26/10/2023
O Metal argentino, e, por tabela, o sul-americano, perdeu ontem um de seus nomes mais representativos, Ricardo Iorio. A V8 é, entre nós, uma das mais conhecidas bandas argentinas de Metal.
A V8 sempre teve o nosso respeito e, seja em citações ou resenhas, ela apareceu em nossas páginas algumas vezes. Uma dessas citações saiu na edição nº 6 — a última do Sepulchral Voice Zine a sair em xerox —, que trouxe uma extensa entrevista com Zhema Rodero, da Vulcano, na qual a V8 foi citada nestes termos:
Outra curiosidade é que em meados de 86/87 vocês tiveram uma grande amizade com os argentinos da V8. Eles chegaram a ficar um tempo no litoral paulista?
Zhema — Sim, alugaram um apartamento pequenino perto de minha casa e vinham quase todas as tardes aqui na garagem dar uma olhada nos ensaios. Tocamos algumas vezes juntos, mas sempre aquele Hard Rock com pegada argentina, sabe? Baixo staccato em cima do bumbo, usando muito a 5ª e a guitarra livre. Uma coisa que me chamou a atenção foi o Gustavo, o cara era baterista, mas tocava muito bem o baixo, que invertia, pois era canhoto, e tocava melhor ainda a bateria. Era umm baterista de primeira. Lembro-me também que comprei uma stratocaster Astoria, do Civile, para presentear nosso guitarrista Flávio Rodrigues (Zé Flávio). Cara, nunca vi outra guitarra dessas, mas posso dizer que tinha um som maravilhoso.
E no nosso primeiro número, no já longínquo ano de 2007 saiu a resenha de um álbum clássico “Luchando por el metal”.
Além da V8, Ricardo Iorio também integrou as bandas Hermética e Almafuerte.
Lamentamos a partida de Ricardo Iorio, cuja trajetória de integridade artística e compromisso com a cena será sempre um exemplo para todos os headbangers. E desejamos aos seus parentes e amigos força e serenidade para encarar esse momento difícil.
Rest in power.