14/09/2022
ela nunca gostou de cerveja, reclamava que era amargo e preferia outras bebidas. quando a gente foi num churrasco da minha família pela primeira vez, ela ficou sentada na mesa rindo o tempo todo me olhando fazer graça com minhas tias e meus primos, ela me chamou pra sentar do lado dela, me beijou e disse rindo "se eu pedir pra você pegar uma cerveja pra mim, cê vai me zoar dizendo que me avisou?" ela que odiava cerveja, aprendeu a amar.
ficou bêbada aquele dia, conversou com minha família toda, fez amizade com todo mundo, eu f**ava observando ela de longe, enquanto gritava na mesa de truco com meus tios.
ela nem me deu atenção direito naquele dia, mas hora ou outra ela sorria de canto me olhando de longe, como se tivesse me agradecendo. eu sorria de volta falando te amo baixinho só mexendo a boca. ela inclinava o pescoço de lado com vergonha.
todo mundo notava o que a gente tinha, todo mundo falava de como a gente nasceu um pro outro, e de como invejavam nós dois. o assunto no rolê sempre era nosso namoro. ninguém nunca entendeu o porque da gente ter dado certo. e pra falar a verdade, nem a gente entendeu.
a gente só olhava um pro outro e rezava baixinho pedindo pra Deus não deixar a gente terminar. doeu quando aprendemos que algumas coisas não depende de Deus, e sim de nós mesmos.
a gente era certo um pro outro, mas parecia errado f**ar juntos. a gente não se merecia, mas parece que combinava. sei lá, não parecia certo f**ar separado, do mesmo jeito que parecia totalmente errado f**ar junto. tinha tudo pra dar certo, mas a gente só sabia fazer dar errado.
eu nem reclamo, foi eu quem dei os motivos para ela ir embora.
e hoje
quem dera fosse só sobre a cerveja que ela mudou de opinião
talvez tenha mudado de opinião sobre mim também
é que antes ela me amava
hoje sepa nem ama mais