11/08/2024
Ontem, a .ba, junto com o , organizou um evento do Dia dos Pais. Foi muito bem organizado, com um excelente serviço, um evento realmente maravilhoso.
Ser pai foi algo que transformou completamente a minha vida, sem dúvida é a melhor coisa que já me aconteceu. A chegada da me ensinou muito sobre o que é o amor, sobre como cuidar e se importar.
Sempre tive certa dificuldade com sentimentos... Mentira, tenho imensas dificuldades. Amor, ódio ou medo são sentimentos que nunca experimentei da mesma forma que outras pessoas. Muitas vezes, acabo sendo insensível à dor do outro por não conseguir compreender plenamente essas sensações.
Minha mente funciona como um computador, não se afeta se alguém me ofende, critica minha aparência ou desagrada com a forma como me visto. Isso não gera nenhuma preocupação ou sentimento em mim. Minha cabeça só processa o que é lógico e objetivo; quando as pessoas estão chorando por algo que aconteceu, eu estou pensando em como resolver o problema. Nunca fui capaz de vivenciar o luto, pois no sistema que opera na minha mente, isso não faz parte do processo: a pessoa faleceu, então seguimos em frente.
Viver assim é incrível porque me permite realizar muitas coisas que outros não têm coragem. Mas, ao mesmo tempo, quando me comparo às pessoas ao meu redor, me sinto estranho, deslocado... As pessoas se abraçam, se beijam, dizem que sentem saudades. Eu não. Não gosto de abraços, não gosto de beijos que não sejam da minha esposa, e o mais confuso para mim: eu não sinto saudades.
Existem duas maneiras de interpretar isso: posso me sentir único ou posso me sentir estranho, alguém que não se encaixa no contexto ao redor.
Por que falar disso justamente em uma postagem do Dia dos Pais? Porque a chegada da Rafaela mudou um pouco a minha existência. Para a maioria das situações e das pessoas, o que descrevi ainda se aplica, mas não para minha Rafinha e o Théo. Com eles, aprendi sobre o amor, a cuidar, a me importar, a sofrer, a sentir saudades, e assim, tenho me esforçado a cada dia para me importar mais com as outras pessoas, a ser mais sensível à dor alheia.
Mas lembre-se, não é porque eu não