17/11/2023
O sentido espiritual do sofrimento.
O sofrimento não está incluído no plano divino e a maneira mais rápida de superá-lo é compreender seu sentido e sua função. Na verdade, a dor tem um significado espiritual, um peso moral e também uma tarefa a ser realizada em nossas células físicas. No entanto, mesmo ao reconhecer isso, devemos entender que nossa alma e o próprio universo não têm intenção de nos fazer sofrer. Paradoxalmente, contudo, o plano superior utiliza o sofrimento para o nosso benefício.
A origem do sofrimento reside no próprio indivíduo e, em princípio, decorre de sua relutância em se transformar. Desta forma, é empregado pelas forças do destino como um caminho para o amadurecimento da consciência, e quando esta não se eleva por meio da razão, intuição ou conhecimento adquirido, pode eventualmente contribuir para despertar.
O sofrimento também é produto do desejo. Nós o engendramos ao querer coisas, ao nos envolvermos emocional e mentalmente com algo, com alguém e ao fazermos experiências sem motivo nobre e universal. Por estar muito centrado em si mesmo, o ser humano pouco se interessa pela evolução do universo. Dessa recusa e da ignorância básica de que há uma única vida que a tudo anima, advém o sofrimento. Contudo, se canalizarmos os desejos para objetivos cada vez mais amplos e elevados, podemos mudar essa situação.
A purificação ou o refinamento dos anseios, cobiças ou apetites se dá por etapas. Podemos começar pelo desapego das coisas materiais e, a seguir, das ligações afetivas negativas, e, por fim, dos preconceitos e esquemas mentais. Compreendemos então que ideias, tendências e pretensões equivocadas retêm o fluir da vida ou nos desviam do curso correto, distanciando-nos das leis universais.
Cada tipo de sofrimento tem sua função. Se o padecimento é de natureza moral, ele forja e edifica o caráter - e pode-se dizer que todos os que têm caráter adquiriram-no vivendo diferentes gradações desse tipo de infortúnio, pois durante a experiência temos possibilidade de fazer opções importantes para o caminho espiritual. Mas, se o sofrimento é de natureza física, quase sempre quer nos mostrar o que devemos mudar em nossa vida. Como os demais, esse tipo de sofrimento é sempre proporcional à capacidade de suportá-lo, ainda que, em alguns casos, acrescentamos-lhe lamentações e a rejeição das provas. Com esse aumento, pode-se torná-lo excessivamente pesado.
Precisamos considerar o sofrimento como oportunidade de sanar desequilíbrios antigos, a maioria deles causados por nós mesmos, abandonando a ideia errônea de que ele vem nos punir. Nossa atitude diante dele determina muito do que sucederá. Quando é compreendido e aceito e quando modificamos na própria vida o que a enfermidade está indicando como desequilíbrio, as células aprendem a conviver com a dor. Mesmo se a dor chega ao limite do suportável, ameniza-se quando é aceita. Pode-se experimentar, então, uma paz inédita.
Mantendo-nos em nova posição diante do sofrimento, permeamos o corpo com o reconhecimento de que ele é uma vestimenta da essência espiritual. Isso muda sua condição, pois passamos a vê-lo como parte de uma vida maior e como envoltório de algo precioso, imaterial. Sem o rejeitarmos, mas aceitando-o inteligentemente e seguindo o que nos indica, permitimos que a energia interna remova o que a impede de expressar-se. Tal atitude positiva pode ser fortalecida quando agradecemos o que o sofrimento realiza em nós, quando sabemos reconhecer o que Deus, os Vòdún e a vida, com sabedoria, nos oferecem.
Missão não é utilizarmos Deus e os Vòdún para realizarmos os nossos sonhos ou ambições pessoais e materiais. Missão é deixarmos que Eles nos usem para os planos e sonhos dEles.
‴ Nenhum ser humano nunca se elevou espiritualmente sem ter sido purificado no fogo do sofrimento ‷.
® Registro fotográfico em momento de oração e grande emoção de meu filho carnal em um altar secular na cidade santa de Sàvàlú (sede mundial do povo Màxí) de propriedade do Convento Real e Religioso da Dinastia do nosso ancestral espiritual, o Axɔ́sú Soha Gbagidí I.
Nós, Organização Cultural Dànxòmɛ̀, temos a missão de representar o Templo Azaká da dinastia real Gbagidí na qualidade de Embaixada Cultural de Sàvàlú no Brasil, divulgando informações verdadeiras com dados e fontes confiáveis.
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