26/10/2023
Parte 3
OS PRIMEIROS CONCÍLIOS
(Pe. Ignácio, dos padres Escolápios
CONCÍLIO DE NICÉIA I: Junto com o Constantinopolitano I determinou a base da crença na Trindade, pela qual os que somos cristãos nos distinguimos dos judeus e dos maometanos, professando uma fé num Deus único, mas ao mesmo tempo trino em pessoas que nos distingue das outra religiões que entram na denominação de religiões do "livro". Os outros dois concílios que determinam a Encarnação, Éfeso e Calcedônia, entram dentro dos quatro admitidos hoje por todos os cristãos. Diante da autonomia do Bispo local, considerado como representante dos apóstolos, o concílio é a única possibilidade de dar expressão à unidade da Igreja. A partir de Constantino, as normas eclesiásticas que acompanham as definições dogmáticas dos concílios ecumênicos, constituem decisões que tem efeito civil de leis imperiais.
CONVOCAÇÃO DO CONCÍLIO: Foi o próprio Constantino que o convocou, embora pensou inicialmente em Ancira(centro da Anatólia ou Ásia Menor atual), porque o bispo do lugar era contrário aos arianos, contra os quais se queria combater. Mas depois se inclinou por Nicéia, no momento capital do império. Foi um gesto favorável aos arianos tanto porque o bispo local, Teógnides, como também o metropolitano(bispo da região, Eusébio de Nicomedia, se mostravam benévolos aos mesmos. O programa de Constantino, que já encontrava um Oriente quase totalmente cristão, era realizar uma pacif**ação geral da Igreja e uma nova organização da mesma, porque, como instituição, se tornara fundamental para a convivência dentro do império romano, neste caso no Oriente. Pretendia assim mesmo, por fim ao cisma originado em Antioquia desde o ano 268 com a condenação do antioqueno Paulo de Samosata.
AS FONTES: A fonte mais importante sobre o Concílio não é direta, como podem ser as atas do mesmo, que não existem no caso, mas os relatos de dois dos protagonistas, nunca enfrentados com outros mais independentes. São eles Eusébio, bispo de Cesaréia, de tendências pro-arianas, e Atanásio, mais tarde patriarca de Alexandria, que na época era diácono e acompanhava o seu bispo Alexandro,o metropolita da região. Se os bispos eram os sucessores dos apóstolos, que presidiam as igrejas particulares geralmente nas cidades importantes, os metropolitanos eram os bispos de uma capital regional, ou província do Império que não tinham outro poder senão o moral de convicção e o de convocar sínodos chamados provinciais. Alguns destes metropolitanos, situados em lugares de suma importância, receberam mais tarde no Concílio de Calcedônia(451) o título de Patriarcas. Eram cinco os patriarcas: Roma, Alexandria, Antioquia, Jerusalém e Constantinopla.
EUSÉBIO DE CESARÉIA(265-340): Era bispo de Cesaréia na orla mediterrânea da Palestina. De caráter contemporizador e diplomático, era simpatizante das idéias arianas. Suas duas obras principais eram a Crônica da História Universal e a História Eclesiástica. São também notáveis Os mártires da Palestina na perseguição de Diocleciano(303-310) e a Vida de Constantino.