12/09/2014
As Terras Indígenas Baú e Menkragnoti localizadas ao sul do estado do Pará e no extremo norte do estado de Mato Grosso, juntas somam pouco mais de 6 milhões de hectares de floresta virgem, área esta maior que o estado da Paraíba, quase duas vezes maior que o estado do Rio de Janeiro. Sua área abrange-se por três importantes rios da bacia do rio Xingu, Curuá, Iriri e Xingu, e por quatro municípios: Altamira e São Félix do Xingu no estado do Pará, Matupá e Peixoto de Azevedo no estado de Mato Grosso.
As ações de vigilância nesta enorme reserva indígena são corriqueiras ao longo do ano, mas não suficiente o bastante, uma vez que as atividades ilícitas, principalmente a pesca predatória, ocorrem com frequência especialmente no período de seca. O desafio dos AAIV (Agentes Ambientais Indígenas Voluntários) é grande, monitorar uma área desta magnitude frequentemente não se resume apenas na força de vontade de um guerreiro, mas sim em toda uma logística e planejamento, que sobretudo, depende dos recursos financeiros que muitas vezes não são o suficiente.
Durante o primeiro semestre de 2014, foram realizadas 09 ações de vigilâncias, sendo 04 aéreas, 02 terrestres e 02 fluviais. Observando o mapa, nota-se que a maior parte das ações se concentraram ao oeste, especificamente na terra indígena Baú, que vem sofrendo uma enorme pressão de garimpeiros. Estes garimpos já foram alvos de operações do IBAMA e até mesmo dos próprios indígenas, que em agosto do ano passado, uniram-se (cerca de 50 guerreiros) e realizaram uma ação para banir os garimpos Pista Velha e Pista Nova, localizados no interior da TI. Em abril deste ano, a FUNAI em Parceria com o IBAMA, novamente interditaram esses garimpos, e um novo localizado ao oeste da TI Baú, conhecido como Coringa. Já as ações fluviais ocorreram nos rios Curuá (TI Baú) e no rio Pitxatxa (TI Menkragnoti), onde ambas tiveram o intuito combater a pesca ilegal, que é muito frequente nestes rios, por serem em grande parte do território, os limites territoriais, tendo fronteiras com inúmeras fazendas. As ações terrestres foram direcionadas ao combate à extração ilegal de madeira, que conforme denúncias, madeireiros estariam agindo ao oeste da TI Baú e ao sul da TI Menkragnoti. Os sobrevoos tiveram o objetivo de monitorar os garimpos, pontos de extração ilegal de madeira e desmate, se concentrando com frequência nos garimpos presentes na TI Baú
O Instituto Kabu vem trabalhando intensamente junto aos indígenas para coibir quais quer atividades ilícitas que possam degradar essa enorme porção da floresta amazônica, desempenhando um trabalho conjunto com a FUNAI e o IBAMA.
Todas as ações descritas acima foram documentadas, estando em posse dos órgãos de fiscalização competentes.