Paulo Silvestre - consultor de mídia,cultura e transformação digital

Paulo Silvestre - consultor de mídia,cultura e transformação digital Jornalismo, educação, tecnologia e as combinações disso tudo Foi gerente de produtos digitais na Editora Abril e no Estadão.

Paulo Silvestre é consultor e palestrante de mídia, transformação e cultura digital. É professor de cursos de pós-graduação da PUC de São Paulo, da Universidade Presbiteriana Mackenzie, da ESPM, da Universidade Metodista de São Paulo e da Digital House. Jornalista apaixonado por tecnologia, está online desde 1987 e trabalha com jornalismo digital desde 1995, quando criou o primeiro site da Folha d

e S.Paulo na Internet. Possui extensa e refinada experiência executiva, tendo integrado o grupo pioneiro do UOL (Universo Online), e ajudado a trazer a AOL (America Online) ao Brasil em 1999, onde foi gerente de produtos. Criou e dirigiu a unidade de negócios de conteúdo didático digital da Editora Saraiva, participou da criação de aplicativos editoriais da Microsoft Brasil e foi gerente de e-commerce da Samsung. Em dezembro de 2016, foi eleito um dos brasileiros mais influentes no LinkedIn, pelo prêmio LinkedIn Top Voices. Nessa rede, já possui mais de 780 mil seguidores, sendo um dos brasileiros com mais “fãs” na plataforma.
É jornalista pela Universidade Metodista de São Paulo e mestre em Tecnologias da Inteligência e Design Digital pela PUC-SP. Possui MBA em Gestão de Negócios pela Fundação Instituto de Administração. Site: paulosilvestre.com.br
Perfil online: linkedin.com/in/paulosilvestre
Currículo Lattes: lattes.cnpq.br/7183025347358813

Não é todo dia que somos eleitos como um dos cem executivos mais influentes do setor de Tecnologia da Informação no Bras...
05/02/2025

Não é todo dia que somos eleitos como um dos cem executivos mais influentes do setor de Tecnologia da Informação no Brasil!

Acabo de ter a honra de fazer parte dessa lista muito seleta, organizada pelo portal Itshow, no seu projeto “Top 100 Tech Informers 2025”, que identificou os principais líderes que impulsionam debates estratégicos, disseminam conhecimentos transformadores e lideram iniciativas de impacto.

A metodologia utilizada garantiu um processo de seleção criterioso, fundamentado em dados objetivos e validação qualitativa, considerando a atuação profissional, e a presença digital e em eventos, gerando impacto signif**ativo no mercado brasileiro.

Como pesquisador, sempre digo que ciência boa não pode f**ar tomando poeira em bibliotecas, devendo transformar vidas. E isso me guia na minha atual pesquisa na área de inteligência artificial. Como executivo, digo que as empresas têm papeis sociais importantíssimos: nesse caso, na educação digital e democratização tecnológica.

Dedico esse reconhecimento a todos que me acompanham nessa jornada de transformação digital da sociedade!

Suprema ironia, as big techs estão colhendo frutos amargos plantados pelo próprio governo americano.A sua tentativa de i...
05/02/2025

Suprema ironia, as big techs estão colhendo frutos amargos plantados pelo próprio governo americano.

A sua tentativa de impedir o avanço chinês na inteligência artificial com boicotes e restrições de exportações de tecnologia ignorou a capacidade de Pequim de incentivar empresas locais dispostas a assumir lideranças no setor. As restrições dos EUA fizeram com que os chineses trocassem os produtos americanos por equivalentes locais ou de outros países, mas principalmente investissem em pesquisa, criatividade e colaboração.

Isso não vem de hoje. Levantamento do Instituto Australiano de Política Estratégica indicou que, até 2007, a China liderava só 3 de 64 tecnologias consideradas críticas. Entre 2019 e 2023, o país tornou-se líder em 57 delas, graças a investimentos de longo prazo em pesquisa e desenvolvimento. No mesmo período, os EUA passaram de líderes em 60 delas para apenas 7.

A DeepSeek e seu CEO Liang Wenfeng (foto) mostraram ao mundo nos últimos dias que é possível entrar para valer na briga da IA com investimentos modestos. Na parte que nos toca, a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, afirmou que o Brasil está nessa corrida. No ano passado, seu ministério anunciou investimentos de R$ 23 bilhões em IA até 2028. Ela lembrou também que o país tem grande oferta de energia limpa e água, outra grande exigência da IA.

Resta a questão da dominação cultural e de uma patológica distorção da realidade, que pode vir da China, dos EUA e até do Brasil, caso desenvolvamos um LLM que também seja enviesado por interesses políticos.

Mais do que nunca, a população precisa de senso crítico, educação diversif**ada e de qualidade para todos, além de amplos programas de educação digital e midiática. Essa tríade f**a cada vez mais essencial no mundo em que IA permeia tudo, para que façamos um uso positivo e seguro de todo seu poder.

Para entender melhor como a inteligência artificial abraçou de vez a geopolítica, convido você a ler esse meu artigo. E depois compartilhe ideias para evitarmos manipulações de LLMs de diferentes partes do mundo.



https://paulosilvestre.com.br/dinheiro-espionagem-boicotes-como-a-ia-dominou-o-tabuleiro-geopolitico/

“Se eu vi mais longe, foi por estar sobre os ombros de gigantes.” A frase indica uma grande humildade, especialmente por...
04/02/2025

“Se eu vi mais longe, foi por estar sobre os ombros de gigantes.” A frase indica uma grande humildade, especialmente por ter sido dita por Isaac Newton (foto), um dos maiores gênios da humanidade, em uma carta ao rival Robert Hooke em 5 de fevereiro 1676. Exatamente 349 anos depois, ela ajuda a explicar o suposto roubo de propriedade intelectual de uma empresa chinesa que abalou o mercado de inteligência artificial há poucos dias.

A OpenAI, criadora do ChatGPT, está acusando a DeepSeek de ter usado ilegalmente a técnica de “destilação” para construir o seu revolucionário produto. Ele rivaliza com os modelos americanos, mas custou apenas US$ 5,6 milhões, enquanto a OpenAI gasta mais de US$ 100 milhões em cada um dos seus.

Por essa técnica, um modelo menor é treinado a partir de respostas de um maior. É como se um estudante brilhante aprendesse rapidamente fazendo perguntas a um professor muito experiente e sábio. Assim, apesar de o último ter investido tempo e energia no aprendizado, o aluno “corta caminho” para dar respostas tão boas quanto as do mestre, sem ter investido quase nada.

Apesar de a OpenAI não ter provas, suas suspeitas parecem ser suficientes para até envolver a Casa Branca. Para f**ar na analogia, é como se o sábio professor estivesse pedindo ao diretor da escola que suspenda o aluno por ter “colado” na prova, mesmo sendo brilhante.

A maior ironia nessa história é que essa big tech está sendo processada por produtores de conteúdo, desde anônimos até o New York Times. Eles a acusam de usar suas produções para treinar o ChatGPT sem autorização ou compensação.

A OpenAI se apoia no conceito jurídico de “uso justo”, que permite que trechos protegidos sejam usados em outros produtos, se não prejudicarem o original. Mas os autores argumentam que obras inteiras, inclusive restritas a assinantes, são exibidas pelo ChatGPT. É como se o sábio professor tivesse adquirido seu conhecimento a partir de livros pirateados, dizendo que “estavam no xerox da faculdade”.

Os grandes LLMs há muito tempo esbarram na falta de conteúdo novo para serem treinados. Para contornar isso, a OpenAI teria criado uma tecnologia para transcrever vídeos do YouTube para “treinar” o GPT-4, o que é proibido.

Do alto da sua genialidade, Newton afirmava que suas inestimáveis contribuições só foram possíveis graças ao conhecimento de grandes pensadores que o precederam. O próprio conceito da sua famosa frase foi “emprestado” do filósofo Bernardo de Chartres, do século XII, que dizia que estudiosos de sua época se apoiavam nas realizações de pensadores da Antiguidade.

A ciência é um encadeamento infinito de ideias que evoluem a partir do que já se sabe, com novas descobertas. Nessa briga pelo domínio da IA, a OpenAI está “sem moral” para apontar dedos para a DeepSeek ou qualquer outra empresa.

Em um Grammy com premiações cheias de simbolismo nesse domingo, os Beatles ganharam seu oitavo gramofone dourado, 60 ano...
03/02/2025

Em um Grammy com premiações cheias de simbolismo nesse domingo, os Beatles ganharam seu oitavo gramofone dourado, 60 anos após seu primeiro prêmio e 55 anos depois da dissolução do grupo. Com a canção “Now and Then”, lançada em novembro de 2023, eles venceram na categoria de Melhor Performance de Rock. A banda também disputou o prêmio de Gravação do Ano.

O mais incrível é que “a última música dos Beatles” (que pode ser ouvida abaixo) não veio de uma antiga faixa perdida. É uma canção inédita gravada recentemente com a participação dos quatro integrantes da banda, muitos anos após as mortes de John Lennon e de George Harrison. E isso só foi possível graças à inteligência artificial.

Ela não foi usada para sintetizar, simular ou recriar nada. As vozes e instrumentos são todos genuínos dos próprios músicos. Mas a IA isolou a voz de John Lennon de uma fita demo da música inédita, gravada em seu apartamento em Nova York, entre 1977 e 1979. Na gravação, além da voz de Lennon, havia o som do seu piano e um ruído de fundo que não permitia seu uso.

Lennon nunca teve tempo de a trabalhar em estúdio, pois foi assassinado em 1980. Fãs especulam que a letra seria uma homenagem a Paul McCartney, pois suas últimas palavras ao ex-parceiro teriam sido “Think about me every now and then, old friend” (“pense em mim de vez em quando, velho amigo”).

Esse “rascunho” já circulava na Internet há muitos anos, por isso a música em si já era conhecida. A novidade foi seu lançamento oficial com a participação do quarteto de Liverpool completo.

A fita demo havia sido doada pela viúva de Lennon, Yoko Ono, aos remanescentes do grupo em 1994, junto como outros materiais. “Free as Bird” e “Real Love” foram concluídas por Paul, George e Ringo para o projeto “Anthology”, que celebrou a obra dos Beatles, mas a tecnologia da época não conseguiu isolar a voz de Lennon em “Now and Then”, que acabou abandonada.

Agora, na “nova” faixa, Paul refez o piano, adicionou o baixo e reforçou a base de guitarra deixada por George, quando tentaram trabalhá-la em 1994. Já Ringo entrou com sua bateria.

O que achou da música e da premiação?



Now and Then's eventful journey to fruition took place over five decades and is the product of conversations and collaborations between the four Beatles that...

03/02/2025

Pílula de cultura digital para começarmos bem a semana 😊
Há uma semana, só se fala da inteligência artificial da chinesa DeepSeek! Mas pouca gente está prestando atenção nos severos contornos geopolíticos desse anúncio.

Países com liderança tecnológica estendem seu poder econômico, político e cultural pelo planeta. A bola da vez é a IA, e os EUA estão fazendo de tudo para manter essa liderança. Não é para menos: ela tem um poder sem precedentes de moldar o mundo seguindo os interesses de seus criadores.

Os EUA pareciam tranquilos nisso, mas a DeepSeek surpreendeu o mercado, políticos e pesquisadores. Apesar de seus resultados se equipararem aos das plataformas ocidentais, o mais surpreendente dos chineses é o seu custo: enquanto elas já consumiram bilhões de dólares e querem ainda mais, a DeepSeek precisou de “apenas” US$ 5,6 milhões para seu produto. Isso fez as ações das big techs derreterem!

Mas o grande “serviço” da DeepSeek é escancarar como governos podem manipular tecnologias em seu favor. Nos EUA, Donald Trump subjugou as plataformas digitais, que abraçaram até mesmo suas ideias mais extremas. Com isso, dá para confiar nessas soluções chinesas ou americanas, capazes de moldar o pensamento de multidões?

Tudo isso aconteceu apenas uma semana depois de o governo americano anunciar um megainvestimento de US$ 500 bilhões para construir datacenters para impulsionar sua IA contra os chineses. Isso certamente chama a atenção, mas os fatos estão demonstrando que inteligência e resiliência podem valer mais que dinheiro e boicotes.

Como escolher então uma plataforma confiável? Como podemos nos proteger de uma dominação cultural subliminar? É sobre isso que falo nesse meu vídeo.

E você, está usando o DeepSeek? Teme que essa ou qualquer outra IA manipule você em longo prazo?

É muito difícil manter nossas ideias quando muita gente diz que o que pensamos é ruim ou impopular. E em tempos de redes...
01/02/2025

É muito difícil manter nossas ideias quando muita gente diz que o que pensamos é ruim ou impopular. E em tempos de redes sociais, esse “efeito manada” pode ser devastador!

Bem, eu lhes digo: acredite no valor de seus pensamentos e lute por eles se acha que deve. Isso não quer dizer impor a “sua verdade”, uma distorção perversa que as mesmas redes sociais disseminaram, indevidamente associada à liberdade de expressão.

Trazer nossas ideias para a mesa, com mente aberta e respeito aos demais é o melhor caminho para crescermos pessoalmente e contribuir com a sociedade. E muitas vezes a melhor escolha será mesmo a menos óbvia para a maioria.

Em 1916, Robert Frost (1874-1963, no detalhe da imagem), um dos mais importantes e celebrados poetas americanos, publicou “O Caminho Não Escolhido”, uma de suas obras-primas, que eu adoro e que ajuda a compreender esse conceito. Transcrevo abaixo uma tradução que fiz (o original está nos comentários):

=====
Dois caminhos divergiam num bosque amarelo,
E lamentando não poder seguir ambos
E sendo um só viajante, muito tempo fiquei
E olhei por um deles até onde pude ver
Até onde se curvava por entre o mato;

Então tomei o outro, igualmente belo,
E tendo talvez o melhor apelo,
Pois era gramado e pedia passagem;
Embora, quanto a isso, o caminhar
Os tivesse marcado realmente por igual,

E ambos naquela manhã igualmente jaziam
Em folhas que nenhum passo enegrecera.
Oh, guardei o primeiro para outro dia!
Mas sabendo como um caminho leva a outro,
Duvidei se alguma vez voltaria.

Contarei isto com um suspiro
Em algum lugar daqui a muito tempo:
Dois caminhos divergiam num bosque, e eu—
Eu tomei o menos percorrido,
E isso fez toda a diferença.
=====

“Dois caminhos divergiam num bosque, e eu tomei o menos percorrido, e isso fez toda a diferença.”

Quem está pronto para trilhar o caminho menos percorrido?

O cyberbullying não pode ser relativizado: deve ser combatido!A volta às aulas do colégio Santa Cruz, um dos mais tradic...
31/01/2025

O cyberbullying não pode ser relativizado: deve ser combatido!

A volta às aulas do colégio Santa Cruz, um dos mais tradicionais de São Paulo, foi marcada pela suspensão de 34 estudantes do Ensino Médio, pela prática de cyberbullying. Em um grupo de WhatsApp com cerca de 200 adolescentes, alunos de 2º e 3º anos intimidavam colegas do 1º ano com ameaças de agressão, se não cumprissem algumas tarefas. Os mais novos também eram obrigados a ingerir bebidas alcoólicas e eram ameaçados se tentassem deixar o grupo, cujas conversas contêm manifestações de racismo, homofobia e misoginia.

A suspensão aconteceu assim que a direção soube do caso. A escola convocou os pais dos agressores.

Desde janeiro do ano passado, bullying e cyberbullying são crimes no Código Penal. Em junho, o Supremo Tribunal Federal formou maioria no plenário virtual para obrigar escolas públicas e particulares a combaterem casos assim.

Uma pesquisa da plataforma Equidade.info indicou que 24% dos alunos do Ensino Básico de colégios públicos e particulares brasileiros foram vítimas de intimidação ou humilhação por colegas nos últimos 12 meses, e que um em cada quatro deixou de ir à aula pelo menos um dia por não se sentir seguro. Meninas e alunos pretos, pardos e amarelos são as vítimas mais frequentes.

Apesar de tudo isso, vejo com muita preocupação, em diferentes fóruns sobre casos assim, pessoas relativizando a gravidade do bullying. O argumento mais comum é que essas agressões sempre existiram, mas, no passado, “não tinham nome”, “não viravam um problema”, “os alunos resolviam com uma briga”, “a escola não precisava fazer nada” e “os pais nem f**avam sabendo”.

Essa é uma perigosa redução desse problema gravíssimo. Há casos em que adolescentes chegam a se suicidar por sofrerem bullying!

A escola deve sempre proteger a vítima e os pais devem obrigatoriamente ser envolvidos, pois o problema transcende os limites da escola, especialmente graças às redes sociais, que ampliam enormemente os efeitos das agressões.

E para você, como o bullying deve ser tratado? Qual os papeis dos pais e das escolas?

“Por que você insiste em fazer publicações densas e até incômodas, se poderia ganhar mais visibilidade com memes ou post...
30/01/2025

“Por que você insiste em fazer publicações densas e até incômodas, se poderia ganhar mais visibilidade com memes ou posts que não desafiassem as pessoas intelectualmente?”

Ouvi isso na terça, depois do artigo que publiquei na minha newsletter, em que discuti o crescente uso da violência, da exclusão e da mentira como ferramentas políticas. Essa cartilha, que existe “desde sempre”, vem sendo aperfeiçoada há dez anos por governantes de diferentes ideologias no mundo. Com o apoio das redes sociais, isso polarizou patologicamente as sociedades, enquanto fortalecia essas pessoas.

A provocação acima é dolorosamente válida. Eu poderia f**ar na camada rasa dos conteúdos. Assim não investiria tanto tempo na produção, ganharia um monte de seguidores e curtidas, não empenharia tanta energia em respostas complexas e comentários, e até evitaria alguns haters, que insistem em incomodar vez ou outra.

Entretanto, qual seria o sentido de seguir por esse caminho fácil e simplório?

Antes de ser criador de conteúdo digital, sou jornalista. Podem me chamar de antiquado, mas acredito que podemos promover boas mudanças na sociedade a partir de informação bem apurada, palavras bem escolhidas, respeito e valores humanistas.

Mas a mudança só ocorre se você convidar as pessoas a “saírem de sua caixinha”, o que pode ser muito incômodo para alguns, despertando reações às vezes violentas. Ainda assim, esse é um “bom combate”.

Claro que queremos nos divertir nas redes sociais, mas elas não podem se resumir a isso! É o que desejam os poderosos, criando uma população que não contesta nada e seguem suas ideias como zumbis! Quando isso acontece, a mediocridade vence e a democracia padece.

Jornalistas têm o papel de informar e formar cidadãos, fiscalizando todas as formas de poder. Se eles não estiverem incomodando alguém, devem estar fazendo mal seu trabalho.

Enquanto escrevia esse post, eu me lembrei do comercial abaixo, da campanha “Think Different” da Apple. Lançada em 28 de setembro de 1997, na estreia de "Toy Story", simbolizou a recuperação da empresa após um período de dificuldades financeiras e de identidade, com o retorno de Steve Jobs ao comando, no final de 1996. A peça buscava inspirar consumidores e associar a Apple a figuras históricas que mudaram o mundo por "pensarem diferente".

Costumo usar essa versão narrada pelo próprio Steve Jobs, no fim dos meus cursos de customer experience. Para mim, é um dos melhores comerciais já feitos, e combina perfeitamente com a mensagem aqui.

Como Jobs diz ao final, “as pessoas que são loucas o suficiente para pensar que podem mudar o mundo são aquelas que mudam.”

Vem comigo!



A campanha "Think Different" da Apple foi lançada em 28 de setembro de 1997, durante a estreia do filme "Toy Story", da Pixar. Ela marcou um momento crucial ...

Você conhece o “paradoxo da tolerância”?Essa teoria foi descrita em 1945 pelo austríaco Karl Popper, no best-seller “A S...
29/01/2025

Você conhece o “paradoxo da tolerância”?

Essa teoria foi descrita em 1945 pelo austríaco Karl Popper, no best-seller “A Sociedade Aberta e Seus Inimigos”. Segundo ele “a tolerância ilimitada leva ao desaparecimento da tolerância”. O filósofo explicava que “se não estivermos preparados para defender a sociedade do assalto da intolerância, então os tolerantes serão destruídos e a tolerância com eles”.

Para ele, as filosofias intolerantes devem ser combatidas com argumentos racionais e mantidas em xeque frente à opinião pública. Mas alertava que os intolerantes não lidam com a razão, “a começar por criticarem todos os argumentos e proibindo seus seguidores de ouvir argumentos racionais, porque são enganadores e os ensinam a responder aos argumentos com punhos ou pistolas”. E sugeria que “devemos exigir que qualquer movimento que pregue a intolerância fique fora da lei e que qualquer incitação à intolerância e perseguição seja considerada criminosa”.

Popper queria evitar algo que se observa muito hoje. Formadores de opinião e pessoas comuns se afastam do debate público com medo dos “trolls”, valentões que empesteiam as redes sociais insultando e ameaçando outras pessoas. Quando isso acontece, suas ideias evoluem para uma sociedade totalitária, em que os que não se alinharem ao grupo violento perdem gradualmente seus direitos.

Esse debate ganhou novamente destaque com a segunda posse como presidente dos EUA de Donald Trump (foto), o maior “troll” da política mundial.

Diante do avanço de governos encabeçados por valentões de qualquer ideologia, que sistematicamente silenciam ideias diferentes das suas, as sociedades precisam reforçar a educação digital e midiática. Mas acima de tudo, precisamos urgentemente resgatar nossa humanidade e nossa capacidade de sermos empáticos, inclusive com quem não conhecemos. É assim que verdadeiramente se derrota um valentão.

É sobre isso que falo nesse meu artigo. Confira em https://paulosilvestre.com.br/o-resgate-da-civilidade-digital-depende-de-cada-um-de-nos/

E você, que caminhos sugere para melhorarmos o debate nas redes sociais?

A segunda posse de Donald Trump coroou a polarização social. No mundo todo, grupos urram eufóricos com suas bravatas, en...
28/01/2025

A segunda posse de Donald Trump coroou a polarização social. No mundo todo, grupos urram eufóricos com suas bravatas, enquanto outros se descabelam temendo o fim do mundo. Esses exageros não se concretizarão, mas refletem uma dinâmica de poder que mobiliza cada vez mais pessoas, mesmo em democracias consolidadas, iludidas com soluções simplistas e até com o uso do porrete como argumento.

Governantes autoritários seguem uma cartilha desde a ascensão de Hi**er (foto). Que fique claro: de forma alguma, sugiro que Trump se assemelha ao líder nazista! Mas ambos exploraram insatisfações populares para construir inimigos que impediriam a grandeza de seus países. Também capitalizaram discursos simples e emotivos para essas frustrações. Enquanto Hi**er utilizava mídias tradicionais para propagar suas ideias, Trump abraçou as redes sociais, ainda mais poderosas para disseminar desinformação.

Essa estratégia é ef**az mesmo em populações instruídas. A ideia de que a educação é um antídoto automático contra o autoritarismo é ilusória. Em crises, a busca por líderes carismáticos que ofereçam respostas simples a problemas complexos pode seduzir até os mais cultos.

Isso se vê no documentário “Arquitetura da Destruição” (1989), disponível no YouTube. O diretor e roteirista Peter Cohen mostra como os nazistas usavam as artes, o esporte e até a arquitetura para esse fim. “A ambição do nazismo era embelezar o mundo pela violência”, explica. “Uma das principais tarefas da propaganda nazista era criar um clima onde a brutalidade pudesse ser aceita, para transmitir a mensagem de que, com a beleza como objetivo, a crueldade era necessária.”

Autocratas podem oferecer resultados imediatos, como crescimento econômico e melhorias na segurança. Entretanto, em longo prazo, levam a retrocessos políticos, sociais e econômicos. A insistência em narrativas simplórias cria um abismo entre a realidade e a percepção popular, dificultando a resolução de problemas estruturais.

A sociedade precisa desenvolver anticorpos contra a desinformação. Mídia, academia e entidades democráticas precisam trabalhar juntas por um debate público qualif**ado e demonstrar que sociedades prósperas se constroem pela cooperação, respeito à diversidade e fortalecimento das instituições.

Movimentos autoritários não são inevitáveis. Eles florescem apenas quando as forças democráticas falham em identif**ar os problemas que afligem as pessoas e em lhes oferecer soluções convincentes.

O futuro da sociedade depende da sua renovação, adaptação aos desafios contemporâneos, e o uso adequado das ferramentas digitais para encontrar as saídas pelas quais as pessoas anseiam. Somente assim construiremos juntos um mundo em que a verdade prevaleça sobre a manipulação, e a democracia seja protegida das ameaças do autoritarismo disfarçado de solução.

27/01/2025

Pílula de cultura digital para começarmos bem a semana 😊
Por que todos nós devemos combater os “trolls” da Internet?

Com a posse para seu segundo mandato como presidente dos EUA, Donald Trump, um notório valentão que faz de agressões, desqualif**ações e fake news ferramentas do cotidiano, iniciou uma nova fase de deterioração da convivência online. Com a adesão explícita das big techs a essa agenda, o processo deve se ampliar exponencialmente.

Isso seria grave o suficiente por si só. Mas em um mundo dominado por redes sociais, o maior risco vem do exército voluntário que amplia seus métodos para além dos limites do digital, esgarçando a própria trama da sociedade.

Há aqueles que se alinham a esse movimento e participam ativamente dele. Existem os que acham tudo “normal”, e acabam espalhando o conteúdo nocivo alegremente, com um entendimento distorcido da liberdade de expressão. E tem os que parecem não se importar com nada e acabam fazendo isso de forma inconsciente.

Não há nada de “normal” ou inocente nisso! Promover o ódio, cercear pensamentos diferentes, atacar grupos sociais, roubar identidades, expor pessoas estão entre os piores comportamentos de nosso tempo.

Além da brutal violência psíquica e até física contra as vítimas, isso pode acabar com o debate público: em um meio inseguro e agressivo, as pessoas f**am desencorajadas a expor suas ideias construtivamente. E assim a democracia se enfraquece e os valentões ganham poder.

Pelo seu grande público e influência, jornalistas e criadores de conteúdo digital têm obrigação de combater essas práticas. Mas não são suficientes para eliminar esse mal.

A sociedade só reencontrará um caminho sustentável de desenvolvimento quando cada um se empenhar em promover um ambiente digital civilizado. Esse não é um debate ideológico, mas uma necessidade crítica para a manutenção dos benefícios que cada um de nós por viver em uma sociedade organizada.

Para você, é possível resgatar um ambiente saudável e trocas construtivas no meio digital? É sobre isso que falo nesse meu vídeo.

Desde que o ChatGPT foi lançado, muito se discute como a inteligência artificial transformará ou mesmo eliminará muitas ...
25/01/2025

Desde que o ChatGPT foi lançado, muito se discute como a inteligência artificial transformará ou mesmo eliminará muitas profissões. Dentro disso, o impacto que essa tecnologia tem provocado na indústria do s**o, uma das mais lucrativas (e antigas) do mundo, pode nos oferecer importantes alertas para qualquer que seja a nossa atividade.

Como em muitos outros, a ação da IA nesse setor começou com a substituição de trabalhadores, mas hoje ela já redefine seu próprio conceito. E isso deixa muitos profissionais sem saber para onde ir.

O primeiro impacto aconteceu em modelos, atores e atrizes. A Internet, inclusive sites desse tipo de conteúdo por assinatura, como o OnlyFans, foi inundada por imagens sintetizadas digitalmente. Apesar de as principais plataformas de IA generativa possuírem recursos para impedir conteúdos explícitos, pessoas com algum conhecimento técnico conseguem explorar brechas de algumas delas.

Mas a maior mudança está acontecendo na redefinição do próprio conceito de conteúdo adulto. Ao invés dos usuários verem fotos ou assistirem a filmes “genéricos” criados por profissionais, agora diversas plataformas de IA oferecem “acompanhantes digitais” capazes de satisfazer o que o público deseja, de forma totalmente pessoal e detalhada.

Isso começa pela criação de imagens e “personalidades” desses avatares com características muito específ**as. Mas a grande transformação se dá porque, pela primeira vez, é possível interagir com suas fantasias, que até guardam a memória das conversas. Tanto que se ouve, cada vez mais, relatos de pessoas que se apaixonam pelos seus “namorados de IA”.

Diante desse poder, tudo que se conhecia em uma indústria que vale US$ 100 bilhões parece f**ar menos atraente. E quem construiu uma carreira de sucesso com os “formatos antigos” corre o risco de subitamente perder o emprego.

Se esse dilema parece distante de você, talvez valha a pena pensar com mais cuidado nele. A inteligência artificial, que tantos benefícios traz para o seu cotidiano, pode estar redefinindo o seu negócio sem você perceber?

Para muita gente, será uma surpresa descobrir que a icônica Enciclopédia Britannica, criada em 1768, ainda existe, e vai...
24/01/2025

Para muita gente, será uma surpresa descobrir que a icônica Enciclopédia Britannica, criada em 1768, ainda existe, e vai muito bem financeiramente!

A edição impressa teve sua última edição em 2010. Com 32 volumes e 58,5 kg, era um símbolo de status aspiracional, custando quase US$ 1.400 nos EUA. No Brasil, edições usadas podem ser encontradas por cerca de R$ 3.000.

O Britannica Group, nome atual da empresa, hoje tem vários sites, incluindo o Britannica.com e o dicionário online Merriam-Webster. Também vende software educacional e software de agentes de inteligência artificial para chatbots. Seus sites contam mais de sete bilhões de visualizações de páginas por ano, com usuários em mais de 150 países.

A IA generativa também é usada na criação, verif**ação de fatos e tradução de conteúdo para seus produtos, incluindo a própria enciclopédia online Britannica. Também oferece um chatbot que responde perguntas dos usuários a partir das informações da enciclopédia, o que supostamente reduz muito as “alucinações” de sites como o ChatGPT.

Mas o maior concorrente do negócio é a Wikipédia, com seu conteúdo gratuito de dezenas de milhares de editores. Em 2005, um estudo independente concluiu que as duas enciclopédias eram semelhantes em termos de precisão.

As margens de lucro do grupo giram em torno de 45%. Sua receita em relação a dois anos atrás, quando teria arrecadado cerca de US$ 100 milhões, deve dobrar nesse ano. A empresa avalia abrir seu capital, com avaliação inicial que poderia chegar a US$ 1 bilhão! Espera-se também uma expansão internacional, inclusive no Brasil.

Ficou surpreso? Como diria Charles Darwin, quem tem sucesso não é o mais forte, mas o que melhor se adapta.

Em quem você acredita mais hoje: na Enciclopédia Britannica, na Wikipédia, no Google, no ChatGPT? Essa pergunta f**a ainda mais importante considerando uma Internet inundada de desinformação.

O nome é “Projeto Stargate”. Mas erraram de filme: deveria ser “Projeto Terminator”.Na terça, o presidente dos EUA, Dona...
23/01/2025

O nome é “Projeto Stargate”. Mas erraram de filme: deveria ser “Projeto Terminator”.

Na terça, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou um investimento previsto para chegar a US$ 500 bilhões em quatro anos, para a criação de datacenters para tentar garantir a primazia do país no desenvolvimento da inteligência artificial. A grande motivação é o avanço inesperado da China, que recentemente tem apresentado resultados impressionantes com uma fração do dinheiro e do poder de processamento dos rivais americanos.

Não entrarei em detalhes, já fartamente noticiados. Mas gostaria de tecer alguns comentários sobre o que essa iniciativa representa, justif**ando o trocadilho no primeiro parágrafo acima.

O montante é sem precedentes, apesar de alguns duvidarem dele, inclusive Elon Musk (que ficou de fora do anúncio), queridinho de Trump, mas rival da Sam Altman (CEO da OpenAI). Por mais que o dinheiro venha da iniciativa privada e seja um movimento para peitar a China, é o governo quem está viabilizando algo que beneficiará apenas meia dúzia de empresas já bilionárias, especialmente a OpenAI e a Oracle, seguidas pela Microsoft e pela NVIDIA.

A iniciativa também exigirá uma enorme quantidade de energia e consumirá um oceano de água e de outros recursos. Trump disse que fornecerá tudo, o que é preocupante vindo de alguém que acabou de retirar os EUA (de novo) do Acordo de Paris e disse que investirá pesadamente no consumo de combustíveis fósseis.

Porém o que mais me preocupa é que, na segunda, ele anulou uma ordem executiva de seu antecessor, Joe Biden, que determinava um desenvolvimento mais ético e cuidadoso da IA. Trump tirou todas as regulamentações desse mercado, o que é temerário! E isso novamente beneficia apenas meia dúzia de bilionários que o apoiaram na campanha.

É difícil para as massas entenderem, mas desenvolver a IA não é como criar um buscador, um carro ou um remédio. Pela primeira vez na história, uma tecnologia foge da compreensão de seus próprios desenvolvedores. Isso exige um cuidado triplicado na sua criação, especialmente pelo seu enorme poder, mas as empresas querem, pelo contrário, acelerar em um carro sem freios!

Nessas horas, eu me alio a Geoffrey Hinton, chamado de “o padrinho da IA”, recém-laureado com o Nobel de Física e vencedor em 2018 do prêmio Turing, o “Nobel da computação”, pelo seu trabalho que viabilizou a IA como a conhecemos. Em maio, ele deixou a posição de liderança de IA no Google para poder apontar livremente os riscos da tecnologia. E ele afirma que um desenvolvimento descuidado da IA pode, sim, ter resultados inesperados, descontrolados e potencialmente catastróficos.

Portanto, como pesquisador da área, acho ótimo ver grandes investimentos em IA! Mas fazer isso de forma irresponsável é algo criminoso! Não queremos o surgimento de uma Skynet!

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