19/10/2024
Aquino de Bragança, o intelectual visionário nascido em Goa em 1924, esteve profundamente entrelaçado com a luta de Moçambique e muitos outros países africanos pela independência. A sua influência foi para além das fronteiras nacionais, pois o seu compromisso com a humanidade e a solidariedade multinacional levou-o a colaborar com figuras como Amílcar Cabral e Samora Machel. A sua morte prematura num acidente de avião no dia 19 de outubro de 1986, ao lado do Samora, marcou o fim de uma vida profundamente dedicada à justiça. No entanto, as suas ideias continuam a inspirar e guiar muitos até hoje, um testemunho do poder duradouro de seu legado.
Para mim, esta data é profundamente pessoal. Eu partilho o mesmo aniversário do dia em que Aquino de Bragança faleceu. Esta coincidência sempre me fez sentir um laço especial com ele que não sei explicar por palavras. Ele continua de alguma forma a dar rumo à minha vida, e o seu legado permanece nos meus pensamentos.
Aquino fará para sempre parte de mim. Como Carlos Serra, o seu aluno, disse sobre Aquino: “era habitado por inteiro pela humanidade, pela multinacionalidade.” Este ano marca o seu centenário, e hoje fazem 38 anos que ele deixou este mundo. Para mim, ele nasce todos os dias, homem sem fronteiras, sem pertencer a lugar nenhum, mas a todos pertencer. Aquino, que deu mundos ao mundo. É nele que hoje penso.
Também me sinto honrada por ter conhecido duas mulheres extraordinárias ligadas a esse legado: Silvia Bragança, a segunda esposa de Aquino, nascida no dia 4 de outubro, e Graça Machel, a segunda esposa de Samora Machel, nascida no dia 17 de outubro. Estas duas mulheres maravilhosas, têm histórias notáveis. Elas lutaram pela liberdade e Graça continua o seu trabalho até hoje. Conhecê-las foi um privilégio.
Aquino de Bragança, the visionary intellectual born in Goa in 1924, was deeply intertwined with Mozambique's and other African countries struggle for independence. His influence, transcended national boundaries, as his commitment to humanity and multinational solidarity led him to collaborate with figures like Amílcar Cabral and Samora Machel. His untimely death in a plane crash on October 19, 1986, alongside Samora, marked the end of a profound life dedicated to justice. Yet, his ideas continue to inspire and guide many, even today, a testament to the enduring power of his legacy.
For me, this connection is deeply personal. I share the same birthday as the day Aquino de Bragança passed away. This coincidence has always made me feel a special bond with him which I cannot explain by words only. He continues to guide me, and his legacy lives on in my thoughts.
Aquino will forever be a part of my life. As Carlos Serra, his student, said about Aquino, 'he was entirely inhabited by humanity, by multinationality.' This year marks his centenary, and today it has been 38 years since he left this earth. For me, he is born every day, and it is by the light of his life that I often guide myself, without borders, not belonging to any one place, but belonging to all. Aquino, who gave worlds to the world. It is you I think of today.
I also feel honored to have met two extraordinary women connected to this legacy: Sílvia Bragança, Aquino’s second wife, born on October 4, and Graça Machel, Samora Machel’s second wife, born on October 17. These remarkable women have stories of strength, resilience, and rebellion. They fought for freedom as well and Graça continues her work to this day. Meeting them was a true privilege.
To the Rebel in each of us!