01/12/2022
A paciente Deliane Feitosa da Silva, de 31 anos, que teve os órgãos perfurados durante um procedimento médico de curetagem, realizado no último dia 11 de junho, no Hospital Materno Infantil de Juazeiro, no Norte da Bahia, faleceu na manhã desta quinta-feira (01), em um hospital de Recife-PE, onde estava internada. A informação foi confirmada ao PNB por familiares da vítima.
Deliane deixa 5 filhos, sendo um bebê de 1 ano, 3 crianças de 5, 9 e 11 anos e um adolescente de 14 anos. Ela estava internada há cinco meses, após sofrer um ab**to espontâneo e dar entrada na Maternidade de Juazeiro para fazer o procedimento de raspagem da cavidade uterina.
Além do útero, também foram identif**ada perfuração no intestino grosso, e uma grave infecção no pulmão de Deliane. Após o estado da paciente se agravar, ela foi transferida para o Hospital Dom Malan, em Petrolina-PE, e em seguida para o Hospital Regional de Juazeiro, onde passou por pelo menos seis procedimentos cirúrgicos no abdômen. Deliane também teve o útero, ovários e trompas uterinas retirados.
Recentemente, Deliane foi transferida para um hospital de Recife, onde foi a óbito. Em julho, pouco mais de mês após o suposto erro médico, a médica acusada foi afastada das suas atividades pela Secretaria de Saúde de Juazeiro. O município não se manifestou mais sobre as investigações internas.
O caso foi denunciado à Delegacia da Mulher e ao Ministério Público da Bahia.
“Logo após o ocorrido, a família fez um Boletim de Ocorrência e a Delegacia da Mulher abriu um Inquérito Policial. Logo depois, os familiares também entraram com duas denuncias no MPBA. O caso ainda está em fase de investigação. Hoje a gente não tem nenhum indiciamento, mas há uma investigação sobre um possível erro médico e lesão corporal”, explicou o advogado da paciente, Dr. Sátiro, em entrevista ao programa Preto No Branco na Transrio FM, em agosto.
Na ocasião, o profissional também declarou que além da médica responsável pela curetagem, o município de Juazeiro também está sendo investigado por suposta omissão.
“Atualmente os investigados são a médica e o município de Juazeiro, que foi incluído posteriormente, após informações que foram surgindo. Acessaram os laudos médicos e descobriram que tanto a médica que realizou o procedimento, como outros médicos, solicitaram um exame que não foi realizado. O laudo demostra que a curetagem durou 10 minutos. A equipe médica percebeu que houve uma intercorrência e neste momento ela interrompeu e solicitou que fosse feita uma ultrassonografia transvaginal para saber o que seria necessário fazer para solucionar o problema. Esse exame também foi solicitado por outros médicos e simplesmente Deliane foi transferida 48 horas depois para o Hospital Dom Malan, em Petrolina, sem fazer esse exame. O agravamento no quadro de saúde dela está relacionado a não realização do exame e também a demora de corrigir a intercorrência, para a transferência dela. Então houve uma omissão do município. O caso está sendo investigado e os culpados serão punidos de acordo com a lei”, acrescentou na ocasião.
Em setembro, a Polícia Civil de Juazeiro cumpriu um mandado de busca e apreensão no Hospital Materno Infantil de Juazeiro, no Norte da Bahia, expedido pela 2 Vara Criminal desta Comarca.
De acordo com a 17ª COORPIN, a unidade hospitalar estava se recusando a apresentar o prontuário médico de Deliane Feitosa da Silva, que foi vítima de um suposto erro médico no HMI. Ainda segundo a 17ª COORPIN, o prontuário médico da vítima é “indispensável para elucidação dos fatos”.
Caso Deliane Feitosa: paciente que teve órgãos perfurados na maternidade de Juazeiro, foi a óbito em Recife-PE Por Redação - 1 de dezembro de 2022 0 A paciente Deliane Feitosa da Silva, de 31 anos, que teve os órgãos perfurados durante um procedimento médico de curetagem, realizado no últim...