07/12/2024
Fraude nas cotas de gênero: Justiça Eleitoral investiga irregularidades em Nova Iguaçu com ação judicial e pedido de liminar
Nos processos nº 0600586-31.2024.6.19.0156 e 1.02.003.00560/2024-90, denúncias de candidaturas fictícias e pedidos de liminar podem afetar os eleitos nas eleições de 2024.
A Justiça Eleitoral da 156ª Zona Eleitoral de Nova Iguaçu, Rio de Janeiro, está no centro de uma investigação que pode alterar o resultado das eleições municipais de 2024. No processo nº 0600586-31.2024.6.19.0156, uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) foi aberta após denúncia de possíveis fraudes nas cotas de gênero, uma exigência legal que deve garantir a participação de mulheres na política. O responsável pela denúncia é Antônio Marcos de Souza da Costa, conhecido como Marquinho do Chapéu, candidato do PDT, que está sendo representado pela advogada Ludmila Mendonça (OAB/RJ 256935).
O caso envolve diretamente o PSDB de Nova Iguaçu e o Cidadania (antigo PPS) de Nova Iguaçu, que, segundo a denúncia, teriam registrado candidaturas fictícias de Ingrid Soledade Benedito e Karen Angélica Silva dos Santos. A denúncia aponta que essas candidatas foram inscritas não com a intenção de realmente disputar as eleições, mas apenas para cumprir a obrigatoriedade das cotas de gênero, configurando uma fraude eleitoral.
O processo nº 0600586-31.2024.6.19.0156 gerou um despacho da Procuradoria Regional Eleitoral determinando que os investigados apresentem sua defesa no prazo de 5 dias. Nesse período, devem ser entregues documentos, além da lista de testemunhas, conforme o art. 22, inciso I, alínea “a” da LC nº 64/1990, que regula as ações eleitorais. Após o cumprimento dessa formalidade, os autos serão enviados ao Ministério Público, que deverá dar continuidade à apuração.
O presidente do PDT de Nova Iguaçu, Guaraná, também se envolveu diretamente nesta disputa legal. Ele entrou com um pedido de liminar no processo nº 1.02.003.00560/2024-90, solicitando que a diplomação dos candidatos eleitos seja suspensa, caso se confirme a fraude nas cotas de gênero. Este pedido de liminar, protocolado perante a Procuradoria Regional Eleitoral, visa impedir a posse dos eleitos que possam ter sido beneficiados por essas candidaturas fictícias, com base na alegação de que isso comprometeria a integridade do processo eleitoral.
Em despacho datado de 4 de dezembro de 2024, a Procuradoria Regional Eleitoral, sob o número de processo 1.02.003.00560/2024-90, fez um declínio de atribuição, encaminhando o caso para a Promotoria Eleitoral de Nova Iguaçu. Essa decisão transferiu a responsabilidade pela investigação de fraudes nas cotas de gênero para os promotores locais, que agora devem conduzir a apuração, com a possibilidade de tomar medidas legais contra os partidos e candidatos envolvidos.
Esse movimento do Ministério Público segue um procedimento legal rigoroso. Após a coleta de provas e manifestações das partes envolvidas, o Ministério Público poderá exigir medidas como a anulação de votos, revisão de quocientes eleitorais, e até mesmo a cassação da diplomação dos candidatos eleitos que forem apontados como beneficiários da fraude. A decisão da Justiça Eleitoral e o pedido de liminar de Guaraná reforçam a gravidade da situação, indicando que a fraude nas cotas de gênero pode ter um impacto direto no cenário eleitoral de Nova Iguaçu.
A fraude nas cotas de gênero é uma prática que compromete a democracia, ao garantir vagas de forma fictícia, sem respeitar o verdadeiro espírito da lei, que visa ampliar a representação feminina nas esferas políticas. Com o processo judicial em andamento, os eleitores de Nova Iguaçu devem acompanhar de perto o desenrolar desse caso, já que os desdobramentos podem resultar em consequências signif**ativas para o futuro político da cidade.
O processo nº 0600586-31.2024.6.19.0156, com a Ação de Investigação Judicial Eleitoral, juntamente com o pedido de liminar nº 1.02.003.00560/2024-90, são marcos importantes em um processo que promete mexer com a diplomação dos eleitos e a credibilidade das eleições municipais de 2024. A conclusão dessa investigação pode alterar profundamente a composição do novo governo de Nova Iguaçu, com potenciais reviravoltas no cenário eleitoral, que pode ser impactado pela fraude nas cotas de gênero.
A Justiça Eleitoral agora aguarda a manifestação das partes envolvidas e o encaminhamento dos autos ao Ministério Público, para que as medidas cabíveis sejam tomadas e as possíveis fraudes sejam corrigidas, garantindo um pleito mais transparente e justo para todos os candidatos e eleitores.
Por: Arinos Monge.