12/06/2024
A NOVELA DA REFORMA DO BENJAMIM GUIMARÃES EM PIRAPORA.
(Texto do amigo Nairlan Clayton Barbosa)
Essa imagem registrada nessa terça feira, 12, mostra a atual situação do V***r Benjamim Guimarães em Pirapora. Desde 2020, o barco foi retirado das águas para uma reforma coordenada pelo IEPHA - Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais projetada em 2017 mas que se transformou numa verdadeira novela.
O barco datado de 1913 vindo das águas do rio Mississippi nos EUA e o último a v***r navegável pelas águas do São Francisco foi retirado sem a orientação correta, partiu no meio o que casou danos em seu casco. Foi recuperado desde então, mas não devolvido às aguas. Enquanto continuar fora da água a tendência é que se deteriore a cada dia mais. Para acabar de completar, a enchente do Velho Chico em 2022 atingiu a embarcação e provavelmente pode ter provocado danos em sua estrutura.
O motivo da demora é uma briga entre o IEPHA e a Prefeitura de Pirapora pela restauração da embarcação. Depois de diversos descumprimentos de prazos por parte de empresas contratadas para a realização do serviço entre 2017 e 2021, existe um compromisso que o velho Benja seja totalmente entregue à população piraporense até dezembro de 2024.
Enquanto aguardamos o final dessa novela corremos o risco de ficar sem praticamente a última embarcação à v***r navegável do Brasil. A primeira embarcação a v***r a cruzar o Velho Chico vêio de Sabará-MG navegando pelo Rio das Velhas e se chamava Saldanha Marinho. Ele está atualmente em uma praça pública em Petrolina, Pernambuco. A última embarcação antes do Benja era o V***r São Salvador, destruído por um incêndio criminoso na cidade de Ibotirama, na Bahia.
O Benjamim Guimarães foi construído pelos armadores James Rees Sons & Co. em 1913 e chegou ao Brasil para servir à Amazon River Plate Company, no Rio Amazonas. Pelos trilhos da Central do Brasil, chegou desmontado a Pirapora, no fim da década de 1920, e recebeu o nome do pai do dono da empresa, Júlio Mourão Guimarães. Seria destinado ao transporte de passageiros na primeira e segunda classes, além de puxar lanchas a reboque com lenha, gado e outros tipos de carga.
É uma lenda viva da história do rio São Francisco, de Pirapora e do país.
Fotos: Paulo Rodrigues.
***rbenjamimguimaraes