27/04/2024
REFLETINDO..27abr24 O QUE FAZER EM UM MUNDO CONFUSO
Eclesiastes 11.5 “Assim como é impossível entender o caminho do vento ou o mistério do crescimento do bebê no ventre da mãe, também é impossível entender as obras de Deus, que faz todas as coisas.”
Qual o sentido da vida? Que proveito o ser humano tem de todo o seu trabalho, de todas as suas obras, de todos os seus bens e riquezas, de todos os seus prazeres?
São perguntas que o autor de Eclesiastes faz no capítulo 1 do seu livro, e que nós também podemos fazer. A conclusão que o Pregador chegou é que quando buscamos pelo sentido da vida, tudo se resulta em pessimismo, tédio, aborrecimento e frustação. Ele diz em Ec 2.11 “Mas, ao olhar para tudo que havia me esforçado tanto para realizar, vi que nada fazia sentido; era como correr atrás do vento. Não havia nada que valesse a pena debaixo do sol.”
O nosso mundo hoje vive em um contexto de consumismo desenfreado e desigualdades sociais, muito semelhante ao que vivia o Pregador naquela época. E o que devemos pregar em um contexto desses?
Com humildade, modéstia, reverência e confiança, o Pregador aponta para os mistérios do Deus Criador, que é Senhor do mundo, do tempo e da história. Há muitas coisas desconhecidas na vida e na fé (Ec 11.5). Sem compreender as profundezas e os inefáveis mistérios desse Deus, ele crê que “Tudo fez Deus formoso no seu devido tempo; também pôs a eternidade no coração do homem, sem que este possa descobrir as obras que Deus fez desde o princípio até o fim” (Ec 3.11).
O que dá sentido à vida humana é a força salvadora e consoladora que faz parte da natureza eterna de Deus. É conhecendo e buscando o nosso soberano e amoroso Criador, é que podemos reconhecer e receber os dons que Deus nos dá, e sendo gratos por eles. Afinal, tudo “vem da mão de Deus, pois separado deste, quem pode comer ou quem pode alegrar-se? Porque Deus dá sabedoria, conhecimento e prazer... é dom de Deus, que possa o homem...desfrutar o bem de todo o seu trabalho...” (Ec 2.24-26; 3.13)
Podemos aproximarmos e relacionarmos com esse Deus que pode transformar o nosso cotidiano e “renovar-se o que se passou”. É só reconhecer: “Sei que tudo quanto Deus faz durará eternamente; nada se lhe pode acrescentar e nada lhe tirar; e isto faz Deus para que os homens temam diante dEle.” (Ec 3.14). Nós nos aproximamos de Deus humildemente, com reverência, respeito, espanto e confiança. É isso que significa “temer a Deus”.
Podemos começar a experimentar a vida eterna que Deus oferece aqui e agora. É ter uma vida digna, plena, simples e solidária. É trabalhar no dia a dia com dignidade e alegria. É usufruir dos frutos do trabalho justo e honesto sem ambição ou exploração. É desfrutar da partilha do “pão nosso de cada dia” com amor. É confiar em Deus em meio às crises e aos paradoxos da vida. É ter sabedoria para descobrir a plenitude da vida em cada etapa.
(Texto adaptado de notas de estudo da doutora em teologia Sherron Kay George para a Bíblia Missionária de Estudo da SBB).