Como a IA dominou a geopolítica
Pílula de cultura digital para começarmos bem a semana 😊
Há uma semana, só se fala da inteligência artificial da chinesa DeepSeek! Mas pouca gente está prestando atenção nos severos contornos geopolíticos desse anúncio.
Países com liderança tecnológica estendem seu poder econômico, político e cultural pelo planeta. A bola da vez é a IA, e os EUA estão fazendo de tudo para manter essa liderança. Não é para menos: ela tem um poder sem precedentes de moldar o mundo seguindo os interesses de seus criadores.
Os EUA pareciam tranquilos nisso, mas a DeepSeek surpreendeu o mercado, políticos e pesquisadores. Apesar de seus resultados se equipararem aos das plataformas ocidentais, o mais surpreendente dos chineses é o seu custo: enquanto elas já consumiram bilhões de dólares e querem ainda mais, a DeepSeek precisou de “apenas” US$ 5,6 milhões para seu produto. Isso fez as ações das big techs derreterem!
Mas o grande “serviço” da DeepSeek é escancarar como governos podem manipular tecnologias em seu favor. Nos EUA, Donald Trump subjugou as plataformas digitais, que abraçaram até mesmo suas ideias mais extremas. Com isso, dá para confiar nessas soluções chinesas ou americanas, capazes de moldar o pensamento de multidões?
Tudo isso aconteceu apenas uma semana depois de o governo americano anunciar um megainvestimento de US$ 500 bilhões para construir datacenters para impulsionar sua IA contra os chineses. Isso certamente chama a atenção, mas os fatos estão demonstrando que inteligência e resiliência podem valer mais que dinheiro e boicotes.
Como escolher então uma plataforma confiável? Como podemos nos proteger de uma dominação cultural subliminar? É sobre isso que falo nesse meu vídeo.
E você, está usando o DeepSeek? Teme que essa ou qualquer outra IA manipule você em longo prazo?
#DeepSeek #inteligênciaartificial #geopolítica #China #EstadosUnidos #PauloSilvestre
Por que devemos combater os trolls da Internet
Pílula de cultura digital para começarmos bem a semana 😊
Por que todos nós devemos combater os “trolls” da Internet?
Com a posse para seu segundo mandato como presidente dos EUA, Donald Trump, um notório valentão que faz de agressões, desqualificações e fake news ferramentas do cotidiano, iniciou uma nova fase de deterioração da convivência online. Com a adesão explícita das big techs a essa agenda, o processo deve se ampliar exponencialmente.
Isso seria grave o suficiente por si só. Mas em um mundo dominado por redes sociais, o maior risco vem do exército voluntário que amplia seus métodos para além dos limites do digital, esgarçando a própria trama da sociedade.
Há aqueles que se alinham a esse movimento e participam ativamente dele. Existem os que acham tudo “normal”, e acabam espalhando o conteúdo nocivo alegremente, com um entendimento distorcido da liberdade de expressão. E tem os que parecem não se importar com nada e acabam fazendo isso de forma inconsciente.
Não há nada de “normal” ou inocente nisso! Promover o ódio, cercear pensamentos diferentes, atacar grupos sociais, roubar identidades, expor pessoas estão entre os piores comportamentos de nosso tempo.
Além da brutal violência psíquica e até física contra as vítimas, isso pode acabar com o debate público: em um meio inseguro e agressivo, as pessoas ficam desencorajadas a expor suas ideias construtivamente. E assim a democracia se enfraquece e os valentões ganham poder.
Pelo seu grande público e influência, jornalistas e criadores de conteúdo digital têm obrigação de combater essas práticas. Mas não são suficientes para eliminar esse mal.
A sociedade só reencontrará um caminho sustentável de desenvolvimento quando cada um se empenhar em promover um ambiente digital civilizado. Esse não é um debate ideológico, mas uma necessidade crítica para a manutenção dos benefícios que cada um de nós por viver em uma sociedade organizada.
O fim dos celulares nas escolas
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O que acontecerá agora que os celulares foram proibidos nas escolas?
Desde o dia 13, alunos não podem mais usar celulares e tablets pessoais nas escolas brasileiras de Ensino Fundamental e Ensino Médio. A lei 15.100/2025, que visa “salvaguardar a saúde mental, física e psíquica das crianças e adolescentes”, também é positiva frente às enormes perdas pedagógicas que esses equipamentos produzem. Mas ela não resolve o problema da superexposição dos mais jovens às telas, pois isso acontece principalmente em casa.
É um desafio complexo, pois vivemos em um mundo profundamente digitalizado, desde tenra idade. A pesquisa TIC Kids Online Brasil 2024, publicada em outubro pelo Cetic.br, órgão de pesquisas do Comitê Gestor da Internet no Brasil, indicou que 93% dos brasileiros entre 9 e 17 anos usam a Internet, quase sempre pelo celular. Praticamente todas as crianças ficam online em casa, e cerca de metade fazem isso na escola. E o primeiro contato se dá até os 6 anos para 23% e entre 7 e 9 anos para 26%, contrariando especialistas, que indicam que isso só comece na adolescência.
A lei reforça a autoridade do professor, que hoje tem que lutar contra as distrações do celular na sala de aula. Mas pais e mães precisam trabalhar com as escolas para combater os efeitos das telas sobre seus filhos, que vão muito além de piora no desempenho escolar. Elas podem causar sérios problemas de saúde mental, sono ruim, dificuldade de sociabilização, exposição a assédios, distúrbios alimentares e até de postura.
A tarefa cresce porque, por outro lado, os mais jovens precisam ser educados a usarem esses equipamentos de maneira segura e positiva. A proteção às crianças e aos adolescentes não pode ser confundida com alienação tecnológica.
Como se vê, a exposição dos mais jovens às telas é um tema complexo, mas que precisa ser tratado com seriedade e urgência, e todos devem
A tragédia social criada por Zuckerberg
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O que acontecerá agora com as redes sociais, começando pelo Facebook e pelo Instagram?
A grande notícia no mundo digital na semana passada foi o cavalo de pau que Mark Zuckerberg deu na política de moderação de conteúdo da Meta, afetando Facebook, Instagram e Threads. Com um intenso alinhamento às ideias do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, as medidas levantam preocupações legítimas sobre como isso impactará a qualidade das entregas das redes sociais e a própria democracia.
Para produzir esse vídeo, conversei com diferentes especialistas, e eles afirmam que o nível das publicações e dos debates nessas redes deve cair dramaticamente, empobrecendo seu papel social e corroendo a credibilidade da empresa. Pela sua descomunal penetração, isso deve agravar a polarização na sociedade. E a disposição manifestada pelo seu CEO de ativamente afrontar governos que contrariarem seus interesses pode desestabilizar nações.
Esse é o ponto mais grave desse movimento. Executivos das big techs cada vez mais se dão o direito de se colocar acima da lei e de valores, não apenas dos EUA, mas de países muito diferentes. Com uma grotesca distorção do conceito de liberdade de expressão, ameaçam a estabilidade social, uma influência nefasta e indevida nunca vista na história, que impõe seus interesses pessoais sobre populações inteiras.
Essa é uma perigosíssima nova ordem mundial que precisa ser combatida, sob o risco de desaguarmos em uma barbárie onde ninguém mais se respeite, colocando o próprio conceito de sociedade em risco.
Será que é tudo isso? Sim! Entenda por que nesse meu vídeo.
#Zuckerberg #Meta #moderação #checagem #fatos #desinformação #jornalismo #PauloSilvestre
Aposto que todos aqui têm incontáveis história de mau atendimento por empresas variadas, nos mais diferentes canais. Isso é tão comum no Brasil, que parece que fosse normal e até aceitável.
NÃO É!
Daí quando visitamos países mais desenvolvidos e somos bem atendidos em seus estabelecimentos, achamos aquilo incrível!
TAMBÉM NÃO É!
Esses negócios estão fazendo o que se espera deles, da mesma forma que se espera dos brasileiros. Mas, como nos acostumamos a sermos maltratados, o “básico bem-feito” vira um diferencial.
Podemos aprender muito com isso! Quando a concorrência está fazendo algo errado, o simples fato de fazermos o certo nos coloca muito à frente. E nossos clientes MERECEM que façamos assim!
Parece óbvio, mas estão por que erramos tanto? E o que precisamos para fazer isso do jeito certo? Esse é um dos pilares do “customer experience”.
Quer saber como? Junte-se a mim no meu curso de extensão intensivo de Customer Experience, que faz parte da Escola de Verão da PUC-SP. Ele acontecerá de 27 a 31 de janeiro, das 8h30 às 12h30, no campus da PUC em Perdizes, em São Paulo.
Além do curso, a Escola de Verão oferece aos alunos passeios culturais guiados por São Paulo à tarde e à noite, algo muito interessante para quem é da cidade e ainda mais para quem vier de fora para fazer essa imersão de conhecimento.
Para obter mais informações e fazer sua inscrição, visite a página do curso em https://www.pucsp.br/pos-graduacao/especializacao-e-mba/customer-experience
A gente se vê na sala de aula!
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Finalmente a IA trará resultados
Pílula de cultura digital para começarmos bem a semana (e o ano) 😊
Como não poderia ser diferente, 2025 começa acelerado pela inteligência artificial. Mas esse ano deve trazer algo que empresários desejam desde que começaram a investir pesadamente nessa tecnologia, com o lançamento do ChatGPT: resultados!
Se 2023 foi o ano da curiosidade e 2024 representou a democratização dessa tecnologia, 2025 deve ser aquele em que aplicações realmente transformadoras devem chegar ao mercado. E engana-se quem acredita que isso se dará por uma IA poderosíssima, capaz de resolver qualquer coisa.
Segundo um ditado popular, “os melhores perfumes estão nos pequenos frascos”. Talvez isso também seja verdade na inteligência artificial. E, nesse caso, respondem pelo nome de “agentes”. Eles são sistemas que usam a IA para realizar tarefas específicas de maneira autônoma, com pouca ou nenhuma dependência de um ser humano. Agem de maneira contínua, monitorando o ambiente e analisando dados para tomar decisões seguindo o que lhes foi pedido.
Especializados em uma tarefa e alimentados por dados controlados, os agentes tendem a ser mais baratos e mais confiáveis que um grande LLM, como o ChatGPT, ainda sujeito a suas “alucinações”, quando responde bobagens quando não sabe o que dizer. O desafio agora é tornar a criação desses agentes um processo mais simples.
Claro que continuaremos nos maravilhando com novas aplicações da IA generativa, mas será uma grande notícia vê-la finalmente transformando os negócios.
Você usa agentes no seu cotidiano? Acha que a inteligência artificial já está trazendo resultados de verdade para você? Para entender melhor o que essa tecnologia nos reserva nesse ano, convido você a assistir a esse meu vídeo, que conta com depoimentos de quatro líderes desse mercado no Brasil.
#inteligênciaartificial #negócios #agentes #dados #ética #PauloSilvestre
O ano da democratização da IA
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Qual foi o destaque na área de tecnologia e negócios em 2024?
Estamos nos últimos momentos desse ano, um período de novidades profundas em tecnologias e seus impactos nas empresas e nas vidas das pessoas. Por exemplo, o 5G se difundiu ainda mais, e grandes avanços aconteceram em veículos autônomos, tecnologias sustentáveis, biotecnologia e robótica.
Mas no ano em que os prêmios Nobel tanto de Física quanto de Química foram entregues a cientistas com pesquisas ligadas à inteligência artificial, foi ela que deixou indiscutivelmente sua marca.
Vale dizer que a IA já fazia parte da nossa vida há muitos anos, potencializando aplicações e equipamentos, porém de maneira invisível. Tudo mudou em novembro de 2022, quando o ChatGPT ganhou as ruas, dando ao cidadão comum o gostinho de fazer facilmente criações com a inteligência artificial generativa. E isso deflagrou uma corrida para que se buscasse aplicar a IA em tudo.
Obviamente os primeiros resultados disso pareciam protótipos mal-acabados e muitos tinham aplicações questionáveis. O ano de 2023 viu a desconfiança de profissionais, que mesclavam deslumbramento diante das possibilidades da IA e medo de que ela roubasse seus empregos.
Agora, ao fim de 2024, pode-se dizer que ela deixou o terreno da curiosidade: esse foi o ano em que seu uso foi disseminado, com pessoas e principalmente empresas abandonando a especulação e incorporando a IA em seu cotidiano.
Mas ainda há muito a se aprender sobre como aproveitá-la de maneira ética, produtiva e segura. E 2025 será o cenário em que teremos que fazer isso!
Você sabe o que precisa ser feito? É sobre isso que falo nesse meu vídeo, que conta com depoimentos de quatro importantes lideranças do setor, para entendermos melhor o impacto da IA em nossas vidas e em nossos negócios.
#inteligênciaartificial #democratização #negócios #sociedade #regulamentação #ética #PauloS
Tecnologia, ética e liberdade
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Vale tudo para se dar bem no mundo digital?
Estamos chegando ao fim de um ano em que o debate sobre o equilíbrio entre a ética, a competitividade tecnológica e a liberdade de expressão ganhou novos contornos com o avanço da inteligência artificial, de práticas questionáveis das big techs e com as discussões em torno do Marco Civil da Internet.
Enfrentamos uma grande dificuldade para encontrar um caminho razoável para, ao mesmo tempo, proteger as pessoas da voracidade irresponsável das plataformas digitais, evitar a censura, fazer um uso seguro da tecnologia e garantir a competitividade pessoal, nos negócios e até de nações.
Esse é um dos grandes desafios dessa geração, pois a sociedade não está conseguindo processar as mudanças na velocidade em que estão sendo impostas. Insistimos em medir essa transformação com réguas criadas para um mundo que já não existe.
O exemplo mais claro é o impacto social das casas de aposta online, as infames “bets”. Elas crescem exponencialmente no mundo todo, mas no Brasil se tornaram um problema de saúde pública, com pessoas perdendo economias de uma vida e indivíduos das camadas mais pobres gastando o dinheiro da comida na jogatina.
Alguns podem dizer que “aposta quem quiser”. Só que atribuir a culpa ao livre arbítrio é um reducionismo absurdo! A facilidade de se apostar pelo smartphone fica irresistível com a influência dos algoritmos dessas plataformas, com a promessa mentirosa de ganhos fáceis, com a interface gamificada e até com o pertencimento no grupo de amigos apostadores.
Nosso livre arbítrio é manipulado pelas mais diversas plataformas digitais, e engana-se quem acredita ser totalmente imune a isso. A sedução digital insidiosa vence mesmo mentes afiadas, em algum momento. É disso que temos que tratar, sem perder os inegáveis benefícios da tecnologia ou ferir direitos fundamentais.
Mas como? É disso que t
Influenciadores podem espalhar desinformação
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Você confia no que seus influenciadores preferidos publicam?
Que as redes sociais são o grande vetor da desinformação, não é novidade. Mas em tempos em que o Supremo Tribunal Federal discute se essas plataformas têm responsabilidade sobre conteúdos nocivos em suas páginas, precisamos entender as motivações que levam alguém a fazer isso. Nesse cenário, os influenciadores digitais desempenham um papel central, pelo seu poder de persuasão de grandes plateias.
Existem aqueles que conscientemente propagam informações falsas, e esses devem ser combatidos. Mas o estudo “Por Trás das Telas”, publicado no dia 26 de novembro pela Unesco mostra que muitos fazem isso sem intenção, por amadorismo ou descuido.
Realizada com 500 influenciadores de 45 países, incluindo o Brasil, a pesquisa indica que apenas 36,9% dos influenciadores verificam a correção das informações que publicam. Além disso, 41,7% deles consideram curtidas e visualizações como o principal critério de credibilidade de suas fontes.
Esses dois números deixam claro que eles podem ser facilmente manipulados pelos criadores de desinformação, agravando o problema. A boa notícia é que 73% demonstraram interesse em serem treinados para melhorarem em sua atividade.
Apesar dos ataques daqueles que se beneficiam da desinformação, a imprensa ainda goza de boa credibilidade com a maior parte da população. Mas há anos ela não está mais sozinha no processo informativo, dividindo esse espaço com os influenciadores.
Seria ótimo que esses dois grupos trabalhassem juntos, mas parecem viver em mundos distintos. É uma pena, pois o público se informa por ambos, cada um com suas vantagens e desvantagens.
Como saber em quem confiar ao consumir conteúdo nas redes? E como os influenciadores podem melhorar o seu trabalho? Falo sobre isso nesse meu vídeo.
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Redes sociais só depois dos 16 anos
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Crianças e adolescentes devem ficar fora das redes sociais?
Enquanto o Supremo Tribunal Federal debate regras mais rígidas para as redes sociais no Brasil, a Austrália “pôs fogo” no debate ao aprovar, no último dia 28, uma lei que sumariamente proíbe o uso dessas plataformas por qualquer pessoa com menos de 16 anos. E a responsabilidade para isso não acontecer recai sobre essas empresas, sob pena de multas equivalentes a quase R$ 200 milhões.
Apesar de restrições às redes sociais serem debatidas no mundo todo, essa é a primeira legislação que impede seu uso por crianças e adolescentes em qualquer situação. Ela também inova por atribuir às big techs a função de “porteiro”.
A lei despertou aplausos e gritarias. Especialistas afirmam que a iniciativa representa um passo importante para proteger os mais jovens de sérios riscos a que são expostos nessas plataformas, como cyberbullying, assédio moral e sexual, desinformação e outros conteúdos que podem provocar sérios problemas de saúde mental e até a suicídio. Também é vista como maneira de responsabilizar empresas por priorizarem lucros em detrimento da segurança dos mais jovens.
Os críticos, capitaneados pelas próprias big techs, dizem que a lei é inócua, pois os adolescentes encontrarão maneiras de burlar o sistema. Argumentam que isso pode privar os mais jovens de informações importantes e restringiria sua capacidade de socialização. Por fim, a lei prejudicaria a privacidade desses usuários.
A iniciativa australiana escancara o poder desmedido que as big techs construíram. Nunca houve empresa, governo ou instituição capaz de influenciar decisivamente a vida de bilhões de pessoas ao redor do mudo, enfrentando legislações e culturas de países muito diferentes.
Resta saber se a lei conseguirá mesmo proteger os mais jovens, e como isso pode incentivar outros países a criarem legislações semel
O que pode e o que não pode na Internet
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Na quarta passada, o Supremo Tribunal Federal começou um julgamento que pode impactar profundamente como usamos a Internet e como ela nos influencia. Ele se refere ao artigo 19 do Marco Civil da Internet, que estabelece que a responsabilidade sobre um conteúdo publicado nas redes sociais é de seu criador, com essas plataformas respondendo por ele apenas se não tomarem providências após uma decisão judicial.
A despeito da enorme importância do tema, é preciso questionar quem deve decidir sobre isso e por qual motivo.
Publicado em 2014, esse mecanismo visa proteger a liberdade de expressão, impedir a censura e garantir a inovação da Internet. Esses princípios continuam valendo, mas o mundo mudou profundamente nessa década.
As plataformas digitais deixaram de ser neutras no momento em que seus algoritmos passaram a ativamente promover o que gerava mais engajamento e consequentemente lucros. Ainda assim, elas continuaram se beneficiando dessa proteção jurídica, mesmo quando tais conteúdos destacados levaram à extrema polarização social e à deterioração da saúde mental dos seus usuários.
Criou-se uma situação em que a sociedade padece exponencialmente com os mais diversos abusos nas plataformas digitais, com pouco ou nada sendo feito sobre isso. O Legislativo deveria então atualizar a lei, mas a letargia do Congresso Nacional no tema acaba pressionando a Justiça. E isso é ruim, porque diminui o debate democrático em torno de algo crítico para nossas vidas.
Como e quem deve resolver esse problema então? É sobre isso que falo nesse vídeo.
E para você, como isso deve ser feito?
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Os benefícios e os riscos da vigilância por IA
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Quem garante que nós somos quem dizemos ser?
Essa provocação faz sentido em um tempo em que a inteligência artificial ajuda a identificar pessoas (incluindo criminosos), mas ainda erra muito nessa tarefa, com resultados indesejáveis, como mandar inocentes para a cadeia. Decisões recentes da Meta esquentam esse debate sobre como equilibrar os benefícios e os riscos dessa tecnologia.
A empresa, que é dona do Facebook, do Instagram e do WhatsApp, anunciou recentemente duas medidas bem-vindas nesse campo. A primeira mapeará rostos de celebridades para evitar que suas imagens sejam usadas em vídeos falsos, em que normalmente aparecem vendendo produtos. Em outra iniciativa, a IA será usada para tentar identificar a idade de usuários, em um movimento para prevenir que crianças e adolescentes sejam expostos a conteúdos inadequados.
Os anúncios, especialmente o primeiro, desfazem uma reviravolta na postura da companhia nessa área: em 2021, o reconhecimento facial dos seus produtos, que já funcionava havia uma década, foi desativado diante da pressão da sociedade, problemas regulatórios e investigações em diferentes países. Agora, ele está de volta, como resposta à demanda pelo combate à usurpação de imagens alheias.
Essas ações da Meta são emblemáticas pela enorme importância de seus produtos na vida de bilhões de pessoas, mas estão longe de serem únicas nessa polêmica. O uso da IA na identificação é cada vez mais comum, e raramente o cidadão sabe desse monitoramento. A sociedade precisa estar consciente desse “Big Brother permanente” a que estamos submetidos.
Como decidir se seus ganhos superam os problemas? É sobre isso que falo nesse meu vídeo.
E você, como enxerga essa balança?
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