11/01/2025
À meia-noite, quando este periódico ainda está quente de ter sido impresso na gráfica, o pastor Lucas Batista da Silva, 30, faz sua última oração do dia. E logo cedo, no momento em que as bancas se abrem e este matutino está exposto ao público, ele repete o ritual. É simples como o ato de folhear estas páginas: a maconha é colocada em uma seda de celulose, enrolada em um baseado, acesa e fumada. Segundo Lucas, a purificação, nesse contexto, começa pelos lábios e se torna um alimento espiritual para os fiéis.
Na Igreja dos Humildes, o cigarro de maconha é carinhosamente chamado de “morrão fumegante”, e o uso da erva é o pilar central da doutrina. Para eles, a cannabis está no centro de tudo: na fé, nos óleos, no azeite, nos alimentos, nos pensamentos e até na garantia da salvação. Lucas e seu pai, Manoel, líderes da igreja, já enfrentaram problemas legais.
Ambos foram presos em 2018 por tráfico de dr**as, após plantarem maconha na propriedade e serem denunciados anonimamente. Impedidos de cultivar a planta, agora recorrem a traficantes para adquiri-la. Lucas gasta R$ 600 por mês com a compra, valor que representa 40% de sua renda como motoboy.
Saiba mais, acesse o portal GazetaWeb.com (link na bio). 📸 Marcus Vinícius