25/10/2023
Manuelinho o Traf**ante de órgãos Humanos
Manuelinho vivia no Bairro Janeiro arredores da cidade de Quelimane, um jovem muito admirado na zona pelas suas curtições, digo a sua forma de vestir, suas roupas caras, deixava todas meninas do seu bairro a babar.
Quando passasse na frente das pessoas com o seu perfume Dulce Gabana admirado era ele, os miúdos diziam. “Quando eu for grande quero ser como Manuelinho”… Ele era o único filho de casa, os seus pais não tiveram a sorte de ter mais um filho, então o tratavam com todo o carinho e respeito que um filho merece, tudo o que Manuelinho Pedia aos seus Pais era dado ou comprado de imediato, não lhe faltava quase nada.
Manuelinho Frequentava a 10a Classe na Escola Secundaria Patrice Lumumba, naquele ano o seu pai senhor Baltazar prometera ao Manuelinho que se ele passasse de classe para a 11a ganharia uma viagem para conhecer Maputo, a capital do país. Manuelinho já havia viajado para vários cantos do País, mas nunca para Maputo, quando ouviu seu pai prometer-lhe aquela viajem, não durou tanto tempo, Manuelinho pegou no seu telefone, publicou no seu Estado, “Viagem marcada para Dezembro” a partir daquele instante toda gente ficou a saber da viagem, amigos e familiares.
Tia Celina irmã da sua mãe não ficou de fora, logo que recebeu a informação que seu sobrinho vinha à Maputo, resolveu fazer-lhe um pedido, então ligou de imediato para o seu sobrinho Manuelinho.” Trimm, Trim,” “alô tia” disse Manuelinho “olá sobrinho, vi seu poste no facebook, é verdade que vens para cá em Dezembro”? Perguntou tia Celina, “Sim tia, mas se eu passar de classe e tenho certeza que vou passar” falou Manuelinho todo seguro e convencido, pois Manuelinho era inteligente. “Que bom, gostaria de fazer-te um pedido” disse tia Celina, “Fala tia respondeu Manuelinho”… “quando vens peço para falar com o seu Pai que tia Celina disse para entregar-te o nosso combinado, ele sabe do que se trata”… “está bem tia vou avisar-lhe” disse Manuelinho.
Quando o senhor Baltazar chegou logo do serviço o seu filho foi logo ter com ele, “Pai tia Celina disse quando eu estiver para partir de viagem entregar-me a bagagem dela que Pai lhe prometera” disse Manuelinho, “esta bem filho vou entregar-te” disse senhor Baltazar. Quando o segundo semestre começou, Manuelinho já estudava aferradamente, dedicação total, até que no meio do semestre o seu pai foi chamado pelo director da turma, e pediu que o Pai de Manuelinho fosse Pai de turma, porque o seu filho mostrava uma dedicação intensa e as boas notas lhe seguiam.
Quando o semestre chegou ao fim enquanto esperavam pelos resultados, Manuelinho já preparava a mala de viajem, pois ele não duvidava que passaria de classe, dito e feito Manuelinho passou para 11a Classe e teve o direito a uma viajem, no dia dos preparativos para a viagem do miúdo, dona Rosa toda preocupada, preparava alguma coisa para o seu filho único comer na viagem, o senhor Baltazar Pai do Manuelinho trabalhava no porto de pesca. Logo que chegou do serviço trazia consigo um s**o branco com duas coisas redondas no seu interior, “ o que é isso Pai? Pergunta o miúdo, é a bagagem da sua tia Celina, passei do mercado para comprar”, respondeu senhor Baltazar. Não se sabia ao certo o que era aquilo, mas quando dona Rosa viu aquele s**o encostado na parede ao lado geladeira, carregou e colocou no interior da geladeira alegando ser peixe e aumentou a intensidade de gelar da máquina.
No dia seguinte quando eram quatro horas Manuelinho foi acordado para ir a junta de Quelimane para pegar o auto-carro, quando o miúdo escovava os dentes o seu Pai procurava o s**o que ele trouxe a volta do serviço, até que encontrou na geladeira “Mas quem colocou isso aqui?”
perguntou senhor Baltazar monologando, sem que ninguém lhe respondesse levou e colocou na bagageira do autocarro, “apressa-te “disse ele ao seu filho Manuelinho, “sim Pai já venho” respondeu Manuelinho. Quando chegaram a junta, o senhor Baltazar tirou todas as malas e colocou na bagageira do autocarro, pagou o cobrador, o resto da bagagem da tia Celina ficou com Manuelinho por de baixo da sua cadeira dentro do autocarro. Logo que o carro arrancou viam-se mãos de Manuelinho da janela despedindo o seu pai.
Depois de longos quilómetros de distância, chegado ao rio Zambeze, rio que separa em a província da Zambézia e Sofala, já começava a se fazer um calor intenso no interior do auto carro e o s**o do Manuelinho por de baixo da sua cadeira já começava a escorrer um líquido Roxo, parecia sangue mas não se podia tirar conclusões precipitadas. Numa primeira fase as pessoas não se importaram penso que era algo normal, o calor já apertava as pessoas normalmente tem habito de viajar com agua gelada, e que aquele caso não seria um exceção.
Então o motorista ligou o ar condicionado porque também já não suportava aquele ar abafado, em frente de Manuelinho, sentava o senhor Morrão, um senhor gordo, que aquela cadeira do auto carro era pequena para ele.
A viagem continua ate o rio Save, isso já entrando em Inhambane, mesmo com o ar condicionado ligado, aquilo já não fazia nada o calor era demais, o senhor Morrão que tanto pedia uma paragem ao motorista para fazer uma necessidade maior, ele não podia fazer nada pois já estavam atrasados e o carro estava em alta velocidade “quando o carro parou pela primeira vez em Inchope o senhor não quis descer, agora já estávamos atrasados só podemos parar em Maxixe” Disse o motorista todo concentrado no volante.
Cansado de pedir o senhor Morrão resolveu sentar e afrinhar a sua necessidade até Maxixe, pois de rio Save até Maxixe é uma longa distância. No decorrer da viagem logo em Massinga à poucos Quilómetros de Maxixe, o senhor Morrão polui o ar com Peido, todo carro ficou perfumado com o Peido do senhor Morrão, ele na sua cadeira bem tranquilo, “ Mas que cheiro nauseabundo e este? Perguntou dona Marta pegando o seu nariz, ela sentava duas cadeiras em frente do senhor Morrão do seu lado direito, quando dona Marta perguntou sobre o Cheiro, toda gente começou a reclamar, “na verdade está cheirar mal,” disse senhor Zeca, as janelas estavam fechadas por causa do ar condicionado. “Abram as janelas por favor”, disse o cobrador do autocarro também sufocado com o cheiro, aquele ar poluído parecia que foi soprado para dentro de litro e fechado, por isso não circulava.
O s**o do Manuelinho já escorria um líquido roxo, porque as coisas que estavam no interior do s**o descongelavam com muita rapidez, o tapete branco e esponjoso do autocarro já enxugava aquele líquido, mas deixava marcas na parte superior do tapete. “Aquilo é sangue?” Perguntou dona Laila que sentava algumas cadeiras ao lado direito do Manuelinho, toda gente olhou prestou atenção; “jovem…” chamava o cobrador do auto-carro, “ Sim tu mesmo, o que levas neste s**o? Perguntou cobrador, “não sei.” Respondeu Manuelinho na sua total tranquilidade, “como assim, o s**o não é seu? Insistiu o cobrador, Manuelinho como estivesse a ser incomodado não respondeu simplesmente.
O cobrador do carro saiu e puxou o s**o de baixo da cadeira de Manuelinho, quando apalpou o s**o apanhou um susto, no interior do s**o de Manuelinho tinhas duas coisas redondas, pareciam cabeças humanas. “O que é isso?” Pergunta o cobrador dentro de ti” Tem formato de cabeças humanas e por cima escorre um líquido viscoso? Com toda certeza, o senhor João cobrador do carro não duvidou, eram cabeças humanas, o jovem era traf**ante de órgão humano, já a muito ele ouvia falar de tráfico de órgãos humanos, mas nuca tinha encontrado a tal situação. Preocupado foi falar com o motorista do carro, falavam changana, mas tudo indicava que eles queriam abrir o s**o logo que o carro parasse e as pessoas descessem.
Chegado na Maxixe em Inhambane, o senhor Morrão saiu do carro as correrias, pois estava apertado. Era noite, e como Manuelinho não conhecia bem local onde param não saiu do carro. O motorista do carro assim como o cobrador, murmurejavam… “mas porque ele não desce? Se os ou outros já desceram? Perguntavam-se os dois, “penso que deve estar a guarnecer o seu produto ilícito disse o cobrador do carro”. Tanto o cobrador assim como o motorista não queriam agir sem ter certeza, por isso estavam com gana de abrir o s**o do Manuelinho para ver o que havia no seu interior.
Manuelinho sai, sai você eu não saiu… cansados de f**ar ali sentados a espera de manuelino. Então resolveram, ir a um posto Policial ali da maxixe, para pegar o miúdo em flagrante delito.
Chegado ao posto Policial. “Boa noite chefe, estamos aqui para fazer uma denuncia,” disse o cobrador “sim f**a a vontade” respondeu o policia que trabalhava naquele turno. “Tem um jovem que carrega duas coisas redondas dentro do nosso autocarro, as coisas estão escondidas no s**o e estão a gotejar sangue, perguntamos ao jovem ele disse não sabe o que é, mas a bagagem lhe pertence e a cuida com muito carinho, nós não temos dúvidas são cabeças humanas ”. Disse o cobrador do carro.
Um contingente de polícias saiu em Direcção ao autocarro, chegado no local uns rodearam o carro, e outros cinco entraram, para o seu espanto Manuelinho já não estava no interior do auto carro, o motorista e o cobrador f**aram pasmos, “mas para onde ele foi, senhor Policia nós temos certeza ele estava aqui” falavam os dois, “está bem não se preocupem com isso disse o Policial. O policial tirou o seu radio de comunicação e lançou um alerta de busca e captura…. “Atenção todas as unidades,…. Esta mensagem é de um alerta máximo, procura-se um jovem que carrega um s**o branco com duas coisas no seu interior, estima-se que sejam órgãos humanos, quando o encontrarem tragam logo as nossas unidades, aqui fala chefe Rogério a partir da Maxixe”.
Em toda a Maxixe os Policias circulavam, corriam de um lado para o outro, toda a gente que passasse com uma bagagem era obrigada a parar e fazer-se uma vistoria, foram quase cinco horas de trabalho a procura de Manuelinho, os policias cansados e irritados, murmurejavam “ olha eu tenho certeza que este gajo ainda não saiu daqui, porque as bagagens dele ainda estão no carro, mas eu estou a f**ar irritado com este movimento todo, quando lhe encontrar vou dar cabo dele,” fala o policia Isac com seu colega Matável. Quando eram 4horas Manuelinho saia da pousada Tas-Mahal com o seu s**o, já bem limpo e não escorria nenhum líquido.
Segundo o que o chefe disse as características da pessoa que estamos a procurar batem com este jovem, de imediato Manuelinho foi feito parar com o Policial Isac, “jovem para onde que tu vais?’” perguntou o Policial... “Vou para o auto-carro” disse Manuelinho na total tranquilidade, o policial Isac já fumava o seu cigarro com cheiro esquisito, para canábis, “sabia que estamos a procura de ti? “não, não fiz nada para estarem a minha procura” respondeu Manuelinho, irritado com a resposta do miúdo, Isac já lançava um fumo claro do seu cigarro ao ar com as mãos no seu chamboco, “hoje te apanhamos, traf**ante não me escapas” disse o policial… “Eu não sou traf**ante, e não volte a me chamar com adjectivo”. Respondeu Manuelinho.
Irritado mais uma vez com a resposta do jovem, “lançou um Chamboco batendo as nádegas do jovem, lançou mais uma vez espancando-lhe a cabeça” Manuelinho cai e começa a chorar, de repente toda gente já estava na naquele local, Isac todo altíssimo, pois já havia apanhado o traf**ante que tanto lhes deu trabalho durante a madrugada. “ O que foi senho policial?” Perguntou um jovem que também viajava com Manuelinho, “Não se meta neste assunto jovem” respondeu Isac o policial.
Toda gente já procurava saber o que o jovem fez para merecer aquelas palmadas, pois Manuelinho parecia inocente e chorava tanto, deitado no chão. “Ele é um traf**ante de órgãos humanos, aquilo que você vê no s**o dele são duas cabeças”. Algumas vozes lá no fundo já gritavam, vamos bater nele… outros diziam vamos queima-lo este é demónio, bandido assassino”. Cabeças? Como cabeças? Algumas pessoas já murmurejavam se perguntando. Um senhor que estava no auto-carro que já havia prestado atenção naquele fenómeno todo, tomou a coragem foi para o meio daquela toda multidão, ele parecia não ter medo de ninguém, Manuelinho apanhou mais uma vez do policial…
O senhor pegou no s**o do Manuelinho e puxou. “O que o senhor esta a fazer?” Perguntou o policial, “este é material do crime” continuou ele. Aquele senhor sem medo pegou num canivete e tentou rasgar o s**o, pois ninguém tinha coragem de o fazer, e distante as pessoas estavam pelo facto nunca terem presenciado um fenómeno igual. Aberto o s**o, de facto estavam lá duas cabeças no interior do s**o, mas eram cabeças de repolho de cor roxo, que Manuelinho levava de Quelimane para Maputo, encomenda da sua tia Celina.
Fim
Autor: Mudjidji Nelamres
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