Academia de Letras do IFF Campus Itaperuna

Academia de Letras do IFF Campus Itaperuna Informações para nos contatar, mapa e direções, formulário para nos contatar, horário de funcionamento, serviços, classificações, fotos, vídeos e anúncios de Academia de Letras do IFF Campus Itaperuna, Criador de conteúdos digitais, Itaperuna.

A Academia de Letras do IFF Campus Itaperuna é uma instituição literária, constituindo-se como um centro de produção de cultura das Letras.
É uma Academia em contexto escolar e foi criada a partir do projeto cultural "Literature-se".

Escritora ganhadora de prêmios como o extinto Walmap e o Prêmio Jabuti, MARIA ALICE BARROSO é dona de uma originalidade ...
19/09/2022

Escritora ganhadora de prêmios como o extinto Walmap e o Prêmio Jabuti, MARIA ALICE BARROSO é dona de uma originalidade sem tamanho ao compor as suas narrativas. A autora é a patrona da cadeira de número 40 em nossa Academia.
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A crítica literária não fez justiça ao consagrar o nome de Maria Alice, projetando-a no nosso cânone. Escritora de Miracema - interior do RJ -, ela identifica o Noroeste Fluminense em seu espaço ficcional.

Antes mesmo de conseguir detalhar os traços do rosto da filha caçula de Chico das Lavras, ele já conseguira apreender a expressão rebelde, indomável mesmo, daquele rosto cálido, em que os olhos pisca-piscavam, como que obedecendo a um ritmo interno de vida.

A saga do cavalo indomável, Maria Alice Barroso


“Criou-me, desde eu menino,/Para arquiteto meu pai./Foi-se-me um dia a saúde.../Fiz-me arquiteto? Não pude!/Sou poeta me...
19/09/2022

“Criou-me, desde eu menino,/Para arquiteto meu pai./Foi-se-me um dia a saúde.../Fiz-me arquiteto? Não pude!/Sou poeta menor, perdoai!”.
A Arquitetura perdeu um grande profissional, mas a Literatura ganhou um grande poeta! MANUEL BANDEIRA é o patrono da cadeira de número 39 em nossa Academia.
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“Ontem, hoje, a vida inteira.
Tu és para nós, Manuel, bandeira”.
Esses versos de Drummond confirmam a grandiosidade da poesia de Bandeira: ele será sempre o poeta maior, o poeta maduro. Salve, salve Manuel Bandeira.

Assim eu quereria meu último poema
Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos intencionais
Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas
Que tivesse a beleza das flores quase sem perfume
A pureza da chama em que se consomem os diamantes mais límpidos
A paixão dos suicidas que se matam sem explicação.


Erotismo, monólogos interiores e questionamentos existenciais: esses temas perpassam a obra de HILDA HILST, a autora que...
19/09/2022

Erotismo, monólogos interiores e questionamentos existenciais: esses temas perpassam a obra de HILDA HILST, a autora que é patrona da cadeira de número 38 em Nossa Academia.
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Com uma escrita questionadora, polêmica e muito provocadora, Hilda produziu uma obra múltipla. Escreveu ficção, dramaturgia crônicas, mas é inconfundível o uso de modelos poéticos que a autora criou.
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Carrega-me contigo, Pássaro-Poesia
Quando cruzares o Amanhã, a luz, o impossível
Porque de barro e palha tem sido esta viagem
Que faço a sós comigo. Isenta de traçado
Ou de complicada geografia, sem nenhuma bagagem
Hei de levar apenas a vertigem e a fé:
Para teu corpo de luz, dois fardos breves.
Deixarei palavras e cantigas. E movediças
Embaçadas vias de Ilusão.
Não cantei cotidianos. Só cantei a ti
Pássaro-Poesia
E a paisagem-limite: o fosso, o extremo
A convulsão do Homem.

Carrega-me contigo.
No Amanhã.

Amavisse, Hilda Hilst


Produtor de uma literatura ecoante e fundamental em defesa dos povos indígenas e na luta pela preservação da Terra, AILT...
19/09/2022

Produtor de uma literatura ecoante e fundamental em defesa dos povos indígenas e na luta pela preservação da Terra, AILTON KRENAK aborda inúmeros problemas sociais e políticos em sua obra. O autor é o patrono da cadeira de número 37 em nossa Academia.
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Krenak provoca reflexões sobre como a humanidade está desconectada do planeta, destruindo-o. Salve Ailton Krenak! A leitura de sua obra é indispensável e urgente.
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O fato de podermos compartilhar esse espaço, de estarmos juntos viajando não significa que somos iguais; significa exatamente que somos capazes de atrair uns aos outros pelas nossas diferenças, que deveriam guiar o nosso roteiro de vida. Ter diversidade, não isso de uma humanidade com o mesmo protocolo. Porque isso até agora foi só uma maneira de homogeneizar e tirar nossa alegria de estar vivos.

Ideias para adiar o fim do mundo, Ailton Krenak


Dama da literatura brasileira: esse é o título atribuído a LYGIA FAGUNDES TELLES. Tal designação faz jus à qualidade da ...
19/09/2022

Dama da literatura brasileira: esse é o título atribuído a LYGIA FAGUNDES TELLES. Tal designação faz jus à qualidade da obra de Lygia. A autora ocupa a cadeira de número 36 em nossa Academia.
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Membro da Academia Brasileira de Letras, a voz de Lygia também ecoou veementemente contra a censura. Deixou-nos como legado uma vasta obra composta de romances, crônicas e contos. A cultura brasileira se engrandece com a obra de Lygia.
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Na vocação para a vida está incluído o amor, inútil disfarçar, amamos a vida. E lutamos por ela dentro e fora de nós mesmos. Principalmente fora, que é preciso um peito de ferro para enfrentar essa luta na qual entra não só fervor mas uma certa dose de cólera, fervor e cólera. Não cortaremos os pulsos, ao contrário, costuraremos com linha dupla todas as feridas abertas. E tem muita ferida porque as pessoas estão bravas demais, até as mulheres, umas santas, lembra?

Lygia Fagundes Telles - A disciplina do amor


AR**NO SUASSUNA tem uma produção literária comprometida com a arte popular. Na década de 70, fundou o Movimento Armorial...
19/09/2022

AR**NO SUASSUNA tem uma produção literária comprometida com a arte popular. Na década de 70, fundou o Movimento Armorial, buscando conhecer e desenvolver formas populares tradicionais de expressão. O escritor é o patrono da cadeira de número 35 em nossa Academia.
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Sua obra muito reverencia o sertão nordestino com toda a sua riqueza e valores culturais. Salve, salve Ar**no Suassuna!!
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Dizem que tudo passa e o tempo duro
tudo esfarela
O sangue há de morrer

Mas quando a luz me diz que esse ouro puro
se acaba pôr finar e corromper
Meu sangue ferve contra a vã razão
E há de pulsar o amor na escuridão

(A mulher e o reino - Fragmento, Ar**no Suassuna)


**noSuassuna

Uma das mais premiadas escritoras contemporâneas, MARINA COLASANTI possui reconhecidíssimo mérito por sua obra construíd...
19/09/2022

Uma das mais premiadas escritoras contemporâneas, MARINA COLASANTI possui reconhecidíssimo mérito por sua obra construída. A autora ocupa a cadeira de número 34 em nossa Academia.
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Seus contos são arrebatadores: preservam elementos de narrativas medievais, ao discutir temas atuais. Suas narrativas nos prende, enredando-nos e sua linguagem é única. Impossível ler Marina Colasanti e não se apaixonar pelos seus textos.
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A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma.

(Fragmento da crônica “Eu sei, mas não devia”)


Poeta de temáticas que abordam a simplicidade da vida, MÁRIO QUINTANA escreveu versos que atravessaram gerações. Tentou ...
19/09/2022

Poeta de temáticas que abordam a simplicidade da vida, MÁRIO QUINTANA escreveu versos que atravessaram gerações. Tentou entrar na Academia de Letras, porém não conseguiu. Mas, em nossa Academia, o autor é o patrono da cadeira de número 33.
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Quintana é lírico e tematizou muitas vezes o amor, os sentimentos humanos e a própria criação literária, empregando uma linguagem acessível a todos.

Poeminho do Contra
Todos esses que aí estão
Atravancando meu caminho,
Eles passarão...
Eu passarinho!


Jovem poeta, contista e cordelista, JARID ARRAES constrói uma literatura engajada, tendo criado o Clube da Escrita para ...
19/09/2022

Jovem poeta, contista e cordelista, JARID ARRAES constrói uma literatura engajada, tendo criado o Clube da Escrita para Mulheres. A autora é a patrona da cadeira de número 32 em nossa Academia.
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Escritora premiada pelo seu trabalho, Jarid tem a força da mulher nordestina. Ao comentar sobre o processo de escrita de “Heroínas negras brasileiras em 15 cordéis”, ela assim afirma: “Ele [o projeto de escrita] nasceu de uma necessidade minha em encontrar mulheres negras que tivessem marcado a história do Brasil. Eu não tinha conhecido nenhuma na escola, mas sabia que elas existiam. A busca que começou pessoal se tornou coletiva, porque eu sabia que, assim como eu, muitas outras pessoas também precisavam delas.”

Por racismo e elitismo
Pouco dela hoje se fala
Mas tamanho preconceito
Seu legado jamais de cala
É por isso que eu lembro
E meu grito não entala.

Carolina é um tesouro
Para o povo brasileiro
É orgulho pras mulheres
Para o povo negro inteiro
Referência como exemplo
De valor testamenteiro.

(Heroínas negras brasileiras em 15 cordéis, Fragmento referindo-se à escritora Carolina Maria de Jesus)


Escritor da chamada segunda geração modernista ou geração de 30, GRACILIANO RAMOS é o patrono da cadeira de número 31 em...
19/09/2022

Escritor da chamada segunda geração modernista ou geração de 30, GRACILIANO RAMOS é o patrono da cadeira de número 31 em nossa Academia. O autor é conhecido por apresentar temáticas de denúncia das mazelas sociais do povo nordestino.
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Sua linguagem é direta, precisa e “seca”. Sua obra é de grande relevância para a literatura brasileira. Ao longo de sua vida, além de escritor, também desempenhou outras funções, inclusive, atuando na esfera pública, como prefeito de Palmeira dos Índios, em Alagoas.
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“Os dados biográficos é que não posso arranjar, porque não tenho biografia. Nunca fui literato, até pouco tempo vivia na roça e negociava. Por infelicidade, virei prefeito no interior de Alagoas e escrevi uns relatórios que me desgraçaram. Veja o senhor como coisas aparentemente inofensivas inutilizam um cidadão. Depois que redigi esses infames relatórios, os jornais e o governo resolveram não me deixar em paz. Houve uma série de desastres: mudanças, intrigas, cargos públicos, hospital, coisas piores e três romances fabricados em situações horríveis – Caetés, publicado em 1933, S. Bernardo, em 1934, e Angústia, em 1936. Evidentemente, isso não dá uma biografia. Que hei de fazer? Eu devia enfeitar-me com algumas mentiras, mas talvez seja melhor deixá-las para romances.”

Trecho de carta enviada em nov.1937 por Graciliano a Raúl Navarro.


Escritora maranhense, MARIA FIRMINA DOS REIS é a patrona da cadeira de número 30 em nossa Academia. Considerada a primei...
19/09/2022

Escritora maranhense, MARIA FIRMINA DOS REIS é a patrona da cadeira de número 30 em nossa Academia. Considerada a primeira escritora negra, Maria Firmina escreveu assiduamente para vários jornais literários.
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Escreveu “Úrsula”, considerado o primeiro romance abolicionista de autoria feminina. Maria Firmina foi uma grande intelectual de seu tempo - século XIX - e foi “esquecida” pela crítica literária por longos anos. Recentemente, estudos sobre a autora vieram à tona, o que tem possibilitado dar visibilidade a obras de altíssima qualidade literária.
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“Oh! O sol é como o homem maligno e perverso, que bafeja com hálito impuro a donzela desvalida, e foge, e deixa-a entregue à vergonha, à desesperação, à morte! - e depois, ri-se e busca outra, e mais outra vítima!”


Grande compositor da música popular brasileira e poeta, PAULO CESAR PINHEIRO tem seus versos cantados por grandes intérp...
19/09/2022

Grande compositor da música popular brasileira e poeta, PAULO CESAR PINHEIRO tem seus versos cantados por grandes intérpretes como, por exemplo, Elis Regina. Paulo César é o patrono da cadeira de número 29 em nossa Academia de Letras.
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O autor começa a escrever poesia e letras de música ainda em tenra juventude, estabelecendo posteriormente parceria com grandes músicos e compositores.
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Oh! tristeza me desculpe
Estou de malas prontas
Hoje a poesia
Veio ao meu encontro
Já raiou o dia
Vamos viajar.
Vamos indo de carona
Na garupa leve
Do vento macio
Que vem caminhando
Desde muito longe
Lá do fim do mar.


A literatura de MARIA BENEDITA CÂMARA BORMANN não alcançou visibilidade e destaque no cânone literário brasileiro, mas, ...
19/09/2022

A literatura de MARIA BENEDITA CÂMARA BORMANN não alcançou visibilidade e destaque no cânone literário brasileiro, mas, em nossa Academia, a autora é homenageada, sendo patrona da cadeira de número 28.
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Escritora do século XIX e assumindo o pseudônimo de Délia, Maria Benedita Bormann escreveu também para os principais jornais do Rio de Janeiro. O fato de publicar obras sob um pseudônimo revela o drama de escritoras que escreviam sob pressão, já que o ofício de escrever era impróprio para a mulher em uma sociedade patriarcal.
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“E por que não escreverei tudo que me vem à mente?... Acaso sofreram mais do que eu os que escreveram [...] essa engrenagem que se chama vida literária, mas, como eu, sentem seguramente o ardente desejo de vazar no papel essas lágrimas, que não podem mais correr de olhos requeimados e os gritos de angústia que sufocam!”



2022 - Ano do centenário de morte de um dos grandes escritores de nossa literatura: LIMA BARRETO. Sua obra dá-nos a impr...
19/09/2022

2022 - Ano do centenário de morte de um dos grandes escritores de nossa literatura: LIMA BARRETO. Sua obra dá-nos a impressão de ter sido escrita hoje pela manhã, tamanha é a atualidade do que narra. O autor é o patrono da cadeira de número 27 em nossa Academia.
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Escritor negro e nascido em pleno período de escravidão, Lima Barreto combateu o racismo e foi crítico mordaz de corrupções da sociedade e da política brasileiras. Salve, salve Lima Barreto!

“O negro é a cor mais cortante”.

Lima Barreto, in Cemitério dos vivos


Com uma obra essencialmente lírica, a mineira ADÉLIA PRADO se destaca como grande escritora de nossas letras. Sua prosa ...
19/09/2022

Com uma obra essencialmente lírica, a mineira ADÉLIA PRADO se destaca como grande escritora de nossas letras. Sua prosa revela-nos a vida, a simplicidade do cotidiano, a religiosidade. A autora é a patrona da cadeira de número 26 em nossa Academia.
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Adélia comenta sobre se sentir estreante, ainda que já tenha sólida e vasta produção literária: “Mas continuo estreando, sempre me vejo como caloura. Isso me dá descanso e ao mesmo tempo o gosto de escavar palavras quando à vista de um novo livro, como um garimpeiro. É sempre novo”.
*
Com licença poética

Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
— dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.


Com um olhar admirador das coisas simples da vida, MANOEL DE BARROS cria construções que subvertem a sintaxe. É o escrit...
19/09/2022

Com um olhar admirador das coisas simples da vida, MANOEL DE BARROS cria construções que subvertem a sintaxe. É o escritor patrono da cadeira de número 25 em nossa Academia.
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Criador de neologismos e narrador de fatos “desimportantes”, o autor tem como marca a singeleza na escrita. É aprazível ler seus textos.
*
O apanhador de desperdícios

Uso a palavra para compor meus silêncios.
Não gosto das palavras
fatigadas de informar.
Dou mais respeito
às que vivem de barriga no chão
tipo água pedra sapo.
Entendo bem o sotaque das águas
Dou respeito às coisas desimportantes
e aos seres desimportantes.
Prezo insetos mais que aviões.
Prezo a velocidade
das tartarugas mais que a dos mísseis.
Tenho em mim um atraso de nascença.
Eu fui aparelhado
para gostar de passarinhos.
Tenho abundância de ser feliz por isso.
Meu quintal é maior do que o mundo.
Sou um apanhador de desperdícios:
Amo os restos
como as boas moscas.
Queria que a minha voz tivesse um formato
de canto.
Porque eu não sou da informática:
eu sou da invencionática.
Só uso a palavra para compor meus silêncios.


CAROLINA MARIA DE JESUS deixou para nós um grande legado literário. O mundo descrito e narrado por Carolina continua cad...
19/09/2022

CAROLINA MARIA DE JESUS deixou para nós um grande legado literário. O mundo descrito e narrado por Carolina continua cada vez mais atual. A escritora é a patrona da cadeira de número 24 em nossa Academia.
*
Catadora de papel, Carolina Maria também “catou” registros de histórias carregadas de vida. Escritora negra e à margem da vida, sua obra reflete uma consciência política aguçada. A fome que descrevia também era fome de cultura e de justiça social.
*
27 de maio … Percebi que no Frigorifico jogam creolina no lixo, para o favelado não catar a carne para comer. Não tomei café, ia andando meio tonta. A tontura da fome é pior do que a do álcool. A tontura do álcool nos impele a cantar. Mas a da fome nos faz tremer. Percebi que é horrivel ter só ar dentro do estomago.

(Fragmento de “Quarto de despejo”)


Poeta consagrado, FERREIRA GULLAR é um dos fundadores do movimento neoconcretista, no final da década de 50. O escritor ...
19/09/2022

Poeta consagrado, FERREIRA GULLAR é um dos fundadores do movimento neoconcretista, no final da década de 50. O escritor é o patrono da cadeira de número 23 em nossa Academia.
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Escrito no exílio, em 1975, seu “Poema Sujo” - como o próprio autor relata - foi uma forma de “escrever um poema que fosse o meu testemunho final, antes que me calassem para sempre”. Em tempos de ditadura, escrever também é preciso!!
*
se fabricava a noite
que nos envenenaria de jasmim
E a noite mais tarde pronta passaria aos trambolhões
com sua carruagem negra
batendo ferros
feito um trem
pela Costela do Diabo
com seu cortejo de morcegos

(Pequeno fragmento de “Poema Sujo”)


Por abraçar a causa abolicionista, EMÍLIA FREITAS foi também reconhecida como a “Poetisa dos escravos”. A autora é patro...
19/09/2022

Por abraçar a causa abolicionista, EMÍLIA FREITAS foi também reconhecida como a “Poetisa dos escravos”. A autora é patrona da cadeira de número 22 em nossa Academia.
*
Republicana, feminista e abolicionista, Emília Freitas apresenta uma escrita revolucionária para a época em que escreveu (final do século XIX): seu romance “A rainha do ignoto” é considerado o primeiro romance fantástico da literatura brasileira. Além da problemática da abolição, a autora discute questões sobre a mulher.
*
“- É por isso que vos disfarçais diante dos que vos rodeiam? - disse Roberta. - Já compreendendo: o mundo é mau, zomba da grandeza da alma! Ri dos sentimentos elevados, principalmente da mulher.
- É certo, Roberta, quando a mulher atira um punhado de flores, o homem lhe responde com braçadas de espinhos, e isso quando não lhe pode atirar uma chuva de lama!
- Bravo, senhora! E acabais de libertar cem escravos e cativais duas moças."


Também conhecido carinhosamente como o Poetinha, VINICIUS DE MORAES ocupa lugar de destaque tanto na literatura como na ...
19/09/2022

Também conhecido carinhosamente como o Poetinha, VINICIUS DE MORAES ocupa lugar de destaque tanto na literatura como na música brasileira. O autor é o patrono da cadeira de número 21 em nossa Academia.
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Com vasta obra, Vinícius cantou o amor e as belezas do Brasil. Sua obra também apresenta uma veia engajada, em que o escritor questiona problemas políticos e sociais. Salve, salve Vinicius de Moraes.
*
A rosa de Hiroxima

Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas oh não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroxima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida.
A rosa com cirrose
A antirrosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada.


Grande escritora de nossa literatura, ELIANE POTIGUARA é a patrona da cadeira de número 20 em nossa Academia. Eliane é c...
19/09/2022

Grande escritora de nossa literatura, ELIANE POTIGUARA é a patrona da cadeira de número 20 em nossa Academia. Eliane é considerada a primeira escritora indígena no Brasil. Sua obra reflete o trabalho em favor da paz. A autora, inclusive, é Embaixadora Universal da Paz em Genebra.
*
Sua obra também dá visibilidade à cultura e luta pelos direitos dos povos originários, que sofrem, dentre outros ataques, com o avanço do garimpo ilegal em suas terras. Esses povos travam uma luta que se iniciou em 1500 e infelizmente é travada até hoje.
*
Brasil
Que faço com a minha cara de índia?
E meus cabelos
E minhas rugas
E minha história
E meus segredos?

Que faço com a minha cara de índia?
E meus espíritos
E minha força
E meu tupã
E meus círculos?

Que faço com a minha cara de índia?
E meu Toré
E meu sagrado
E meus “cabocos”
E minha Terra?

Que faço com a minha cara de índia?
E meu sangue
E minha consciência
E minha luta
E nossos filhos?

Brasil, o que faço com a minha cara de índia?
Não sou violência
Ou estupro
Eu sou história
Eu sou cunhã
Barriga brasileira
Ventre sagrado
Povo brasileiro

Ventre que gerou
O povo brasileiro
Hoje está só...
A barriga da mãe fecunda
E os cânticos que outrora cantavam
Hoje são gritos de guerra
Contra o massacre imundo


Premiadíssimo em festivais de música e reconhecido cantor e compositor brasileiro, CHICO BUARQUE é o patrono da cadeira ...
19/09/2022

Premiadíssimo em festivais de música e reconhecido cantor e compositor brasileiro, CHICO BUARQUE é o patrono da cadeira de número 19 em nossa Academia de Letras. Chico Buarque é também grande escritor, tendo recebido em 2019 um dos prêmios mais importantes de literatura de língua portuguesa: o Prêmio Camões.
*
Com vastíssima produção poético-musical, Chico Buarque é patrimônio cultural do Brasil. Sua obra espelha muito a angústia dos que sofrem repressão, dos que foram silenciados.
*
Pai
Afasta de mim esse cálice
Afasta de mim esse cálice
Afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue

Talvez o mundo não seja pequeno
Nem seja a vida um fato consumado
Quero inventar o meu próprio pecado

Quero morrer do meu próprio veneno
Quero perder de vez tua cabeça
Minha cabeça perder teu juízo
Quero cheirar fumaça de óleo diesel
Me embriagar até que alguém me esqueça


Considerada a primeira mulher a atuar profissionalmente como jornalista, NARCISA AMÁLIA é a patrona da cadeira de número...
19/09/2022

Considerada a primeira mulher a atuar profissionalmente como jornalista, NARCISA AMÁLIA é a patrona da cadeira de número 18 em nossa Academia de Letras. Grande escritora, de talento reconhecido, inclusive, por Machado de Assis, Narcisa segue esquecida no cânone da literatura brasileira. Precisamos regastá-la.
*
Narcisa conhecia o papel social da literatura, por isso, além de versar sobre temas nacionalistas e da infância, também escrevia poemas antiescravistas e abolicionistas. A realidade de sua época não escapava ao olhar poético e à pena de Narcisa.
*
*
Dirás que é falso. Não. É certo. Desço
Ao fundo d’alma toda vez que hesito...
Cada vez que uma lágrima ou que um grito
Trai-me a angústia - ao sentir que desfaleço...

E toda assombro, toda amor, confesso,
O limiar desse país bendito
Cruzo: - aguardam-me as festas do infinito!
O horror da vida, deslumbrada, esqueço!

É que há dentro vales, céus, alturas,
Que o olhar do mundo não macula, a terna
Lua, flores, queridas criaturas,

E soa em cada moita, em cada gruta,
A sinfonia da paixão eterna!...
- E eis-me de novo forte para a luta.

Porque sou forte, de Narcisa Amália


Grande representante do Simbolismo brasileiro, CRUZ E SOUZA é o patrono da cadeira de número 17 em nossa Academia. Filho...
19/09/2022

Grande representante do Simbolismo brasileiro, CRUZ E SOUZA é o patrono da cadeira de número 17 em nossa Academia. Filho de escravizados alforriados, sofreu com o racismo, contra o qual lutou.
*
Livre! Ser livre da matéria escrava,
arrancar os grilhões que nos flagelam
e livre penetrar nos Dons que selam
a alma e lhe emprestam toda a etérea lava.

Livre da humana, da terrestre bava
dos corações daninhos que regelam,
quando os nossos sentidos se rebelam
contra a Infâmia bifronte que deprava.

Livre! bem livre para andar mais puro,
mais junto à Natureza e mais seguro
do seu Amor, de todas as justiças.

Livre! para sentir a Natureza,
para g***r, na universal Grandeza,
Fecundas e arcangélicas preguiças.


Além de jornalista e atriz, ELISA LUCINDA também é escritora e patrona da cadeira de número 16 em nossa Academia. Seus t...
19/09/2022

Além de jornalista e atriz, ELISA LUCINDA também é escritora e patrona da cadeira de número 16 em nossa Academia. Seus trabalhos - seja como atriz seja como escritora - sempre encantam o público.
*
Com extrema sensibilidade, a autora também provoca questionamentos a respeito de questões de gênero e raça em sua obra. Vale a pena conhecer sua poesia!!

“Moço, cuidado com ela!
Há que se ter cautela com esta gente que menstrua...
Imagine uma cachoeira às avessas:
cada ato que faz, o corpo confessa.
Cuidado, moço
às vezes parece erva, parece hera
cuidado com essa gente que gera
essa gente que se metamorfoseia
metade legível, metade sereia
Barriga cresce, explode humanidades
e ainda volta pro lugar que é o mesmo lugar
mas é outro lugar, aí é que está:
cada palavra dita, antes de dizer, homem, reflita…
(Fragmento de “Aviso da lua que menstrua”)


O escritor patrono da cadeira de número 15 em nossa Academia é CASIMIRO DE ABREU. A obra do poeta é construída bem ao sa...
19/09/2022

O escritor patrono da cadeira de número 15 em nossa Academia é CASIMIRO DE ABREU. A obra do poeta é construída bem ao sabor do Romantismo. A saudade da terra natal, os encantos da natureza, a nostalgia da infância e a ingênua religiosidade são temas que atravessam seus poemas.
*
“Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!”
(Fragmento de “Meus oito anos”)


Extrema sensibilidade de expressar a realidade marca a poesia de CECÍLIA MEIRELES, a escritora que é homenageada da cade...
19/09/2022

Extrema sensibilidade de expressar a realidade marca a poesia de CECÍLIA MEIRELES, a escritora que é homenageada da cadeira de número 14 em nossa Academia. Cecília era também professora e, em sua obra, se destaca também a produção dedicada ao público infantil.
*
A autora destaca-se na segunda geração modernista e seu estilo retoma características do simbolismo. Seu reconhecimento como grande escritora é importante para que a literatura de autoria feminina ganhe visibilidade, o que não aconteceu com outras autoras que escreveram antes de Cecília.
*
Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.

Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.

Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
— não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.

Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
— mais nada.

Poema “Motivo”


Reconhecido como uma dos grandes expoentes da terceira geração do Modernismo, JOÃO CABRAL DE MELO NETO é o patrono da ca...
19/09/2022

Reconhecido como uma dos grandes expoentes da terceira geração do Modernismo, JOÃO CABRAL DE MELO NETO é o patrono da cadeira de número 13 em nossa Academia. Seu estilo é conhecido como racional e enxuto, é o “poeta-engenheiro” das palavras.
*
“Morte e vida severina” talvez seja sua obra mais conhecida, que registra a trajetória do retirante Severino, fugindo da seca no sertão nordestino.Vale muitíssimo a pena ler o texto, que é uma peça teatral, e se encantar com essa obra-prima do autor.
*
“E não há melhor resposta
que o espetáculo da vida:
vê-la desfiar seu fio,
que também chama vida,
ver a fábrica que ela mesma,
teimosamente, se fabrica,
vê-la brotar como há pouco
em nova vida explodida;
mesmo quando é assim pequena”

(Fragmento de “Morte e vida severina”)


Grande escritora que se destaca na produção de literatura infantojuvenil, ANA MARIA MACHADO é a homenageada da cadeira d...
19/09/2022

Grande escritora que se destaca na produção de literatura infantojuvenil, ANA MARIA MACHADO é a homenageada da cadeira de número 12 em nossa Academia. Membro da Academia Brasileira de Letras, a autora possui uma vasta produção literária, escrevendo há mais de 40 anos.
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Ana Maria Machado sentiu as dores do exílio, depois de ter sido presa pelo governo militar. Seu trabalho também é direcionado para “programas sociais de expansão do acesso ao livro e à leitura nas periferias e comunidades carentes”.
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“Escrevo porque é da minha natureza, é isso que sei fazer direito. Se fosse árvore, dava oxigênio, fruto, sombra. Mas só consigo mesmo é dar palavra, história, ideia.”


OSWALD DE ANDRADEIrreverente e polêmico, o humor atravessou a sua obra: OSWALD DE ANDRADE, o escritor homenageado na cad...
19/09/2022

OSWALD DE ANDRADE
Irreverente e polêmico, o humor atravessou a sua obra: OSWALD DE ANDRADE, o escritor homenageado na cadeira de número 11 em nossa Academia.
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Oswald foi peça fundamental na realização da Semana de Arte Moderna, que, neste ano, completa seu centenário. Sua contribuição para a cultura brasileira é gigantesca. Sua obra propunha uma releitura crítica de nosso passado histórico, além de defender um nacionalismo crítico.
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erro de português
Quando o português chegou
Debaixo duma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena!
Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português.


Endereço

Itaperuna, RJ
28300000

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