25/10/2024
Desabafo: a complexidade de cobrir eventos/shows com assessores mal preparados
Estive em um evento ontem a noite, de uma grande marca com duas famosas – uma apresentadora e uma humorista, presença bem legal pro evento. Logo na chegada, fui à procura da assessoria para entender como o evento funcionaria. Minha primeira surpresa foi perceber que eles não estavam preparados para orientar a imprensa; a assessora negou uma entrevista com as personalidades, alegando que "não havia tempo". Um clássico!
Perguntei sobre a possibilidade de entrevistar o porta-voz da marca, mas recebi um vago "vou verificar", seguido de uma espera interminável de 40 minutos sem resposta.
Na tentativa de aproveitar o time, vi uma das famosas passando ao meu lado e me aproximei para fazer uma rápida pergunta em formato selfie – uma estratégia válida e prática para conteúdo de site e redes sociais. Mas, para minha surpresa, fui abordado com uma agressividade por uma moça que parecia ser da agência contratada, ela me segurou pelo braço, quase desequilibrando-me e colocando a mão na frente do meu celular. Num tom furioso, disparou: "Ela não vai falar, não vai atender!". Fiquei atônito e falei "que grossa", e pedi calmamente, que se identificasse o que foi negado e só falando que eu sabia que não teria entrevista, eu explicando que estava ali para trabalhar e cobrir o evento e sim tentar fazer as entrevistas, pois sou jornalista e entrevisto pessoas e qual sentido chamar a imprensa. Chamaram até o TV Fama, mas se as personalidades contratatas não podiam ou não queriam falar com a imprensa. Porque nos chamaram? A resposta fou outra avalanche de grosserias e uma acusação de “invasivo” e saiu andando dando as costas. Aonde esse povo fez jornalismo ou RP?
A situação expôs um ponto fundamental: a falta de preparo e cordialidade de algumas assessorias que quer proteger o cliente e esquece o elo com o jornalista e que isso até poderia gerar uma crise desnecessária. Em nenhum momento, fui informado de que entrevistas seriam inviáveis – algo que teria feito toda a diferença na decisão de ir ao evento, uma vez que, como jornalista, não estou ali para ser “paisagem” e fazer propaganda sem ter nada em troca. Se fosse um evento de relacionamento, a assessoria já poderia ter antecipado isso e nem o mic eu teria levado. Mas, sem essas orientações, segui com a expectativa de realizar meu trabalho: captar a experiência e os pontos de destaque, respeitando a pauta, público e o lançamento da marca.
Depois de mais uma abordagem de uma outra assessora, mais educada, explicou o lado deles. Entendi a posição, mas ressaltei a importância de informar antecipadamente o que será permitido, especialmente se a intenção é restringir perguntas ou dar foco puramente ao lançamento de um produto o que eu não concordo que vira apenas uma cobertura fria, e uma exposição de marca free e pra inflar relatório.
Esse não foi um caso isolado. Em outros eventos, vi jornalistas sendo impedidos de perguntar, pois as perguntas não são a cópia do release ou depois da trabalho pq não fazem Q&A ou similar pra preparar o cliente, então mais facíl censurar o profissional. Agora tambem em shows, há quem tente proibir fotos e vídeos feitos por celulares de última geração, o que é incongruente com a qualidade e popularidade desses dispositivos que fazem até filmes.
Como também sou assessor, sei que algumas restrições são necessárias, mas também que é possível tratar todos com respeito, seja a um profissional da Globo ou de um site independente de pequeno porte que luta para se manter. Vale lembrar que a mídia espontânea ainda é o coração da divulgação para artistas e marcas; então, por que não colaborar e construir uma boa relação? Não há desculpa para atitudes agressivas e despreparos ou depois inverter o papel e falar que foi ofendida por trabalhos sem sendido e falta de cuidado no relacionamento que é tão importante. Em muitos casos, uma simples comunicação prévia resolveria o problema. Eu consegui reclamar com a executiva de marketing e claro que tentaram blindar e fingir que não estavam me ouvindo e só preocupados em não chegar a reclamação e não expor ao cliente o péssimo trabalho, que até nisso falham pois hoje temos o email, o linkdin, o insta e quando muda a agência vc tem como agradecer o executivo, porque o problema vai acontecer novamente.
Desabafo aqui para lembrar que todos estão na batalha da informação e do conteúdo relevante, que assessores precisam dos jornalistas, sem eles não tem informação e influenciador pago ou que vc manda mimos sempre não é relacionamento é apenas um forma de comprar a audiência e a opinião dele. Fomos chamados ao evento e esperamos, no mínimo, respeito, apoio e, acima de tudo, ORGANIZAÇÃO dos artistas, empresários, executivos de marketing e PRs seja com porta vocês, artistas ou famosos contratados (se n querem falar ou n podem com a imprensa, avise antes de eu sair da minha casa e me de opção) e claro um profissionalismo.