15/05/2023
Coluna:
De olho na cidade! José Roberto Andrade
História da Cidade de Urupá - RO
Conheça um pouco mais da história da cidade de Urupá no estado de Rondônia (RO) a seguir. Compartilhe com seus amigos e parentes!
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O povoamento começou como assentamento agrário proposto pelo Governo Federal por meio do INCRA.
Inicialmente denominados de Projetos de Assentamento Urupá e Tancredo Neves.
Quem foi o primeiro prefeito de urupa?
Valmir Domingos Piovesan
Primeiro prefeito: Valmir Domingos Piovesan, eleito em 2 de outubro de 1992 foi empossado no cargo em 1º de janeiro de 1993.
Atual administração Municipal:
Prefeitura Municipal de Urupá
Endereço: Av. Jorge T. de Oliveira, 4872 – Alto Alegre – CEP 76.920-000
Fone: (69) 34132218
E-mail: [email protected]
Prefeito: Célio de Jesus Lang
Vice-Prefeito: José Roberto de Souza
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o extinto jornal Alto Madeira publicaram: por volta de 1879 nordestinos retirantes da seca acamparam na confluência do Rio Urupá. Em 1909, o Marechal Rondon chegou à embocadura do rio, e construiu uma estação telegráfica, próximo das margens do rio Ji-Paraná (Machado).
O tempo passou, e nos anos 1980 cresceu a 87 quilômetros dali a Urupá de hoje, um município com 11,2 mil habitantes, na região de Ji-Paraná.
Novo, ainda com menos de três décadas completas, mas com raízes fincadas no solo amazônico ocidental brasileiro totalmente coberto por florestas, sem gente e sem estradas, antes da virada dos anos 1800 para os 1900.
Com a depreciação da borracha, a região entrou em decadência voltando a se desenvolver com a descoberta de diamantes. Se o País hoje conhece o conflito causado pela exploração clandestina de diamantes na região do Roosevelt, no município de Espigão d’Oeste, em Ji-Paraná a atividade era comum e ocupava a mão de obra de garimpeiros vindos de outros estados para as margens do rio Machado.
Urupá já teve na agropecuária o forte de sua economia, entretanto, vem experimentando a criação de peixes e alevinos, um negócio que atualmente representa a segunda renda do município. Conhecida como “cidade do tambaqui”, conforme explica o engenheiro de pesca Antônio de Almeida Sobrinho, a piscicultura mobiliza pequenos, médios e grandes que fazem do município o 2º maior polo produtor dessa espécie no Estado.
A considerar que a piscicultura foi retomada na região partir de 2014, os números de Urupá são expressivos: 62,7 toneladas de jaturana, piabanha e piracanjuba por ano; pacu e pitinga, 42,6 t; pirarucu, 50,04 t; tambaqui, 934 t; pintado, cachara, cachapira, pintachara, e surubim, 747 quilos. E um rebanho bovino de 171,5 mil cabeças, mais 26 mil vacas ordenhadas.
Mesmo assim, no estado, é o 32º município em renda salarial média mensal, indica o IBGE. No País, sua renda per capita (por cabeça) está bem distante, na 2596ª posição. Suas receitas provêm na maior parte (91,2%) de fontes externas.
O mais recente censo agropecuário, feito em 2019, aponta a criação de 94 búfalos. Domesticado, o animal serve para tração animal, carregando cargas de lenha por exemplo; se for criado solto, transforma-se na fera que hoje encarnou nos netos e bisnetos daqueles búfalos trazidos ainda nos anos 1950 da Ilha de Marajó, para a Fazenda Pau d’Óleo (pertencente ao estado). O rebanho se agigantou, cercando a própria fazenda.
Ao preço atual (R$ 35 a R$ 40 por cabeça), as 32,9 mil galinhas de Urupá movimentam bem o mercado, mas o mais significativo são as abelhas (em declínio no mundo): pequenos apicultores extraem das colmeias apenas 220 quilos por ano, e só obtêm algum lucro quando envasam o produto para a venda em supermercado.
No entanto, Urupá não está na lista dos maiores produtores estaduais. Segundo a Emater, Rondônia produz aproximadamente 98 toneladas de mel de abelha, o que representa de 0,21% da produção nacional. Segundo a Associação Brasileira de Exportadores de Mel (Abemel), o Estado é o 8º na classificação nacional, com produção de 84,7 t/ano (IBGE, 2016) e faturamento aproximado de R$ 2,5 milhões/ano. Apenas 395 apicultores se dedicam à atividade.
A partir de relatos de documentos do Incra e de relatos de colonos, colhidos nas entrevistas para a sua tese de mestrado, ele não teve dúvida: o crescente aumento do fluxo populacional em direção a Rondônia nos anos 1970 e 1980 criou tensões sociais em função das disputas pela posse da terra.
“Assim, a partir de pressão social e política, foram criados os Projetos de Assentamentos Rápidos, dentre os quais o Urupá e o Tancredo Neves”, diz.
Os índios Urupá aparecem nas escritas antropológicas da segunda metade do século XIX, e nos escritos do marechal Rondon. Barbosa conclui que eles foram lembrados nos escritos históricos em 1918, já no sistema de internato no Posto Indígena Rodolpho Miranda, onde provavelmente tiveram seu extermínio cultural.
CASAMENTO INDÍGENA
O pesquisador menciona matéria do extinto jornal Alto Madeira publicada em 1918: […] Casaram-se a índia arikeme Maria Luiza com o índio urupá Aracoti, ambos isolados no Posto Indígena Rodolpho Miranda. O que chamou a atenção das pessoas que participaram da cerimônia de casamento, realizada na vila de Santo Antônio, foi o fato dos nubentes assinarem seus nomes no livro de registro de casamentos, o que não era comum nem entre as pessoas que se diziam civilizadas na época, na vila de Santo Antônio e região.
O casamento dos indígenas, Maria Luíza pertencente ao grupo arikemes e Aracoti, pertencente ao grupo urupá, apresenta claramente o processo de desestruturação social vivido pelos diversos grupos internados no Posto Indígena, sobretudo por dois fatores, a saber: a alfabetização em língua portuguesa que levava ao gradual abandono da matriz linguística e o casamento interétnico que inevitavelmente conduzia os indivíduos à práticas culturais diferentes das tradicionalmente praticadas por seu grupo”.
Nos anos 1970, dez famílias de seringueiros extraíam látex na região, constatou o pesquisador. Ao encerrar seu trabalho, em 2017, notava que somente duas delas estavam na mesma localidade. Eram nordestinos, alguns fizeram o caminho de volta, outros foram m morar na periferia das cidades, também se dedicando a trabalhos sazonais em fazendas da região. “A ocupação que aconteceu em todas as expansões das fronteiras agrícolas foi ignorada nas políticas de colonização do estado brasileiro”, lamenta.
Em 2017, Barbosa constatava: “Hoje no município de Urupá restam somente três seringueiros e suas famílias. Um mora com sua esposa na cidade e vive da aposentadoria. Dois moram na área rural, em suas propriedades, no mesmo local que se instalaram no início dos anos setenta. Outros dois moram em Ji-Paraná. Um está aposentado por invalidez, outro ainda trabalha de mateiro em projetos de manejo no Estado do Mato Grosso”.
Urupá
�Área: 831,8 Km²;
�População: 11,2 mil habitantes. Distante 396 quilômetros da Capital;
�IDH: 0,609 (médio);
�PIB: 11,7 milhões R$ Per capita: R$ 8,1 mil.
Texto:
José Roberto Andrade