07/01/2025
A GLOBELEQ, um dos maiores investidores no sector de produção de energia em Moçambique, falhou o arranque da construção da Central Eólica de Namaacha de 120 Megawatt programada para o segundo semestre deste ano.
Ainda não são conhecidas as razões por detrás do incumprimento do prazo, muito menos a previsão de novas datas para o arranque das obras de um empreendimento que resulta da parceria entre esta entidade e o governo moçambicano.
Segundo a Agência de Informação de Moçambique O único impasse apontado na altura, era que o projecto estava dependente da conclusão de detalhes finais.
A central, orçada em 270 milhões de dólares norte-americanos, vai aumentar a quantidade de energia exportada pela empresa Electricidade de Moçambique (EDM), beneficiando dos preços mais elevados de venda de energia na região e fornecimento do mercado nacional que tem vindo a crescer nos últimos anos.
Do investimento global, 230 milhões de USD destinam-se para as obras da central de geração de energia e valor remanescente será investido na construção de uma linha de transmissão de 40 quilómetros que liga os distritos de Namaacha e Boane.
A subestação de Boane liga, por seu turno, os corredores de exportação da região pertencente à EDM.
Ainda este ano, Samir Salé, Director de Desenvolvimento e Negócios da GLOBELEQ, havia garantido que o projecto estava na fase final e tudo indicava que o arranque das obras poderia ocorrer entre o segundo e terceiro trimestre deste ano. No entanto, fontes ligadas à empresa asseguram que o arranque falhou.
A construção da central vai durar dois anos e as projecções indicavam que o arranque das operações estava para meados de 2026, prazo que vai sofrer alteração, em consequência do adiamento do arranque das obras.
O empreendimento em causa, constitui uma solução para reforçar a rede da EDM nas províncias de Maputo, Gaza e Inhambane, zona sul do país.
Segundo a fonte da GLOBELEQ, esta será a primeira central eólica no país a escala de rede e está dimensionada para a produção de 120 MW.
O projecto está em linha com a estratégia de transição energética do governo que é de gerar energia limpa usando os recursos renováveis para nas horas de pico de demanda e tirar a vantagem da procura, sobretudo a nível da região.
A decisão para a construção da Central Eólica de Namaacha confirma o potencial do país nas energias renováveis, factor que vai criar capacidade de resiliência na rede através de energias limpas e gerir as intermitências na zona sul com recursos a energias fora da rede.
Recentemente, cerca de 55 MW foram adicionados à rede eléctrica nacional através das centrais de Cuamba, com 15 MW, e de Mocuba com 40 MW, confirmando a importância das fontes sustentáveis de geração de energia, alicerçadas pelas condições político-Institucionais e associadas a um quadro jurídico-regulatório favorável para o efeito.