
23/02/2025
Segundo episódio da segunda temporada do Canal . Conversas sobre saúde mental com Nuno Sacramento. Segundo episódio: Artefactos Afectivos
́demental
Artefactos Afectivos Na Terapia
Tiago apresenta o conceito de artefactos afetivos, explicando que são objetos produzidos na relação terapêutica que podem transcender o espaço terapêutico e serem aplicados na vida real do paciente, comparando-os a uma "private joke" entre terapeuta e paciente. Em resposta, Nuno faz uma conexão com Sigmund Freud, mencionando sua coleção de artefactos históricos.
Artefactos Afectivos Na Terapia (cont.)
Nuno e Tiago discutem o conceito de "artefactos afectivos" no contexto terapêutico, explorando como certas memórias, brincadeiras e códigos se tornam exclusivos e significativos dentro da relação terapeuta-paciente. Eles analisam como esses elementos, quando bem integrados, transcendem o espaço terapêutico e podem ser levados pelo paciente como memórias valiosas para o resto da vida, enfatizando que o sucesso desse processo depende do vínculo afetivo estabelecido entre ambas as partes.
Terapia Como Restauração De Artefactos
Nuno e Tiago discutem a importância dos artefactos afectivos na terapia, comparando o processo terapêutico ao restauro de objetos valiosos, onde o terapeuta deve respeitar a origem e história do paciente ao trabalhar com suas narrativas pessoais. Eles exploram a analogia entre a psicanálise e o processo de restauração, destacando como algumas narrativas aparentemente perfeitas podem ser tóxicas e precisam ser "quebradas" e reconstruídas de forma mais saudável, similar à arte japonesa de restaurar peças quebradas com ouro. A conversa conclui com Nuno enfatizando a importância da psicanálise como um processo de análise seguido de uma psicossíntese, onde há primeiro uma separação das partes para melhor compreensão, seguida de uma reconstrução com a qual o paciente possa viver melhor.
Artefactos Terapêuticos E Desenvolvimento Pessoal
Nuno discute o conceito da "síndrome da Sequoia", explicando como as árvores jovens permanecem pequenas sob a sombra das maiores até que estas caiam, usando isso como metáfora para o desenvolvimento pessoal sob a influência de figuras parentais excepcionais, enquanto Tiago introduz o conceito de Kintsugi (arte japonesa) e ambos exploram diferentes tipos de artefactos terapêuticos, incluindo aqueles construídos entre paciente e terapeuta, bem como a importância do caráter histórico desses artefactos na terapia.
Terapeutas Com Artefactos Terapêuticos
Tiago e Nuno discutem a natureza dos artefactos terapêuticos e o papel do terapeuta na psicanálise, explorando a tensão entre oferecer diretrizes ao paciente e permitir que ele desenvolva seu próprio caminho. Eles debatem sobre como o terapeuta pode compartilhar seus próprios artefactos e conhecimentos como templates para o paciente, sem confundi-los com os do próprio paciente, comparando essa dinâmica com a relação entre pais e filhos ao mostrar o mundo. A conversa conclui com uma reflexão sobre como explicações didáticas e contextualizações podem servir como ferramentas terapêuticas úteis, desde que usadas apropriadamente.
Analogia Da Espada De Isildur
Nuno e Tiago discutem uma analogia simbólica entre a espada de Isildur do Senhor dos Anéis e conceitos psicanalíticos, explorando como a espada que cortou o dedo de Sauron representa uma forma de castração do mal, sendo posteriormente reconstruída pelos Elfos. A conversa deriva para uma discussão sobre a importância de reconhecer e valorizar obras ou artefactos que podem não ser imediatamente aparentes ou perfeitos, mas que ainda assim têm valor significativo.
Investigação Do Crime Da Criança
Nuno e Tiago discutem um filme sobre uma modista, interpretada por Kate Winslet, que retorna à cidade de sua infância para investigar uma narrativa sobre um possível assassinato de uma criança quando ela tinha nove anos. A conversa se concentra na habilidade da personagem principal em criar vestidos que refletem a personalidade de suas clientes, e termina com Tiago fazendo uma referência ao personagem Indiana Jones.
Reconciliação Entre Pai E Filho
Tiago analisa o filme Indiana Jones e a Última Cruzada, focando na relação entre Indiana Jones e seu pai, destacando como a busca pelo Santo Graal serve como metáfora para a reconciliação entre pai e filho. Nuno e Tiago discutem como o momento crucial do filme ocorre quando o pai finalmente reconhece o filho como adulto, chamando-o de "Indiana" em vez de "Júnior", durante uma cena em que Indiana deve escolher entre salvar sua própria vida ou alcançar o Graal. Os dois também observam um padrão nos três primeiros filmes da série, onde Indiana Jones nunca consegue manter os artefactos que busca, e comentam sobre a personagem Elsa, que teve envolvimento tanto com Indiana quanto com seu pai.
Cena Afetiva Em Interstellar
Nuno e Tiago discutem em profundidade uma análise do filme Interstellar, focando-se particularmente na cena em que o personagem Cooper, interpretado por Matthew McConaughey, usa um relógio como artefacto afetivo para comunicar dados quânticos através de um buraco negro para sua filha. A conversa explora a intersecção entre ciência e afeto no filme, destacando como o amor transcende dimensões e serve como meio de comunicação, culminando com uma reflexão sobre como a ciência não nega os afectos, mas os considera em suas observações.
Étimo de "artefacto". O que são? Quatro cenários:1) artefactos da relação terapêutica2) artefactos do paciente (para quebrar e/ou para reconstruir)3) artefac...