05/07/2019
Mestre Didi, mostrou os caminhos ao meu mestre, que me ensinou a amar Orixá e respeitar o ancestral. Nobreza Obrigatória, O ancestral vem em todas as cores do arco-iris. Ase, ise ifé. Kolofe Baba n'Ie.
Deoscóredes Maximiliano dos Santos (Salvador, 2 de dezembro de 1917 Salvador, 6 de outubro de 2013) foi um escritor, artista plástico e sacerdote afro-brasileiro.
Conhecido popularmente como Mestre Didi, era filho de Maria Bibiana do Espírito Santo e Arsênio dos Santos.
Seu pai era o alagbá Arsenio dos Santos, que pertencia à "elite" dos alfaiates da Bahia, ele se transferiu para o Rio de Janeiro na época em que houve uma grande migração de baianos para a então capital do Brasil.
Sua mãe era Maria Bibiana do Espírito Santo, mais conhecida como Mãe Senhora era descendente da tradicional família Asipa, originária de Oyo e Ketu, importantes cidades do império Yoruba.
Sua trisavó, Sra. Marcelina da Silva, Oba Tossi, foi uma das fundadoras da primeira casa de tradição nagô de candomblé na Bahia, o Ilê Ase Aira Intile, depois Ilê Iya Nassô.
A igreja durante o período colonial e pós-colonial foi uma instituição de que a comunidade descendente de africanos inseriu em suas estratégias de luta pela alforria e re-agrupamento social. Didi foi batizado, fez primeira comunhão e foi coroinha. Mais tarde, já sacerdote da tradição afro-brasileira foi se dedicando inteiramente a ela afastando-se do catolicismo, embora respeitando-o como uma outra religião. Eugenia Ana dos Santos - Mãe Aninha, tratada por Didi como avó, foi quem o iniciou no culto aos Orixás e lhe deu o título de Assogba, Supremo Sacerdote do Culto de Obaluaiyê.
Arsenio Ferreira dos Santos seu pai era sobrinho de Marcos Theodoro Pimentel, o Alapini, primeiro mestre de Didi no Culto aos Egungun .
Depois de Marcos, foi Arsenio, conhecido por Paizinho quem deu continuidade a iniciação de Didi, que se confirmou Ojé com o título de Korikowe Olokotun. A herança de tio Marcos Alapini se constitui sobretudo pelo culto ao olori Egun, baba Olukotun, o mais antigo ancestral que foi trazido da África na ocasião da viagem que fez com seu pai, Marcos O Velho. Paizinho, então Alagbá, o mais antigo da tradição aos Egungun recebeu esta herança que aproximou à do terreiro Ilê Agboulá na Ilha de Itaparica.
A herança de Marcos Alapini, para seu sobrinho Arsenio Alagba passou para Didi, Ojé Korikowe Olukotun. Mais tarde Didi recebeu o título de Alapini, o mais alto do Culto aos Egungun, no Ilê Agboula e anos depois, em 1980 fundou o Ilê Asipa onde é cultuado o Baba Olukotun e demais Eguns desta tradição antiga.
Em setembro de 1970, não tendo no Brasil quem pudesse fazer sua confirmação de Balé Xangô, foi para Oyo e realiza a obrigação na cidade originária do culto à Xangô. A cerimônia foi realizada pelo Balé Sàngó e o Otun Balé do reino de Xangô de Oyo.
Asé Riqueza das Águas
da floresta🌿🌳