Jornal Punkto

Jornal Punkto Punkto é um projecto indisciplinar e indisciplinado

Punkto é um projecto indisciplinar e indisciplinado sobre a prática e sobre a teoria: da arquitectura, da crítica, da política, do comum.

• online • «Considerações em torno do manifesto “Mais do que Casas”» • Diogo Simões  •• «Justamente, o programa «Mais do...
04/12/2024

• online • «Considerações em torno do manifesto “Mais do que Casas”» • Diogo Simões •

• «Justamente, o programa «Mais do que Casas» está mais interessado na gestão dos problemas, diria mesmo na sua perpetuação, do que na criação de um verdadeiro questionamento que possa retribuir uma vida boa, uma vida justa. O que é, convenientemente, favorável à economia de mercado, ao Estado, mas pouco às populações locais. E correm sobremaneira o risco de verem impávidos as suas tácticas e estratégias serem sucessivamente recuperadas pela lógica capitalista, e de mercado, e não servirem mais do que para estratégias comerciais (...). Nisto, o problema, que é real, torna-se num campo árido pronto a ser explorado por todos os meios. Ao negarem, ou ao não quererem falar e questionar as políticas opressoras, neoliberais, subjacentes aos nossos modos de produção, apenas contribuem para a sua perpetuação. Sente-se, de todo o modo, a desconfiança nas instituições num tal projecto, cuja iniciativa parece ceder a conformismos. Mas regressemos à pergunta inicialmente formulada: quais são as vantagens da iniciativa e consequente programa? Referem as questões para as quais exigimos respostas, por um lado, por outro, nem o mais pequeno vislumbre em referir aquilo que nos parece ser a supra-mencionada questão: como libertar a arquitectura das demandas do capitalismo? Apenas pelos conhecimentos especializados das mentes privilegiadas? Julgamos que não. Abaixo as torres de marfim! •

Quais são efectivamente as vantagens de uma iniciativa agora lançada a várias instituições com o propósito de pensar a questão da habitaçã...

• online • Um fogo a lápis • Maria Lis • Um texto sobre o Bairro do Zambujal que já deveria ter sido publicado mas cuja ...
02/12/2024

• online • Um fogo a lápis • Maria Lis • Um texto sobre o Bairro do Zambujal que já deveria ter sido publicado mas cuja leitura é ainda assim e depois de algum tempo imprescindível •

• O dia era de luto, mas alguma coisa muito viva aconteceu. Alguns jovens do bairro não puderam engolir, pela enésima vez, aquela raiva, tão natural. Arrancaram alguns sinais de trânsito, recolheram umas madeiras podres, umas garrafas vazias e lixo que nunca é totalmente levado daquelas ruas, trouxeram uns caixotes da reciclagem e fizeram uma barricada, como puderam. Dei-me conta de que eles tinham um plano, porque foram tapando a cara, foram chamando os amigos, foram atirando ao chão petardos, como um aviso.

A maravilha deu-se, para mim, quando vi que um grupo de crianças pequenas se aproximou do local, com um caixote enorme cheio de folhetos de publicidade. Espalharam os papéis e desenharam neles, fizeram aviões e flores, atiraram-nos ao ar e voltaram a apanhá-los. Depois levaram os desenhos, os aviões e flores, aos magotes, para as barricadas, preenchendo os espaços vazios. Não paravam de aparecer papéis e crianças que mais do que lágrimas, traziam gargalhadas. Meninos e meninas da Terra do Nunca, preparados para o que desse e viesse •

Quase tudo foi já dito sobre os recentes acontecimentos no Bairro do Zambujal. Um homem morreu às mãos de um polícia de giro, o que não ...

• Citando Félix Guattari, Franco Bifo Berardi inicia esta reflexão comparando Donald Trump com as algas mutantes que inv...
20/11/2024

• Citando Félix Guattari, Franco Bifo Berardi inicia esta reflexão comparando Donald Trump com as algas mutantes que invadiram a Lagoa de Veneza. É desta leitura “ecológica” do fascismo que parte a sua incursão no ambiente tóxico onde este proliferou: a psicosfera contaminada pela cultura do bullying, da agressão e da humilhação; a “cave fétida” do subconsciente norte-americano, infestada pelos fantasmas do genocídio e da escravatura; o consumismo desenfreado e a fármaco-dependência que falham em aliviar as vidas miseráveis; nada menos do que as condições da germinação do fenómeno Trump, sem as quais a sua implantação ou a sua reafirmada persistência permaneriam incompreenseis, e que, protanto, não poderão deixar de ser confrontadas •

• online • Loving gun smoke • Franco “Bifo” Berardi • ler artigo completo • https://www.revistapunkto.com/2024/11/loving-gun-smoke-franco-bifo-berardi.html

«Assim como as algas monstruosas e mutantes invadem a Lagoa de Veneza, também os nossos ecrãs de televisão são povoados, saturados, por im...

• online • Nós, europeus... • Pedro Levi Bismarck •• «Ao transformar e generalizar o direito legítimo de manifestação co...
11/11/2024

• online • Nós, europeus... • Pedro Levi Bismarck •

• «Ao transformar e generalizar o direito legítimo de manifestação contra o Estado de Israel e o genocídio do povo palestiniano em actos ilegítimos de puro anti-semitismo (como se não fosse possível uma manifestação contra Israel, porque isto seria sempre anti-semitismo), a Europa cai numa tautologia ético-política catastrófica cujo corolário moral é este e apenas este: justificar o genocídio em nome do holocausto. Esta posição não silencia apenas o genocídio do povo palestiniano em curso, não alimenta apenas todo um ciclo crescente de mais violência, mas é ela própria anti-semita porque afirma uma mentira histórica, ao garantir a unidade e a identificação total de todos os judeus com o Estado de Israel, o que está longe de ser verdade» •

A propósito dos confrontos em Amesterdão entre adeptos do Maccabi Tel Aviv e manifestantes pró-palestinianos, é particularmente interessan...

• online • Porquê a guerra? • Maurizio Lazzarato • no dia das eleições americanas uma análise penetrante da economia e d...
05/11/2024

• online • Porquê a guerra? • Maurizio Lazzarato • no dia das eleições americanas uma análise penetrante da economia e da política americanas •

• online • Porquê a guerra? • Maurizio Lazzarato • Na véspera das eleições americanas uma análise penetrante da economia...
04/11/2024

• online • Porquê a guerra? • Maurizio Lazzarato • Na véspera das eleições americanas uma análise penetrante da economia e da política americanas •

• O cerne do problema está na falência do modelo económico e político dos EUA, que conduz necessariamente à guerra, ao genocídio e à guerra civil interna, por enquanto apenas latente, mas que já se materializou uma primeira vez no Capitólio, no final da presidência de Donald Trump. A economia norte-americana já deveria há muito ter declarado bancarrota, se lhe aplicassem as mesmas regras que valem para os outros países. No final de Abril de 2024, a dívida pública total, chamada Total Treasury Security Outstanding, ou seja, a soma das várias obrigações e títulos da dívida pública, ascendia aos 34.617 biliões de dólares. Doze meses antes, este valor era de 31.458 biliões. Num ano, a dívida pública aumentou 3,16 biliões de dólares, valor quase equivalente à dívida pública da Alemanha, a quarta maior economia mundial. Mas é a sua progressão exponencial que está agora completamente fora de controlo: um aumento de mil milhões a cada cem dias. Hoje, já aumenta 1 bilião a cada 60 dias •

https://www.revistapunkto.com/2024/11/porque-guerra-maurizio-lazzarato.html

A falência económica e política dos EUA Um duplo, contraditório e complementar, processo político e económico está em curso: o Estado e ...

• online • «Uma tarde tranquila no Bairro do Zambujal» • Luhuna Carvalho •• A noite cai. Enquanto ponderamos se vamos ou...
24/10/2024

• online • «Uma tarde tranquila no Bairro do Zambujal» • Luhuna Carvalho •

• A noite cai. Enquanto ponderamos se vamos ou se ficamos vemos no final do quarteirão um autocarro parado. As suas janelas estão a ser quebradas com calhaus da calçada. Depois chovem cocktails molotovs e o veículo começa a arder. Ao longe, várias pessoas observam o fogo atónitas e incrédulas, enfeitiçadas pelas chamas, como se o tempo tivesse parado, até que alguém grita «polícia!» e as ruas ficam imediatamente vazias. Só paramos de correr no final da rua, já perto do túnel que dá para a Buraca. Uma torre de fumo gigante corta o azul-escuro do céu. As pessoas que estão a chegar ao bairro, vindas do comboio, aguardam ali que a situação acalme. É uma imagem estranha, que ecoa aquelas que toda a gente já viu mil vezes na televisão, mas em locais distantes do globo. Uma jovem mulher negra, arranjada como se viesse de um emprego corporate no centro da cidade, repete o que ouvimos até então: «porra, agora ficamos sem paragem de autocarro? Mas olha, fizeram bem, estamos revoltados». É essa a contradição em jogo: toda a gente ali aspira a ter uma vida normal, mas essa vida normal ser-lhes-á sempre negada com a mesma violência com que serão castigados por não a ter •

Cheguei ao Bairro do Zambujal com alguns amigos, a tempo de acompanhar a marcha que passava em frente à casa de Odair Moniz e dos seus fam...

• online • O fim do Judaísmo • Giorgio Agamben •• «Ao negar a raiz do exílio e da diáspora em nome de um Estado nacional...
11/10/2024

• online • O fim do Judaísmo • Giorgio Agamben •

• «Ao negar a raiz do exílio e da diáspora em nome de um Estado nacional, o Sionismo traiu assim a própria essência do judaísmo. Não é de admirar, portanto, que esta negação tenha produzido um outro exílio, o dos palestinianos, e levado o Estado de Israel a identificar-se com as formas mais extremas e impiedosas do Estado-nação moderno. A reivindicação tenaz da história, da qual a diáspora, segundo os sionistas, teria excluído os judeus, vai na mesma direcção. Mas isso pode significar que o Judaísmo, que não tinha morrido em Auschwitz, talvez hoje conheça o seu fim» •

https://www.revistapunkto.com/2024/10/o-fim-do-judaismo-giorgio-agamben.html

• online • O fim do Judaísmo • Giorgio Agamben • ver link no perfil ou nas histórias •• «Ao negar a raiz do exílio e da ...
10/10/2024

• online • O fim do Judaísmo • Giorgio Agamben • ver link no perfil ou nas histórias •

• «Ao negar a raiz do exílio e da diáspora em nome de um Estado nacional, o Sionismo traiu assim a própria essência do judaísmo. Não é de admirar, portanto, que esta negação tenha produzido um outro exílio, o dos palestinianos, e levado o Estado de Israel a identificar-se com as formas mais extremas e impiedosas do Estado-nação moderno. A reivindicação tenaz da história, da qual a diáspora, segundo os sionistas, teria excluído os judeus, vai na mesma direcção. Mas isso pode significar que o Judaísmo, que não tinha morrido em Auschwitz, talvez hoje conheça o seu fim» •

Não é possível entender o sentido do que está hoje a acontecer em Israel se não se compreender como o sionismo constitui uma dupla negação...

• online • «Quem pode pensar a questão da habitação» • Pedro Levi Bismarck • • Depois de uma longa pausa, o Punkto está ...
07/10/2024

• online • «Quem pode pensar a questão da habitação» • Pedro Levi Bismarck •

• Depois de uma longa pausa, o Punkto está de regresso com os olhos postos na questão da habitação com uma particular atenção para a inauguração da exposição «Mais do que casas: como vamos habitar em Abril 2074» que inaugurou no MUDE, na passada sexta-feira • «Neste sentido, a inauguração da exposição «Mais do que Casas: como vamos habitar em Abril 2074?» constitui assim um momento precioso para um reconhecimento das respostas dadas pelas diversas faculdades. No seguimento de um convite para escrever sobre esta iniciativa, fui visitar a exposição ao MUDE, coisa que me vi impossibilitado de fazer por uma razão de natureza ética: o custo do bilhete. Ora, pergunto-me: como é possível que instituições públicas de ensino e instituições públicas da cultura, num trabalho que diz respeito às condições de acesso a uma habitação pública possa ter um custo de entrada de onze euros (num museu que tinha, aliás, meia-dúzia de turistas, definitivamente pouco interessados na questão da habitação)» •

• online • «Quem pode pensar a questão da habitação» • Pedro Levi Bismarck • • Depois de uma longa pausa, o Punkto está ...
03/10/2024

• online • «Quem pode pensar a questão da habitação» • Pedro Levi Bismarck •

• Depois de uma longa pausa, o Punkto está de regresso com os olhos postos na questão da habitação com uma particular atenção para a inauguração da exposição «Mais do que casas: como vamos habitar em Abril 2074» que inaugurou no MUDE, na passada sexta-feira • «Neste sentido, a inauguração da exposição «Mais do que Casas: como vamos habitar em Abril 2074?» constitui assim um momento precioso para um reconhecimento das respostas dadas pelas diversas faculdades. No seguimento de um convite para escrever sobre esta iniciativa, fui visitar a exposição ao MUDE, coisa que me vi impossibilitado de fazer por uma razão de natureza ética: o custo do bilhete. Ora, pergunto-me: como é possível que instituições públicas de ensino e instituições públicas da cultura, num trabalho que diz respeito às condições de acesso a uma habitação pública possa ter um custo de entrada de onze euros (num museu que tinha, aliás, meia-dúzia de turistas, definitivamente pouco interessados na questão da habitação)» •

A habitação tornou-se um dos elementos centrais do debate público. Ainda que a necessidade de construção de habitação apareça como a respo...

• online • «Je est un autre: a persistência do desejo fascista» • Paulo Ávila•• A ascensão gradual da extrema-direita em...
24/04/2024

• online • «Je est un autre: a persistência do desejo fascista» • Paulo Ávila•

• A ascensão gradual da extrema-direita em Portugal, tem levado a um conjunto alargado de observações, leituras e análises: por um lado, procurando compreender os fundamentos e as condições sociais e políticas da sua formação, por outro lado, a sua emergência num processo histórico global mais vasto de recomposição e reorganização da direita tradicional. Mas neste artigo de Paulo Ávila, trata-se sobretudo de percorrer a natureza subterrânea do movimento que a extrema-direita, leia-se o fascismo, e a sua irreprimível «economia do desejo» não cessa de mobilizar na relação que estabelece com esse que é o verdadeiro sujeito despolitizado que funda não só a democracia liberal ocidental, mas também o espectáculo mediático: as «massas» •

• As portas da .livros estão quase a abrir e os primeiros 10 exemplares da edição 3 /41 já estão disponíveis • Acredita ...
18/04/2024

• As portas da .livros estão quase a abrir e os primeiros 10 exemplares da edição 3 /41 já estão disponíveis • Acredita na democracia? • uma edição com textos de Pedro Levi Bismarck, Paulo Ávila, Luhuna Carvalho, Jacques Rancière, Toni Negri e Samera Esmeir • + info ver link no perfil •

https://www.revistapunkto.com/2024/04/acredita-na-democracia.html

• Edição 3 / 41 • Inverno 2024 • Acredita na democracia? • artigos de Pedro Levi Bismarck, Paulo Ávila, Luhuna Carvalho,...
15/04/2024

• Edição 3 / 41 • Inverno 2024 • Acredita na democracia? • artigos de Pedro Levi Bismarck, Paulo Ávila, Luhuna Carvalho, Jacques Rancière, Toni Negri e Samera Esmeir • já disponível na Térmita, Trama, Flaneur e Livraria Utopia. Em breve disponível na Tigre de Papel, Snob e livraria do Cinema Batalha •

https://www.revistapunkto.com/2024/04/acredita-na-democracia.html

• E eis senão quando numa manhã de Abril • “Acredita na democracia?” • edição 3 / 41 • inverno 2024 • com algum atraso a...
11/04/2024

• E eis senão quando numa manhã de Abril • “Acredita na democracia?” • edição 3 / 41 • inverno 2024 • com algum atraso aí está a última edição do Jornal Punkto • artigos de Pedro Levi Bismarck, Paulo Ávila, Luhuna Carvalho, Jacques Rancière, Toni Negri e Samera Esmeir • disponível a partir da próxima sexta-feira nas livrarias Térmita e Trama no Porto. E depois nas livrarias habituais com distribuição assegurada pela • a edição deste número esteve a cargo de Pedro Levi Bismarck e Paulo Ávila • mais informações brevemente •

https://www.revistapunkto.com/2024/04/acredita-na-democracia.html

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PUNKTO IS AN UN-DISCIPLINED MAGAZINE ABOUT LIMITS : OF PRACTICE, OF THEORY, OF ART AND ARCHITECTURE AND IS BASED IN PORTO

O ano inicia-se com a publicação de um texto já antigo de Giorgio Agamben, «Metropolis», seguindo a linha de reflexão aqui iniciada com Marcello Tarì e Tiago F Duarte em torno da metrópole. Por sua vez, a partir de uma conferência de Sou Fujimoto, no Fórum do Futuro, João Costa reflecte sobre o actual quadro de produção de arquitectura subsumido à lógica do mercado. Por último, Ana Bigotte Vieira propõe-nos a leitura de um texto publicado na revista da Associação de Estudantes do ISCTE em 1999. Seguindo e continuando o debate já aqui aberto sobre a Universidade.