26/11/2024
A Voz que Ecoa Além-Mar
Em uma vila chamada Nhassimba, situada no coração de Moçambique, a vida seguia em tons de luta e resistência. Dona Rosa, uma mulher de 60 anos, era o pilar da comunidade. Seus filhos estavam na diáspora, espalhados pela Europa e pela África do Sul. Rosa, que nunca deixou de acreditar em dias melhores, sentia saudades, mas ainda mais, sentia a falta da voz deles na luta pela mudança.
Certa manhã, Rosa reuniu os jovens da vila embaixo de um grande embondeiro e disse:
“Eu já vivi muito, mas não posso morrer sem ver Moçambique livre desta opressão. O que mais dói é saber que nossos filhos, espalhados pelo mundo, vivem melhor, mas se calam enquanto aqui carregamos o peso da miséria e da injustiça.”
Rosa escreveu uma mensagem para seus filhos e todos os que estavam na diáspora:
"Filhos, vocês estão longe, mas o sangue que corre em suas veias é daqui. Enquanto vocês vivem em terras de liberdade, nós aqui lutamos para sobreviver. Não se esqueçam de onde vieram. Não se esqueçam do rosto de suas mães e pais, que ainda plantam em terra seca e esperam por dias de chuva que nunca chegam.
Vocês têm voz. Usem-na! Falem por nós, gritem por um Moçambique onde os direitos sejam respeitados, onde possamos caminhar sem medo, onde as crianças possam sonhar com um futuro.
Vocês viram o que o mundo tem a oferecer. Lutem para trazer isso para casa, para que um dia possam voltar a uma terra de paz, justiça e oportunidades. Não nos deixem sozinhos nesta luta. Precisamos de vocês.
A mensagem de Rosa foi compartilhada por todos os jovens, alcançando as comunidades moçambicanas no exterior. Pela primeira vez, a diáspora começou a se organizar, protestando em embaixadas, enviando apoio financeiro e divulgando ao mundo as injustiças de Moçambique.
Rosa sabia que a luta ainda seria longa, mas naquele dia, sob o embondeiro, ela viu algo nascer: a união entre quem ficou e quem partiu, lutando pelo mesmo sonho de um Moçambique livre.
🇲🇿Autor MÉFIO CLÁSSICO 🇲🇿
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