Historiando Tamandaré

Historiando Tamandaré Tamandaré acolhe um importante legado histórico, e esse canal foi criado para resgatar e divulgar,
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JOÃO MAURÍCIO – A BOTIJA DO ESCRAVIZADO    Maria do Carmo Ferrão Santos​Sobre João Maurício, o que se sabe são informaçõ...
19/08/2024

JOÃO MAURÍCIO – A BOTIJA DO ESCRAVIZADO
Maria do Carmo Ferrão Santos
​Sobre João Maurício, o que se sabe são informações fragmentadas transmitidas por nossos antepassados, por isto alguns consideram lenda, porém, consideramos como verdadeiras até provarem o contrário. Descendente de africanos, ele nasceu no início do século XIX, na área rural do município de Sirinhaém, que a partir de 1919 passou a fazer parte de Rio Formoso - PE.
Nessa época, era comum enterrarem moedas e joias, pois não existia um local seguro para guardá-las, porém, se o dono morresse sem dizer a alguém, o tesouro só era encontrado por meio de sonho ou de forma acidental. Certa noite, João Maurício sonhou com uma botija perto da casa-grande do engenho Gindaí. Após algumas tentativas, desenterrou um pote com joias e moedas de ouro.
Ele era inteligente e agiu com segurança. Conseguiu comprar sua carta de alforria, depois adquiriu um engenho e alforriou os escravizados que permaneceram trabalhando na sua propriedade. Viajou ao Rio de Janeiro para conhecer Dom Pedro II, fato que ocorreu em uma rápida audiência que mantinha com a população. Na ocasião, João Maurício o presenteou com uma linda joia.
Quando o Imperador visitou Rio Formoso (11 à noite e 12/12/1859), João Maurício o convidou para conhecer seu engenho. Preparou um sofisticado ambiente, inclusive colocou um tapete vermelho com moedas de ouro, do jardim até a entrada da casa, mas Pedro II não o visitou. Na madrugada do sábado (13) seguiu para Tamandaré. Revoltado, João Mauricio culpou Francisca Lins, rica e preconceituosa, por ter influenciado no roteiro de visitas do Imperador.
Para as moedas encontradas no serviço de terraplenagem (em 1977) realizado perto da antiga casa-grande de Gindaí, existem duas versões: 1- João Mauricio ao f**ar triste por não ter sido visitado pelo Imperador, enterrou no mesmo local as moedas que ainda possuía; 2- João Mauricio ao encontrar a sua botija, não imaginou que eram dois potes de barro, portanto, a segunda com moedas holandesas e portuguesas datadas entre 1646 e 1788, permaneceu enterrada até 1977. Esta última, é a versão que mais se aproxima da realidade.

A ORLA DE BARREIROS PERTENCEU A TAMANDARÉ      Maria do Carmo Ferrão Santos​No Brasil, é comum o espaço geográfico de um...
04/08/2024

A ORLA DE BARREIROS PERTENCEU A TAMANDARÉ
Maria do Carmo Ferrão Santos
​No Brasil, é comum o espaço geográfico de um município sofrer modif**ações ao longo do tempo. Muito antes da emancipação de Rio Formoso (1850), sua orla era entre a foz do rio Formoso e a do rio Una, com extensão em torno de 24 km. A orla de Barreiros (emancipado em 1860) era de 10 km, entre a foz do rio Una e a do rio Persinunga – que limita os estados de Pernambuco e Alagoas. Assim, a praia de Mamucabinha, a praia do Porto (atual Porto Nassau), a Ilha do Coqueiro Solitário, a Pedra do Conde, a Barra da Lagoa, a Igreja de São Gonçalo (em ruínas), além de Tamandaré, pertenciam a Rio Formoso.
​No Guia Geral do Brasil (Almanak Laemmert) publicado em 1904, na pág. 1.336 menciona que Barreiros tem entre 8 km e 10 km de costa, entre as barras (foz) dos rios Una e Persinunga; na pág. 1.362 consta que Rio Formoso possui as paróquias de Nossa Senhora da Conceição, de São José do Rio Formoso e São Gonçalo de Una - que depois passou a pertencer ao município de Barreiros.
O distrito de São José da Coroa Grande foi criado em 1901, e pertencia a Barreiros. Em 1958 foi emancipado e ficou com os distritos de Várzea do Una e Abreu do Una, além da orla do seu município-mãe. Para recuperar os 10 km de sua orla, Barreiros ocupou o trecho entre a foz dos rios Mamucabas/Ilhetas e a foz do rio Una, embora sempre tenha pertencido ao município de Rio Formoso. Apesar das pesquisas realizadas, ainda não encontramos a Lei que permitiu Barreiros apropriar-se de parte da praia de Mamucabinha, da praia do Porto, da Ilha do Coqueiro Solitário, da Pedra do Conde, da Barra da Lagoa e seu entorno.
Quando Tamandaré passou a ser distrito (1905) possuía 24 km de praias pertencentes a Rio Formoso, porém, ao perder 10 km para Barreiros, sua orla foi reduzida em 42% de extensão. Apenas nos últimos anos é que a população foi informada que parte de Mamucabinha pertence a Barreiros, e que os tamandareenses nascidos na praia do Porto, são barreirenses. Para esclarecer tais fatos, com a palavra a CONDEPE/FIDEM, órgão estadual responsável por demarcar e oficializar os limites geográficos dos municípios pernambucanos.

A FOTOGRAFIA DE PAISAGEM, RETRATADA POR MANU FERRÃO.Desde a adolescência, tem se destacado por sua excelente habilidade ...
01/08/2024

A FOTOGRAFIA DE PAISAGEM, RETRATADA POR MANU FERRÃO.
Desde a adolescência, tem se destacado por sua excelente habilidade fotográf**a. Essa arte visual tem lhe proporcionado importantes trabalhos, que eternizam a sua vocação nos mais variados tipos de fotografias.

DIA DE SANTO INÁCIO DE LOYOLA. No interior do Forte de Tamandaré, foi construída a primeira igreja desta cidade. Foi ina...
31/07/2024

DIA DE SANTO INÁCIO DE LOYOLA. No interior do Forte de Tamandaré, foi construída a primeira igreja desta cidade. Foi inaugurada em 1780, em homenagem a Santo Inácio de Loyola, que foi padroeiro de Tamandaré durante 215 anos, porém, em 1995 foi substituído pelo atual padroeiro São Pedro.

A CULTURA NO ENGENHO SAUÉ GRANDE - TAMANDARÉ.No dia 29 de julho de 2024, a Associação Maré Cultural e o Canal Historiand...
30/07/2024

A CULTURA NO ENGENHO SAUÉ GRANDE - TAMANDARÉ.
No dia 29 de julho de 2024, a Associação Maré Cultural e o Canal Historiando Tamandaré, participaram de uma palestra e contação de histórias com as crianças da escola Coronel Othon Bezerra, do engenho Saué Grande. Foi tudo maravilhoso e inesquecível !

30/07/2024

A Associação Maré Cultural e o Canal Historiando Tamandaré, têm elevado cada vez mais a cultura deste município. O Projeto ERA UMA VEZ EM TAMANDARÉ, apoiado pela Lei Paulo Gustavo, mostra o conteúdo do livro TAMANDARÉ, ESSE É MEU BRASÃO, ESSA É MINHA BANDEIRA, do escritor infantil Romero Silva, o qual conta com perfeição a referida história.

29/07/2024

A Associação Maré Cultural e o Canal Historiando Tamandaré, têm elevado cada vez mais a cultura deste município. O Projeto ERA UMA VEZ EM TAMANDARÉ, apoiado pela Lei Paulo Gustavo, mostra o conteúdo do livro TAMANDARÉ, ESSE É MEU NOME, ESSA É MINHA HISTÓRIA, do escritor infantil Romero Silva, o qual conta com perfeição a referida história.

O POSTO TELEFÔNICO DE SAUÉ E DE TAMANDARÉ    Maria do Carmo Ferrão Santos​Em Pernambuco, a empresa operadora de telefoni...
15/07/2024

O POSTO TELEFÔNICO DE SAUÉ E DE TAMANDARÉ
Maria do Carmo Ferrão Santos
​Em Pernambuco, a empresa operadora de telefonia era representada pela TELPE (Telecomunicações de Pernambuco S/A), que permaneceu em atividade entre 1958 e 1998, quando foi privatizada. Em 1982, instalaram uma linha telefônica no CEPENE, que estava sendo estruturado para ser inaugurado em 1983. Neste ano, implantaram uma linha para atender a comunidade e os visitantes de Tamandaré. O Posto Telefônico f**ava na praça Padre Paulo. Foi construído com tijolo aparente vermelho e friso branco; no seu interior existia a recepção e a cabine com uma porta de madeira e vidro. No balcão, a telefonista anotava no caderno: o nome do usuário, local de destino da ligação, o horário de início e término da ligação; com tais informações, cobrava pelo serviço prestado. Foi inaugurado no feriado do dia 15 de novembro de 1983, e contou com a presença de dezenas de pessoas, a banda filarmônica de Rio Formoso e muitos fogos. No dia seguinte, três pessoas foram contratadas para o cargo de telefonista municipal: Ana Maria de Barros, Zuleide Gomes da Silva e Marilene Pereira Jackes; em 1985, contrataram Maria José de Barros (Mazé) e Maria José Brito. Por duas décadas, durante todos os dias da semana, funcionou com três turnos de 5h, distribuídos entre 7h e 22h. Para telefonar, era comum enfrentar fila, sol e chuva, ouvia o que falavam na calorenta e apertada cabine, aguardava várias tentativas para completar a ligação e, se demorasse falando ouvia indiretas.
Em Saué, inicialmente, a população pedia permissão para usar o telefone da usina. No ano de 1989, o imóvel ao lado do posto médico da rua do Sol, a TELPE transformou em Posto Telefônico, servido pelos telefonistas Disnaldo, Cristiane, Silvana, Selma, Rosania, Elidjane, Adriana, Darcione, Paula e Cláudia. O expediente era em dois turnos, entre 7h e 22h. Na década de 1990, os orelhões e telefones fíxos foram instalados em diversos locais, somando-se à chegada dos celulares, portanto, esses fatos provocaram o fechamento do Posto Telefônico de Saué e de Tamandaré.

O POSTO TELEFÔNICO DE SAUÉ E DE TAMANDARÉ    Maria do Carmo Ferrão Santos​Em Pernambuco, a empresa operadora de telefoni...
15/07/2024

O POSTO TELEFÔNICO DE SAUÉ E DE TAMANDARÉ
Maria do Carmo Ferrão Santos
​Em Pernambuco, a empresa operadora de telefonia era representada pela TELPE (Telecomunicações de Pernambuco S/A), que permaneceu em atividade entre 1958 e 1998, quando foi privatizada. Em 1982, instalaram uma linha telefônica no CEPENE, que estava sendo estruturado para ser inaugurado em 1983. Neste ano, implantaram uma linha para atender a comunidade e os visitantes de Tamandaré. O Posto Telefônico f**ava na praça Padre Paulo. Foi construído com tijolo aparente vermelho e friso branco; no seu interior existia a recepção e a cabine com uma porta de madeira e vidro. No balcão, a telefonista anotava no caderno: o nome do usuário, local de destino da ligação, o horário de início e término da ligação; com tais informações, cobrava pelo serviço prestado. Foi inaugurado no feriado do dia 15 de novembro de 1983, e contou com a presença de dezenas de pessoas, a banda filarmônica de Rio Formoso e muitos fogos. No dia seguinte, três pessoas foram contratadas para o cargo de telefonista municipal: Ana Maria de Barros, Zuleide Gomes da Silva e Marilene Pereira Jackes; em 1985, contrataram Maria José de Barros (Mazé) e Maria José Brito. Por duas décadas, durante todos os dias da semana, funcionou com três turnos de 5h, distribuídos entre 7h e 22h. Para telefonar, era comum enfrentar fila, sol e chuva, ouvia o que falavam na calorenta e apertada cabine, aguardava várias tentativas para completar a ligação e, se demorasse falando ouvia indiretas.
Em Saué, inicialmente, população pedia permissão para usar o telefone da usina. No ano de 1989, o imóvel ao lado do posto médico da rua do Sol, a TELPE transformou em Posto Telefônico, servido pelos telefonistas Disnaldo, Cristiane, Silvana, Selma, Hosana, Elidjane, entre outros. O expediente era em dois turnos, entre 7h e 22h. O pouco que se apurava por mês, 20% era convertido em salários. Na década de 1990, os orelhões e telefones fíxos foram instalados em diversos locais, somando-se à chegada dos celulares, portanto, esses fatos provocaram o fechamento do Posto Telefônico de Saué e de Tamandaré.

NOITE CULTURAL NA PRAÇA DA LIBERDADE Na noite de 12 de julho, a literatura infantil revestiu  Tamandaré num importante e...
14/07/2024

NOITE CULTURAL NA PRAÇA DA LIBERDADE

Na noite de 12 de julho, a literatura infantil revestiu Tamandaré num importante evento cultural, com a apresentação ao ar livre, do Projeto ERA UMA VEZ EM TAMANDARÉ, financiado pela Lei Paulo Gustavo. Foram dois vídeos maravilhosos, que mencionam sobre dois importantes livros infantis, do escritor Romero Silva: TAMANDARÉ ESSE É MEU NOME ESSA É MINHA HISTÓRIA, e TAMANDARÉ ESSE É MEU BRASÃO ESSA É MINHA BANDEIRA. É um trabalho belíssimo, que merece fazer parte do acervo literário das escolas e residências tamandareenses.

10/07/2024

CRESCENTE ALAGAMENTO EM PONTO TURÍSTICO DE TAMANDARÉ.

Maria do Carmo Ferrão Santos.

Na rua São José, nas imediações da entrada da Vila Caboclo, à cada temporal inunda alguns imóveis residenciais e comerciais, fato que se repetiu na noite de 9 de julho. A solução está relacionada com alguns ajustes no maceió de Tamandaré (da Toca do Joca), tão impactado por ação humana. A sua foz passou a ser ocupada por manilhas paralelas, sendo a inferior com diâmetro maior e de grande importância para minimizar a referida inundação, no entanto, aparentemente ela teve sua passagem fechada, interrompendo o fluxo da vazão pluviométrica. Dois edifícios construídos no espaço ocupado pelo maceió de Tamandaré, deveriam ser melhor planejados, para evitar impactos crescentes neste importante ponto turístico. Que venha o progresso, mas respeitando o nosso meio ambiente.
Agradecemos a Mano da Sorveteria, pela produção do vídeo para o Canal Historiando Tamandaré.

VENDEDOR DE QUEBRA-QUEIXO – UMA PROFISSÃO EM EXTINÇÃO    Maria do Carmo Ferrão Santos.Os primeiros quebra-queixeiros mor...
30/06/2024

VENDEDOR DE QUEBRA-QUEIXO – UMA PROFISSÃO EM EXTINÇÃO
Maria do Carmo Ferrão Santos.
Os primeiros quebra-queixeiros moravam na zona rural. O tabuleiro era de madeira, depois de alumínio e inox; possuía um único compartimento interno, mas foi dividido em vários, para poder separar a variedade de sabores (amendoim, castanha, goiaba, banana, mamão, abacaxi, batata doce e jaca) juntados ao coco. Secularmente, foi carregado em cima da cabeça e com o uso de uma rudia, porém, por pesar mais de 40 kg, essa profissão só foi exercida por homens. O tabuleiro era apoiado num tripé (armação de madeira carregada no ombro ou sobre o tabuleiro), mas foi substituído por carrinho de tração humana. A fatia era servida em folha de bananeira, depois em papel ou plástico.
Antes dos portugueses chegarem ao Brasil, os japoneses já levavam seus alimentos no obentô - tabuleiro de madeira com tampa e divisões internas, além de armação de madeira que servia de mesa. Nos últimos anos, vários turistas sugeriram que no letreiro dos carrinhos constasse o nome “doce japonês”, por considerarem o uso do obentô, a semelhança entre os doces e agregar valor comercial. Foram atendidos... Porém, são dois tipos diferentes de doces, pois o quebra-queixo possui textura mais consistente e seu incomparável sabor.
Prestigiamos todos quebra-queixeiros da zona rural de Tamandaré, em nome de Duda (Eng. Canto Alegre), José Luís da Silva (Zé Mucufa – Eng. Coqueiro), Mano (Eng. Coqueiro), Moacir do Rego Barros (Eng. Saué Grande), Miguel Ferreira da Silva e seu filho Josimário Miguel da Silva – Doda (Eng. Brejo) e Isaías (Eng. São João). Hoje, não existe nenhum representante em atividade. Em nome de Zé Bilaço, Venta de Popa, José Ferreira da Silva (conhecido por coveiro) e seu irmão Miguel Ferreira da Silva, Euclides Correia da Silva e seus filhos Geraldo Lourenço Correia e Abraão Lourenço Correia, além de Manoel José Quirino, José de Santana (Zeca), Luíz Antônio da Silva e Givaldo da Silva, prestigiamos todos da cidade de Tamandaré. Atualmente apenas Zeca atua diariamente; Luíz e Givaldo, só no verão e nos feriados prolongados.
Conhecer a história desta profissão em extinção, é valorizar esses profissionais que colaboraram na construção da identidade deste município.

RIACHO AGONIZA NA PE-076     Maria do Carmo Ferrão Santos ​Para colonizar a cidade de Tamandaré, o acesso só era possíve...
18/06/2024

RIACHO AGONIZA NA PE-076
Maria do Carmo Ferrão Santos

​Para colonizar a cidade de Tamandaré, o acesso só era possível se atravessasse um lindo riacho cristalino, que posteriormente ficou conhecido por riacho de Zé Cató. Este era um agricultor que, no século passado, morou no engenho Brejo, nas proximidades do referido riacho e da PE-076. Inicialmente, a ponte foi construída com troncos da vegetação local, que depois foram substituídos por manilhas de concreto cobertas com barro, entretanto, na década de 1980 toda a PE-076 foi asfaltada pela construtora F. A. Teixeira.
​O riacho de Zé Cató passa pelos sítios Água das Moças 1 (de Bau Felipe) e 2 (de Angelita), em algumas parcelas do Engenho Brejo até atravessar a PE-076, daí segue em torno de uns 300 metros até desaguar no rio Mamucabas, cujo trecho também é chamado de rio Jacaré. Sem manutenção, este riacho encontra-se assoreado, e para piorar a sua situação, toneladas de entulhos estão sendo jogados próximos às suas margens e na área de influência do manguezal. As consequências dessas ações estão sendo danosas ao meio ambiente e para a população de Tamandaré, tendo em vista que no dia 15 de junho, o referido riacho alagou cerca de 300 metros de extensão da PE-076, assim, durante algumas horas a rodovia ficou interditada. De forma vergonhosa, dois dias depois (em 17/06/2024) as caçambas continuaram depositando toneladas de entulhos neste espaço, outrora divulgado como sendo uma área verde do engenho Brejo.
​Tais impactos ambientais, além de afetar negativamente a paisagem desta cidade turística, um péssimo legado está sendo deixado para as próximas gerações. Até agora, é visível a conivência dos órgãos ambientais (municipal, estadual e federal) e dos poderes executivo e legislativo, com esta danosa situação. Essa inundação fluvial, a tendência é ocorrer com mais frequência, pois este riacho agoniza diante da falta de comprometimento em preservá-lo.
Fotos: Albino Henrique, Edmar Paz, Welington e Rodolfo.

HIDROGRAFIA NO DISTRITO DE SAUÉMaria do Carmo Ferrão Santos ​O alagamento nas ruas do distrito de Saué, que ocorre entre...
28/05/2024

HIDROGRAFIA NO DISTRITO DE SAUÉ
Maria do Carmo Ferrão Santos

​O alagamento nas ruas do distrito de Saué, que ocorre entre março e agosto, deve-se ao excesso das chuvas que caem nas ruas desprovidas de drenagem pluvial, e dos morros próximos ao centro, cuja água se espalha na rua do Sol e se encontra com o riacho Sauezinho. A inundação também é provocada pela elevação da vazão (fluviometria) dos riachos Canoinha (próximo da PE-96) e Sauezinho (perto da usina) que atravessam a rua da Floresta, a qual f**a bastante afetada, juntamente com as ruas da Barragem e Sérgio Couto, ambas à direita da usina. Também existe o córrego da coruja, que apesar de pouco expressivo, mas quando não encontra espaço para desaguar no riacho Sauezinho, inunda as seguintes ruas à esquerda da usina: Nova, da Coruja, da Barreira, da Linha e da Adubeira. Ao longo do tempo, ações humanas têm afetado o meio ambiente e, desta forma, contribuído com os transbordamentos dos riachos e, consequentemente, com inundações das ruas, as quais deixam as famílias desabrigadas e com bastante prejuízo material e emocional.
É aconselhável que nas passagens dos dois riachos pela rua da Floresta, se utilize tubulações de concreto com diâmetro maior, para facilitar o escoamento da água nas grandes vazões. Também, deve-se evitar a construção de obras nas proximidades das margens, ou em áreas que facilmente são atingidas pelas cheias, como por exemplo o aterro do campo de futebol de Saué, pois é área propícia ao alagamento de origem pluvial e fluvial, assim, a elevação desse terreno serviria de obstáculo e afetaria o escoamento da água, que f**aria ainda mais retida na rua da Floresta e ruas circunvizinhas. O sistema hidrográfico existente em Saué, requer a elaboração de um projeto bem estruturado, visando a revitalização desses riachos e córrego, somando-se à construção ou reforma dos imóveis constantemente atingidos.

A DRENAGEM PLUVIAL NO CANAL OESTEMaria do Carmo Ferrão Santos​Para evitar inundações no Campo de Aviação construído em 1...
25/05/2024

A DRENAGEM PLUVIAL NO CANAL OESTE
Maria do Carmo Ferrão Santos
​Para evitar inundações no Campo de Aviação construído em 1941, o topógrafo Antônio Angelim implantou o Canal Oeste - um sistema de levadas que transferia a água pluvial para o rio Ariquindá, entretanto, existiam as levadas secundárias (oriundas de vários locais) que abasteciam a levada principal. No terreno pertencente ao Campo de Aviação, só havia uma casa que era ocupada pelo guarda campo Amaro Ferreira de Miranda, portanto, não existia nenhuma construção na Av. José Bezerra Sobrinho (entre a praça da Liberdade e o Ginásio de Esportes) e nas ruas no seu entorno.
​Oito décadas depois, a levada principal continua com o mesmo percurso, ou seja, inicia no loteamento Águas de Tamandaré, atravessa a praça Padre Cícero, as ruas Novo Afogados, Gonçalo Meira e João Mangabeira, a PE 009 e a lateral do Centro de Convivência de Idosos, daí, atravessa o Sítio Currais dos Bois, a estrada em frente à casa de Mungica (acesso ao Mirante), a divisa dos sítios Porto do Mangue e Jacinto, até alcançar o rio Ariquindá. Numa extensão de 600 metros, entre o rio e a referida estrada, essa levada só era ocupada pela água da chuva, porém, as grandes marés contribuíram para a água salgada adentrar e, com o passar dos anos, este trecho foi ocupado por manguezal.
​Para minimizar os alagamentos nas ruas de Tamandaré, é urgente a recuperação do seu sistema de drenagem pluvial. Há cerca de 12 anos, as antigas levadas foram substituídas por tubos de concreto, porém, estes foram considerados de pequeno diâmetro para suportar a vazão produzida durante intensos temporais. Outro problema gerado, é que diversos imóveis foram construídos em cima da tubulação pluvial, além, de direcionarem os esgotos domésticos para o seu interior, contribuindo com o aumento da poluição no rio Ariquindá. Quando as levadas não eram poluídas, era divertido se molhar naquelas águas cristalinas, além, das pescarias de camarão de água doce, realizadas com puçás no período de abril a setembro. Bons tempos!

CASA DOS ARCOS – UM PATRIMÔNIO SECULAR  Maria do Carmo Ferrão Santos e Manoel Pedrosa.​Em 1842, Francisco do Rego Barros...
23/05/2024

CASA DOS ARCOS – UM PATRIMÔNIO SECULAR
Maria do Carmo Ferrão Santos e Manoel Pedrosa.​
Em 1842, Francisco do Rego Barros (presidente da província de Pernambuco), contratou os engenheiros franceses Pedro Victor Boulitreau, Henrique Augusto Millet, entre outros, que f**aram sob o comando de Louis Léger Vauthier. Assumiram a missão de resolver sérios problemas de infraestruturas em Recife e Olinda. Após quatro anos Vauthier retornou a Paris, porém, o engenheiro Millet permaneceu em Pernambuco até o seu falecimento em 1894.
​Vauthie e Millet ao visitarem Tamandaré, conheceram Zeferino Muniz Salgado. Precisando construir uma casa para morar com sua família, os engenheiros Vauthier e Millet o presenteou com a planta da Casa Eclética dos Arcos, construída no seu sítio Vigário III. Zeferino transportou os tijolos e telhas do Recife, na sua barcaça Vênus. Millet residiu um período em Tamandaré, e foi quem recebeu Dom Pedro II quando aqui chegou em 13 de dezembro de 1859.
A Lei Provincial n° 842, de 28 de maio de 1868, criou a Freguesia de Tamandaré, e a igreja de São José de Botas serviu de matriz. A Casa Eclética dos Arcos foi construída na beira mar, a 160 metros de distância da casa do padre José Rufino Gomes e da igreja de São José de Botas – ambas localizadas no Sítio São José e tombadas pela FUNDARPE, conforme decreto estadual no. 44.064, de 26 de janeiro de 2017. Esses três imóveis sempre foram considerados pelos munícipes, como sendo um conjunto arquitetônico que deve ser preservado.
A Casa Eclética dos Arcos está protegida pelo Plano Diretor de Tamandaré, no seu Art. 127º (Lei 188/2002), IV, portanto, pertence ao Patrimônio Cultural deste município. Atualmente, a casa está em avançado estágio depreciativo, o que não impede sua revitalização e uso. Felizmente, um futuro empreendimento a ser instalado no terreno ao lado, está tomando todas as providencias para incorporar o bem histórico-cultural e seu projeto arquitetônico, trazendo valoração e cuidados. Temos que defender as relíquias deixadas por nossos antepassados, pois contribuíram com a formação da nossa identidade. Que venha o progresso, mas que respeite a nossa história.

A DRENAGEM PLUVIAL NO MACEIÓ DAS CAMPASMaria do Carmo Ferrão SantosNossos antepassados sempre testemunharam as águas das...
20/05/2024

A DRENAGEM PLUVIAL NO MACEIÓ DAS CAMPAS
Maria do Carmo Ferrão Santos
Nossos antepassados sempre testemunharam as águas das chuvas percorrerem seus próprios caminhos, nos terrenos arenosos das restingas. Seguiam naturalmente em direção ao mar, porém, devido à ausência de canais, as águas se acumulavam em locais com depressão no solo, assim, abasteciam o fosso do Forte de Tamandaré ou formavam pequenos lagos ou vales - como eram chamados pelos tamandareenses. Em 1941, com a construção do Campo de Aviação, para evitar inundações nas duas pistas (Norte/Sul e Leste/Oeste) o topógrafo Antônio Angelim implantou o Canal Leste - um sistema de levadas que transferia a água pluvial para três maceiós que deságuam no mar, entre eles o das Campas.
O maceió das Campas, limita as praias de Tamandaré e das Campas. A sua foz era ocupada por uma ponte de madeira, e logo depois existia uma vasta orla ocupada por altos coqueiros e a rua São Pedro (continuação da rua São José), que dava acesso a igreja de São Pedro. Este maceió também foi chamado maceió de Lúcio, devido após a ponte, existir a mercearia e a residência de Lúcio Lins. Na década de 1970, construíram a ponte de concreto nas imediações do atual Hotel Ancoradouro, pois a de madeira precisada de constante manutenção devido à dinâmica hídrica na foz. Suas levadas foram as que mais adentraram no continente, percorrendo vários sítios, atualmente transformados em loteamentos. Este maceió também sofre sérios impactos, destacando o estreitamento por construções nas suas margens, assoreamento, poluição, etc. Nos maceiós das Campas e do Lira, durante as marés de sizígias (na lua nova e cheia) a água do mar adentra com mais força na foz, proporcionando o transporte de juvenis de várias espécies de peixes.
Em Tamandaré, os maceiós contribuem bastante na diminuição dos alagamentos das ruas afetadas por temporais, portanto, é urgente e necessário a execução de um amplo projeto para recuperá-los e preservá-los.

A DRENAGEM PLUVIAL NO MACEIÓ DE TAMANDARÉMaria do Carmo Ferrão Santos ​Em 1941, o topógrafo Antônio Angelim construiu em...
18/05/2024

A DRENAGEM PLUVIAL NO MACEIÓ DE TAMANDARÉ
Maria do Carmo Ferrão Santos
​Em 1941, o topógrafo Antônio Angelim construiu em Tamandaré, um complexo sistema de drenagem pluvial. Chamou de Canal Leste, as levadas direcionadas em transportar a água da chuva para os maceiós que deságuam no mar, entre eles o maceió de Tamandaré, chamado maceió de Mané Gomes (dono de um lindo coqueiral no seu entorno), e depois maceió da Toca do Joca.
Neste maceió, as levadas foram construídas para atender dois diferentes percursos da água pluvial: 1 - passa por trás da sorveteria Tô a Tôa, (na Av. Dr. Leopoldo Lins), depois continua paralelo à rua São José, ou seja, por atrás da colônia de pescadores, no condomínio Monte dos Oliveiras, atrás da Toca do Joca, quando dobra à direita e atravessa este restaurante; 2 - passa por trás da casa dos arcos, da pousada primavera, até chegar à rua Hermes Samico, quando dobra à esquerda. A água da chuva oriunda dos dois percursos se une ao passar na galeria que atravessa a rua São José, em frente da Toca do Joca e do edifício Maré Alta. Depois, o maceió de Tamandaré deságua no mar.
​Outrora, algumas tubulações foram usadas na rua São José, para passagem do maceió, dos veículos e dos pedestres. Daí, logo em seguida o maceió se deslocava livre e deslumbrante, entre uma belíssima restinga praieira e um extenso coqueiral, pois o mar f**ava a mais de 100 metros de distância. Na sua foz, a água cristalina era usada para as crianças brincarem e os pescadores lavarem seus peixes, ao chegarem em suas tradicionais jangadas.
Nas últimas décadas, o maceió de Tamandaré vem sendo bastante impactado por poluição, além, das levadas terem sido substituídas por tubulações de pequeno diâmetro, estarem debaixo de construções ou assoreadas. Também a sua foz, vergonhosamente, foi substituída por tubulações de concreto, cuja força da natureza tem constantemente destruído. Este é mais um maceió que está sendo afetado por ações antrópicas, porém, a natureza responde inundando as ruas da nossa querida Tamandaré.

O MACEIÓ DO LIRA E A DRENAGEM PLUVIAL DE TAMANDARÉ     Maria do Carmo Ferrão Santos ​Em 1941, para evitar o acúmulo de á...
15/05/2024

O MACEIÓ DO LIRA E A DRENAGEM PLUVIAL DE TAMANDARÉ
Maria do Carmo Ferrão Santos

​Em 1941, para evitar o acúmulo de água da chuva na pista do campo de aviação de Tamandaré, o topógrafo Antônio Angelim construiu dois canais a céu aberto, depois substituídos por tubulações de concreto. Um deles (o canal Leste) passa no loteamento Marinas de Tamandaré, atravessa a rua Samuel Hardman e a Av. Dr. Leopoldo Lins (na COMPESA), depois segue pela rua Pouso da Águia. Nesta última rua, construíram quatro galerias que atravessam a Av. Dr. Leopoldo Lins, nas imediações dos imóveis de números: 371, 681, 795 e 935. Essas galerias foram cobertas com pedras de paralelepípedo ou placas de concreto, para facilitar a sua limpeza e a passagem dos veículos.
​A Av. Dr. Leopoldo Lins, que tem extensão estimada em 1,5 km (entre a praça Almirante Tamandaré e a praça padre Paulo), foi a primeira via pública calçada nesta cidade, no ano de 1972. Em torno de 300 metros da referida avenida (entre a praça Almirante Tamandaré e a Av. José Bezerra Sobrinho), recebeu pavimentação asfáltica em 2022. Esta teve continuidade em 13 de maio de 2024, quando será concluída. Embora permita um deslocamento bem mais confortável, é de fundamental importância a limpeza das galerias que atravessam a Av. Dr. Leopoldo Lins, as quais receberam uma fina camada de asfalto para facilitar a sua localização e manutenção. Antes de se unirem formando o maceió do Lira, a água pluvial percorre diferentes caminhos nas levadas abertas ou terrenos existentes no entorno do Forte de Tamandaré e no loteamento Ponta Verde, até desaguar na Praia Pontal do Lira.
Nas últimas décadas, ações antrópicas vêm prejudicando o maceió do Lira, ao provocarem assoreamento e estreitamento com a construção de vários imóveis nas suas margens, além, do esgoto doméstico e lixo que jogam diretamente nesse curso d’água, provocando, desta forma, inundações na cidade, a poluição do mar e a morte deste maceió, que outrora possuía água cristalina e era bastante admirado pelos tamandareenses.

DIA DE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA.Hoje, 13 de maio é dia de Nossa de Fátima!A igreja dedicada a está santa, f**a na praça A...
13/05/2024

DIA DE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA.
Hoje, 13 de maio é dia de Nossa de Fátima!
A igreja dedicada a está santa, f**a na praça Almirante Tamandaré, e foi inaugurada em 13 de maio de 1968.

Hoje, 13 de maio de 2024, houve o recebimento do tão aguardado livro ANDRÉ DOMINGOS E OS SEUS CORDÉIS. Este fato foi tes...
13/05/2024

Hoje, 13 de maio de 2024, houve o recebimento do tão aguardado livro ANDRÉ DOMINGOS E OS SEUS CORDÉIS. Este fato foi testemunhado por representantes da Associação Maré Cultural e o Canal Historiando Tamandaré, que desde o início desse projeto literário, apoiaram plenamente este escritor tamandareense. Parabéns ANDRÉ DOMINGOS!

DIALETO PRAIEIRO     Maria do Carmo Ferrão SantosApenas em 1928, quando Tamandaré possuía 800 habitantes, foi inaugurada...
12/05/2024

DIALETO PRAIEIRO
Maria do Carmo Ferrão Santos
Apenas em 1928, quando Tamandaré possuía 800 habitantes, foi inaugurada a primeira escola, a Engenheiro Millet. Sem instrução escolar, nossos antepassados adotaram uma maneira própria de falar, que foi transmitida para várias gerações. Ao conhecerem o alfabeto, passaram a escrever de acordo com a oralidade herdada, que é uma variedade linguística condicionada à sua própria lógica gramatical, pois escrevem com base na sua forma de falar e ouvir.
No Brasil, as palavras fora do padrão oficial sempre sofreram preconceito, mas devemos entender que é apenas uma maneira diferente de falar e escrever - semelhante a um dialeto, pois não obedecem às normas gramaticais vigentes, as quais são desconhecidas por parte da população. Neste contexto, destacamos as palavras: armoço (almoço), buquinho (beijo), cas mãos (com as mãos), cumo (como), conceguir, conçultar, crôa (coroa), cuviana (vento frio que ocorre à noite), deicha, difício, dificulidade (dificuldade), divizão, dizispero, envejoza, estavão, eziste, fais (faz), ficão, fio (filho), forão, galamaço (balanço com corda amarrada no galho da árvore), home, irimão (irmão), mêi (mês), naisceu, nêgo, pade (padre), paçarinho, poiva (pólvora), poriço (por isso), precizo, prezensa, prinspe (príncipe), profição, próssimo (próximo), pru móde (por causa), rapais (rapaz), saldade, santana (mês de julho), serteza, severgonha (sem vergonha), siúme, souta, sucegado, tou (estou), trabaio munto (trabalho muito), vambora (vamos embora), vosmincê (você), algumas expressões de espanto: vixe, vôte, oxe, danosse; entre tantas outras palavras.
No geral, os letrados defendem o uso de normas oficiais direcionadas à língua portuguesa, portanto, repudiam as expressões oriundas de pessoas menos cultas. Essa maneira diferente de falar e escrever, continua bastante criticada pela sociedade, que não aceita a cultura dialetal apesar da sua existência nas massas populares, inclusive em Tamandaré.

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Tamandaré, PE

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