02/11/2023
SOL COM PENEIRA
Por: Marcelo Medrado
Vazamentos de informações sigilosas costumam atrapalhar a boa execução da justiça. Muitas vezes vazados pela imprensa na ânsia de chegar primeiro e, em sua maioria, por pessoas que esperam se locupletar pelos benefícios advindos de pessoas interessadas na informação.
Em santos, não seria diferente. O Ministério Público já teve situações onde os trabalhos foram comprometidos por esses vazamentos. Segundo fontes que foram ouvidas pela reportagem, em pelo menos duas ocasiões esse comprometimento ocorreu.
CORRUPÇÃO PASSIVA
Em julho deste ano, um mandado de busca e apreensão contra policiais passou a correr em grupos de Whatsapp antes de ser cumprido. O mandado visava dar andamento a investigações do GAECO – Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado – do Ministério Público de São Paulo em procedimento contra o jogo ilegal.
Segundo as fontes, esse trabalho visava a apuração da continuidade da atividade dos envolvidos em auxílio a contravenção. O vazamento teria frustrado temporariamente a intervenção dos promotores.
15/30
Outro vazamento se deu quando o MPE passou a investigar, segundo a fonte, um advogado que estaria atuando na arrecadação de valores para pagamento ao que se denomina “prédio”. O sistema de pagamento de propina consistiria em recebimentos de valores em dinheiro que seriam entregues ao advogado que participava de um grupo criminoso, com seu líder já condenado, especializado na “terceirização” do repasse.
Diante da informação o Ministério Público teria solicitado auxilio na investigação a outra entidade estatal da segurança pública sem deixar, contudo, de atuar com seu próprio pessoal. A surpresa dos investigadores, que já vigiavam a residência do investigado no bairro do Embaré, foi a mudança de hábitos repentina do investigado. Com isso, teria ocorrido uma mudança também da investigação.
Segundo a fonte, a entidade estatal até o momento não teria remetido aos promotores nenhum resultado sobre o solicitado.
Consultado a respeito das informações recebidas pela reportagem, o Ministério Público se limitou a responder que continua atuando na repressão ao crime na Baixada Santista e que não pode responder sobre inquéritos e investigações em andamento. Mas, que se mantém alerta sobre vazamentos e qualquer outro ato que possa prejudicar o combate ao crime na região.
