09/12/2024
Vamos voltar um pouquinho para as emoções do divertidamente?
Achei curioso que no ano de lançamento de divertidamente 2 e a repercussão do filme, a trend nas redes sociais para o fim de ano esteja sendo “Como eu vou ser triste se em 2024 eu…” e então as pessoas completam com fotos e frases de momentos felizes.
Então, vamos recordar que o filme demonstrou que nenhuma emoção age individualmente, elas inter-agem entre si, em nosso corpo, junto às nossas experiências! Logo, não há alegria sem tristeza, sem raiva, sem medo…
Por que ainda negamos tanto a tristeza? Por que temos tanto medo dela?
Um movimento importante de exercitar é reconhecer que não SOMOS tristes ou felizes, mas ESTAMOS! E mais, eu posso estar triste e feliz, ao mesmo tempo.
Um exemplo: formatura. Fiquei triste por perder a convivência com meus colegas e amigos; feliz pelo sonho realizado, a conquista; medo do desconhecido, do que aconteceria depois! E a felicidade não apagava a tristeza, nem o medo, e vice-versa… essas emoções coexistem, coabitam o meu corpo, e talvez, mais do que isso, uma fortalece a outra me mantendo firme tanto para viver a tristeza, a alegria, o medo e outras emoções que estiveram envolvidas naquele momento de formatura!
Gostei da saída de quando propõe uma alteração na trend: “Como eu vou ser (só) triste em 2024 se eu (também) fui feliz?”.
Precisamos estar atentas a essas exigências de felicidade, muito presentes nas redes sociais, e que nos adoece cotidianamente. Percebam que não estou falando que as felicidades expressas nos posts são irreais, apenas precisamos reconhecer que elas não existem sozinhas, que elas não são a única emoção presente, isso sim é irreal.
Toda foto linda de viagem, é composta também de perrengue; os lindos momentos de gestação e nascimento, são envoltos de medos… E essa coexistência de emoções que traz beleza para as experiências e as tornam memoráveis!
Adicionei no post, a sugestão de um livro, Happycracia, escrito pelo psicólogo Edgar Cabanas e a socióloga Eva Illouz, que propõem uma crítica a esse modelo neoliberal de felicidade, o como diz o título do capitulo 4: “Eus gratificados à venda no mercado”.
Segue abaixo 👇