14/11/2022
Redação 2022
Tema: “Desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no
Brasil”
No filme “Pocahontas”, observa-se a representação artística do encontro
entre nativos e colonizadores europeus. Essa interação, abordada de maneira
romantizada na obra, não condiz com a realidade brasileira. Há mais de quinhentos
(500) anos atrás, um processo marcado por muita violência, eurocentrismo,
apagamento e inferiorização cultural foi responsável por estabelecer as bases
históricas do nosso país, perpetuadas até os dias de hoje.
Dessa maneira, apesar do artigo 6° da Constituição Federal de 1988 garantir
o asseguramento de direitos sociais a todos os cidadãos como direito à saúde, à
educação, à moradia, percebe-se que os Povos Indígenas, Populações e
Comunidades Tradicionais não gozam desses direitos, na prática. Portanto, mesmo
que o Brasil já conte com órgãos como a FUNAI, por exemplo, estes não são
suficientes para promover a segurança e valorização de Povos Originários, evitando
situações como a lentidão de chegada de vacinas em Comunidades Indígenas no
contexto pandêmico ou a dificuldade de deslocamento do povo Yanomami durante o
período eleitoral.
Ademais, é imprescindível reconhecermos a importância dos Povos
Originários na preservação do planeta. Ainda que sejam os mais afetados pelas
mudanças climáticas, são também os que mais contribuem no equilíbrio climático.
Dessa forma, é inegável a relevância da contribuição dessas comunidades na
criação de projetos do eixo ambiental, bem como a participação em eventos
nacionais e internacionais como a Conferência das Partes (em inglês, COP).
Por fim, a instauração de uma data comemorativa como o “Dia do índio” não
representa as reais necessidades de povos historicamente minimizados e
ridicularizados. É necessário a criação de políticas públicas efetivas que sejam
dedicadas à verdadeira proteção social e cultural de populações indígenas, pois
somente assim serão enxergados como sujeitos de direitos. Para além disso, a
conscientização, através de ambientes escolares, estendida também a ambientes
de trabalho é fundamental para a construção de uma sociedade mais plural e
inclusiva. Conclui-se, portanto, que as igualdades formal e material serão
alcançadas por meio da formação do Ministério dos Povos Originários, somada à
desmistificação de estereótipos atribuídos a essas comunidades.