30/07/2024
ATUALIDADE
🇻🇪🌎 Tensão crescente. Venezuela corta relações diplomáticas após eleição contestada
A Venezuela cortou relações diplomáticas com vários países que solicitaram uma recontagem independente após as eleições presidenciais de domingo. Esta decisão drástica surge na sequência da declaração de vitória do presidente Nicolás Maduro pelas autoridades eleitorais, um resultado veementemente contestado pela oposição, que alega possuir provas de fraude. A tensão escalou rapidamente, resultando em protestos generalizados que já causaram pelo menos duas vítimas mortais.
A crise está a provocar uma reação internacional signif**ativa. Brasil, Colômbia e México, tradicionalmente amigáveis com o regime de Maduro, estão a considerar emitir uma declaração conjunta exigindo a divulgação dos registos eleitorais. Simultaneamente, vários países latino-americanos preparam-se para solicitar uma reunião de emergência da Organização dos Estados Americanos (OEA). As principais potências ocidentais também estão a pressionar por maior transparência no processo eleitoral.
Reação da oposição - María Corina Machado, líder da oposição, expressou através da plataforma X o desejo de milhões de venezuelanos e pessoas em todo o mundo de verem os seus votos contabilizados. A oposição insiste que o seu candidato, Edmundo Gonzalez, recebeu mais do dobro dos votos de Maduro, baseando-se em 73% das contagens a que tiveram acesso.
Protestos e repressão - Os manifestantes saíram às ruas em várias cidades, bloqueando estradas e enfrentando as forças de segurança. A polícia respondeu com gás lacrimogéneo para dispersar os protestos. O Observatório Venezuelano de Conflitos registou 187 protestos em 20 estados, com relatos de "numerosos atos de repressão e violência" por parte de grupos paramilitares e forças de segurança.
Posição do governo - O governo de Maduro classif**a os manifestantes como "agitadores violentos" e descreve os protestos como uma tentativa de golpe de Estado. O Ministro da Defesa, General Vladimir Padrino, reafirmou o apoio das forças armadas ao governo, não havendo sinais de dissidência entre os militares.
Reação internacional dividida - Enquanto os Estados Unidos consideram que a reeleição de Maduro carece de credibilidade, potências como a China e a Rússia congratularam o presidente venezuelano. O Perú ordenou a saída dos diplomatas venezuelanos, refletindo a crescente tensão diplomática na região.
Timeline dos eventos principais recentes
28 de julho: Realização das eleições presidenciais na Venezuela
29 de julho: Comissão eleitoral declara vitória de Nicolás Maduro
29-30 de julho: Início dos protestos e confrontos em várias cidades
30 de julho: Pelo menos duas mortes confirmadas em protestos
31 de julho: Venezuela corta relações diplomáticas com países que pediram recontagem
31 de julho: Países latino-americanos preparam pedido de reunião de emergência da OEA
Fontes e leituras complementares: elpais.com, reuters.com
Relacionadas:
🇻🇪 O grupo parlamentar do PS manifesta preocupação com os resultados das eleições na Venezuela. Os deputados socialistas saúdam a participação popular, mas apelam à "total transparência do processo eleitoral, com acesso e divulgação dos documentos de todas as assembleias de voto e resultados efetivos". Esta posição alinha-se com as da União Europeia e dos Estados Unidos, que exigem o respeito pelos resultados legítimos e a divulgação completa da informação sobre o ato eleitoral. • cmjornal.pt
🇻🇪 Francisco Assis alerta para a situação na Venezuela após as eleições contestadas. O eurodeputado socialista teme um "banho de sangue" ameaçado por Maduro e destaca a importância do papel do Brasil, sob a presidência de Lula da Silva, para evitar uma repressão violenta. Assis nota diferenças em relação à crise de 2018/2019, com uma aparente "vitória claríssima do candidato da oposição" e menor reconhecimento internacional da vitória de Maduro. Apela à pressão diplomática da UE, alertando para o risco de terrorismo de Estado. • expresso.pt
A síntese da Venezuela na edição de hoje da Melhor Newsletter Do Universo, ora VamoLáVer ;) e outros temas do dia:
Previsão de Nate Silver: Kamala Harris favorita na votação popular, mas em desvantagem no Colégio Eleitoral
União dos mercados de capitais: a aposta de 10 biliões de euros da Europa
Retaliação israelita no Líbano preocupa observadores (apanhado de opinion-makers de vários meios europeus)
Novo direito à reparação aprovado no Parlamento Europeu