13/12/2024
O novo filme de Walter Salles, Ainda Estou Aqui, já está sendo celebrado como uma das maiores apostas do Brasil para o Oscar 2025. Estreando no Festival de Veneza e arrancando elogios tanto da crítica brasileira quanto internacional, a obra é uma adaptação do livro de Marcelo Rubens Paiva, trazendo uma narrativa emocionante e impecavelmente executada.�
No coração dessa história está Eunice, interpretada brilhantemente por Fernanda Torres. A trama aborda a vida da esposa do ex-deputado Rubens Paiva (Selton Mello), sequestrado pelo regime militar durante a ditadura no Brasil. Porém, o filme não se prende apenas ao contexto político; ele explora profundamente o impacto da violência e do trauma sobre a família, misturando suspense, drama e momentos de delicadeza emocional.�
Walter Salles conduz a narrativa com maestria, equilibrando a tensão com uma direção técnica irrepreensível. A fotografia de Adrian Tejido, que alterna entre câmeras na mão e planos fixos de tirar o fôlego, destaca-se ao lado da trilha sonora comovente de Warren Ellis. A combinação cria uma atmosfera que mergulha o espectador no Rio de Janeiro dos anos 1960, enquanto a sombra da ditadura paira sobre a família Paiva.�
🔥 Por que "Ainda Estou Aqui" é tão relevante? Em tempos onde discursos nostálgicos exaltam o autoritarismo do passado, o filme relembra a dor e a destruição causadas por esse período. Além de ser uma obra tecnicamente refinada, é um retrato universal de resistência e perda, mostrando que histórias profundamente locais podem ter ressonância global.�