia colonial •

A Terra fecha-se sobre os palestinos em Gaza. No momento em que escrevo estas linhas, Israel continua a bombardear mais de 2 milhões de ...

• online • «Que a eternidade nos abrace» • Toni Negri • Um texto que Negri escreveu a propósito do lançamento do terceir...
20/02/2024

• online • «Que a eternidade nos abrace» • Toni Negri • Um texto que Negri escreveu a propósito do lançamento do terceiro livro da série «Storia di un comunista», lançado em 2020. Publicado na EuroNomade no dia da sua morte, a 16 de Dezembro de 2023, e agora traduzido para português por Paulo Ávila para o Jornal Punkto •

• online • «Dizer qualquer coisa de esquerda» • Pedro Levi Bismarck • «Um festival de demagogia», foi assim que o coment...
15/02/2024

• online • «Dizer qualquer coisa de esquerda» • Pedro Levi Bismarck

• «Um festival de demagogia», foi assim que o comentariado nacional sintetizou o debate entre Mariana Mortágua e André Ventura, concedendo uma «vitória» à coordenadora do BE, mas remetendo-a para o «locus» político da demagogia e dos extremos. Para essa venerável instituição da direita portuguesa, dizer qualquer coisa de esquerda — para resgatar as palavras de Nanni Moretti em «Aprile» — é hoje demagogia; tudo o que perturbe a ordem do mercado é demagogia. E, no entanto, não há nada de radical nas propostas de CDU, Bloco e Livre, porque aquilo que estes propõem é apenas um quadro mínimo regulatório capaz de impedir a implosão do mercado perante o neoliberalismo. A mão invisível, a auto-regulação divina do mercado, isso sim é um «festival de demagogia». Na verdade, CDU, Bloco e Livre, são o «centro político», eles são os últimos representantes da social-democracia. E é precisamente isso que os coloca numa situação paradoxal: eles falam precisamente para aquela classe, a classe média, que historicamente sempre foi levada a considerá-los como inimigos, inimigos da social-democracia. E é isso também que explica a hábil ascensão da extrema-direita: o seu eleitorado são os filhos rejeitados da social-democracia, a classe média que viu o seu poder de compra reduzido, a classe dos pequenos proprietários privados endividada pela máquina financeira especulativa; mas cuja máxima dessubjectivação política deixou-os politicamente órfãos, vislumbrando como única saída possível o único discurso histórico que conhecem, o discurso contra o Estado (social). «Mobilizar o ressentimento do mercado como ressentimento contra o Estado», eis a operação político-teológica da extrema-direita. Mas para perceber a radicalização à direita do comentariado é preciso também compreender a crise que entrelaça jornalismo e democracia. Como conclui Pedro Levi Bismarck no seu artigo: «o princípio que fundou a sociedade democrática no seu todo, o princípio da autonomia de uma esfera pública e crítica — à qual o jornalismo, mas também, por exemplo a Universidade, pertencem — está hoje em crise. E está em crise, por uma razão muito simples: porque o capitalismo deixou de ter necessidade de se legitimar, primeiro contra a velha ordem da aristocracia, depois contra o espectro do comunismo. Quem diria que, com a queda do muro de Berlim e da União Soviética, em 1989, se consumaria não a vitória, mas a queda, lenta e penosa, da social-democracia?»

«Um festival de demagogia», foi assim que uma jornalista e representante do comentariado nacional — talvez a mais ilustre instituição polí...

• online • «Que a eternidade nos abrace» • Toni Negri • Um texto que Negri escreveu a propósito do lançamento do terceir...
08/02/2024

• online • «Que a eternidade nos abrace» • Toni Negri • Um texto que Negri escreveu a propósito do lançamento do terceiro livro da série «Storia di un comunista», lançado em 2020. Publicado na EuroNomade no dia da sua morte, a 16 de Dezembro de 2023, e agora traduzido para português por Paulo Ávila para o Jornal Punkto •

• «Quando — não há muito tempo — um horrendo personagem fascista ascendeu à presidência de um grande país, o Brasil, a alguns jovens amigos que perguntavam: «O que podemos fazer? Como agir para resistir?», respondi: «Não tenham medo». Esta é a condição para construir uma grande e efectiva resistência. O fascismo rege-se pelo medo, produz o medo, institui e mantém o povo no medo. Não ter medo: é tudo o que temos de ser capazes de dizer ao povo, entre o povo, na multitude que hoje sofre o regresso da barbárie fascista, também aqui, sob o nosso sol. Não ter medo de romper a prisão da linguagem vazia que nos é imposta e rir da autoridade, onde quer que ela se apresente com a grotesca máscara fascista. Não ter medo significa libertar as paixões e, desse modo, preencher aquelas formas linguísticas que o processo fascista de subjugação deixou vazias. Parece que o século se obscureceu: repelir o medo, produzir resistência, é, antes de mais, dissipar as sombras, reconquistar o sentido das palavras. Preenchê-las com coisas, com realidade, com liberdade. Subjectivá-las. Mas a operação principal consiste em reconhecer que o fascismo é sempre o mesmo, é sempre a repetição da violência para bloquear a esperança, é o velho — os desvalores absolutos do patriarcado, da violência da exploração e da soberania — que volta a ser ilusoriamente proposto como uma necessidade do espírito e uma obrigação da moral, quando, na verdade, é fundamento de uma cultura de morte. «Viva a morte» é a palavra de ordem do fascismo. «Viva a vida» é a resposta de quem não tem medo •

Por vezes sinto-me completamente estranho face ao mundo que me rodeia. Sensação curiosa para quem preencheu três volumes com uma história ...

• online • «Que a eternidade nos abrace» • Toni Negri • Um texto que Negri escreveu a propósito do lançamento do terceir...
07/02/2024

• online • «Que a eternidade nos abrace» • Toni Negri • Um texto que Negri escreveu a propósito do lançamento do terceiro livro da série «Storia di un comunista», lançado em 2020. Publicado na EuroNomade no dia da sua morte, a16 de Dezembro de 2023, e agora traduzido para português por Paulo Ávila para o Jornal Punkto •

• «Quando — não há muito tempo — um horrendo personagem fascista ascendeu à presidência de um grande país, o Brasil, a alguns jovens amigos que perguntavam: «O que podemos fazer? Como agir para resistir?», respondi: «Não tenham medo». Esta é a condição para construir uma grande e efectiva resistência. O fascismo rege-se pelo medo, produz o medo, institui e mantém o povo no medo. Não ter medo: é tudo o que temos de ser capazes de dizer ao povo, entre o povo, na multitude que hoje sofre o regresso da barbárie fascista, também aqui, sob o nosso sol. Não ter medo de romper a prisão da linguagem vazia que nos é imposta e rir da autoridade, onde quer que ela se apresente com a grotesca máscara fascista. Não ter medo significa libertar as paixões e, desse modo, preencher aquelas formas linguísticas que o processo fascista de subjugação deixou vazias. Parece que o século se obscureceu: repelir o medo, produzir resistência, é, antes de mais, dissipar as sombras, reconquistar o sentido das palavras. Preenchê-las com coisas, com realidade, com liberdade. Subjectivá-las. Mas a operação principal consiste em reconhecer que o fascismo é sempre o mesmo, é sempre a repetição da violência para bloquear a esperança, é o velho — os desvalores absolutos do patriarcado, da violência da exploração e da soberania — que volta a ser ilusoriamente proposto como uma necessidade do espírito e uma obrigação da moral, quando, na verdade, é fundamento de uma cultura de morte. «Viva a morte» é a palavra de ordem do fascismo. «Viva a vida» é a resposta de quem não tem medo •

Por vezes sinto-me completamente estranho face ao mundo que me rodeia. Sensação curiosa para quem preencheu três volumes com uma história ...

• online • «O bom, o mau e o militante. Toni Negri (1933 - 2023)» • Luhuna Carvalho •• A poucos dias do colóquio «Ao enc...
02/02/2024

• online • «O bom, o mau e o militante. Toni Negri (1933 - 2023)» • Luhuna Carvalho •

• A poucos dias do colóquio «Ao encontro de Antonio Negri» que reunirá, na Biblioteca Nacional, no próximo dia 5 de Fevereiro, um conjunto assinalável de contributos sobre o legado, a filosofia e a militância política e comunista de Antonio Negri, publicamos no Jornal Punkto este artigo de Luhuna Carvalho, síntese, problema e circunstância exemplar daquilo que nos deixa por fazer e pensar este filósofo italiano que morreu em Dezembro último, em Paris •

https://www.revistapunkto.com/2024/01/o-bom-o-mau-e-o-militante-toni-negri.html

• online • «O bom, o mau e o militante. Toni Negri (1933 - 2023)» • Luhuna Carvalho •• A poucos dias do colóquio «Ao enc...
31/01/2024

• online • «O bom, o mau e o militante. Toni Negri (1933 - 2023)» • Luhuna Carvalho •

• A poucos dias do colóquio «Ao encontro de Antonio Negri» que reunirá, na Biblioteca Nacional, no próximo dia 5 de Fevereiro, um conjunto assinalável de contributos sobre o legado, a filosofia e a militância política e comunista de Antonio Negri, publicamos no Jornal Punkto este artigo de Luhuna Carvalho, síntese, problema e circunstância exemplar daquilo que nos deixa por fazer e pensar este filósofo italiano que morreu em Dezembro último, em Paris •

Os situacionistas diziam que tinham um pai que amavam, Dada, e um pai que odiavam, o Surrealismo. Para muitos de nós, Toni Negri cumpria a...

• online • «Escola do Porto: um princípio de desassossego (— a propósito do centenário de Fernando Távora)» • Pedro Levi...
29/01/2024

• online • «Escola do Porto: um princípio de desassossego (— a propósito do centenário de Fernando Távora)» • Pedro Levi Bismarck • No dia em que é lançado o catálogo da exposição «Fernando Távora. Pensamento Livre», o Jornal Punkto publica uma breve nota de reflexão com que Pedro Levi Bismarck terminou a sua apresentação, no passado sábado, no âmbito de uma mesa redonda igualmente inserida nas comemorações do centenário de Fernando Távora na Fundação Marques da Silva. Uma reflexão sobre o sentido intempestivo da palavra co-memoração, uma reflexão sobre o sentido intempestivo de co-memorar Fernando Távora. É que mais do que voltar a Távora, trata-se, pelo contrário, de fazer com que Távora interpele o nosso presente: um tempo de crise de um modelo de arquitecto, de um modelo de arquitectura, de um modelo de escola e de investigação •

«Para Fernando Távora, como para Álvaro Siza ou Souto de Moura, a arquitectura não tem simplesmente a forma de uma prática, mas tem a forma de um saber. Na entrevista à Electra, Eduardo Souto de Moura sintetiza esse princípio na expressão: «não há desenho sem cultura». E a mesma advertência relativamente à escola e ao ensino encontrava-se já em Távora, em 1971, quando este dizia, tão candidamente como lapidarmente, que «a ideia de que um arquitecto deve ser sobretudo um lápis maravilhoso é uma ideia ultrapassada, pois não há lápis maravilhosos sem cabecinhas maravilhosas».
Se Álvaro Siza, Eduardo Souto de Moura são, entre os arquitectos reconhecidos, os poucos, os únicos, em Portugal, que têm aproveitado a sua visibilidade para expressar dúvidas relativamente às condições actuais da arquitectura é porque guardam consigo uma ideia de «arquitectura como projecto» que está hoje definitivamente posta em causa. Mas é também porque guardam intacto consigo uma condição de homme des lettres — como fazia questão de se designar a si mesmo Le Corbusier — que os define não apenas como arquitectos, mas como intelectuais. Ah, intelectuais, que palavra tão fora de moda! E, no entanto, foi precisamente essa figura do arquitecto como intelectual que marcou e construiu a herança disciplinar do século XX. E é essa condição que Siza e Souto de Moura transportam, cada um à sua maneira: uma vocação de permanente interpelação, reflexão sobre si mesmo, não naquilo que os faz ser singular, mas naquilo que os faz ser plural. Não apenas introspecção, mas extrospecção.
Uma vocação de desassossego para o mundo, poderíamos dizer, que ambos devem indubitavelmente a Fernando Távora; um principio de desassossego que animou todo um modo de ser arquitectura que está, no entanto, cada vez mais longe daquilo que é a condição actual da escola do Porto» •

https://www.revistapunkto.com/2024/01/escola-do-porto-um-principio-de.html

• online • «Escola do Porto: um princípio de desassossego (— a propósito do centenário de Fernando Távora)» • Pedro Levi...
25/01/2024

• online • «Escola do Porto: um princípio de desassossego (— a propósito do centenário de Fernando Távora)» • Pedro Levi Bismarck • No dia em que é lançado o catálogo da exposição «Fernando Távora. Pensamento Livre», o Jornal Punkto publica uma breve nota de reflexão com que Pedro Levi Bismarck terminou a sua apresentação, no passado sábado, no âmbito de uma mesa redonda igualmente inserida nas comemorações do centenário de Fernando Távora na Fundação Marques da Silva. Uma reflexão sobre o sentido intempestivo da palavra co-memoração, uma reflexão sobre o sentido intempestivo de co-memorar Fernando Távora. É que mais do que voltar a Távora, trata-se, pelo contrário, de fazer com que Távora interpele o nosso presente: um tempo de crise de um modelo de arquitecto, de um modelo de arquitectura, de um modelo de escola e de investigação •

«Para Fernando Távora, como para Álvaro Siza ou Souto de Moura, a arquitectura não tem simplesmente a forma de uma prática, mas tem a forma de um saber. Na entrevista à Electra, Eduardo Souto de Moura sintetiza esse princípio na expressão: «não há desenho sem cultura». E a mesma advertência relativamente à escola e ao ensino encontrava-se já em Távora, em 1971, quando este dizia, tão candidamente como lapidarmente, que «a ideia de que um arquitecto deve ser sobretudo um lápis maravilhoso é uma ideia ultrapassada, pois não há lápis maravilhosos sem cabecinhas maravilhosas».

Se Álvaro Siza, Eduardo Souto de Moura são, entre os arquitectos reconhecidos, os poucos, os únicos, em Portugal, que têm aproveitado a sua visibilidade para expressar dúvidas relativamente às condições actuais da arquitectura é porque guardam consigo uma ideia de «arquitectura como projecto» que está hoje definitivamente posta em causa. Mas é também porque guardam intacto consigo uma condição de homme des lettres — como fazia questão de se designar a si mesmo Le Corbusier — que os define não apenas como arquitectos, mas como intelectuais. Ah, intelectuais, que palavra tão fora de moda! E, no entanto, foi precisamente essa figura do arquitecto como intelectual que marcou e construiu a herança disciplinar do século XX. E é essa condição que Siza e Souto de Moura transportam, cada um à sua maneira: uma vocação de permanente interpelação, reflexão sobre si mesmo, não naquilo que os faz ser singular, mas naquilo que os faz ser plural. Não apenas introspecção, mas extrospecção.

Uma vocação de desassossego para o mundo, poderíamos dizer, que ambos devem indubitavelmente a Fernando Távora; um principio de desassossego que animou todo um modo de ser arquitectura que está, no entanto, cada vez mais longe daquilo que é a condição actual da escola do Porto» •

[imagem: ©Fundação Marques da Silva, Arquivo Fernando Távora]

A co-memoração de algo implica um recordar que é co-lectivo e co-electivo . Trata-se de trazer para o presente a qualidade de algo que s...

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PUNKTO IS AN UN-DISCIPLINED MAGAZINE ABOUT LIMITS : OF PRACTICE, OF THEORY, OF ART AND ARCHITECTURE AND IS BASED IN PORTO

O ano inicia-se com a publicação de um texto já antigo de Giorgio Agamben, «Metropolis», seguindo a linha de reflexão aqui iniciada com Marcello Tarì e Tiago F Duarte em torno da metrópole. Por sua vez, a partir de uma conferência de Sou Fujimoto, no Fórum do Futuro, João Costa reflecte sobre o actual quadro de produção de arquitectura subsumido à lógica do mercado. Por último, Ana Bigotte Vieira propõe-nos a leitura de um texto publicado na revista da Associação de Estudantes do ISCTE em 1999. Seguindo e continuando o debate já aqui aberto sobre a Universidade.

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