12/04/2023
Virou neura esta história
de segurança nas escolas
Diz o ditado: casa arrombada, tranca de ferro. Por este aspecto, está correta a preocupação nas comunidades escolares, após o triste e trágico episódio da semana passada em Blumenau (SC), quando crianças foram assassinadas. Mas não podemos transformar a questão em neura.
Desde a semana passada são prefeituras contratando empresas de segurança, pais assumindo o papel do Estado em escola estadual, grupos particulares agitados com o que "pode acontecer". Mas o que pode acontecer?
A sociedade, como um todo, não se deu conta que reforçar as escolas é atacar a consequência do que acreditam, pode acontecer. Só não vejo ninguém preocupado com as "causas".
Quão doente está nossa sociedade, uma vez que indivíduos praticam barbáries a sangue frio? E o que estamos fazendo para curar esta doença? Não podemos esperar o ponto em que só o remédio pode repelir a tragédia. É preciso tratamento preventivo, na raiz do problema.
Importante salientar que as mesmas escolas - ou redes - que ora implantam segurança - a um custo altíssimo -, não desenvolvem uma política de participação dos pais na vida escolar. Quando convidados, meia dúzia de gato pingado se faz presente. Mas nada acontece.
Participação dos pais deveria ser grade curricular. Valer nota para o aluno. Isso nas escolas dos municípios, dos estados e particulares. Certamente parte destes problemas seriam evitados ou, na pior das hipóteses, previstos. E, sabe-se, estudantes cujos pais estão envolvidos nas escolas, têm melhor desempenho.
Chega de neura. Tão grave quanto o que aconteceu em Blumenau/SC foi eposídio de um bebê de um ano, que morreu em hospital de Alvorada/RS, em março. Com lesões pelo corpo, pode ter sido vítima de maus tratos. E a suspeita recai sobre a avó, de 49 anos.
Onde está o remédio para este mal?