17/08/2022
A estrada nacional EN1 (Estrada Nacional Número Um) é uma estrada nacional que liga o norte e o sul do país como principal eixo de tráfego de Moçambique.
Devido à sua extensão total de 2.471,2 quilómetros e à extensão de todo o país, é também designada por Estrada de Moçambique.
*História*
A expansão da estrada para a EN1 levou várias décadas.
Os primeiros troços estão abertos ao tráfego de mercadorias pesadas desde 1963.
A Junta Autónoma de Estradas de Moçambique administrou a estrada até à independência de Moçambique em 1975.
Desde 1975, a estrada é mantida pela Administração Nacional de Estradas de Moçambique.
A EN1 constitui a mais antiga ligação rodoviária eficiente norte-sul, enquanto as outras estradas principais foram construídas para o transporte de mercadorias entre portos do Oceano Índico e destinos nos países vizinhos, seguindo em grande parte a direção leste-oeste.
A EN1 é uma das poucas estradas em Moçambique que é consistentemente pavimentada, principalmente de duas pistas.
*Ataques da RENAMO (2012–2014)*
Em 2012, o partido da oposição RENAMO voltou a usar a força armada para resolver o conflito com o partido governante FRELIMO.
Entre 2013 e 2014, militantes armados atacaram repetidamente caminhões, ônibus e carros ao longo do trecho de aproximadamente 100 quilômetros de estrada entre Muxungue e Rio Save.
Em resposta, o governo estabeleceu uma escolta militar de condução diária para os veículos no trecho, com o comboio circulando apenas algumas vezes por dia.
No entanto, houve repetidos ataques e várias mortes.
Com a assinatura do novo tratado de paz entre ambas as partes em agosto de 2014, as viagens de comboio terminaram em 27 de agosto de 2014.
*Novas construções no Grande Maputo*
Com a ajuda do apoio chinês, o governo moçambicano teve dois grandes projectos construídos na zona de Maputo, que também tiveram impacto na estrada nacional: Em primeiro lugar, o governo encomendou a construção da circunvalação de Maputo (Estrada Circular), o troço da EN1 foi alargada para quatro vias para o efeito.
Após anos de planeamento, iniciaram-se em 2014 as obras de construção de uma ponte de Maputo atravessando a baía até Katembe, que foi aberta ao tráfego em novembro de 2018.
Após a conclusão, está prevista a extensão da EN1 de Maputo sobre a ponte até a Ponta do Ouro e a passagem fronteiriça da Baía de Kosi (África do Sul).
*Futuro*
Mesmo que a estrada seja uma das mais bem desenvolvidas do país, projetos de melhorias e ampliações são constantemente realizados.
O governo japonês financia a ampliação de um troço de 430 quilómetros de estrada entre Nampevo (província da Zambézia) e Cuamba (província do Niassa) com 175 milhões de dólares americanos, incluindo a construção de 13 novas pontes.
De acordo com a imprensa, está também prevista a renovação do troço de 330 quilómetros entre Inchope e Caia.
*Signif**ado*
Devido à sua direcção norte-sul e comprimento total, a estrada nacional EN1 liga muitas outras estradas nacionais e regionais em Moçambique.
Permite o tráfego rodoviário ininterrupto ao longo da maior parte do eixo geográfico longitudinal do país.
Praticamente não existe alternativa equivalente à estrada, é a única ligação entre o norte e o sul de Moçambique.
Especialmente na ligação à estrada nacional EN6 (ligação entre o porto da Beira e o Zimbabué) é a estrada mais importante do país e contribui signif**ativamente para a promoção do produto interno bruto daí resultante, sendo também a de maior ocupação do tráfego em relação a outras vias do país.
A Administração Nacional de Estradas/ANE estima que em 2013 340.000 veículos por dia (partes) da estrada. A estrada é gratuita.
Os planos discutidos em 2009 Estações de portagem modeladas na estrada nacional EN4, que é operada pela operadora de autoestradas sul-africana TRAC, não foram prosseguidas pelo governo nacional.
No entanto, a utilização de algumas estruturas de pontes, incluindo a Ponte Armando Guebuza sobre o Zambeze, inaugurada em 2009, está associada ao pagamento de portagens.
*Curso*
O início da estrada nacional EN1 é na capital moçambicana de Maputo.
O seu início forma um entroncamento com a estrada nacional EN2, que segue a oeste do centro da cidade como prolongamento da Avenida 24 de Julho.
O cruzamento de ambas as ruas f**a a oeste do centro da capital, não muito longe da zona portuária alongada com a estação ferroviária de Maputo e perto da Universidade de Educação de Maputo.
O prolongamento da estrada sob a EN2 forma uma estrada de ligação ao porto e à zona vizinha da estação de mercadorias.
A partir do cruzamento das duas estradas nacionais, a EN1 segue para nordeste como Avenida De Moçambique através da Avenida Joaquim Chissano, de várias faixas,
passando o Jardim Zoológico (Jardim Zoológico) à sua esquerda e o Aeroporto Internacional à sua direita, continuando para norte pelos extensos arredores da cidade com os seus bairros em xadrez.
Nos arredores de Maputo, vira para nordeste, onde o seu curso continua como Avenida de Moçambique através de uma área ininterruptamente povoada até à próxima cidade de Marracuene e depois continua até à Manhiça.
Aí a linha de caminho-de-ferro da Linha de Limpopo, que vem acompanhando a estrada e vindo de Maputo, vira para noroeste.
O percurso da estrada nacional mantém-se junto à costa e na planície.
Depois de Taninga, cruza o Rio Incomati perto da Lagoa Chuali.
Depois de atravessar o rio, a estrada muda da província de Maputo para a província de Gaza na cidade de Magul.
Ela conhece o lugar Macia, onde duas estradas regionais se ramif**am.
Isto leva-o à Praia do Bilene no Oceano Índico ou via Chókwè para o interior até Massingir na Barragem de Massingir e sede do Parque Transfronteiriço do Grande Limpopo.
A partir de Macia, a estrada só passa por cidades mais pequenas, como Incala e Chissano, até cruzar o Limpopo com uma grande ponte e chegar à cidade costeira de Xai-Xai, capital da província de Gaza.
A uma curta distância da costa oceânica com alguns lidos e zonas húmidas sensíveis entre dunas e lagoas, a EN1 é a única estrada terrestre eficiente aqui.
A estrada regional 208, que vai em direção a Chókwè, começa em Chonguene.
Aqui também se ramif**a uma linha férrea que começa no Xai-Xai, que segue para norte, abrindo pequenas cidades por via férrea e terminando apenas alguns quilómetros atrás da fronteira provincial na região vizinha.
A EN1 vai de Chonguene via Chidenguele, Madender até à fronteira provincial de Zadamela.
Na província de Inhambane, a estrada principal liga pequenas cidades costeiras como Quissico e Guilundo e atravessa a Lagoa Poelela antes de Inharrime.
Neste local termina uma linha férrea, que acompanha a autoestrada em troços paralelos e conduz à vila costeira de Inhambane.
O curso da estrada agora faz um amplo arco em direção ao norte,
toca Cumbana e chega à pequena cidade de Lindela.
Uma estrada regional que vai até Inhambane ramif**a-se aqui.
Mais a norte, a estrada nacional alcança Maxixe, Morrumbene e Massinga.
Após este último local, recupera uma maior distância da linha de costa e atinge as cidades mais pequenas.
Em Pambarra, uma estrada regional ramif**a-se para a cidade costeira de Vilankulo, de onde pode ser alcançado o mundo insular do parque nacional e arquipélago de Bazaruto de navio ou avião.
Depois de Pambarra, a estrada nacional leva a Macovane, onde vira para noroeste e chega à cidade de Sava.
Aqui cruza o Rio Save com uma ponte.
O curso do rio forma também a fronteira provincial entre Inhambane e Sofala.
Após a ponte moderna, a EN1 atravessa uma área pouco povoada da planície costeira,
cujo maior lugar f**a na rua Muxunge.
A norte desta atravessa o Rio Lucite e o Rio R***e, continuando até ao Inchope até ao entroncamento com a EN6.
Um volume de tráfego, em parte com origem no Zimbabué, desloca-se na EN6 entre o posto fronteiriço de Machipanda e a cidade portuária da Beira no Oceano Índico.
No troço desde a travessia do Rio Lucite até logo a seguir à vila de Inchope, a autoestrada passa por duas vezes o território da província de Manica.
Depois de Inchope, a estrada nacional regressa à província de Sofala, percorre a fronteira ocidental do Parque Nacional da Gorongosa e faz um arco arrebatador para oeste em torno do maciço da Serra da Gorongosa, que já se encontra fora da área do parque nacional.
Agora ela cruza de novo terras planas e escassamente povoadas, passando o Rio Nhamapasa e as planícies alagadiças do Rio Mucua e depois encontra a cidade de Caia.
Aqui a estrada atravessa o Zambeze na ponte com portagem Armando Guebuza.
Ao mesmo tempo atinge a província da Zambézia com a sua margem norte.
Agora segue a passagem de uma área escassamente povoada da zona costeira com inúmeras travessias de rios menores que desaguam no Oceano Índico.
Em Niacuadala, a estrada nacional EN10 ramif**a-se para a cidade costeira de Quelimane.
A estrada nacional EN1 continua por Namacurra onde vira para norte e é acompanhada por uma linha férrea que vem de Quelimane.
Depois da pequena vila de Malé, a EN1 chega ao entroncamento com a EN7 em Mocuba.
A linha férrea também termina aqui.
Mais ao norte, a estrada principal toca cidades menores.
Em Nampevo, uma estrada regional ramif**a-se para Errego.
Continuando pelo Alto Molócue e Alto Ligonha, a estrada nacional sai da província da Zambézia depois de atravessar o Rio Ligonha para encontrar Murrupula em Nampula.
Na cidade de Nampula, o tráfego rodoviário pode utilizar a EN8 que conduz à fronteira com o Malawi.
Uma linha férrea que também leva ao país vizinho acompanha a EN8 daqui.
A partir de Nampula na direcção leste, a estrada nacional é acompanhada por esta linha férrea.
Em Namialo a EN1 vira bruscamente para norte.
Aqui existe um ramal da EN8 para a vila costeira de Nacala, onde também termina a linha ferroviária.
Continuando para o norte, a rodovia passa pelas cidades de Netia, Nacaroa, Alua e Namapa.
Depois atravessa o Rio Lúrio.
Este rio faz a fronteira entre as províncias de Nampula e Cabo Delgado.
Agora atinge as cidades de Chiúre-Novo e Metoro.
Na cidade de Suriate, uma estrada regional se ramif**a para o norte, que pode ser usada para chegar à fronteira com a Tanzânia em outras rotas de baixo nível.
De Suriate, a EN1 continua na planície costeira até à cidade portuária de Pemba, onde termina.
Crédito:
Juca Satar