07/12/2024
Um velho estava sentado em um banco quando um jovem se aproximou e perguntou:
— Lembra-se de mim, professor?
O velho respondeu:
— Não, não me lembro.
Então, o jovem disse:
— Fui seu aluno.
Curioso, o antigo professor perguntou:
— Ah, e o que você se tornou? O que faz agora?
O jovem sorriu e respondeu:
— Bem, eu também me tornei professor.
Surpreso, o velho disse:
— Que maravilha! Assim como eu?
— Sim, como você. Na verdade, me tornei professor por sua causa. Você me inspirou.
O velho, intrigado, perguntou:
— E quando foi que você decidiu ser professor?
O jovem começou a contar:
— Um dia, ainda na escola, um dos meus colegas veio à aula com um relógio lindo, novo em folha. Eu queria tanto aquele relógio que decidi roubá-lo. Pouco tempo depois, meu colega percebeu o sumiço e reclamou com você.
Você então nos disse:
— Um relógio foi roubado durante a aula. Quem pegou, por favor, devolva.
Eu não devolvi porque queria muito aquele relógio. Então, você fechou a porta e pediu que todos nos levantássemos para que pudesse revistar nossos bolsos. Mas fez algo especial: pediu que fechássemos os olhos.
Quando chegou a minha vez, você encontrou o relógio no meu bolso e o retirou. Em seguida, continuou revistando os outros, sem dizer uma palavra. No final, você disse:
— Podem abrir os olhos. O relógio foi encontrado.
Você nunca mencionou quem havia pegado o relógio. Nunca me repreendeu publicamente, nem fez qualquer comentário sobre isso. Aquele dia foi o mais constrangedor da minha vida, mas também o mais importante.
Com seu silêncio, você salvou a minha dignidade. Foi naquele momento que entendi o que é ser um verdadeiro educador e o valor de um professor.
O jovem então perguntou:
— Lembra-se desse episódio, professor?
O velho respondeu, com um sorriso sereno:
— Eu lembro do relógio roubado, lembro de ter procurado nos bolsos de todos… Mas não lembro de você. Veja bem, eu também fechei os olhos enquanto procurava.
E completou:
— Se, para corrigir, é preciso humilhar, então não se sabe ensinar.
Autor desconhecido
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