30/06/2023
A quebra do telefônico dos aparelhos celulares dos advogados Marcus Aprígio Chaves e Frank Carvalhães, ambos assassinados dentro do escritório em que trabalhavam, em Goiânia, em 28 de outubro de 2020, revelou suposto esquema de tráfico de e troca de favores dentro do Poder de Goiás.
Em conversas obtidas com exclusividade pelo Metrópoles, juízes, desembargadores e advogados aparecem ou são citados pedindo “ajuda” a Marcus Chaves em promoções de carreira, resoluções de processos ou solicitando cargos específicos para parentes.
Apesar de a trama se passar, especialmente, dentro do Tribunal de Justiça do Goiás (TJGO), integrantes dos tribunais do DF e de Minas Gerais, bem como dos Tribunais Regionais Federais (TRFs), também são citados no suposto esquema.
Os dados foram extraídos pela Polícia Civil durante o inquérito que apurou a morte de Marcus e Frank, em 2020, e estão à disposição da Justiça desde 2021. Apesar disso, não foram investigados pelas autoridades.
Sobre os homicídios de Marcus e Frank, durante as investigações, a polícia desconfiou de que o crime teria sido encomendado e passou a ouvir pessoas envolvidas na vida dos advogados. Apesar de no início ter sido levantada a hipótese de que um agiota poderia estar por trás do homicídio, o fazendeiro Nei Castelli foi detido como o mandante. O crime teria sido motivado após o fazendeiro perder um milionário processo para um cliente representado por Marcus, segundo o processo.
Em 31 de maio, Castelli e Cosme Lompas – responsável por contratar os executores do crime e intermediar a negociação dos valores pagos – foram condenados a 21 anos, 10 meses e 15 dias de reclusão, cada um.