Boto Cor-de-rosa da Amazônia. 🥰
Café agroflorestal de Apuí
No primeiro episódio da Série Documental Amazônia Legal, Ramom Morato, engenheiro agrônomo e documentarista, embarca em uma jornada em busca de arranjos produtivos e personagens que possam ajudá-lo a responder a uma questão que o intriga: é viável desenvolver a Amazônia e, ao mesmo tempo, preservar a floresta? Com sua mente repleta de indagações, Ramom desembarca em Apuí, localizada no sul do Amazonas, a aproximadamente 408 km da capital do estado. Esse município enfrenta um dos mais altos índices de desmatamento na região. Contudo, em meio à devastação, surgem atividades tradicionais que se apresentam como verdadeiros oásis e indicam caminhos para a recuperação do bioma local. Um exemplo notável é o Café Agroflorestal, cultivado sem o uso de agrotóxicos por meio de Sistemas de Agrofloresta (SAFs). Esse produto é a matéria-prima de um arranjo produtivo que une produtores, associações, instituições e organizações não governamentais, todos engajados no desenvolvimento sustentável da região.
Direção e roteiro: Welder Alves
Produção Executiva: Fátima Santagata
Fotografia: Philippe Omena / Leandro Rezende
Farinha do Uarini
Um arranjo só é bem-sucedido, de ponta a ponta, quando ele resulta em melhorias significativas para aqueles que dele dependem. O preço deve ser justo para quem compra e principalmente para quem produz. Este é o principal desafio da produção de farinha na região de Uarini, no Amazonas. Ramom conhece de perto um bom exemplo de como o apoio tecnológico, técnico e educativo são essenciais para o fortalecimento de uma cadeia produtiva. A gestão compartilhada entre comunitários com o apoio de atores sociais é chave para o sucesso deste arranjo. Para levar o produto direto das mãos dos produtores para as mãos dos consumidores, um dos parceiros deste arranjo aposta em programas de geração de renda. Antes da chegada da empacotadora na comunidade campo novo, por meio do projeto empreendedorismo ribeirinho da Fundação Amazonas Sustentável, os comunitários são capacitados para gerir o próprio negócio. Com os comunitários, a equipe da Fundação busca entender os desafios locais, compartilhar conhecimento e criar um modelo de gestão compatível com a realidade local.
Pirarucu da Amazônia
Em busca de arranjos produtivos que retratem bem a importância da implementação de políticas públicas que garantam a subsistência do caboclo e a manutenção da biodiversidade, Ramom Morato desembarca na Reserva de Desenvolvimento Sustentável de Mamirauá, região de Tefé no Amazonas, para acompanhar a despesca do Pirarucu. A captura do peixe é realizada via manejo sustentável por cooperativas de pescadores em ritmo de festa, já que a despesca representa um ano inteiro de trabalho e espera. Pescadores são transformados em verdadeiros guardiões do pirarucu que por muito tempo esteve à beira da extinção. Em sinergia, cooperativas, governo e iniciativa privada conseguem garantir a compra do pescado e a valorização de seus subprodutos. Depois de participar da despesca do peixe o documentarista conhece a produção de bolsas, brincos e colares a partir da escama do pirarucu, uma fonte de renda alternativa para muita gente que vive ao longo do Rio Purus.
Quebradeiras de Coco Babaçu - mulheres de fibra
Para documentar um bom exemplo de sistema produtivo que envolve comunidades e cooperativas em prol da preservação dos recursos naturais, Ramom Morato desembarca na região do Médio Mearin no Maranhão. Ícones da identidade cultural do Maranhão, as quebradeiras de coco conduzem-no a um passado de luta pela preservação das palmeiras de babaçu, uma das poucas fontes de renda destas mães de família. A força das mulheres do Maranhão resultou na organização social de mais de 400 mil agroextrativistas de babaçu dos Estados do Pará, Tocantins, Piauí e Maranhão na luta pelo babaçu livre e pela preservação e valorização do coco babaçu. Da árvore do babaçu, as mulheres extraem o seu sustento. Transformam as palhas das folhas em cestos, a casca do coco em carvão e a castanha em azeite e sabão. Organizadas, criaram cooperativas para produção e comercialização de seus produtos, como farinha, azeite, sabonete e outros derivados do babaçu. Convidados pelas cooperativas, pesquisadores e comunitários provam que ciência, cultura e saberes tradicionais caminham juntos para enfrentar a pobreza em busca da valorização do potencial local.