25/01/2025
Um bate-boca desnecessário foi travado durante a reunião da Câmara de Itaúna, na reunião da terça-feira, dia 21. Foram envolvidos o vereador Rosse Andrade e a cidadã Luana Cristina Teles, porém atuou no entorno, com indiretas, outro vereador, além da falta de controle do presidente da Mesa, que deixou o assunto virar bagunça. Tudo surgiu a partir da fala do vereador Rosse Andrade, na reunião da terça-feira, dia 14, após vídeo feito nas redes sociais, quando ele abordou o tema de barracas e trailers instalados nas ruas da cidade. Na ocasião, ele falou sobre a utilização, a seu ver, indevida, de barracas na “feirinha do Zé Flávio”, já que as estruturas se mantiveram montadas durante vários dias e acabou por citar situação de trailers em alguns locais, inclusive, na praça do Bairro Santa Edwiges. Na fala do vereador, ele comentou sobre a questão da falta de legalidade desses trailers.
Na reunião da terça-feira, 21, a cidadã Luana Cristina Teles, que explora um desses trailers, se inscreveu para falar no expediente “Participação Popular” e “soltou os cachorros” na fala do vereador. Disse que o trailer citado é da sua mãe e afirmou que a praça daquele bairro esteve abandonada por quatro anos – quando Rosse era secretário de Infraestrutura – e que por várias vezes foi pedida a limpeza e isso não aconteceu. Que, a partir da instalação do trailer da sua mãe, o local passou a ser limpo, inclusive, com elas assumindo o custeio da limpeza. Afirmou ao vereador que ele precisava se ocupar com assuntos mais importantes, como questões da área da saúde, e “deixar as pessoas trabalharem”. Por várias vezes ela afirmou que “deixa a gente trabalhar, Itaúna tem tanta coisa importante para ser olhada...”. Luana citou questões pessoais, da saúde do seu filho e da luta em busca de ajuda, alega, nunca conseguida.
Rosse responde, Márcia cutuca e Tõezinho deixa “correr solto”
Após a fala da cidadã, o vereador pediu a palavra e entrou em um debate com a reclamante. Começou ironizando – talvez pelo porte físico da cidadã –, afirmando que “é difícil te enxergar...”, após se dirigir a ela, diretamente. Nesse início, foi advertido pelo presidente de que não poderia se dirigir à pessoa, mas dar a sua resposta. Mas parece que Tõezinho não foi ouvido e o bate-boca continuou. Rosse disse que estava cumprindo com a sua função “de fiscalizar”. Levantou outras situações, afirmou a necessidade de se ater ao código de posturas e disse que a Vigilância Sanitária precisava agir, pois estava “uma bagunça”, se referindo à situação sanitária desses trailers e revenda de comida pela cidade. Disse ainda que “trailer não pode ter ponto fixo”.
Como o prazo de dois minutos para que ele respondesse à cidadã foi gasto no bate-boca, foi iniciado o expediente de “comunicações parlamentares finais”, e o primeiro inscrito, vereador Gustavo Dornas, cedeu a sua vez para Rosse Andrade continuar sua fala. O vereador repetiu que é necessário organizar o funcionamento dos trailers e de outros comércios de alimentos, falou que não adiantava brigar e que estava à disposição da reclamante para ajudar a regularizar a situação.
Aí a vereadora Márcia Cristina deu a sua cutucada. Primeiro, falou que, “se tiver alguma coisa errada lá no trailer, o meu gabinete está à disposição...”, e afirmou que “o melhor que tem é mudar a gestão”. Disse que a mudança deveria ser todo ano, porque “é aí que as pessoas conseguem começar a ver o que está errado antes, para arrumar agora, né?”. A fala da vereadora foi uma cutucada direta ao vereador Rosse Andrade, que era secretário de Infraestrutura na administração de Neider Moreira. O presidente da Mesa assistiu a tudo calado...
Som piora na fala da cidadã
Um outro ponto anotado pelas pessoas que acompanharam a reunião é que, durante a fala da cidadã, ocorreu um problema técnico com o som. Quem assistia à sua fala teve dificuldades em ouvi-la, já que, a partir de certo momento, parece que o microfone estava desligado. O som voltou ao normal durante as falas dos vereadores. Pode ter sido apenas um problema técnico, porém algumas pessoas viram aí uma possível “censura”.
Na opinião de muitas pessoas em contato com o jornal, o debate foi causado por faltar bom senso, pelo menos. O problema de trailers e outros comércios na cidade é antigo e precisa de solução. Porém não deve ser visto em uma situação específ**a, até porque existem casos mais antigos que o abordado, e até mais gritantes, por toda a cidade. A necessidade de uma regulação do setor é real, porém, além da legislação a ser modernizada, também é necessário investir em fiscalização, em estrutura para os serviços públicos funcionarem, é como pode ser resumida a manifestação de vários cidadãos à reportagem da FOLHA. E, por final, as reuniões da edilidade não podem ser motivação para disputas políticas, nem embates inférteis. Os problemas e as propostas de solução são necessários, as picuinhas, não.