Este País é Nosso, Salve Moçambique

Este País é Nosso, Salve Moçambique Este País é nosso! Salve Moçambique!
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11/12/2024
𝐂𝐨𝐦𝐮𝐧𝐢𝐝𝐚𝐝𝐞 𝐦𝐮𝐜̧𝐮𝐥𝐦𝐚𝐧𝐚 𝐩𝐞𝐝𝐞 𝐪𝐮𝐞 𝐆𝐨𝐯𝐞𝐫𝐧𝐨 𝐝𝐢𝐚𝐥𝐨𝐠𝐮𝐞 𝐦𝐚𝐢𝐬 𝐜𝐨𝐦 𝐨 𝐩𝐨𝐯𝐨Numa audiência concedida, na manhã de ontem, em Maputo, p...
10/12/2024

𝐂𝐨𝐦𝐮𝐧𝐢𝐝𝐚𝐝𝐞 𝐦𝐮𝐜̧𝐮𝐥𝐦𝐚𝐧𝐚 𝐩𝐞𝐝𝐞 𝐪𝐮𝐞 𝐆𝐨𝐯𝐞𝐫𝐧𝐨 𝐝𝐢𝐚𝐥𝐨𝐠𝐮𝐞 𝐦𝐚𝐢𝐬 𝐜𝐨𝐦 𝐨 𝐩𝐨𝐯𝐨

Numa audiência concedida, na manhã de ontem, em Maputo, pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, a comunidade muçulmana pediu que o Governo e o partido Frelimo dialogassem mais com o povo, para evitar que situações de tensão no país acontecessem.

“Gostaríamos que a Frelimo mudasse o seu comportamento e tivesse mais diálogo com o povo. Está a faltar muito diálogo por parte dos nossos governantes com o povo moçambicano”, disse o representante da comunidade muçulmana no país, Nazir Loonat.

Por outro lado, os religiosos pedem que o Conselho Constitucional seja mais flexível na divulgação dos resultados das últimas eleições gerais de 9 de Outubro.

“O Conselho Constitucional deve apressar-se em declarar os resultados eleitorais, tem de ver as queixas para resolver o problema existente no país. O Conselho Constitucional tem de ter as provas para dizer que este ou aquele ganhou as eleições, sem favorecer a ninguém. A justiça tem de prevalecer”, disse o representante da comunidade muçulmana.

Na ocasião, o Presidente da República lamentou pelas mortes de cidadãos civis e polícias, bem como pela destruição de infra-estruturas diversas, incluindo sedes de partidos, instituições eleitorais, viaturas de pessoas individuais e colectivas, privadas e públicas.

Por sua vez, o ministro do Interior, chamado pelo Presidente da República para contextualizar o momento actual, revelou que depois de ter sido bloqueada ontem, a localidade de Bobole, na província de Maputo, está já desbloqueada. Enquanto isso, Pascoal Ronda diz que outras zonas da província de Maputo estão hoje bloqueadas.

“Hoje, a província de Maputo está bloqueada, mas se trabalha para tirar esses obstáculos e o senhor Venâncio não está aqui, está fora do país e, de lá onde ele está, vai mandando recados, vai mandando convites para as pessoas participarem em actos como estes. Pessoas mais conscientes não aderem a isso, mas pessoas menos conscientes, jovens sobretudo os que consomem bebidas, não das melhores, que consomem estupefacientes e aparecem como pessoas anormais, são induzidos a praticar estes actos”, disse o ministro do Interior.

Ronda reconhece que o quadro actual não é dos melhores, mas diz que se fosse respeitada a lei, o país poderia chegar a um bom porto. “Há impugnações que foram feitas que são de lei e tudo isso está a ser trabalhado, mas há quem não tenha paciência de ouvir ou saber o que será o desfecho. O Governo tem estado a fazer um grande esforço, apelando a todos para nos mantermos como moçambicanos e para acreditarmos nas instituições. Neste momento, o Presidente da República tem estado a fazer estes contactos todos, por forma a encontrar o sentimento das pessoas, para podermos ter a paz no país”, disse Pascoal Ronda.

Professores congelam notas até horas extras serem pagasO Ministério da Educação de Moçambique comprometeu-se hoje com o ...
20/11/2024

Professores congelam notas até horas extras serem pagas

O Ministério da Educação de Moçambique comprometeu-se hoje com o pagamento de horas extraordinárias aos professores até finais de novembro, mas estes garantem que o congelamento das notas vai avançar até que a dívida seja liquidada.

"Está-se a trabalhar com as horas extras de 2022, que se diz que já estão validadas. Ficamos ainda a saber que as horas de 2023 já estão validadas e vão ser pagas depois do salário de novembro, este que está a terminar", disse o secretário-geral da Organização Nacional dos Professores (ONP), Teodoro Muidumbe, após um encontro, em Maputo, com representantes dos ministérios da Educação e da Economia e Finanças, juntamente com a Associação Nacional dos Professores (Anapro).

Aquele representante afirmou, no final do encontro, ter recebido garantias do Governo sobre a regularização desses pagamentos.

"O Ministério da Economia e Finanças, em nome do Governo de Moçambique, está a dizer que irá pagar normalmente as horas extras de 2024", disse ainda.

Contudo, também no final, o representante da Anapro afirmou que a reunião só provou que o Governo apenas convida os professores "quando há pressão".

"Chamaram para nos acautelar, pois chegamos a mais um final do ano letivo", disse o porta-voz da Anapro, Marcos Mulima, lamentando que, apesar das promessas, a situação continue por resolver.

O representante garantiu que a decisão de congelamento das notas pelos professores, relativamente ao terceiro trimestre do ano letivo de 2024, que condiciona o período de exames, é para manter enquanto não se efetive o pagamento das horas extras.

"Justamente hoje submetemos uma carta que informa ao Ministério da Educação que, a partir da data de submissão, haverá congelamento dos resultados, que não haverá conselho de notas e, consequentemente, pode vir a minar o processo de preparação até a realização dos exames", explicou Mulima.

O porta-voz da Anapro, que representa cerca de 4.000 professores e que realizou uma manifestação em Maputo, exigindo estes pagamentos, no último sábado, garantiu que, sem o pagamento das horas extra em atraso desde 2022, "não há entrega de notas, não há realização de exames da 10.ª e 12.ª classe" em Moçambique neste ano letivo, prestes a encerrar.

"Já não há prazo, é hoje e agora (...) só voltamos a ter um ambiente normal em sala de aula, exames e todo o processo quando o pagamento for efetivado", concluiu.

Em 17 de abril, o primeiro-ministro de Moçambique, Adriano Maleiane, disse que o Governo já pagou 3,3 milhões de euros de horas extraordinárias aos professores, alertando para "reivindicações de remunerações sem fundamento".

"No setor da educação, foi validada uma dívida no valor de 361,6 milhões de meticais [5,3 milhões de euros], tendo já sido pago um montante 227,4 milhões de meticais [3,3 milhões de euros] em subsídios de horas extraordinárias", afirmou Maleiane, falando na Assembleia da República durante a sessão de respostas do executivo às perguntas dos deputados.(LUSA)

𝐌𝐢𝐧𝐢𝐬𝐭𝐞́𝐫𝐢𝐨 𝐏𝐮́𝐛𝐥𝐢𝐜𝐨 𝐞𝐱𝐢𝐠𝐞 𝟑𝟐.𝟑𝟕𝟕.𝟐𝟕𝟔,𝟒𝟔 𝐦𝐞𝐭𝐢𝐜𝐚𝐢𝐬 𝐚 𝐕𝐞𝐧𝐚̂𝐧𝐜𝐢𝐨 𝐌𝐨𝐧𝐝𝐥𝐚𝐧𝐞 𝐩𝐨𝐫 𝐩𝐫𝐞𝐣𝐮𝐢́𝐳𝐨𝐬O Ministério Público moçambicano ex...
18/11/2024

𝐌𝐢𝐧𝐢𝐬𝐭𝐞́𝐫𝐢𝐨 𝐏𝐮́𝐛𝐥𝐢𝐜𝐨 𝐞𝐱𝐢𝐠𝐞 𝟑𝟐.𝟑𝟕𝟕.𝟐𝟕𝟔,𝟒𝟔 𝐦𝐞𝐭𝐢𝐜𝐚𝐢𝐬 𝐚 𝐕𝐞𝐧𝐚̂𝐧𝐜𝐢𝐨 𝐌𝐨𝐧𝐝𝐥𝐚𝐧𝐞 𝐩𝐨𝐫 𝐩𝐫𝐞𝐣𝐮𝐢́𝐳𝐨𝐬

O Ministério Público moçambicano exige uma indemnização de 32.377.276,46 meticais pelos prejuízos das manifestações das últimas semanas em Maputo, numa ação civil contra o candidato presidencial Venâncio Mondlane e o Podemos, partido que o apoia.

De acordo com uma informação interna da Procuradoria-Geral da República, a que a Lusa teve hoje acesso, esta ação foi apresentada pelo representante do Ministério Público junto do Tribunal Judicial da Cidade de Maputo (TJCM), mas outras do género são esperadas nas restantes províncias.


"Mesmo com advertências e intimações emanadas pelo Ministério Público, os co-réus [Venâncio Mondlane e Albino Forquilha, presidente do Podemos] prosseguiram com as convocatórias e apelos à participação massiva dos cidadãos nos referidos movimentos de protestos, incitando-os a fúria e a paralisação de todas as atividades do país", lê-se na mesma informação.

Acrescenta que "por esta razão, dúvidas não podem existir sobre a responsabilidade civil dos réus, na qualidade de instigadores, na medida em que, os seus pronunciamentos foram determinantes para a verificação dos resultados ora em crise, mormente, danos sobre o património do Estado".

Refere ainda que "mesmo observando a desordem social e destruição de bens públicos e privados, continuaram instigando a realização de movimentos de protestos e anunciando a prática de atos mais severos contra o Estado Moçambicano", exigindo nesta ação civil, em Maputo, aos co-réus Venâncio Mondlane e ao Partido Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (Podemos) uma indemnização de 32.377.276,46 meticais (480 mil euros ao câmbio atual).

A Procuradoria-Geral da República realça que "a responsabilidade civil funda-se, não só, no princípio geral da prevenção e repressão de condutas ilícitas", mas "essencialmente numa função reparadora, de modo a acautelar os interesses patrimoniais e não patrimoniais dos lesados".

O Ministério Público já tinha referido que estava a instaurar processos judiciais, visando a responsabilização criminal dos autores "morais e materiais" e cúmplices destes atos -- manifestações que degeneraram em violência, confrontos com a polícia e saque de lojas, entre outros incidentes como a destruição de equipamento público -, e que tinha aberto 208 processos-crime, investigando "homicídios, ofensas corporais, danos, incitamento a desobediência coletiva, bem como a conjuração ou conspiração para prática de crime contra a segurança do Estado e alteração violenta do Estado de direito".(LUSA)

18/11/2024

Renamo quer anulação das eleições e governo provisório em Moçambique

O presidente Renamo, Ossufo Momade, principal partido da oposição de Moçambique, exigiu hoje a "anulação imediata" das eleições de 09 de outubro e a criação de um "governo provisório", até que se façam novas eleições.

Estamos aqui para solicitar a anulação imediata deste processo eleitoral. Aos olhos de todos e da comunidade internacional somos unânimes em afirmar que o mesmo não refletiu a vontade legítima do povo por vários motivos que são por todos nós conhecidos", disse Ossufo Momade, em conferência de impressa, em Maputo.

Segundo o também candidato presidencial, um dos quatro que concorreu em outubro à sucessão de Filipe Nyusi, com o apoio da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), a exigência da anulação das eleições, "não deslegitima a voz do povo, mas assegura que essa voz seja ouvida de forma clara e inquestionável".

"Nossa exigência de anulação não é uma ação leviana ou motivada por interesses pessoais ou partidários. Pelo contrário, é um apelo à ética, à justiça e à verdade", disse Ossufo Momade, acrescentando que há evidências que apontam para práticas que comprometem o processo eleitoral.(Lusa)

14/11/2024

Polícia dispara gás lacrimogêneo contra Manuel de Araújo e seus apoiantes

Líder do MDM quer recontagem dos votos ou anulação das eleiçõesO presidente do Movimento Democrático de Moçambique (MDM)...
08/11/2024

Líder do MDM quer recontagem dos votos ou anulação das eleições

O presidente do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), Lutero Simango, um dos quatro candidatos presidenciais às eleições de outubro, exigiu hoje uma recontagem dos votos ou a repetição da votação, como formas de repor a "justiça eleitoral".

Em conferência de imprensa em Maputo, o líder do terceiro maior partido moçambicano afirmou que apenas estas duas soluções permitem a "credibilização" do processo eleitoral em torno das eleições gerais de 09 de outubro, fortemente contestado.


"A promoção da recontagem dos votos e fazer a sua comparação com os editais e atas para verificar se os resultados publicados correspondem de facto à vontade popular", afirmou, avançando, em alternativa, com a possibilidade de anulação do escrutínio: "Anulação significa repetição de eleições em toda a escala nacional".

Lutero Simango afirmou ainda, a propósito das manifestações violentas que se registam no país desde outubro, que culminaram quinta-feira com barricadas de manifestantes, sobretudo apoiantes do candidato Venâncio Mondlane, em várias zonas da cidade de Maputo, que o uso da força "só vai gerar mais violência", e pediu um "dialogo inclusivo".

"Mas em primeiro lugar resolver o problema principal e alcançar a justiça eleitoral", afirmou, insistindo; "Diálogo sim, vamos dialogar. Mas é preciso concentrar no problema, que é o problema eleitoral".

O anúncio pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) de Moçambique, em 24 de outubro, dos resultados das eleições de 09 de outubro, em que atribuiu a vitória a Daniel Chapo, apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, partido no poder desde 1975) na eleição a Presidente da República, com 70,67% dos votos, espoletou protestos populares, convocados pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane.

Segundo a CNE, Mondlane ficou em segundo lugar, com 20,32%, mas este afirmou não reconhecer os resultados, que ainda têm de ser validados e proclamados pelo Conselho Constitucional.(LUSA)

04/11/2024

Maputo: Manifestação pacífica em protesto pelos resultados das eleições gerais de 09 de outubro

Este país é Nosso, Salve Moçambique

Governo do Ruanda afirma que "não há tropas ruandesas em Maputo"A porta-voz do Governo do Ruanda, Yolande Makolo, afirmo...
03/11/2024

Governo do Ruanda afirma que "não há tropas ruandesas em Maputo"

A porta-voz do Governo do Ruanda, Yolande Makolo, afirmou hoje que as forças armadas ruandesas não têm tropas em Maputo, nas operações que tentam controlar as manifestações pós-eleitorais, contrariando várias mensagens que circulam há vários dias.

Não há tropas ruandesas em Maputo. As Forças de Segurança do Ruanda estão posicionadas apenas na província de Cabo Delgado, em operações conjuntas com as forças moçambicanas contra combatentes extremistas islâmicos que têm aterrorizado os residentes na província", escreveu Yolande Makolo, na sua conta oficial na rede social X, numa resposta a uma mensagem de outro utilizador.

"Isso é uma mentira", afirmou ainda, na resposta à mesma mensagem, sobre os rumores que circulam em Maputo sobre a mobilização de forças ruandesas e blindados para a capital, face às manifestações que continuam a realizar-se, de contestação aos resultados eleitorais.(Lusa)

Ministro do Interior diz que Mondlane está na África do SulO ministro do Interior de Moçambique, Pascoal Ronda, acusou e...
30/10/2024

Ministro do Interior diz que Mondlane está na África do Sul

O ministro do Interior de Moçambique, Pascoal Ronda, acusou esta terça-feira o candidato presidencial Venâncio Mondlane de "comandar", a partir da África do Sul, a "manipulação da opinião pública", incitando à violência.

Os senhores sabem, nós sabemos, o Venâncio Mondlane é o autor moral destas manifestações. Ele é que move com isto. Ele não está aqui agora, está na África do Sul, mas de lá comanda, usa as redes sociais, em que nós, como usuários dessas redes sociais, não devíamos permitir isso, porque manipula a opinião pública e causa destruições", afirmou Pascoal Ronda, em declarações aos jornalistas na sede do Ministério do Interior, em Maputo.


"Há muita família que está a chorar pelos danos que são causadas. Pessoas que são arrastadas a participar disso, mas depois, mais tarde, é que se arrependem disso. O que é que ganhamos com isso? Para quê", questionou o ministro.

A intervenção de Pascoal Ronda foi feita cerca de uma hora antes de Venâncio Mondlane, que não reconhece os resultados das eleições gerais de 09 de outubro, ter apelado a uma greve geral de uma semana a partir de quinta-feira, manifestações nas sedes distritais da Comissão Nacional de Eleições (CNE) e marchas para Maputo em 07 de novembro.

"Uma semana [07 de novembro] é suficiente para sairmos todos dos nossos distritos, das nossas localidades, para Maputo", afirmou Venâncio Mondlane, que contesta os resultados das eleições gerais de 09 de outubro, numa intervenção a partir da sua conta oficial na rede social Facebook.(LUSA)

29/10/2024

Câmaras podem ter captado trajecto de Elvino e Paulo a serem seguidos por “estranhos”

Câmaras podem ter captado trajecto de Elvino e Paulo a serem seguidos por “estranhos”Há câmaras de videovigilância que p...
29/10/2024

Câmaras podem ter captado trajecto de Elvino e Paulo a serem seguidos por “estranhos”

Há câmaras de videovigilância que podem ter captado as imagens do carro, no qual seguiam Elvino Dias, Paulo Guambe e a outra ocupante até ao local da execução do crime. O criminalista Paulo de Sousa diz que as entidades que tenham as imagens devem colaborar com a investigação do caso, mas é da opinião de que o SERNIC pode ter dito que as câmaras não funcionam para não comprometer as provas.

Quase duas semanas depois do assassinato do advogado e assessor jurídico de Venâncio Mondlane e do mandatário nacional do partido PODEMOS, “O País” voltou ao mercado 04 de Outubro, mais conhecido como Pulmão, para compreender como tudo aconteceu.

E naquela trágica sexta-feira, segundo testemunhas, Elvino Dias terá chegado ao Pulmão no fim da tarde.

“Ele estava sempre aqui, quando chegasse fim-de-semana. Era filho da casa. Conversava com os amigos enquanto tomavam uma cerveja. No dia do seu assassinato, não foi diferente. Esteve aqui por volta das 17 horas. No seu estilo característico, Elvino falava com todos. Aliás, ele nem ficava no mesmo sítio de tanto conversar”, descreveu uma testemunha, na condição de anonimato.

Desde as primeiras horas que Elvino Dias chegou ao Pulmão, ninguém tinha notado a presença de pessoas estranhas no seu ambiente.

“Todos que estavam com Elvino Dias eram pessoas próximas, incluindo nós que trabalhamos no mercado. Mesmo esses carros de que tanto se fala, nós não vimos. Pelo menos não estacionaram aqui no Pulmão. Só ouvimos falar de tais viaturas depois do assassinato que chocou a todos nós”, contou.

As nossas fontes desmentem o facto de o advogado ter se envolvido numa briga por questões conjugais.

“Não é verdade que tenha havido uma discussão. Nem tinham muitas mulheres no seu meio”, rebateu a nossa fonte.

Naquela noite, Elvino Dias não foi a única vítima. Paulo Guambe, também, foi assassinado.

Na verdade, o mandatário nacional do partido PODEMOS acabava de sair de um programa televisivo. Caminhando pela Rua da Resistência em direção à Avenida Joaquim Chissano, Guambe é chamado por Elvino para se juntar a si.

Entretanto, não foi de imediato que o mandatário nacional do partido PODEMOS aceitou o convite.

“Ele estava a caminhar em direção à Avenida Joaquim Chissano. Parece que os dois, Elvino Dias e Paulo Guambe, não eram muito amigos. Mas estavam unidos por uma mesma causa e no mesmo partido. Guambe não aceitou parar quando Elvino o chamou. Depois de dar alguns passos, surge uma outra voz que insistia que ele tinha de se juntar ao grupo e ele aceitou. Recuou e juntou-se aos outros”, narrou a nossa fonte.

Com os outros, Paulo Guambe só ficou pouco mais de uma hora porque, segundo informações colhidas no terreno, saíram do local, faltando poucos minutos para meia noite.

“Por volta das 23h40, eles decidem abandonar o local e voltar para casa. Quando eles se preparavam para sair, aparecem duas moças que trabalhavam nas barracas do Pulmão a pedir boleia. Eles aceitaram. Porém, durante o caminho, uma delas lembra-se que não trancou a barraca e pede para descer do carro e voltar. Não sabemos com exatidão onde ela desceu”, detalhou.

Depois disso, os vendedores do Pulmão só ouviram tiros.

“Chegámos a pensar que eram fogos-de-artifício. Eram muitos tiros na sequência. Mas de tudo, só ouvimos que os que estavam connosco há poucos minutos foram assassinados a tiros. Não sabemos quem foi. Só vimos através de vídeos e ouvimos que os assassinos estavam a andar em dois carros de marca BT-50. Foi triste. Até hoje, não dá para acreditar”, disse a testemunha, com uma voz carregada de revolta.

Porque o acesso directo à Avenida Joaquim Chissano está bloqueado por conta das obras, depois de saírem do Pulmão, Rua da Resistência, Elvino Dias, Paulo Guambe e a moça que pediu boleia, seguiram viagem pelas ruas Do Monte Tumbine, Do Licenciado Coutinho e foram desaguar na avenida Vladimir Lénine.

Da Vladimir Lénine, fizeram o desvio para a Avenida Joaquim Chissano, onde, nos primeiros duzentos metros do troço, foram regados de tiros. Só a moça que pediu boleia é que saiu viva.

Ao longo do percurso que Elvino Dias e Paulo Guambe fizeram, há câmaras de videovigilância que podem ter captado todo o seu trajecto e dos carros que os seguiam até ao local da execução do crime. Já onde os dois foram assassinados, a única câmara que existe é de uma instituição financeira.

Nas imediações do Pulmão, onde o assessor jurídico de Venâncio Mondlane e o mandatário nacional do PODEMOS encontravam-se, não há câmaras de vídeo vigilância.

Contudo, ao longo do trajecto contam-se mais de sete câmaras de vídeo vigilância, dentre as quais da embaixada da Rússia em Moçambique e do Ministério do Interior, montadas em 2016, cujo objectivo era esclarecer alguns crimes.

“As câmaras de vigilância não são de entidades com ligação ao Estado, ao SERNIC ou com órgãos de investigação nacional, mas se lá estão as entidades privadas, há , no âmbito legislativo, o dever de colaboração. Isto quer dizer que se as câmaras estivessem a funcionar, há toda uma necessidade de essas entidades colaborarem com a investigação, cedendo as imagens que é para melhor instrução processual”, referiu o criminalista Paulo de Sousa.

Sucede que, por exemplo, o Serviço Nacional de Investigação Criminal já veio a público dizer que as câmaras ao redor da cena do crime não funcionam.

“O SERNIC não é obrigado a dizer que tem as imagens ou as obteve dessas entidades privadas. Primeiro, para, por via de um pedido dessas instituições, não comprometer a segurança delas mesmas porque pode haver uma espécie de vingança dos outros que não queriam que as imagens fossem difundidas, mas também o SERNIC pode dizer que as câmaras não estavam a funcionar enquanto estavam para melhor instrução processual, uma espécie de segredo para não haver comprometimento da diligência ou da produção da prova”, argumentou Paulo de Sousa.

Sobre a flexibilidade com a qual foram recolhidos todos os vestígios no local do crime, o criminalista Paulo de Sousa entende que pode ter a ver com a pronta disponibilidade da equipa.

“Não se pode concluir que a Polícia agiu para um pressuposto de reflexão de que seja um acto especial. Porventura estivesse a brigada operativa nas proximidades ou redondezas. Ou seja, uma equipa preenchida e pronta para reagir. Então, isto podia ser um facto que justifica a diferenciação na preservação e recolha dos vestígios em eventos que se possam Enquanto isso, o Pulmão, ainda que aos poucos, tenta voltar a respirar depois desse assassinato bárbaro.(O PAIS)

Venâncio Mondlane rejeita "resultados adulterados"O candidato presidencial Venâncio Mondlane rejeitou hoje "de forma lim...
24/10/2024

Venâncio Mondlane rejeita "resultados adulterados"

O candidato presidencial Venâncio Mondlane rejeitou hoje "de forma liminar" os resultados das eleições gerais moçambicanas, que atribuem à Frelimo e ao seu candidato, Daniel Chapo, a vitória, considerando que "não refletem a vontade do povo".

"Nós rejeitamos de forma liminar, de forma taxativa, estes resultados. São resultados tremendamente e absurdamente falsos, adulterados, mentirosos. Não são resultados que refletem a vontade do povo", afirmou num vídeo divulgado na rede social Facebook.


A Comissão Nacional de Eleições (CNE) moçambicana anunciou hoje a vitória de Daniel Chapo (Frelimo) na eleição a Presidente da República de 09 de outubro, com 70,67% dos votos, resultados que ainda carecem da validação do Conselho Constitucional.

Segundo os resultados do apuramento geral das eleições de 09 de outubro, anunciados pelo presidente da CNE, Carlos Matsinhe, em Maputo, Daniel Chapo, candidato apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder), venceu com mais de 50% dos votos em todos os círculos eleitorais do país, somando no total 4.912.762 votos.

Venâncio Mondlane, apoiado pelo Partido Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (Podemos, extraparlamentar), ficou em segundo lugar, com 20,32%, totalizando 1.412.517 votos.

A declaração de Venâncio Mondlane foi feita em "local incerto", como o próprio afirmou, justificando com o que acusa de ser "um plano dos esquadrões da morte da Frelimo" para o matarem.

Mondlane desafiou a CNE e a Frelimo a provarem os resultados que dão a vitória a Chapo e ao partido no poder desde a independência, para o que deverão apresentar provas, neste caso, os editais das assembleias de voto.

Relativamente às manifestações de rua, Mondlane criticou as forças de defesa e segurança, acusando-as de estarem a usar balas verdadeiras para reprimir os populares que contestam a vitória da Frelimo e apelou aos oficiais subalternos que detenham os comandantes, que lhes transmitem as ordens para disparar contra o povo.

"Não aceitem ordens dos vossos comandantes. São orientações ilegais e criminosas", frisou, evocando o que aconteceu em Portugal na revolução do 25 de Abril de 1974, quando oficiais subalternos derrubaram o regime colonial português.

Referindo que as manifestações são um direito previsto na Constituição moçambicana, Venâncio Mondlane apelou à continuação dos protestos, que pediu para serem pacíficos e garantiu que na sexta-feira a contestação será maior.

"Vamos intensificar cada vez mais. Amanhã (sexta-feira) vamos intensificar cada vez mais. Os bairros que não saíram hoje, vamos sair todos. Vamos para a rua, em todos os distritos, em todas as capitais provinciais", defendeu, referindo que na próxima semana poderá começar a terceira de quatro fases que prometeu de protestos até à proclamação dos resultados pelo Conselho Constitucional.

Mondlane referiu que a Frelimo "continua a usar a força para se manter no poder. Usa as forças de defesa e segurança, que disparam balas verdadeiras e estão a matar moçambicanos".

O candidato citou, a concluir, Afonso Dhlakama, líder histórico da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal movimento de resistência ao poder da Frelimo e que durante 16 anos protagonizou uma guerra civil contra o regime.

"A revolução já chegou. A hora já chegou", vincou.

O anúncio dos resultados feito hoje pela CNE acontece no primeiro de dois dias de greve geral e manifestações em todo o país convocadas por Mondlane contra o processo eleitoral deste ano, que está a ser marcado por confrontos entre manifestantes e a polícia nas principais avenidas da capital moçambicana.(LUSA)

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