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Apresentamos a nossa próxima edição: ‘Uma pequena história da fadiga’, de Tom Melick. Este ensaio, originalmente publica...
21/09/2024

Apresentamos a nossa próxima edição: ‘Uma pequena história da fadiga’, de Tom Melick.

Este ensaio, originalmente publicado em dezembro de 2020 pela Rosa Press, procura desdobrar uma face dupla da fadiga. Não deixando de ser uma consequência direta do trabalho alienado, a exaustão é, também, um obstáculo a ser superado pela produção capitalista, um limite imposto ao lucro.

Podem as trabalhadoras encontrar-se, umas às outras, nestes momentos de dissociação? E será possível, a partir deles, planear uma fuga mais permanente?

“Ao mesmo tempo, interessa-me a fadiga enquanto um “factor afectivo” porque é, apesar de tudo o que é feito para a remediar, um estado negativamente activo - um estado que não aumenta a produtividade. Ou seja, para dizer que é um pouco misteriosa e que nos abre frequentemente possibilidades de olharmos para o tecto ou para o céu, de sonharmos acordadas, de desacelerarmos, de nos recusarmos a participar.”

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Tom Melick é um escritor e editor australiano. Edita, ao lado de Elisa Taber, a série Slug, e, em conjunto com Simryn Gill, fundou e coordena a Stolon Press.

A tradução é da braba Leonor Castro Nunes.

Novidades muito em breve!

PEDRA E SEMENTE // Mira Mattar Neste ensaio originalmente publicado pela Vittles Magazine, Mattar reflete sobre a destru...
02/09/2024

PEDRA E SEMENTE // Mira Mattar

Neste ensaio originalmente publicado pela Vittles Magazine, Mattar reflete sobre a destruição de infraestruturas alimentares enquanto ferramenta de genocídio do povo palestiniano.

“Mesmo antes do genocídio em curso, cerca de 80% dos 2 milhões de habitantes de Gaza dependiam desta ajuda [humanitária], que, já de si escassa, tem sido de tal forma controlada desde 7 de outubro de 2023 que nem frutas de caroço podem entrar – não apenas porque os caroços podem (supostamente) virar armas, mas também porque os caroços podem ser plantados de volta à existência. Na raiz, é a existência palestiniana que a entidade sionista precisa de negar constantemente para constantemente se criar a si própria. É extrativa, canibal. Devora. Gaza morre de fome.”

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Nesta pequena série dedicada a Paul Mattick, traduzimos dois textos do dossier “The Young Mattick: Early Writings (1924-...
14/07/2024

Nesta pequena série dedicada a Paul Mattick, traduzimos dois textos do dossier “The Young Mattick: Early Writings (1924-1934)”, recolhido e organizado pela Endnotes.

No dossier original, “Uma reflexão pessoal”, assinado por Marie, serve de prefácio à série próxima da ficção documental, registo que no percurso de Mattick se tem mantido na sombra do trabalho teórico. Assente numa experiência partilhada, o testemunho de Marie é uma carta aberta sobre uma classe trabalhadora que procura estilhaçar a sua própria existência: “Nas palavras de Marx, “eu não sou nada e eu devo ser tudo”.”

“Dínamo”, pequeno conto escrito por Mattick em 1934, explora a interseção entre a especulação imobiliária e a violência policial ra***ta em Chicago. Partindo do despejo da família Washington, Mattick estabelece uma comparação entre o potencial energético dos levantes políticos e as investidas mais desenfreadas da investigação em torno da energia nuclear: “Mas faltaria muito para que estas faíscas irregulares fluíssem numa onda poderosa e amplamente consciente que atravessasse toda a terra e iluminasse as estrelas?”

Justiça para Cláudia Simões. Violência policial ra***ta mata.

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O percurso de Fausto não é unidimensional. Se a nível político se posicionou tantas vezes longe de uma tradição em que r...
09/07/2024

O percurso de Fausto não é unidimensional. Se a nível político se posicionou tantas vezes longe de uma tradição em que reconhecemos figuras como Teixeira de Pascoaes, Agostinho da Silva ou o próprio Eduardo Lourenço, em busca de um qualquer quinto império, é inegável que a sua discografia é atravessada por uma ideia central de portugalidade com que nunca deixou de nos encarar. Cantar a pátria era também invocar problemas e legados que à sua volta permaneciam engavetados. Neles remexendo, não raras vezes nos deixou ainda mais confusos. Pelo caminho, produziu uma das discografias mais ricas da língua portuguesa, nunca deixando de nela se refletir a sua e a nossa presença em lugares de exploração, a sua e a nossa dificuldade em articular a “lusitana viagem medonha”.”

Nesta leitura analítica da carreira de Fausto Bordalo Dias, Emanuel Graça guia-nos por uma experiência de diáspora, por uma nostalgia demasiado larga para se saciar numa única bandeira, numa única pátria imaginada. Na hora da sua morte, Fausto é, aos olhos da opinião pública, mais um cantautor consensual, de quem nos despedimos lançando rosas. Distanciamo-nos do tom elegíaco e raso com que temos enterrado os mortos e tentamos respeitar a canção: “Morrer, ficar quieto, não”.

Ler artigo: https://maiomaio-fausto.cargo.site

Abrimos a nossa última publicação e partilhamos alguns excertos. “Memórias que guardo do meu Mestre na SMOL* - Manuel Fe...
12/06/2024

Abrimos a nossa última publicação e partilhamos alguns excertos.

“Memórias que guardo do meu Mestre na SMOL* - Manuel Fernando Oliveira Fonseca (1931-2017)”, de José Lopes.

*Sociedade Metalúrgica Ovarense, LDª.

“O Martírio da Palestina Inverte o Mundo da Lei”, ensaio de Bassem Saad originalmente publicado na Protean Magazine, exp...
05/06/2024

“O Martírio da Palestina Inverte o Mundo da Lei”, ensaio de Bassem Saad originalmente publicado na Protean Magazine, expõe a incompatibilidade entre o martírio e a noção de direitos humanos na Palestina.

Partindo de referências como Ghassan Kanafani, Hannah Arendt ou Robert Meister, Saad aponta para a incapacidade de várias “esquerdas ocidentais” reconhecerem os termos da luta contra o genocídio definidos pelo próprio povo palestiniano.

“O martírio palestiniano atravessa a fronteira entre o secular e o teológico, estreitando a lacuna deixada pela ausência do direito a ter direitos. Reconhece que a vida e a morte palestinianas não são governadas por um regime ou comunidade política da sua autoria, em que os seus direitos possam ser codificados e exercidos. É simultaneamente um modo de ação pragmática e um método de elogio fúnebre: até o colonizador deixar de governar a comunidade política, o martírio existe antes e depois de cada morte injusta.“

“Reconhecer e fazer ecoar os métodos elegíacos que os próprios palestinianos encontraram para os seus mortos é reconhecer que o luto comum é com frequência tornado impossível pelo colonizador. Pode ser também propositadamente adiado ou confinado à porta fechada. Somos lembrados da longa tradição de mães palestinianas regozijando-se e ululando nos funerais da sua prole mártir, recusando mostrar tristeza em público debaixo do olhar do colonizador. Uma afirmação do mártírio rejeita a falta de sentido da morte, insistindo que uma morte individual é parte de um movimento coletivo rumo à libertação.“

Tradução de Francisco Silva.

http://maiomaio.com

Eu traduzo o nome de rapazes mortos em Gaza, de Ghinwa Jawhari (Brooklyn Rail, 2021). Jawhari é uma escritora libanesa-a...
15/05/2024

Eu traduzo o nome de rapazes mortos em Gaza, de Ghinwa Jawhari (Brooklyn Rail, 2021).

Jawhari é uma escritora libanesa-americana. BINT (Radix Media, 2021) é o seu primeiro livro. Os seus ensaios, poemas e ficção estão disponíveis em plataformas como a Catapult, The Margins, Mizna ou Adroit Journal.

Tradução de Francisco Silva

Em terras do litoral nortenho, a madrugada de 30 de abril para 1 de maio coincide com o passeio das bruxas. De porta em ...
01/05/2024

Em terras do litoral nortenho, a madrugada de 30 de abril para 1 de maio coincide com o passeio das bruxas. De porta em porta, de janela em janela, a população vai deixando ramos de maios ou maias, mezinha que conferia proteção durante a noite da grande volta.

De manhã, mais do que o rasto de uma perseguição cruel, a fila de pontos amarelos torna-se uma lembrança, uma presença espectral. Elas andaram por aí, elas vão andar sempre.

A maio maio nasceu nesta encruzilhada de maios, e há precisamente 3 anos. São dores de crescimento, é aprender a paginar e a imaginar livros por nossa conta, com o que temos e sabemos. É conhecer pessoas maravilhosas, é explorar furadouros com companheiras. É contornar a solidão e a falta de jeito, a nossa e a de uma cidade pequena. É tentar dar um sentido a tantos dias que nunca o têm. Também é nos fartarmos dos livros e da gente que lê, das curadorias, da dificuldade de obter apoios e da esquerda cirandeira.

Mas ainda faz sentido. Enquanto assim for, colhemos os maios, erguemos a bandeira e lutamos.

Feliz Primeiro de Maio ✊🏻✨

Já aqui está! Reforçamos o convite: dia 30 de abril, às 19h, juntamo-nos na Escola José Macedo Fragateiro, em Ovar, para...
28/04/2024

Já aqui está!

Reforçamos o convite: dia 30 de abril, às 19h, juntamo-nos na Escola José Macedo Fragateiro, em Ovar, para o lançamento do livro “Memórias que guardo do meu Mestre na SMOL - Manuel Fernando Oliveira Fonseca (1941-2017)”, de José Lopes.

Venham ✨

Muito felizes por partilhar que, no dia 30 de abril (terça-feira), às 19h, nos juntamos em Ovar, na Escola José Macedo F...
19/04/2024

Muito felizes por partilhar que, no dia 30 de abril (terça-feira), às 19h, nos juntamos em Ovar, na Escola José Macedo Fragateiro, para o lançamento do livro “Memórias que guardo do meu Mestre na SMOL - Manuel Fernando Oliveira Fonseca (1931-2017)”, de José Lopes.

Na véspera do 1º de maio, conversamos com o autor e escavamos um futuro por entre o ar empoeirado, cinzento - e irremediavelmente solidário -, da Sociedade Metalúrgica Ovarense.

Venham!

“Memórias que guardo do meu Mestre na SMOL*(Manuel Fernando Oliveira Fonseca (1931-2017)”, José Lopes* Nota de edição - ...
15/04/2024

“Memórias que guardo do meu Mestre na SMOL*(Manuel Fernando Oliveira Fonseca (1931-2017)”, José Lopes

* Nota de edição - Francisco Silva *

Ao longo deste testemunho, o Zé - como
carinhosamente me habituei a tratá-lo desde
pequeno - utiliza várias vezes a expressão “exercício de cidadania ativa”. Nesta forma de descrever o seu trabalho, cabem muitas histórias. Uma boa parte delas tem-nos sido passada por escrito, mesmo que o Zé, arrisco-me a dizer, nunca tenha olhado para a sua produção como um fim em si mesmo. Integrados em diversas lutas, os seus textos estão intimamente ligados a uma militância atenta a escalas muito diferentes. Do rio que naquele dia passava mais cinzento, fruto dos crimes ambientais que tem rigorosamente documentado, à denúncia da gradual destruição da escola pública, instituição central no seu percurso.

O Zé ensaiou os seus primeiros escritos no “ambiente cinzento e poeirento da SMOL”. Nas paredes de um corredor descendente, com a oficina ao fundo, afixava inúmeros poemas que descreviam aquele dia-a-dia duro, ainda que os fizesse desaparecer logo a seguir: “punha-me a pensar… poemas? Mas isto é uma coisa pequeno burguesa, e então destruía aquilo, eu que tenho o hábito de guardar tudo”. Assim, o regresso à SMOL oferece-nos também indícios de uma poética, de uma descoberta da função e do lugar da escrita na sua vida.

Celebrar os 50 anos do 25 de abril em Ovar é, passe o chavão, escovar a história a contrapelo. Alexander Kluge e Oskar Negt abrem o “O que há de político na política” afirmando que, em lugares distantes de um dado centro, a biografia substitui os factos políticos. Talvez possamos acrescentar uma nuance, questionando o que é afinal uma biografia e o que é afinal um facto político. Ou o que é afinal uma relação solidária entre aprendiz e mestre, e o que é afinal a base de uma militância partilhada. Enquanto tudo nos parece mais árido e hostil, tudo deixa “verdadeiramente na prática” de o ser. À nossa volta, muita desta obstinação se deve ao Zé.

Informações sobre o lançamento em breve.

“Memórias que guardo do meu Mestre na SMOL*: Manuel Fernando Oliveira Fonseca (1931-2017)”, de José Lopes, é a próxima p...
08/04/2024

“Memórias que guardo do meu Mestre na SMOL*: Manuel Fernando Oliveira Fonseca (1931-2017)”, de José Lopes, é a próxima publicação da maio maio.

Mais novidades em breve.

*Sociedade Metalúrgica Ovarense, LDª.

Enquanto cozinhamos gororobas, vêm sempre a tempo de agarrar um exemplar d’Os Vitoriosos, que editámos em 2022.
03/02/2024

Enquanto cozinhamos gororobas, vêm sempre a tempo de agarrar um exemplar d’Os Vitoriosos, que editámos em 2022.

Em 1971, a New Left Review publicou uma entrevista a Ghassan Kannafani. À época, além de escritor, Kannafani era também ...
04/01/2024

Em 1971, a New Left Review publicou uma entrevista a Ghassan Kannafani. À época, além de escritor, Kannafani era também editor do al-Hadaf, publicação semanal da FPLP (Frente Popular para a Libertação da Palestina).

Um ano antes, em junho de 1970, o Egito e a Jordânia aceitaram o Plano Rogers, proposto pelos EUA, que procurava colocar um fim ao conflito entre as duas nações e Israel. O acordo é bastante polémico e muito mal recebido pelo povo palestiniano. Com esta medida, antecipava-se o desaparecimento da resistência palestiniana, que depois da Guerra dos Seis Dias, em 1967, se refugiara em peso na Jordânia. O governo deste país, controlado pelo Rei Hussein, vinha bloqueando sucessivos ataques da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) (de que a FPLP era integrante) dirigidos a Israel. Em setembro de 1970, sob pressão, membros da OLP sequestraram três aviões civis e forçaram a sua aterragem na Jordânia. Para Hussein, este episódio serviu de pretexto a uma ofensiva sangrenta contra as guerrilhas palestinianas.

Interpelado sobre o sequestro dos três aviões, Kannafani fornece o contexto social e político desta ação, procurando sempre reconduzir a conversa para o plano estratégico geral da resistência palestiniana. Mais do que uma interpretação pronta-a-usar dos acontecimentos de 7 de outubro de 2023, este testemunho reflete um momento histórico bastante particular da luta pela libertação. Na década de 70, vários grupos palestinianos, como a FPLP de Ghassan, apresentavam-se como marxistas-leninistas, reflexo da influência crescente da República Popular da China, de Cuba e do Vietname, e da desilusão recente do Nasserismo.

Sob este quadro político, Kannafani defende que apenas “um movimento proletário em massa”, combinando a resistência palestiniana e um movimento de oposição interno em Israel, será capaz de derrubar esta cruel “situação colonial”.

Perante uma comunidade internacional complacente com este genocídio, o testemunho de Kannafani realça a importância de uma luta em várias frentes e da união dentro da classe trabalhadora, “contra Israel, o Sionismo mundial, o imperialismo e os regimes reacionários árabes.”

Ler: https://maiomaio.substack.com/p/sobre-a-fplp-e-a-crise-de-setembro?fbclid=PAAab2S4J1_aAXwvh_dKf78KlJtutuLtD2F-BMuqRtZC7LhaOySuaLi8Z9gQ0_aem_AbMz3Wbj97NgrY6Aq04KtBqxYMrUgciCjvLBjWvdojnolUzKWvExOhYL2zS5R3lcP8Y

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