04/07/2024
Redenção em volta do improviso
Esta nota foi activada a partir de uma breve conversa que tive no último sábado na Casa do Professor na Matola, com o Venâncio Calisto e a Lucrecia Paco, no final da estreia serena (bem atendida) da série “Novas Narrativas para Moçambique”, concebida por Eduardo Quive e Celso Muianga. Partilho porque a conversa era pública, mas, também, por valer a pena discutir.
Era em volta do “improviso”. E eu recordei-me da afirmação “(em rádio) não existe improviso. Tudo se prepara antes.” que Leite de Vasconcelos me induziu, na véspera de um programa ao vivo, no qual eu era colega-convidado. Naquele papo muito breve com a Lucrécia e o Venâncio - e por isso a redenção - esqueci-me de mencionar “rádio”, talvez porque tomei o conceito sempre a peito nos anos que se seguiram, em tudo o que fiz e que faço. É verdade que já fiz uso fenomenal de improviso. E se conseguisse repetir, iria adorar! Mas, claro que deixava de ser improviso. Porque uma vez repetido, passaria a ser postura.
Hoje, sinto que embora ainda acredite na afirmação do Leite, não posso virar a atenção da incrível evolução nos processos de expressão. Por exemplo, naquele dia, percebi que o conceito que o Calisto e a Lucrécia trouxeram, dentro do “Narrativas”, os obriga a planear um espaço de expressão livre. Por isso fiquei com vontade de me reverificar e acho que o conceito de que tenho falado pode e precisa de ser reverificado, nem que seja apenas para ser reendossado. E o que não cala é simplesmente: - o que é improviso? Quando se usa e por quanto tempo pode ser mantido?
Ora digam lá se não é um bom papo? 🥴🥴🥴