A nova Bravo!
Mudou o contexto, mudou a narrativa e, claro, a imaginação. E só o exercício criativo e o que dele resulta coloca todo mundo no mesmo lugar humanizado, mas nem sempre confortável.
O veículo é a BRAVO!, a revista que fez sentido há duas décadas porque já acreditava no que a gente continua acreditando: que só a arte é capaz de nos apontar um caminho, para depois a gente se perder nele, é claro.
A arte transbordou as fronteiras, todo o ecossistema de produção e distribuição mudou, assim como os filtros de validação do fazer artístico. O século 20 gradualmente dissolveu os cânones, o século 21 vem para refundá-los de outra perspectiva. Não há mais régua suficiente para dar o real tamanho das coisas.
A nova Bravo! parte da perspectiva de que tanto as
mutações da arte como as do jornalismo têm de ser repensadas com coragem e com desconfiança das velhas certezas.
A Bravo! volta para avançar o olhar para as fronteiras do fazer artístico, dar acesso à nova arte, dialogar com os artistas e com o público que consome arte, debater tendências.
O objetivo é transcender limites: a experiência se materializa agora em diferentes formatos e linguagens. Na aparente contramão da história, escolhemos como caminho primeiro a profundidade: dossiês monotemáticos intensos, ligados a uma ideia que inspira e amarra as pautas escolhidas, desenhando, o que à semelhança das séries televisivas, chamamos de temporadas.
A primeira temporada trata da Incertitude, considerando que incerteza e atitude estão na base de todo empreendimento intelectual do nosso tempo. Seis temas vão compor esta primeira alegoria.
A cada quinze dias lançamos um episódio e em três meses encerramos a temporada e iniciamos outra, com novo conceito.
O nosso trabalho diário será o da curadoria e seleção do que melhor se produzir no campo da cultura, no Brasil ou além.
Vamos seguir nessa estrada desprovidos de convicções. A aposta é que o novo não é mais o último lançado, mas antes o não conhecido. O convite é para adentrarmos nesse vórtice de mãos dadas.
Helena Bagnoli & Guilherme Werneck