VPC Cinemavídeo

VPC Cinemavídeo Fundada em 1989 a VPC Cinemavídeo busca se aprimorar cada vez mais na produção de projetos culturais, priorizando o cinema e vídeo.
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Com grande experiência junto a administração pública e privada, a VPC já realizou mais de 50 vídeos institucionais e produziu quatro filmes de longa metragem. Há nove anos realiza o CineFuturo - Festival Internacional de Cinema e Audiovisual em Salvador, e há cinco o Encontro de Produtores e Distribuidores de Cinema e Televisão.

"Walter mestre poeta artista Você meEncantouEspantouEmocionouSurpreendeuObrigadaTive deCompartilhar este Manifesto para ...
24/02/2016

"Walter mestre poeta artista
Você me
Encantou
Espantou
Emocionou
Surpreendeu
Obrigada
Tive de
Compartilhar este Manifesto para transformar esta obra de arte audiovisual em referência da cultura de protagonismo brasileira

ÊXTASE e GRATIDÃO após assistir ROGÉRIO DUARTE, o TropiKAOSlista, uma obra de arte audiovisual de WALTER LIMA que inspira, provoca e nos faz protagonistas saudosos da cultura brasileira, passando pelas referências deste artista, compositor, protagonista humano.

Em 2017 celebra-se 50 anos de tropicalismo. Quantas referências fantásticas, Walter Lima revive, narra, apresenta a partir do olhar deste alquimista da vida.

Como diz o próprio Rogério Duarte, POESIA que é a pedra no meio do caminho entre a música e a palavra.

Melhor amigo de Glauber Rocha, inspirador e inspirado por uma geração de protagonistas da cultura brasileira em todas as expressões possíveis tem , e cabala, krishna, jardel filho, Paquito, , este protagonista desconstrói, nasce e renasce durante a hora e meia que dura esta experiência audiovisual brasileira que deveria ser REFERÊNCIA mundial de nossa cultura de protagonismo, de nossa identidade e brasilidade.

Duarte faz escambo artístico com João Gilberto ao pedir como "cachet" para criar a capa de Seu disco Brasil, quatro vacas.

Diz que o câncer o curou
Foi torturado,
Se INxiliou, criou, pintou, pirou
Cultura e loucura
Criou uma instalação moradia manifesto contra o modernismo que é obra, é instalação,
É palco e pode ser seu tumulo

Presente em si integralmente
Torço para que DUARTE possa renascer ao apresentar sua trajetória ao mundo


Como EMpreendedora cultural prometo que não será apenas uma experiência comum numa sala de Projeção.

AGUARDEM !!!!!!!!!"

(Yael Steiner)

*Na foto um encontro em SP: Carlos Rennó, Walter Lima e Yael Steiner

Homenageado pelo recém-lançado "Rogério Duarte, o Tropikaoslista", do diretor baiano José Walter Lima, Rogério avalia qu...
17/01/2016

Homenageado pelo recém-lançado "Rogério Duarte, o Tropikaoslista", do diretor baiano José Walter Lima, Rogério avalia que o documentário não o retira da marginalidade. "O documentário aborda cinco vertentes de Rogério: o narrador de uma época, o pensador, o artista, o místico e o homem do campo", diz Walter Lima.

RESUMO O designer e músico baiano Rogério Duarte, autor do cartaz de "Deus e o Diabo na Terra do Sol", foi sequestrado e torturado pelo regime militar, foi considerado louco e virou hare krishna. Importante nome da tropicália, defende que o movimento foi relevante em todas esferas da arte, e não ape…

Como nós tinhamos uma personagem multifacetada optamos por uma montagem circular, sempre voltando para Rogério. Era um c...
14/12/2015

Como nós tinhamos uma personagem multifacetada optamos por uma montagem circular, sempre voltando para Rogério. Era um carrossel imagético, onde se misturava tudo de uma maneira recorrente. Passado e presente, uma atemporalidade Joycimiana.

Conheça mais mais sobre o documentário "Rogério Duarte, o Tropikaoslista" com as palavras de seu diretor Walter Lima

– Foi a música, o design ou o Cinema Novo que lhe aproximou de Rogério? Você fez um filme sobre Smetak e produziu um disco também com ele. Rogério Duarte foi muito ligado também a Smetak. Fale sobre essa época…

11/11/2015

"Muito especial e renovador. Filme genial que fala ao futuro das possibilidades de nosso Pindorama. Visão rica, numa hora tão pobre. Os jovens têm muito a aprender e certamente irão gostar do pensamento "ourubórico" do mestre tropicalista que se despede da vida com uma galharda e alegria de arrancar aplausos de anjos. Parabéns a Walter Lima."

Comentário de Júlio Goes sobre a pré-estreia de "Rogério Duarte, o Tropikaoslista" no Panorama Internacional Coisa de Cinema

"A sessão foi ontem no Panorama. O documentário Rogério Duarte, o Tropikaoslista, de José Walter Lima é bonito e simples...
05/11/2015

"A sessão foi ontem no Panorama. O documentário Rogério Duarte, o Tropikaoslista, de José Walter Lima é bonito e simples - sua forma em harmonia com seu personagem cativante, inteligente e vívido. O filme faz recorte importante e fluido - bom de ver - desse artista gráfico, músico, compositor, poeta e professor universitário que, para muitos, foi o mentor do tropicalismo. Sustentado pela narrativa do próprio personagem, o filme não é informativo nem traz depoimentos (artistas consagrados como Gil e Caetano aparecem apenas para, cada um, cantar uma canção de R. Duarte, ambos com sutil mas nítida emoção), e mesmo assim consegue, através da história desse mítico asceta, profeta e "santo do pau oco", oferecer à toda uma nova geração uma riqueza de visão de mundo, de Brasil e de afirmação da vida, assim como uma forte ideia do que foi o efervescente Brasil dos anos 1950, 1960 e até 1970. Depois, um pouco de calma, uma reclusão no interior da Bahia (e de si mesmo?), o difícil enfrentamento de uma doença que lhe trouxe "a cura", e o humor... um humor calmo e vibrante, de poder renovador, esse Rogério Duarte nos revela. Saí do cinema sentindo gratidão".

Comentário de Fabricio Undr

02/11/2015

O documentário Rogério Duarte, o Tropikaoslista, de José Walter Lima, terá sua primeira exibição mundial nesta segunda-feira (02), às 20h30, no Espaço Itaú de Cinema Glauber Rocha, integrando a programação do XI Panorama Internacional Coisa de Cinema.

A VPC Cinemavídeo convida a todos para a pré-estreia do filme "Rogério Duarte, o Tropikaoslista" de Walter Lima que acon...
02/11/2015

A VPC Cinemavídeo convida a todos para a pré-estreia do filme "Rogério Duarte, o Tropikaoslista" de Walter Lima que acontecerá hoje (02/11 - segunda-feira) às 20:30h no Espaço Unibanco de Cinema - Glauber Rocha como parte do Panorama Internacional Coisa de Cinema

Sinopse:
Filme documentário de longa metragem que mergulha na vida e na obra de Rogério Duarte, buscando encontrar o indivíduo que existe por trás da personagem. O documentário visa retratar a trajetória de uma das figuras seminais da arte e do pensamento brasileiros dos últimos 50 anos. Músico, compositor, artista gráfico, um dos criadores do Tropicalismo, Rogério sempre esteve por trás - e sempre à frente de tudo que havia de mais moderno e contemporâneo na cultura brasileira nos vitais anos das décadas de 1960 e 1970. Como disse Glauber Rocha a Caetano Veloso, em certa ocasião: “Não esqueça, Caetano, que, por trás de todos nós, está Rogério Duarte.”

Sessão:
02/11 Segunda-feira
20h30 ESPAÇO ITAÚ DE CINEMA - GLAUBER ROCHA
SALA 2
Conversa com o diretor após a sessão.

Mais informações:
http://coisadecinema.com.br/xi_panorama/filmes/panorama-brasil/

Walter Lima nas filmagens de "O Alquimista do Som"
15/09/2015

Walter Lima nas filmagens de "O Alquimista do Som"

14/09/2015

Delirismo - Walter Lima

Desconstrução, destruição de padrões e de esquemas: ponto de convergência para o Êxtase. Formas Universais transcendente...
14/09/2015

Desconstrução, destruição de padrões e de esquemas: ponto de convergência para o Êxtase. Formas Universais transcendentes que extrapolam o Real. O Macro e o Micro. O Caos e a Ordem se entrelaçando com a Ressonância Cósmica, Planetária Contemporânea. Um Código Universal em outras Latitudes. A Confluência dos Ismos interligados a épocas e estilos. A Organização do Delírio. O impulso à Plasticidade Absoluta. Colapso da Civilização: o Fracasso das Utopias. Arte Espacial da Desordem. Arte Conceitual. Expressão Poética. Tempestade Cerebral. Ato contínuo do Mantra Obsessivo e Recorrente. Fragmentos de um Processo Tortuoso. O Imaginário. O despertar e o balançar das Estruturas. A Revolução permanente interior e exterior. A Dialética Estrutural. A Ruptura como Meta.

Walter Lima

O Alquimista do Som(1978) é um documentário de José Walter Lima sobre a vida e a obra do músico e artista plástico suiço...
14/09/2015

O Alquimista do Som(1978) é um documentário de José Walter Lima sobre a vida e a obra do músico e artista plástico suiço Walter Smetak, que lecionou na Escola de Música da Universidade da Bahia, influenciando uma geração de músicos como Gilberto Gil, Rogério Duprat, Caetano Veloso, Gereba, Tom Zé, Tuzé de Abreu, entre outros.

O Alquimista do Som foi filmado em Salvador, tem montagem de Ricardo Miranda, direção de fotografia de Mario Cravo Neto, narração de Rogério Duarte e som de José Umberto Dias e José Alberto Machado.

(Brasil, 1978, 11min) Dir.: Jose Walter Lima Documentário/ensaio sobre a vida, a obra e o pensamento do musicólogo Walter Smetak, dividido em três partes: vi...

13/09/2015

"Poucos sabem, mas quando Dawson, Isla 10, de Miguel Littín, foi projetado em avant-première na segunda-feira, 26/07, na abertura do VI Seminário Internacional de Cinema e Audiovisual, no Teatro Castro Alves, finalmente se fechou um ciclo que durante quatro anos ligou Salvador a Santiago.

Coprodução Chile, Brasil e Venezuela, o filme que retrata o golpe militar que derrubou o presidente chileno Salvador Allende em 1973, e seus consequentes desdobramentos, só aconteceu por conta da parceria entre o seu famoso diretor e a produtora baiana VPC, do cineasta Walter Lima, que contribuiu com a captação de recursos e a indicação de técnicos e atores locais, entre eles Bertrand Duarte e Caco Monteiro.

No entanto, um aviso para aqueles que forem ao encontro de Dawson na fantasia de enxergar traços explícitos de baianidade: com exceção dos créditos, nos quais vão aparecer os nomes de todos os envolvidos locais, em momento algum você vai ver a Bahia, meu rei, até por que os atores Bertrand Duarte e Caco Monteiro, além de completamente transformados com perucas, costeletas e cavanhaques, sem falar da postura mais dura, tipicamente chilena, foram dublados.

Surpresa – Talvez mais importante, no caso, seja saber como se deu e se construiu a conexão entre Santiago e Salvador, dos primeiros contatos à captação de recursos e escolha dos atores.

Tudo começou na metade de 2006, quando Miguel Littín, convidado pelo Seminário, falou do projeto de realizar Dawson a Walter Lima. No início do ano seguinte, depois de diversas reuniões em Santiago, o contrato foi fechado.

"De certa forma a proposta me pegou de surpresa, assim como o seu desfecho", confessa Lima com certa humildade, já que no currículo da VPC, além da realização do Seminário, de substancial, mesmo, constava apenas a produção do documentário Um Vento Sagrado, que também dirigiu.

Começava para Walter Lima, então, uma cruzada de viagens ao exterior em busca de dinheiro. Juntamente com Littín, bateu à porta de vários países europeus, como Itália, Espanha e Portugal. Em vão. Dinheiro, mesmo, saiu do Chile, da Venezuela de Chaves, por motivos óbvios, e, do Brasil, por meio da Petrobras, já que o projeto entrou na lei do audiovisual, com direito a captar R$ 1,6 milhão.

No entanto, com uma condição: como a negociação envolvia a Agência Nacional de Cinema – Ancine, uma obrigação contratual exigia que a integralidade dos supostos R$ 700 mil arrecadados fossem gastos no Brasil, o que significava a locação de equipamentos no território, assim como o uso de atores e técnicos brasileiros.

Num primeiro momento, pensando no mercado internacional, Walter Lima sonhou com Rodrigo Santoro. As negociações, no entanto, não seguiram adiante, por conta da agenda do astro. Depois, o próprio Littín, ao assistir Estômago no Festival de Guadalajara, no México, desejou contar com o baiano João Miguel. Lima, por tabela, contatou o agente do ator.

Porém, uma série de dificuldades e exigências, algumas aparentemente descabidas, como um número "x" de toalhas nos camarins e até o receio dele sofrer problemas de saúde e não ser bem atendido no Chile – sem falar que o ator queria dublar a si mesmo –, atrapalhou um possível acordo.

Paralelamente, Walter Lima já havia indicado seis atrizes baianas, todas vetadas por Littín. O ator Jackson Costa, por conta da sua tipologia explicitamente mestiça, também foi preterido. Por fim, surgiu no horizonte o experiente e global Caco Monteiro, imediatamente aprovado por Littín para o papel de Fernando Flores, exponente do governo Allende.

O mesmo Monteiro sugeriu Bertrand Duarte para o elenco. Em tempo recorde, o ator, aclamado em filmes como Superoutro, Alma Corsária e Pau Brasil, enviou o seu book ao Chile e o cineasta o premiou com o papel de Miguel Lawner.
Outra peça graúda da gestão do presidente deposto e morto pelo golpe militar.

Língua – Começava, então, para os dois atores baianos, uma corrida não somente para apurar o espanhol, mas visando compreender melhor o que se passou no Chile antes e depois da ditadura. "Assisti a alguns filmes relacionados ao golpe, quando tive uma maior dimensão da tragédia", confessou Caco.

Por sua vez, Bertrand contratou uma professora de espanhol. "Era importante não somente para se familiarizar com a língua, como também para facilitar a dublagem", disse.
Uma vez no Chile, ainda que bem recebidos pela produção, num primeiro momento houve dificuldade com a língua, que foi resolvida com o passar dos dias. Depois, começaram as gravações, as externas na gelada ilha de Dawson, ao sul do Chile, e as internas, na capital Santiago, onde foram reconstruídos os alojamentos que mais lembravam um campo de concentração.

"Levamos semanas gravando, com um único intervalo, período no qual voltamos ao Brasil", conta Bertrand Duarte.
Uma vez montado o filme, com duração de exatos 100 minutos, a performance dos atores baianos comprovou que Miguel Littín realmente acertou ao selecioná-los. No papel de Fernando Flores, Caco Monteiro foi mais do que convincente.

Já Bertrand foi mais além: a sua interpretação o levou a ocupar nos créditos o segundo papel mais importante de Dawson, Isla 10, a ponto de o cineasta chileno, em pleno lançamento em Santiago, haver sentenciado: "Ele vai estar no meu próximo filme".

Raul Moreira, jornalista e cineasta

13/09/2015

“O filme Dawson Ilha 10 é dirigido pelo consagrado e premiado diretor chilenoMiguel Littin. A obra é baseada no livro Isla 10, de Sergio Bittar, que relata o período em que o autor ficou preso na Ilha Dawson.”

12/09/2015

“Os dois filmes curtos do cineasta José Walter Lima foram realizados no período do surto da contracultura brasileira: O Alquimista do Som, um documentário sobre Walter Smetak, e Nós Por Exemplo, uma ficção que retrata a época do regime militar no país e que traz no elenco o cineasta Edgard Navarro. Quem assina a fotografia de ambos é o gênio Mário Cravo Neto, que faleceu no ano passado. Portanto, são filmes relevantes que precisam ser recuperados para que o público tenha acesso a eles.”

Sofia Federico, diretora de Audiovisual da FUNCEB em 2010

11/09/2015
10/09/2015

Para o cineasta José Walter Lima, idealizador do Festival Cine Futuro , e que contou com Ricardo Miranda na montagem do filme Smetak: O Alquimista do Som (1976), "o cinema brasileiro perdeu um dos homens mais inteligentes e profundo conhecedor da linguagem cinematográfica".

Ricardo Miranda
1950 - 2014

Texto de André SetaroAntonio Conselheiro, o taumaturgo dos sertões, de José Walter Lima, sobre ser um filme genuinamente...
23/08/2015

Texto de André Setaro

Antonio Conselheiro, o taumaturgo dos sertões, de José Walter Lima, sobre ser um filme genuinamente baiano, não corrompe a sua baianidade com propostas desvinculadas de suas raízes culturais, pois é uma obra que incursiona no universo de Canudos e de seu líder máximo. O discurso cinematográfico de José Walter Lima, porém, vincula-se mais a um cinema de poesia (na tradição glauberiana e, mesmo, pasoliniana), caracterizando-se por ser um filme mais voltado para a retórica do que para a fabulação. Na sua estrutura narrativa, materiais de origens diversas se conjugam com esta finalidade. Antonio Conselheiro, o taumaturgo dos sertões aproveita, em grande parte de sua narrativa, um material dramático e ficcional realizado há duas décadas, que é complementado por imagens tomadas recentemente. O que poderia dar ao filme uma feição desconjuntada resultou no oposto, tornando-se, no discurso poético, um elemento a mais da sua produção de sentidos, considerando que, no cômputo geral, há um passado (a história do Conselheiro e a sua luta desesperada) e um outro passado (um pretérito que se espraia como um pretérito do próprio cinema baiano). A presentificação do filme vem da montagem contemporânea. E o filme de José Walter Lima, justamente por não se ater a uma linguagem discursiva dentro dos moldes tradicionais da narrativa, toma um voo poético e retórico que retoma, em certo sentido, o cinema declamatório de um Glauber Rocha. As torrentes verbais da fala do Conselheiro são transpostas de um tempo passado para suscitar um impacto nos tempos atuais, um impacto de uma guerra sem fim que se tornou um ponto de referência na História do Brasil: a guerra de Canudos, tantas vezes estudada por pesquisadores, como adaptada para o cinema e televisão e até mesmo assunto principal de um livro de Mario Vargas Llosa.

Por ser um tema conhecido, e talvez mesmo batido, os prognósticos poderiam estar contra o filme de José Walter Lima, mas, surpreendentemente, o realizador baiano sai pela tangente da mesmice (como fizera Sergio Rezende emA guerra de Canudos, uma superprodução que se perdeu no próprio tempo, ou os inúmeros documentários que apreciam Canudos em sua caturrice cinematográfica) para, fugindo da caturrice, situar-se como obra que promove o discurso à condição de mola propulsora da narrativa fílmica. O espectador que o contempla deve fazê-lo com os olhos de um espectador que ouve um discurso sendo proclamado e, ao mesmo tempo, contempla imagens pictóricas. A diegese perde, nesse particular, a condição de univocidade para se diluir num passado quase marienbático.
Antonio Conselheiro, o taumaturgo dos sertões, segundo longa metragem de José Walter Lima, não é uma obra cinematográfica para ser apreciada por quem procura os modelos tradicionais da narrativa fílmica. É um filme que se situa em outros parâmetros de construção, rasgando o evoluir dramático griffithiano (de David Wark Griffith, pai da narrativa clássica com O nascimento de uma nação/The birth of a nation, 1914), para se situar como filme-poema, discurso apoteótico, e barroco, em torno de Antonio Conselheiro.

O filme começou a ser rodado há mais de vinte anos, mas circunstâncias de ordem econômica determinaram-lhe a paralisação. Somente no ano retrasado, o autor resolveu tentar solucionar os obstáculos, para, aproveitando o material já filmado, dar a seu trabalho um acabamento final. Inconcluso há décadas atrás, Walter Lima precisou filmar novas cenas com a finalidade de concluir o longa. Várias dificuldades, porém, se interpuseram, como o fato de vários atores já terem morrido durante o período, inclusive Carlos Petrovich, que faz o papel principal, o de Antonio Conselheiro. E Álvaro Guimarães, o Moreira César, entre outros.
Na apreciação de Antonio Conselheiro, o taumaturgo do sertão, nota-se diferenças na qualidade da fotografia, pois o desgaste pelo tempo tirou as características originais da iluminação de Vito Diniz (que também já faleceu). Há, portanto, um contraste entre o que foi filmado no pretérito e o que foi filmado no presente. À primeira vista, o fato poderia prejudicar a uniformidade da obra, constituindo-se num defeito de estrutura, todavia o default se transforma em estética. Mas o discurso apoteótico, no entanto, não enfatiza verossimilhanças no corpus estrutural, mas solicita, inclusive, a fragmentação de sua narrativa que pode ser lida em três níveis: a história em si de Antonio Conselheiro massacrado pelas tropas do exército; a collage de fragmentos diversos numa perspectiva mais de retórica do que de lógica; e, também, num subtexto, a exaltação da memória como elo não perdido e, por extensão, a memória de um tempo que excede o da ação para se encontrar um tempo da história do próprio processo de criação cinematográfico do cinema baiano.

A utilização do cinema de animação na descrição das batalhas, por exemplo, dá uma idéia da estrutura de Antonio Conselheiro, o taumaturgo dos sertões, como uma estrutura fragmentária, e, com isso, desloca o centro nevrálgico do discurso da opacidade em função da transparência. O autor não se intimida com a urgência do brado, e, no seu filme, a estrutura da fragmentação dá o tom da irrealidade para que a retórica prevaleça sobre os conflitos básicos e se estabeleça uma poética: a poética que é específica do cinema. O tênue limite que separa o documentário da ficção se parte, estilhaça-se, e, por assim dizer, explode na narrativa do filme, mais acentuada de um propósito poético-retórico do que propriamente descritivo.

O espectador que não está acostumado a um cinema de poesia pode até recusar, a princípio, as diretrizes da mise-en-scène de Antonio Conselheiro, o taumaturgo do sertões. E não seria, por acaso, um filme dentro do filme? Há, neste particular, uma metalinguagem que se faz sentir na história de Canudos e no processo de criação do filme. Na evocação do mitológico Conselheiro, José Walter Lima procede a uma espécie de delírio de imagens e sons. E confirma, neste tour de force, a assertiva de que o cinema é uma estrutura audiovisual.

Há muitas décadas no batente cinematográfico, José Walter Lima é um homem de mil instrumentos, pois, além de realizador, é produtor cultural e cinematográfico (é o principal organizador do Seminário Internacional de Cinema e Audiovisual), acaba de produzir, em parceria, um filme internacional, Ilha Dawson, do chileno Miguel Littin, exerceu, durante muito tempo, a coordenação do DIMAS da Fundação Cultural do Estado da Bahia e, justiça se lhe faça, na sua melhor fase. No campo estritamente cinematográfico, o de fazer filmes, escreveu vários roteiros com seu amigo e parceiro Carlos Vasconcelos Domingues (de saudosa memória) e realizou, solo, O alquimista do som (documento raro sobre o músico de vanguarda Walter Smetak), Nós, por exemplo, entre outros. O filme sobre Canudos começou como uma proposta de média metragem, O império do Belo Monte, que se estendeu como um longa.

Não se poderia deixar de destacar a contribuição de Carlos Vasconcelos Domingos, parceiro de José Walter Lima na elaboração do roteiro e no acompanhamento das filmagens primeiras. Seria, de fato, o co-diretor do filme não tivesse a morte ceifado-lhe a vida. No elenco, Carlos Petrovich, um dos atores baianos mais consagrados, faz o personagem título, com a sua pachorra habitual; Harildo Deda, outro ator marcante da história do teatro baiano. Mas muitos dos intérpretes já desapareceram, a começar mesmo do principal, Petrovich. Assim como Álvaro Guimarães (o autor de Caveira, my friend, no papel de Moreira César), Wilson Mello, Haydil Linhares. Entre outros, comparecem o sempre talentoso Bertrand Duarte (o padre de O homem que não dormia e O Superoutro, de Edgar Navarro), Leonel Nunes, Chico Drummond, Passos Neto, Iami Rebouças, Ari Barata, Júlio Goes, Jorge Gaspari, Alberto Luiz Viana, Nilson Mendes, Antonia Adorno. A fotografia do material filmado há vinte anos é de Vito Diniz (grande iluminador da maioria dos filmes baianos pós-ciclo), complementada pela luz de Pedro Semanovchi.
Há, também, em Antonio Conselheiro, o taumaturgo do sertão, uma plástica da imagem que desenvolve a temática por meio de uma profusão de cores, de grafites, de desenhos, de materiais diversos, em suma, aos termos da ação propriamente dita. A montagem, como já foi referida, segue o princípio da collage. E o espírito do Conselheiro permanece vivo nas imagens compostas pelo cineasta José Walter Lima.

19/08/2015

Olha André, o cara é bom mesmo! E dizer que de parte de sua trajetória eu participei, embora não me lembre dele... Refiro-me ao emblemático curso do Athayde (aquele ‘figuraça’) que fizemos juntos aí por terras de Bahia...Pena que esses talentos baianos se percam nas brumas da história (e da provínci…

"Walter Lima é um artista vinculado a tendências do expressionismo abstrato, entre outras correntes – um momento em que ...
19/08/2015

"Walter Lima é um artista vinculado a tendências do expressionismo abstrato, entre outras correntes – um momento em que a produção artística esteve ligada a teorias prévias e explicativas. Pintura, desordem e caos se arrastam através de tempos imemoriais como relações subterrâneas que chegam aos nossos dias no dinamismo da linguagem automática das vibrações alucinatórias. Um pintor que trabalha com as imagens universais da cultura americana com uma visão voltada para a essencialidade plástica de Kandinsky, que deu origem à pintura de ação pura. Artista que em sua pictorialidade informal experimenta a geometria de referência concreta, que faz parte do imaginário presente em cada um de nós como memória cultural da nossa época."

Wilson Rocha

"José Walter Lima, com sua sensibilidade, conhecimento, e técnica, chega “ao seu tempo de madureza”, na difícil e chamad...
18/08/2015

"José Walter Lima, com sua sensibilidade, conhecimento, e técnica, chega “ao seu tempo de madureza”, na difícil e chamada sétima arte." por Sante Scaldaferri

Sante! Achei você...tudo isso porque ontem, no Clube do Professor, ví um trailer do filme e resolvi pesquisar! Dê notícias: [email protected] mis!...

“É preciso formar as novas gerações para pensar o cinema como arte, não só entretenimento e mercado.”
18/08/2015

“É preciso formar as novas gerações para pensar o cinema como arte, não só entretenimento e mercado.”

"É preciso formar as novas gerações para pensar o cinema como arte, não só entretenimento e mercado." (Walter Lima) Um dos mais importantes eventos

Texto de André Setaro
17/08/2015

Texto de André Setaro

Antonio Conselheiro, o taumaturgo dos sertões, de José Walter Lima, sobre ser um filme genuinamente baiano, não corrompe a sua baianidade com propostas desvinculadas de suas raízes culturais, pois é uma obra que incursiona no universo de Canudos e de seu líder máximo. O discurso cinematográfico de J…

Walter Lima, é produtor cultural, roteirista e artista plástico, mas foi pela sua atuação como cineasta que ele ficou co...
16/08/2015

Walter Lima, é produtor cultural, roteirista e artista plástico, mas foi pela sua atuação como cineasta que ele ficou conhecido. O homem por trás da obra-prima Antônio Conselheiro, o taumaturgo do sertão, admite que temeu fazer cinema no início da carreira "Eu tinha muito medo de fazer um filme".

Hoje ele é o idealizador do Seminário Internacional de Cinema e Audiovisual - Cine Futuro, evento que mobiliza a capital baiana com exibição de longas, curtas e animações, além da promoção de debates e workshops sobre cinema.

Em uma conversa descontraída em meio a quadros por ele produzidos, Walter afirma que o mundo seria melhor se houvessem mais salas de arte e mais pessoas lessem livros: "É uma questão de formação, que é fundamental para a vida" diz.

Confira a entrevista e entenda o conceito de Delirismo criado pelo cineasta e suas opiniões sobre a metafísica do mundo e o cinema no país.

Valter Lima, é produtor cultural, roteirista e artista plástico, mas foi pela sua atuação como cineasta que ele ficou conhecido. O homem por trás da obra-pri...

15/08/2015

O cineasta Rosemberg Cariry fala sobre o filme do diretor José Walter Lima

O cineasta aborda o processo de criação de "Antonio Conselheiro - O Taumaturgo dos Sertões" e fala sobre os atores que d...
14/08/2015

O cineasta aborda o processo de criação de "Antonio Conselheiro - O Taumaturgo dos Sertões" e fala sobre os atores que deram vida aos personagens no filme.

Encontro em SP: Carlos Rennó, Walter Lima e Yael Steiner
13/08/2015

Encontro em SP: Carlos Rennó, Walter Lima e Yael Steiner

Direção: José Walter Lima
28/07/2015

Direção: José Walter Lima

Direção: José Walter Lima
28/07/2015

Direção: José Walter Lima

Direção: Miguel Littin | Uma co-produção Brasil, Chile e Venezuela
28/07/2015

Direção: Miguel Littin | Uma co-produção Brasil, Chile e Venezuela

Direção: José Walter Lima
28/07/2015

Direção: José Walter Lima

Direção: José Walter Lima
28/07/2015

Direção: José Walter Lima

Direção: José Walter Lima
28/07/2015

Direção: José Walter Lima

Direção: José Walter Lima
28/07/2015

Direção: José Walter Lima

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