02/09/2024
Câmara aceita denúncia contra Lucas Sanches:
Corrupção, rachadinha e tentativa de homicídio
Corrupção, rachadinha e tentativa de homicídio são
as três acusações contra Lucas Sanches, candidato do PL à prefeitura de Guarulhos, que foram aceitas pela Câmara de Guarulhos. Em 30 dias os vereadores decidirão se cassam o mandato do vereador.
Lucas é acusado pelo seu ex-chefe de gabinete,
Caíque Marcatti, que sofreu a tentativa de homicídio em agosto, depois de ser ameaçado por integrantes do gabinete de Lucas, nas dependências da Câmara.
Em sua defesa, Lucas diz que se trata de um ex-
funcionário que tentou extorqui-lo e, sem sucesso,
teria se vendido ao sistema. Mas o que Lucas não
diz é que Caíque, na verdade, era sócio de Lucas
em seu mandato.
Em 2020, Lucas e Caíque se uniram para garantir
sucesso na eleição. Lucas vendeu para Caíque a
metade de seu mandato por R$ 80 mil. Em troca
Lucas se comprometeu a ceder para o amigo a
nomeação de 50% dos funcionários do gabinete. Na prática, Caíque não era funcionário, mas sócio de Lucas.
Para esquentar os 80 mil recebidos, Lucas declarou em sua prestação de contas que R$ 50 mil como sendo de recursos próprios (que ele não tinha) e os outros R$ 30 mil foram divididos em três doações fictícias de R$ 10 mil cada, feitas por Caíque, sua esposa e um outro parente seu.
O contrato, real e validado pelos oficiais responsáveis, previa uma multa de R$ 1.440 milhão
caso Lucas não cumprisse o prometido, ou seja, não cedesse para Caíque a metade de seu gabinete. Amulta foi calculada sobre o salário que Caíque e sua esposa receberiam em cargos nomeados, que somavam R$ 30 mil mensais e que, multiplicados por 48 meses, chegavam no valor da multa.
Tentativa de homicídio
O plano arquitetado pelos sócios deu certo e Lucas
ganhou a eleição para vereador. Entretanto, depois
de ser nomeado como chefe de gabinete e sua
mulher num outro cargo, na presidência da Câmara, ele teria presenciado vários crimes cometidos por Lucas.
Segundo ele, o vereador nomeou 2 pessoas que
nunca compareceram ao trabalho, e que apenas
teriam emprestado o nome para que Lucas pudesse ficar com o dinheiro, que lhe rendeu um total de aproximadamente R$ 500 mil reais.
O caso foi parar na Justiça e quando Lucas
conseguiu a vaga de candidato a prefeito pelo PL,
ele o seu coordenador e financiador de campanha
Carlos Santiago, teriam se reunido com Caíque para pedir que ele assumisse os crimes, a fim de limpar o nome de Lucas.
Com a negativa, Caíque e sua esposa foram
demitidos dos cargos e ainda sofreram ameaças de
morte, caso falassem alguma coisa sobre toda essa
tramoia.
Desempregado e ameaçado, Caíque disse que não
iria se calar e, em 5 de agosto, quando chegava em
uma padaria de Guarulhos, na companhia do
jornalista Valdir Pimenta, foi atacado por três
homens, um deles armado com um cabo de enxada.
O ataque foi filmado pelas câmeras de segurança do Local e mostram Caíque sendo espancado e
levando vários chutes na cabeça. Entre os graves
ferimentos, ele teve dentes quebrados e, se não
fossem os seguranças da padaria poderia ter sido
morto pelo trio.
Um dos agressores, Matheus Henrique Barbeiro, foi
preso e disse que teria sido uma briga de trânsito e
que Lucas não teria nada com isso. Mas as câmeras de segurança do legislativo mostraram toda movimentação que aconteceu nos momentos que antecederam as agressões.
Tirado de vídeo compartilhado pôr Guarulhos Hoje
Nas imagens os assessores de Lucas esperam a
saída e Caíque enquanto fazem ligações. Nesse
tempo, dois carros chegam à Câmara e seguem
Caíque até a padaria. O carro usado pelos
agressores é o mesmo nas imagens dos dois locais.
Enquanto Lucas segue com a ladainha de que tudo
é intriga do sistema, novas provas vão surgindo e
desmontando seu discurso ilusório e lacrador. Será
que os vereadores vão pôr um fim nisso?