Secretaria de Cultura e Juventude de São Bernardo do Campo

Secretaria de Cultura e Juventude de São Bernardo do Campo Confira aqui as notícias e a programação cultural de São Bernardo do Campo.

Tudo Feito à Mão Ocupa a Câmara de CulturaOficina de Bota Natalina, com Márcia CostaAs ocupações dos coletivos de Econom...
13/12/2024

Tudo Feito à Mão Ocupa a Câmara de Cultura

Oficina de Bota Natalina, com Márcia Costa

As ocupações dos coletivos de Economia Criativa na Câmara de Cultura abrem as portas do local para os artesãos. Os participantes do Cadastro de Economia Criativa da Secretaria de Cultura e Juventude estão fazendo revezamento semanal no uso desse espaço cultural para expor seus trabalhos.

Na semana de 17 a 21/12, das 10h às 18h, é a vez do coletivo Tudo Feito à Mão, que acolhe e recebe munícipes da cidade, independentemente de gênero, classe social e idade. São artesanatos de peças únicas, feitas à mão, sustentáveis e que carregam a energia de quem dedica tempo, conhecimento e afeto no que faz. Livre.

E, como vocês já sabem, toda quarta, às 14h, o coletivo da semana disponibilizará uma oficina de artesanato no local. No dia 18/12, às 14h, acontecerá a oficina Bota Natalina, com a artesã Márcia Costa. Nesta atividade leve e divertida, você aprenderá a fazer uma linda bota natalina. Todo o material será fornecido. Venha passar uma tarde em boa companhia na Câmara de Cultura! Público-alvo: interessados em geral. Vagas: 07. Não é necessário ter experiência com artesanato nem fazer inscrição prévia. 100 min. A partir de 14 anos.

Em breve, divulgaremos o coletivo e a oficina da próxima semana.

Grátis.

Câmara de Cultura Antonino Assumpção. Rua Marechal Deodoro, 1.325, Centro. Tel.: 4125-0054.

 Uma Radiografia do Núcleo Colonial São Bernardo no Ano de 1897Em 1877,  boa parte do  atual território do município de ...
12/12/2024



Uma Radiografia do Núcleo Colonial São Bernardo no Ano de 1897

Em 1877, boa parte do atual território do município de São Bernardo do Campo foi dividida em centenas de terrenos rurais e urbanos destinados prioritariamente ao estabelecimento de imigrantes europeus. Para tanto, as grandes fazendas dos monges beneditinos – “Jurubatuba” e “ São Bernardo” – e do Alferes Francisco Martins Bonilha foram adquiridas pelo governo imperial e vendidas, à baixo preço, em pequenos lotes rurais – cerca de 15 hectares em média – e urbanos – em geral cerca de 2370 m², a colonos que ficavam obrigados a construir casa e produzir roças dentro de um prazo de seis meses. Os lotes do recém-criado Núcleo Colonial São Bernardo estavam agrupados, para fins de identificação e localização, em unidades chamadas ”linhas”, sendo que as quatro primeiras a serem criadas, ainda em 1877, foram: “Sede” ,a única dedicada a lotes urbanos, organizados, sobretudo, a partir da margem leste da Rua Marechal Deodoro, entre as esquinas com as ruas Dr. Fláquer a Rua Silva Jardim, até encontrar o antigo Córrego das Laranjeiras, sob a atual Avenida Prestes Maia; “Jurubatuba”, com 79 lotes rurais, abrangendo o atual Bairro Assunção inteiro, quase todo o Bairro Planalto, e parcelas do Centro, Casa, Demarchi e Independência; “São Bernardo Velho”, com 19 lotes rurais, integrado principalmente por partes dos bairros Anchieta, Centro e Jordanópolis; “São Bernardo Novo”, composto quase que totalmente por terras situadas às margens da Rua Tiradentes, pertencentes, sobretudo, ao Bairro Santa Terezinha e ao Montanhão, mas também, com trechos do Centro e do Ferrazópolis. Novas linhas foram criadas entre 1886 e 1888: “Camargo”, com apenas 12 lotes, que hoje corresponde ao Bairro do Alves Dias; “Galvão Bueno”, de 33 lotes, situada em áreas dos atuais bairros Batistini e Demarchi ; “Rio Grande”, localizada na região da sede do distrito do Riacho Grande; “Meninos”, 23 lotes, integrado por boa parte do Bairro Rudge Ramos e trechos da Paulicéia; e “Dutra Rodrigues”, 29 lotes, no Montanhão, chegando até as proximidades das margens do Rio Grande. Por fim, as últimas linhas foram criadas entre 1891 e 1894, em áreas bastante distantes do centro do município: “Rio Pequeno” e “Rio Capivari” , nas proximidades dos rios homônimos, com mais de 70 lotes cada uma; “Bernardino de Campos”, de 1894, última linha efetivamente ocupada, ainda que em poucos lotes. No total foram projetados cerca de 630 lotes, mas apenas 427 estavam habitados no final da década de 1890. No Rio Grande, por exemplo, entre 83 lotes, em apenas 31 existiam pessoas residentes (1).

Em 1897, a administração do Núcleo Colonial realizou um recenseamento e o integrou ao livro de matrícula do colonos, o qual constitui hoje o mais importante documento relativo ao tema, trazendo dados específicos sobre os moradores de cada lote, incluindo nome , idade, o nível de escolaridade, s**o, estado civil e local de nascimento. Informa também a profissão do proprietário, a data de estabelecimento no núcleo, os débitos com o o governo imperial, entre outras indicações. As considerações que se seguem são baseadas neste documento (2).
Com 2177 habitantes e 427 imóveis ocupados, a média de moradores por domicílio do Núcleo Colonial era de 5,1 - quase que o dobro da taxa registrada no município em 2020, que foi de 2,7 (3). Havia grandes diferenças entre a diversas partes da colônia. A área com maior densidade ocupacional era a Linha Jurubatuba, com 7 hab/lote. Esta era também, em 1897, a região com mais moradores – 445 habitantes, mais lotes efetivamente ocupados – 63, e maior percentual de italianos entre os moradores proprietários (95%). A menor de taxa média de moradores por lote se apresentava na Linha Capivary – 4,3 hab./dom. Esta linha possuía um total de 262 habitantes e 61 lotes ocupados, dos quais, 41% pertenciam a poloneses, 31% a alemães e 11% a austríacos.

A maioria dos proprietários de lotes residentes no Núcleo Colonial São Bernardo era italiana (51%) (4) . Os demais lotes estavam divididos entre proprietários poloneses (22%), brasileiros ( 10%), alemães (9%), austríacos (3%), e de outras nacionalidades – francesa, suíça, russa ,dinamarquesa,armênia, portuguesa e espanhola - que somadas atingiam apenas 5% do total. Considerando o local de nascimento do total dos moradores, temos 872 brasileiros, 770 italianos, 310 poloneses, 112 alemães , 54 austríacos e 51 de outras nacionalidades. O elevado número de brasileiros em um local destinado prioritariamente a imigrantes se explica pelos nascimentos o ocorridos nas primeiras duas décadas de existência do núcleo, de modo que entre os brasileiros, 675 (82%) eram filhos de estrangeiros. Considerando-se então a ascendência dos moradores, em 1897, a população do núcleo ficava assim distribuída: 1271 pertencentes à famílias italianas (59%), 390 à famílias polonesas (18%), 223 à famílias nacionais ( 10 %) , 155 à famílias alemãs (7%), 62 à famílias austríacas (3%), e 63 à unidades familiares de outras nacionalidades (3%).

Enquanto os italianos eram maioria em diversas linhas coloniais, os poloneses se concentraram no Rio Pequeno - onde representavam 89 % dos proprietários - e no Capivary. Os brasileiros eram a maioria na linha Dutra Rodrigues - 65% dos proprietários, mas também tinham forte presença nas linhas São Bernardo Velho e Meninos. Os alemães estavam principalmente no Capivary, mas também em São Bernardo Velho e na sede urbana. As demais nacionalidades estavam distribuídas, sobretudo, pelas linhas Rio Grande, Rio Pequeno e Capivary.

A pirâmide etária dos moradores do núcleo é parecida com aquela que o Brasil possuía em 1980 e diferente da existente nos dias de hoje. A população com idades entre 0 e 14 anos atingia o percentual de 40% , enquanto o censo de 2022 traz a cifra de 19,8% para esta faixa etária. Cerca de 27 % destas crianças e adolescentes eram imigrantes, e entre os brasileiros, 88,5 % eram filhos de estrangeiros. No outro extremo da pirâmide, apenas 2,3% dos moradores tinham 65 anos ou mais, sendo que a pessoa mais velha era a brasileira Carolina Ferreira, de 86 anos. Nesta faixa etária os italianos representavam 74% do total de moradores, sendo o restante dividido entre alemães,austríacos e brasileiros. Atualmente a taxa brasileira de moradores nesta faixa etária é mais de 4 vezes maior atingindo 10,9% (5). Por fim, os 57,5% restantes -1252 pessoas – tinham entre 15 e 54 anos. As alterações da pirâmide etária ao longo do tempo tem causas diversas, normalmente refletindo as transformações econômicas e culturais pelas quais o mundo passou nos últimos 120 anos.

Cerca de 617 moradores do núcleo possuíam algum tipo de instrução – 38% da população com 7 anos ou mais. Entre eles, apenas 46 eram crianças e adolescentes com idades entre 7 e 14 anos. Nesta faixa etária existiam 213 nascidos em São Bernardo, e apenas 17 deles (8%) possuíam instrução, mostrando que a esmagadora maioria deste grupo não freqüentava as poucas e pequenas escolas públicas e particulares existentes na região; 19 outras nasceram no exterior, mas, pela idade que chegaram no Brasil, se deduz que provavelmente foram educadas no país, talvez em São Bernardo também; o restante, chegado a pouco tempo, possivelmente foi educado fora do Brasil. Entre os mais velhos – 65 anos ou mais - apenas 34% tinha instrução. O maior percentual de instruídos – 44% - se encontrava entre a população com idades entre 15 e 64 anos, podendo ter sido educados dentro ou fora do Brasil.

A agricultura de subsistência e o abastecimento de áreas urbanizadas - em S. Bernardo e em São Paulo, bem como a pecuária, a fabricação de carvão e a venda de madeira eram as principais atividades da grande maioria dos moradores do núcleo, que eram proprietários de lotes rurais. Entre os habitantes da sede havia maior diversificação de empreendimentos, os quais abrangiam o comércio - sobretudo, ofícios urbanos tradicionais – ferraria, sapataria, carpintaria, alfaiataria,selaria, etc - até pequenas indústrias - fábricas de bebidas, de sabão, de charutos e olarias.

Em 1899, a maior parte das áreas do núcleo colonial já estava emancipada, e por isso, seus habitantes estavam livres da obrigação de observar seu regulamento, que trazia uma série de deveres ligados à conservação dos seus lotes e suas áreas públicas ( estradas, pontes, etc ), bem como à necessidade de autorização governamental para venda das propriedades (6). De qualquer forma, já faziam muitos anos que aconteciam negociações e subdividisões de lotes na área. Muitas terras ainda permaneceram na posse das mesmas famílias até as décadas de 1940 e 1950, quando o processo de industrialização e urbanização se intensificou no município, levando à sua fragmentação definitiva e à venda da maioria das propriedades.

Pesquisa e texto: Centro de Memória de São Bernardo do Campo

Notas

(1) - Cf. Estado de São Paulo. Inspetoria de Terras, Colonização e Imigração. Livro de Matrícula dos Colonos do Núcleo Colonial de São Bernardo. (1877/1892). Acervo: Arquivo do Estado de São Paulo

(2)- Cf. Idem.

(3)- Cf. IBGE. Censo Nacional de 2022. Tabela 4714 - População Residente, Área territorial e Densidade demográfica; Tabela 4711 - Domicílios recenseados, por espécie.

(4) - No conjunto das linhas coloniais mais antigas predominaram as famílias de italianos provenientes da região da Lombardia, sobretudo na Sede (48%) e em São Bernardo Novo (59%). Embora já tivessem uma participação muito significativa desde 1877, os oriundos da região do Vêneto predominaram no conjunto das linhas coloniais criadas entre 1887 e 1888, período de enorme intensificação do fluxo emigratório nas províncias vênetas. A procedência vêneta se verificava em 91% das famílias residentes na Linha Camargo, em 77% das encontradas na Linha Galvão Bueno e em 62% das existentes na linha Rio Grande.

(5) – Cf. https://educa.ibge.gov.br/jovens/conheca-o-brasil/populacao/18318-piramide-etaria.html

(6) – Cf. JornaL Correio Paulistano, 23 de julho de 1898; Cf. Estabelecimento Colonial da Capital da Província de São Paulo. Designação de lote de terras ao Sr. Cesari Traballi. Documento C07165 (Pedido de título definitivo de Stefanini Italo).Arquivo do Estado de São Paulo.

Clube do Livro Não LidoTraga o seu livro e participe deste bate-papo. Aqui, o que vale é trocarmos ideias sobre nossas l...
11/12/2024

Clube do Livro Não Lido

Traga o seu livro e participe deste bate-papo. Aqui, o que vale é trocarmos ideias sobre nossas leituras e, com isso, despertar o interesse dos participantes no livro que cada um está lendo. 90 min. A partir de 12 anos. Grátis.

Biblioteca Guimarães Rosa.
Avenida João Firmino, 900, Bairro Assunção.
Tel.: 4351-5422.

12/12 - 14h30.

13/12 - 10h.

Roda de LeituraLivro Natal Musical:  A História do Natal (de Barbara Simpson)As canções de Natal são uma tradição nos pa...
11/12/2024

Roda de Leitura
Livro Natal Musical: A História do Natal (de Barbara Simpson)

As canções de Natal são uma tradição nos países cristãos. Nesta roda de leitura, você vai conhecer muitas
curiosidades e descobrir de onde vieram as tradições e costumes da festa mais bonita e
esperada do ano. 60 min. Livre. Grátis.

Biblioteca Monteiro Lobato.
Rua Dr. Fláquer, 26, Centro.
Tel.: 2630-5100.
13/12 - 15h.

Hoje tem marmelada? Tem sim senhor! Hoje tem goiabada? Tem sim senhor!HOJE É O DIA INTERNACIONAL DO PALHAÇO? É sim senho...
10/12/2024

Hoje tem marmelada? Tem sim senhor! Hoje tem goiabada? Tem sim senhor!

HOJE É O DIA INTERNACIONAL DO PALHAÇO? É sim senhor!

A história do Palhaço se confunde com a história do Circo, e não se sabe ao certo quando surgiu o primeiro personagem. Os pesquisadores acreditam que o “bobo da corte” - personagem da Idade Média que vivia nos palácios para fazer o rei rir - represente os primórdios desta Arte.

No mundo contemporâneo, um dos nomes mais expressivos foi o do inglês Charlie Chaplin (1889/1977), conhecido como Carlitos, célebre personagem do Cinema Mudo.

E no Brasil, já tivemos e temos muitos Palhaços talentosos e memoráveis:
Arrelia
Pimentinha
Carequinha
Torresmo
Patati & Patatá
Piolin
E outros mais!

Aliás, a data de nascimento de Piolin (Abelardo Pinto-1897/1973) foi escolhida no Brasil para se celebrar o Dia Nacional do Circo, comemorado em 27 de março.

A Secretaria de Cultura e Juventude presta sua homenagem a todos os Palhaços, que encantam crianças e adultos há muitas gerações.

Oficina de Enfeites NatalinosArte e criatividade na biblioteca: aprenda a fazer enfeites natalinos para presentear seus ...
09/12/2024

Oficina de Enfeites Natalinos

Arte e criatividade na biblioteca: aprenda a fazer enfeites natalinos para presentear seus familiares e amigos, ou mesmo para enfeitar sua árvore de Natal. Público-alvo: interessados em geral. Vagas: 15. Faça sua inscrição por um dos seguintes canais: pelo telefone 4178-6648; pelo email [email protected]; pessoalmente, de segunda a sexta, das 09h às 17h50. 60 min. Livre. Grátis.

Biblioteca Érico Veríssimo.
Rua Francisco Alves, 460, Pauliceia.
Tel.: 4178-6648.
12/12 - 14h30.

Minicurso Construindo Memórias História de São Bernardo do Campo e Memória SocialO objetivo desta atividade é contribuir...
09/12/2024

Minicurso Construindo Memórias

História de São Bernardo do Campo e Memória Social
O objetivo desta atividade é contribuir para a formação de agentes sociais multiplicadores – educadores e profissionais da área de cultura, além de outros interessados - em História de São Bernardo do Campo e Memória Social. Ministrada por profissionais do Centro de Memória - serviço da Secretaria de Cultura e Juventude de São Bernardo do Campo. Aula 1: Memória Social; Aula 2: História de São Bernardo do Campo; Aula 3: A Criação do Município de São Bernardo; Aula 4: Como Pesquisar História Local? Atividades Práticas. Carga horária total: 10h. Inscrições de 01 a 18/11 pelo email [email protected]. A partir de 16 anos. Grátis.

Biblioteca Monteiro Lobato.
Rua Dr. Fláquer, 26, Centro.
Tel.: 2630-5100.
19 e 26/11; 03 e 10/12 - das 09h às 11h30.

Encerramento das Oficinas Culturais 2024DAJUVVenha prestigiar os trabalhos de alunos e oficineiros, desenvolvidos ao lon...
07/12/2024

Encerramento das Oficinas Culturais 2024
DAJUV

Venha prestigiar os trabalhos de alunos e oficineiros, desenvolvidos ao longo deste ano. A mostra compreende exposições das oficinas de Caligrafia e Macramê, além de apresentações artísticas de Street Dance, Afro Dance, Circo 40+ e Circo Aéreo. Livre. Grátis. Divisão de Ações Ligadas à Juventude - DAJUV.

Avenida Redenção, 271, Portaria 23, Centro.
Tel.: 2630-6782 e 2630-6788.
11/12 - 17h30.

Concerto de Natal com os Alunos do Centro Livre de Música - CLMOs grupos de Canto Coral, Camerata de Cordas e Banda Sinf...
06/12/2024

Concerto de Natal com os Alunos do Centro Livre de Música - CLM

Os grupos de Canto Coral, Camerata de Cordas e Banda Sinfônica juntaram-se para levar música ao Parque Salvador Arena. No repertório, canções tradicionais de Natal, além de música clássica e temas de filmes. Será um dia muito envolvente em clima de Natal. Traga a família e amigos! Livre. Grátis.

Parque Engenheiro Salvador Arena.
Av. Caminho do Mar, 2.980, Rudge Ramos.

08/12 -

10h30 - Coral Infantil
11h - Coral 45+ / Coral Jovem / Coral CLM
11h30 - Coral Municipal / Coral CLM
13h - Camerata de Cordas
14h - Banda Sinfônica

 A Cantora Célia - um pouco de sua históriaCantora que obteve destaque no cenário nacional a partir dos anos 70, Célia R...
05/12/2024



A Cantora Célia - um pouco de sua história
Cantora que obteve destaque no cenário nacional a partir dos anos 70, Célia Regina Cruz nasceu em São Paulo, em 1947, mas com três dias de idade veio para São Bernardo (1) .Seus pais eram o funcionário da Light Eduardo Cruz e a dona de casa Ilka Cruz, ambos cariocas, mas que na década de 1940 vieram viver na cidade. Em São Bernardo, Célia passou sua infância e parte da juventude morando primeiramente na Rua Pedro Setti e, depois, na Rua Municipal. Estudou no Colégio São José, onde cursou o ginásio e o Instituto de Educação João Ramalho, no qual fez o colegial, então duas das principais escolas da cidade (2).
A aproximação de Célia com a música iniciou-se com o estudo de piano, mas aos 12 anos foi influenciada por uma amiga que estudava violão (Anna Maria Romano Pelosini) a também aprender este instrumento, pelo qual se apaixonou. Teve aulas de violão com Maria Lívia San Marcos, Paulinho Nogueira e a compositora Elodi Barontini, que a incentivou a cantar (3).
Em maio de 1969, quando vivia de dar aulas de violão para outros jovens da cidade (tinha cerca de 70 alunos), foi convidada para cantar e tocar com seus alunos, representando São Bernardo numa prova do programa “Cidade contra Cidade”, apresentado por Silvio Santos na Tv Tupi (4). Embora os jurados tenham preferido a performance feita por por Guarulhos (um coral), a apresentação de Célia repercutiu bem na cidade. Pouco tempo depois, Odette Bellinghausen, então colunista de arte do Jornal Folha de s. Bernardo (editado por Tito Lima, cunhado e incentivador de Célia), afirmou: “Foi preciso acontecer aquela inesquecível noite no Cidade contra Cidade para a nossa modesta violeta se tornar conhecida e demonstrar seu grande mérito” (5) Nessa época, Célia e seus alunos também já faziam apresentações beneficentes no auditório do Colégio São José (6).
O grande impulso em sua carreira viria, contudo, no ano seguinte, quando, com a intermediação de um amiga de São Bernardo, encontrou-se com o empresário musical Waldomiro Saad e o maestro uruguaio Pocho Peres, que impressionado com sua voz, ofereceu-lhe um contrato com a gravadora Continental (7) . Aceitando a proposta, ela viajou para o Rio de Janeiro, onde contatou compositores como Joyce, Ivan Lins, Lô e Márcio Borges para construção do repertório do disco, que foi produzido pelo próprio Pocho Peres. Após retornar do Rio, se apresentou, por intermediação do célebre produtor Fernando Faro, no programa de Flávio Cavalcanti, na Tv Tupi, onde foi fartamente elogiada pelo júri. Cantou, por sugestão de Faro, “Adeus Batucada”, um antigo sucesso de Carmen Miranda, canção que também foi incluída no LP, lançado pouco tempo depois. O álbum foi muito bem recebido pela crítica, levando Célia a ganhar o troféu Roquette Pinto como revelação do ano.

Até 1982 , a cantora lançou pela Continental outros quatro discos, todos chamados apenas de “Célia”, à exceção do último , batizado de “Amor”. São marcados por um repertório muito diversificado, com gravações que vão de Tom Jobim a Benito de Paula, passando por Roberto Carlos e Ataulfo Alves.
A carreira da cantora também alcançaria o exterior, a partir de 1971, com a participação do Festival Mundial Onda Nueva, em Caracas,na Venezuela, onde cantou “Carrossel” , de Elodi, Vera Brasil e Maria Eugênia. Em 1974 , foi premiada como melhor intérprete no festival Costa a Costa em Piriapolis, Uruguai, ao qual se seguiu uma temporada de shows em Punta del Este com o compositor e violonista Toquinho (8). Além dos shows no exterior, seus LPs de 1972 e 1975 foram lançados à época na Argentina, e em 1974 um compacto com a gravação de “Detalhes”, também incluída no segundo LP, foi lançado em Angola e Portugal (9).
Após o LP “Meu Caro” , lançado em 1983 pelo Selo Pointer, de seu amigo José Maurício Machline, Célia faria apenas um único álbum com gravações inéditas até o ano 2000 ( Louca de Saudade, de 1993), embora continuasse a fazer temporadas quase anuais de shows, especialmente em São Paulo.
A partir do cd “Fugir da Saudade”, de 2000, onde interpretou, juntamente com José Luzi Maziotti , canções de Paulinho da Viola, a cantora retomou a produção de álbuns com maior periodicidade. Um dos que tiveram maior repercussão foi “Célia, O Lado Oculto das Canções” , editado pela Som Livre, que teve a faixa “Canção Uma Vida Inteira” incluída na trilha sonora de uma telenovela da Rede Globo.
O último CD gravado pela cantora foi “Aquilo que a Gente Diz”, de 2015, onde mesclou canções de compositores da nova geração com as de veteranos.
Em setembro de 2017, após passar mais de um mês internada, Célia faleceu aos 70 anos, em São Paulo, vítima de câncer.
Mesmo após sua morte, porém, o interesse por sua música persistiu e até se expandiu internacionalmente: em 2018-9, o selo britânico Mr. Bongo reeditou na Inglaterra, em vinil e cd, seus dois primeiros álbuns, sendo que o segundo, também teve versões no Japão e Estados Unidos (10). Já em 2020, após um sampler de “Davi” (faixa do primeiro álbum de Célia) , incluído pelo rapper canandense Freddie Dred em sua canção “Opaul”, viralizar em um vídeo da rede social tiktok, o interesse pela cantora e pela antiga canção cresceu repentinamente, levando esta a ter mais de um milhão de visualizações somente no youtube. Além de “Davi”, “Na Boca do Sol” , do segundo álbum da cantora, também despertou interesse internacional, com partes dela sendo sampleadas em cinco composições diferentes por djs e rappers dos Estados Unidos e Alemanha (11).

• Labrada, G. Memória Musical de São Bernardo. PMSBC, 1987
• Andrade, C. Célia - Entre o Mundo e a Voz. Imprensa Oficial. GESP. 2013.
• Idem e A Vanguarda 24-04-1977
• Folha de São Bernardo, 02-04-1969
• Idem, 07-06-1969
• Idem 21-06-1969
• Andrade, C. Op. cit.
• Labrada, G. Op.cit.
• CF. site Discogs - artista Célia
• Idem
• Site whosampled.com - Célia
Imagem: Célia em sua residência em São Bernardo. Foto publicada na Revista Expressão, em dezembro de 1970.

Pesquisa, texto e acervo: Centro de Memória de São Bernardo

AME Artesanatos Ocupa a Câmara de CulturaOficina de Embalagens Sustentáveis: Reaproveitando Sacolas de PapelAs ocupações...
05/12/2024

AME Artesanatos Ocupa a Câmara de Cultura

Oficina de Embalagens Sustentáveis: Reaproveitando Sacolas de Papel

As ocupações dos coletivos de Economia Criativa na Câmara de Cultura abrem as portas do local para os artesãos. Os participantes do Cadastro de Economia Criativa da Secretaria de Cultura e Juventude estão fazendo revezamento semanal no uso desse espaço cultural para expor seus trabalhos.

Na semana de 10 a 14/12, das 10h às 18h, é a vez do coletivo AME Artesanatos, que oferece apoio às suas artesãs, contribuindo para o empoderamento feminino e o desenvolvimento econômico e social de sua comunidade. Livre.

E, como vocês já sabem, toda quarta, às 14h, o coletivo da semana disponibilizará uma oficina de artesanato no local. No dia 11/12, às 14h, acontecerá a oficina Embalagens Sustentáveis: Reaproveitando Sacolas de Papel. Você sabia que é possível transformar sacolas de papel usadas em embalagens criativas e sustentáveis? Venha aprender técnicas práticas para reaproveitar materiais e dar um toque único aos seus presentes e produtos. O que você vai aprender: uso de fitas, tecidos, botões e tags sustentáveis; como agregar valor ao seu produto, com embalagens "eco-friendly". O material será oferecido pelo coletivo.Traga apenas suas sacolas usadas e vamos reaproveitá-las juntos, contribuindo para um mundo mais sustentável! Público-alvo: interessados em geral. Vagas: 15. Não é necessário inscrição. A partir de 14 anos.

Em breve, divulgaremos o coletivo e a oficina da próxima semana.

Grátis.

Câmara de Cultura Antonino Assumpção.
Rua Marechal Deodoro, 1.325, Centro.
Tel.: 4125-0054.

Exposição Presépios de Hilda BredaOs presépios são um símbolo de fé, de esperança e do verdadeiro sentido do Natal, além...
03/12/2024

Exposição Presépios de Hilda Breda

Os presépios são um símbolo de fé, de esperança e do verdadeiro sentido do Natal, além de ser uma importante manifestação cultural popular do Brasil e do mundo. Hilda Breda, nascida e moradora de São Bernardo do Campo, produtora e diretora do Grupo Cênico Regina Pacis, é colecionadora de presépios há mais de 35 anos. A princípio, foram presentes de amigos e familiares e, depois, adquiridos em viagens. Hoje, Hilda possui mais de 1.000 presépios, provenientes de quase todos os estados brasileiros e de 60 países. A exposição apresenta uma pequena porém simbólica parte dessa coleção, de diversas origens, em vários formatos e materiais: porcelana, barro, tecido, resina, madeira, vidro, palha, semente, pedra, arame, cascas de frutas, material reciclado, entre outros. Livre. Grátis.

Câmara de Cultura Antonino Assumpção.
Rua Marechal Deodoro, 1.325, Centro.
Tel.: 4125-0054.
Visitação de 30/11/2024 a 11/01/2025 - de terça a sábado, das 10h às 17h30.

Hoje é o DIA NACIONAL DO SAMBA.No dia 2 de dezembro de 1940, o compositor de Aquarela do Brasil, Ary Barroso, visitou a ...
02/12/2024

Hoje é o DIA NACIONAL DO SAMBA.

No dia 2 de dezembro de 1940, o compositor de Aquarela do Brasil, Ary Barroso, visitou a Bahia pela primeira vez. Em 1964, então, foi sancionada uma lei no estado da Guanabara, atual Rio de Janeiro, instituindo a data.

Você sabe qual é a origem do samba?

Genuinamente brasileiro, o samba teve suas origens nos batuques dos negros escravizados, misturados aos ritmos europeus. Compositores de formação erudita, como Chiquinha Gonzaga, utilizavam os ritmos africanos em suas composições. Essa fusão foi chamada de choro. Somente em 1917 foi gravado o primeiro samba: Pelo Telefone, de Mauro de Almeida e Donga. A partir de então, Carmem Miranda, Aracy de Almeida, Francisco Alves, entre outros intérpretes, popularizaram o ritmo no Brasil e no mundo. As escolas de samba e o Carnaval impulsionaram ainda mais sua popularidade.

"Porque o samba nasceu lá na Bahia;
E se hoje ele é branco na poesia;
Se hoje ele é branco na poesia;
Ele é negro demais no coração." (Vinicius de Moraes).

Exposição Presépios de Hilda BredaOs presépios são um símbolo de fé, de esperança e do verdadeiro sentido do Natal, além...
29/11/2024

Exposição Presépios de Hilda Breda

Os presépios são um símbolo de fé, de esperança e do verdadeiro sentido do Natal, além de ser uma importante manifestação cultural popular do Brasil e do mundo. Hilda Breda, nascida e moradora de São Bernardo do Campo, produtora e diretora do Grupo Cênico Regina Pacis, é colecionadora de presépios há mais de 35 anos. A princípio, foram presentes de amigos e familiares e, depois, adquiridos em viagens. Hoje, Hilda possui mais de 1.000 presépios, provenientes de quase todos os estados brasileiros e de 60 países. A exposição apresenta uma pequena porém simbólica parte dessa coleção, de diversas origens, em vários formatos e materiais: porcelana, barro, tecido, resina, madeira, vidro, palha, semente, pedra, arame, cascas de frutas, material reciclado, entre outros. Livre. Grátis.

Câmara de Cultura Antonino Assumpção.
Rua Marechal Deodoro, 1.325, Centro.
Tel.: 4125-0054.
Visitação de 30/11/2024 a 11/01/2025 - de segunda a sábado, das 10h às 17h30.

Histórias Perdidas, com Renato EluayeRenato Eluaye, 57 anos,  é um homem negro, artista plástico, autodidata e reconheci...
29/11/2024

Histórias Perdidas, com Renato Eluaye

Renato Eluaye, 57 anos, é um homem negro, artista plástico, autodidata e reconhecido por suas obras no Museu de Arte Popular de Diadema - MAP. Seus trabalhos são em madeira esculpida, palha, argila e objetos reciclados. É pela imaterialidade da contação de lendas e histórias, contudo, que ele vem à Câmara de Cultura. Um personagem andarilho percorre as ruas da cidade, interagindo com os transeuntes, convidando-os a conhecer o espaço cultural para ouvir histórias dos seus ancestrais e de suas divindades, como o Exu. 40 min. Livre. Grátis.

Câmara de Cultura Antonino Assumpção.
Rua Marechal Deodoro, 1.325, Centro.
Tel.: 4125-0054.
30/11 - 15h.

 Os emancipacionistas              No dia 30 de novembro de 1974, em uma sessão solene, a Câmara Municipal de São Bernar...
28/11/2024



Os emancipacionistas

No dia 30 de novembro de 1974, em uma sessão solene, a Câmara Municipal de São Bernardo do Campo entregou medalhas do mérito cívico para Armando Ítalo Setti, Francisco Miele, Gabriel Nicolau, João Batista de Oliveira Lima, João Corazza, Nerino Colli, Pery Ronchetti Carlos e Plínio Ghirardello (1). O motivo da condecoração foi a participação dos mesmos no movimento político que culminou com a promulgação do decreto 14334, de /30/11/1944, o qual determinou a separação de São Bernardo e Santo André, tendo como conseqüência a instalação do município de São Bernardo do Campo em 1º de janeiro de 1945. O grupo homenageado era lembrado pela nascente imprensa de São Bernardo do Campo, desde fins da década de 1950, por ter organizado as primeiras ações tendo como escopo a Emancipação, através de uma reunião registrada em ata : “Aos três de maio de 1943, em uma das salas do Restaurante Cruzeiro, sito à rua Marechal Deodoro n°185, reuniu-se uma comissão (...) a fim de trocarem idéia e tomarem diretrizes com respeito a um movimento geral de todas as representações sociais de São Bernardo, que terá como objetivo conseguir junto aos poderes constituídos a elevação do distrito de São Bernardo à categoria de Município. Das conversações havidas foram tomadas as seguintes deliberações: 1- Uma comissão composta por todos os presentes irá à presença do Sr. Dr. José de Carvalho Sobrinho, M. D. Prefeito Municipal, a fim de fazê-lo ciente desse nosso desejo. 2- Um dos presentes irá procurar o Sr. Wallace Simonsen, que é um dos grandes proprietários em São Bernardo, para po-lo a par de nossos trabalhos e ao mesmo tempo pedir sua adesão e apoio em prol do movimento. 3- Logo que fosse considerada ocasião oportuna, seria convocada uma grande reunião que congregasse todos os industriais, comerciantes e proprietários locais e desse modo ficaria oficializado o movimento.Nada maos havendo a tratar, foi às 22 horas encerrada a sessão” (2). Dessa maneira, a assinatura dos condecorados de 1974 nesta ata foi decisiva a para a construção, ao longo das décadas seguintes, de uma memória local que os denominava autonomistas ou emancipacionistas.

Wallace Simonsen, devido à sua grande influência político-econômica nas esferas federais e estaduais, foi o maior responsável pela conquista e também o primeiro prefeito do novo município. Desde pelo menos meados da década de 1950 – quando seu busto na Praça Lauro Gomes foi inaugurado - foi homenageado como o grande líder da Emancipação. Além de Simonsen e do grupo já mencionado, também foram oficialmente reconhecidos como emancipacionistas através da entrega da medalha do mérito cívico, Bortolo Basso, em 12/8/1974 (3), e o Padre Jerônimo Angeli, em 30/11/1975 (4).

Outro colaboradores também lembrados com freqüência são o maestro João Gomes - autor da música criada para os festejos da emancipação que foi oficialmente transformada em Hino do Município nos anos seguintes – e João Baptista de Azevedo Marques, funcionário público estadual que, em abril de 1943, comunicou ao futuro grupo de militantes que o governo estava planejando uma reforma administrativa para alterar o número de municípios do estado, revelando assim uma oportunidade para a busca da emancipação.

Criado em 1890, o antigo município de São Bernardo englobava toda a atual região do Grande ABC e tinha como sede o centro de São Bernardo do Campo. Em 1938, devido ao maior desenvolvimento econômico e demográfico do Distrito de Santo André, as sede foi transferida para este local e o nome do município alterado para Santo André. O descontentamento de membros de elite política e econômica de São Bernardo com o rebaixamento da antiga sede à condição de distrito daria origem, em 1943, à luta pela separação político-administrativa das duas regiões.

Seguem pequenas biografias dos emancipacionistas reconhecidos como tais através da outorga da medalha do mérito cívico:

Plínio Ghirardello. Nascido em 1905, formou-se dentista em 1932 pela USP, e em seguida montou consultório em São Bernardo, na Rua Marechal Deodoro, no mesmo prédio do famoso Café Expresso, de Bortolo Basso, de quem se tornou amigo. Continuo morando na cidade até a década de 1950, depois se estabeleceu na capital.

Nerino Colli. Entalhador, trabalhou na Cooperativa de Móveis Santa Terezinha, tendo inclusive chegado a exercer a função de presidente. Foi um dos fundadores do Esporte Clube São Bernardo e participou do conselho consultivo do município em 1933. Candidatou-se a vereador em 1936 (pela Frente Única) e em 1955 (pelo PRT) (5), e também a prefeito em 1947 (pelo PSB), mas não foi eleito em nenhuma oportunidade.

Gabriel Nicolau. Médico, nascido em Indaiatuba, por volta de 1903, Gabriel chegou ao final da década de 1930 em São Bernardo, onde abriu consultório na Rua Rio Branco, um dos primeiros da cidade. Antes do início do movimento autonomista já havia tido contato com Wallace Simonsen por ter atendido sua mãe na Chácara Silvestre. Por isso foi encarregado, junto com Bortolo Basso, de convidar o banqueiro a participar da luta pela emancipação. Gabriel foi um dos fundadores do Hospital São Bernardo, e também vereador no início dos anos 60. Em dezembro de 1961, atendia pacientes no Hospital São Bernardo e no seu consultório na Rua Dr. Fláquer, nº 200 (6) . Faleceu em 1969.

Bortolo Basso. Nasceu no bairro do Capivary, no dia 17 de outubro de 1900. Desde a infância trabalhou na primeira fábrica de móveis da Vila de S. Bernardo, que pertencia a seu pai, o italiano João Basso. Em 1927, com o falecimento de João, herdou, junto com seus irmãos, a fábrica de móveis e também uma serraria. Casou-se em 1929 com Olga Luchesi, com quem teve 4 filhos. Nos anos 30, foi proprietário de armazéns na Vila de S. Bernardo e no Rio Grande. Por volta de 1938 transformou sua fábrica de móveis em uma cooperativa com 100 sócios, denominada “Fábrica de Móveis Santa Terezinha Ltda.”. Na primeira metade dos anos 40, esteve à frente do “Restaurante e Café Expresso” – onde aconteceu seu célebre encontro com Simonsen – e, alguns anos depois, fundou a loja “A Fonte Produtora de Móveis ”. Foi vereador do antigo município de São Bernardo entre 1936 e 1937, e vice-prefeito na gestão de Lauro Gomes, já no atual município, entre 1952 e 1955. Faleceu em março de 1978.

João Corazza. Filho dos comerciantes italianos Antônio e Josefina Corazza, nasceu no dia 3 de Julho de 1895, no local onde sua família residia e mantinha um Armazém de Secos e Molhados, no início da Rua Marechal Deodoro. Aprendeu o ofício de marceneiro na infância e em 1920, junto ao irmão Manoel e ao cunhado Vicente Colombo, fundou a empresa que se tornaria uma das principais fábricas de móveis da cidade durante o século XX, denominada, desde meados da década de 1920, Irmãos Corazza. Casou-se em 23 de abril de 1923, com Laura Modolin, com quem teve os filhos Palmira, Orlando e Bernardino Corazza. Em 1928, foi fundador e primeiro presidente do Esporte Clube São Bernardo. Faleceu em 22 de Julho de 1971.

Francisco Miele. Nascido na região central da sede do município de São Bernardo, em 31 de janeiro de 1900, era filho do carpinteiro italiano Antonio Manoel Miele e de Angelina Arsuffi. Na infância trabalhou como operário na fábrica de móveis de João Basso, a primeira da cidade. Por volta dos 18 anos de idade perdeu os pais e, junto a seu primo Atílio e ao cunhado Domingos Ballotin, fundou a Miele & Cia, a qual se tornaria uma das mais importantes fábricas de móveis da cidade. Em 1925 casou-se com Ida Pasin, com quem teve as filhas Norma, Yeda e Nilce. Entre 1927 e 1930 esteve ligado à diretoria do partido democrático na cidade. Em 1935 adquiriu e reformou o Cine São Bernardo, o qual permaneceu sob sua direção por muitos anos. Na década de 50 foi um dos fundadores do Rotary Club na cidade. Faleceu em 27 de julho de 1983.

Pery Ronchetti Carlos. Nasceu na capital paulista, no dia 3 de abril de 1901. Era filho do empresário italiano Carlos Ronchetti e da tecelã Aida Buzzani, também italiana. Em 1925, logo depois de casar-se com Mariana Caligiuri, filha do industrial italiano Domingos Caligiuri, mudou para São Bernardo e empregou-se na Tecelagem Sul-Americana, a qual passou a comandar por volta do ano de 1931, quando sua família adquiriu metade das ações da empresa. Em 1944 esta fábrica deu origem à Tecelagem AIDA S/A, a qual esteve sob o comando de Ronchetti até a década de 60. Em 1934, Pery foi um dos articuladores do grupo de mais de uma centena de operários que adquiriu uma indústria de móveis da família Setti e a transformou numa cooperativa, denominada Fábrica de Móveis São Bernardo. Ronchetti foi vereador no antigo município de São Bernardo, em 1936 e 1937, e na primeira legislatura do novo município de São Bernardo do Campo, entre 1948 e 1951. Faleceu em 29 de janeiro de 1976.

Armando Setti. Filho de um dos pioneiros da indústria local, o italiano Ítalo Setti. Nasceu em São Bernardo, em 25 de outubro de 1903. Fez seus estudos no prestigioso Ginásio São Bento, na capital paulista. Casou-se em 1925, com Maria Helena Olga Leghetti. Foi prefeito do antigo município de São Bernardo entre outubro de 1930 e dezembro de 1932. No antigo município foi ainda um dos seis vereadores da legislatura que marcou a reabertura da câmara municipal em 1936. Na gestão do prefeito José Fornari (1948-1951), já no atual município de São Bernardo do Campo, foi novamente vereador. Paralelamente às suas atividades políticas, foi diretor da Tecelagem de Seda Villa de São Bernardo, uma das principais indústrias da cidade, pertencente a seu pai. Faleceu residindo na cidade de São Paulo, no dia 2 de março de 1968, deixando um único filho, o médico Rubens.

Jerônimo Angeli. Padre e pároco da Paróquia Nossa Senhora da Conceição da Boa Viagem entre 1936 e 1946. Italiano, Angeli trabalhou como missionário entre imigrantes no Canadá, na França e em várias cidades do Estado de São Paulo. Foi procurado por Simonsen para que ajudasse no movimento pela Emancipação e a partir de então comecçou a participar das reuniões e a auxiliar nos trabalhos dos militantes (7).

João Baptista de Oliveira Lima. Era neto do famoso coronel homônimo (1853-1935), que foi diversas vezes vereador e presidente da câmara municipal nas décadas contíguas à virada do século XIX para o XX. Na reunião inicial dos emancipacionistas representou seu pai, Quirino de Lima (1870-1955), que foi delegado e combatente da revolução constitucionalista em 1932. Era irmão do futuro prefeito Hygino de Lima e casado com Walkiria Benetti ( 8 ). Foi Juiz de Paz e Escrivão de Paz em Ribeirão Pires, na década de 1930 (9). Já havia falecido à época em que lhe foi outorgada a medalha, em 1974. Os Lima se estabeleceram como agricultores na região do Rio Grande em princípios do século XIX. tendo exercido grande influência na polítca local desde a criação do antigo município de São Bernardo, em 1890, até a década de 1970.

Wallace Cockrane Simosen nasceu no Rio de Janeiro, em 1884. Posteriormente a família se mudou para Santos, onde, desde os 15 anos de idade, Simonsen trabalhou em instituições financeiras, tendo se destacado na negociação de café. Em 1912, os irmãos Simonsen – Roberto e Wallace entre eles – fundaram a Companhia Construtora de Santos, empresa envolvida em vários empreendimentos na cidade portuária, como, por exemplo, a pavimentação parcial da cidade e a construção dos hoje históricos prédios da Bolsa do Café. No ano de 1932, Wallace Simonsen tornou-se presidente do poderoso Banco Noroeste do Estado de São Paulo, tendo exercido esta função até o final da vida. Na mesma época construiu no atual bairro Nova Petrópolis, em São Bernardo, uma luxuosa residência em uma chácara, a qual passou a freqüentar com a família durante os fins de semana. Associou-se aos emancipacionistas em 1943, tornando-se seu principal líder. Faleceu em 1955.



Imagem. Fila superior: Esq. p. dir: W. Simonsen, B. Basso, P. Ghirardello, F. Miele e G. Nicolau. Fila inferior: J.B.O. Lima, J. Corazza, A. Setti e N. Colli.

Pesquisa, acervo e texto: Centro de Memória de São Bernardo do Campo

Notas:

(1)- Cf. Jornal “A Vanguarda”, 1/12/1974, p.1.

(2) – Cf. Jornal “Folha de São Bernardo”, 30/11/1959.p.3. Este é o primeiro escrito relativamente longo sobre o tema. Traz também a primeira publicação da ata da reunião pioneira dos emancipacionistas, incluindo um fac-símile do manuscrito original, até então guardado no acervo pessoal de Plínio Plínio Ghirardello .

(3) – Cf. Decreto Nº 3939, de 11 de agosto de 1974.

(4) – Cf. Jornal “A Vanguarda”, 2/12/1975, p.4.

(5) – Cf. Jornal, “O Estado de São Paulo”, 1/10,1955, Ed. Nacional, p.5.

(6) – Cf. Jornal “A Vanguarda”, 2/12/1961. p.4.

(7) – Cf. Jornal Folha de São Bernardo, 30/11/1975.

(8) – Cf. Gomes, Fábio. Origem das Famílias de São Bernardo do Campo – Famílias Tradicionais e Ilustres. São Paulo, EDICON, 2005. v1. p. 179-180.

(9) – Cf. Caldeira, João Netto. Álbum de São Bernardo. São Paulo: Organizações Cruzeiro do Sul, 1937.

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