15/12/2024
COOPERATIVA JUNTA CERCA DE 500 AGRICULTORES NUM ALMOÇO DE NATAL COM O MINISTRO DA AGRICULTURA E PESCAS
A Cooperativa Agrícola de Arcos de Valdevez e Ponte da Barca reuniu cerca de 500 pessoas num almoço de Natal, que decorreu este domingo, na Quinta da Parada, no concelho arcuense.
Em declarações à Barca Fm, Beatriz Silva revelou que a procura excedeu o número de lugares e, pedindo desculpa aos que não puderam vir, adiantou que “para o ano terão de pensar num lugar onde possam acolher todos” com dignidade.
A diretora geral da Cooperativa sublinhou que “mais do que um almoço, este é um convívio e um encontro de pessoas que têm uma ligação profunda à atividade agrícola” onde se partilham experiências, num momento de particular importância onde a “paz, o amor, e a esperança em dias melhores” assume maior relevo.
“Nós sozinhos não valemos nada e juntos temos uma importância profunda”, salientou.
Em jeito de balanço para o novo ano, Beatriz Silva assegurou que 2023/2024 não foram anos fáceis.
“Este novo quadro comunitário de apoio foi muito complicado para nós, principalmente nesta zona de minifúndio. Não considera o nosso tipo de exploração, numa zona onde, predominantemente, prevalece a pecuária extensiva. Vemo-nos a braços com um problema, que tem a ver com a forma como se está a gerir o território comunitário baldio. Temos tentado, de uma forma tremenda, fazer chegar junto à tutela o que representa o nosso território, como vivem os nossos produtores e o que é que eles fazem”, referiu Beatriz Silva.
A diretora acrescentou ainda que o desempenho dos agricultores é muito importante, não só pela atividade agrícola, mas também porque “são o sustento da manutenção dos espaços, da luta contra incêndios, do controlo da floresta e da biodiversidade”.
AUTARCA ARCUENSE LANÇA 3 DESAFIOS AO MINISTRO DA AGRICULTURA E AFIRMA QUE “SER AGRICULTOR É COOL”
Num discurso onde não faltaram elogios à pessoa e ao desempenho de José Manuel Fernandes como ministro da Agricultura, o autarca João Manuel Esteves deixou 3 desafios ao Ministério.
O primeiro passou pelo reforço das verbas do PEPAC – Plano Estratégico da Política Agrícola Comum para “territórios de minifúndio e de baixa densidade”, com especificidade para a “pecuária, os baldios e para os vinhos”.
O segundo teve a ver com o Simplex. “Nós, às vezes, parecemos carregados, como aqueles carros de feno, até cima cheio de papéis para fazer uma candidatura, receber um subsídio, ou executar um licenciamento”, considerou o autarca arcuense.
O último pedido foi sobre o futuro. “Trabalharmos sobre a inovação, chamar gente nova para a agricultura. Se quiserem uma frase que a gente nova entende, eu digo: ser agricultor é cool”.
Para João Manuel Esteves, não “há atividade nenhuma que mais garanta a fixação de pessoas no território, nomeadamente, em territórios de montanha, que não seja a agricultura”.
MINISTRO DEIXA ELOGIO A “QUEM TRABALHA NA TERRA” E ASSEGURA QUE “TEMOS GENTE NO PAÍS QUE É PAGA PARA EMPATAR E ENCRAVAR PROCESSOS”
Em declarações aos jornalistas, à chegada ao evento, o ministro da Agricultura referiu que veio “prestar homenagem e agradecer àqueles que trabalham continuamente na terra, que não se esquecem das suas raízes, contribuem para a coesão territorial, são resilientes e nunca deitam a toalha ao chão”.
José Manuel Fernandes elogiou o trabalho, desenvolvido na região, na promoção dos produtos locais, como é o caso da carne cachena ou do feijão tarrestre.
Questionado sobre as dificuldades de acesso aos apoios financeiros, o ministro da Agricultura garantiu que estão a “simplificar ao máximo”.
“Já com várias portarias temos avançado para essa simplificação, agora há alguma burocracia que não está nas mãos do Ministério da Agricultura. Tudo o que pudermos vamos simplificar, mas depois eu sei que muitas das burocracias estão no tempo em que demora um licenciamento, por exemplo. É uma enormidade, é impossível. E, infelizmente, temos gente no país, que é paga para empatar e encravar processos, em vez de procurar agilizar. Esse é um outro trabalho que nós temos de fazer e, se calhar, até o trabalho mais difícil, porque há muita gente instalada que, em vez de resolver, procura complicar”, afirmou o governante.
A Cooperativa Agrícola de Arcos de Valdevez e Ponte da Barca nasceu em 1976 e tem, atualmente, mais de 2500 cooperantes.
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Texto / Fotos - Mónica Mota Lopes