22/01/2025
Vai ser o maior banho de sangue da história dessa penitenciária”, revela carta escrita por preso em Cascavel
A equipe da CGN recebeu no último domingo, 19, uma carta alarmante da família de um apenado da Penitenciária Estadual de Cascavel. O documento, assinado por membros da massa carcerária da unidade, faz um apelo desesperado por ajuda e revela uma série de denúncias contra o chefe de segurança do local. Segundo informações, há presos de Goioerê na penitenciária. A carta descreve condições de superlotação na penitenciária, que estariam gerando um clima de tensão insustentável. Segundo os autores do documento, há uma pressão crescente dentro da unidade, com a constante opressão e humilhação tanto para os detentos quanto para suas famílias. As denúncias incluem coerção de visitas, intimidação de familiares, e até mesmo agressões físicas a presos algemados. Os apenados afirmam que já tentaram dialogar com as autoridades internas, mas não houve resposta positiva. O clima de revolta é intensif**ado pela presença de três facções rivais na penitenciária, que, de acordo com a carta, contribuiriam para uma situação de constante risco à integridade física dos internos. O pedido de socorro culmina em um alerta grave: a possibilidade de um novo conflito de grandes proporções na unidade, caso as condições não sejam modif**adas. Os autores da carta afirmam que, caso a situação não seja resolvida, poderão recorrer a ações extremas tanto dentro da penitenciária quanto fora dela.
CONFIRA A CARTA NA ÍNTEGRA:
Viemos através desta carta relatar e, ao mesmo tempo, pedir a atenção dos meios de telecomunicação em forma de um pedido de socorro. Não somos funcionários, mas sim a população carcerária da Penitenciária PETBC de Cascavel, onde não queremos regalias, apenas nossos direitos e a possibilidade de cumprir nossa pena de forma digna, pois estamos sendo humilhados. Não só nós, mas também nossos familiares, que estão sendo oprimidos e coagidos em nome do chefe de segurança. Tentamos dialogar com ele, mas não há diálogo, pois estão coagindo nossas visitas e até nossos filhos pequenos. Não queremos medir forças, mas o chefe de segurança está nos forçando, como massa carcerária, a tomar uma atitude radical. Todos sabem que a unidade já teve duas rebeliões e nenhuma delas resultou em mudanças. Sempre a mesma opressão e desrespeito com nossos familiares. Jamais aceitaremos isso e não queremos chegar ao extremo, mas o chefe de segurança está nos obrigando a reagir. Se for necessário, daremos nossas próprias vidas em prol de nossas famílias e para acabar com a opressão, já que não há diálogo. Estamos pedindo socorro, pois a unidade está em superlotação e é um barril de pólvora. A qualquer momento, pode explodir, e, infelizmente, será o maior banho de sangue da história desta penitenciária. Queremos que esta carta seja lida em canal aberto, pois estamos todos os dias assistindo à TV e pedimos ajuda de vocês, pois esta unidade se encontra com três facções rivais, e nós somos apenas a massa carcerária. Não queremos que chegue a tal ponto, mas se não nos derem atenção, nós, como criminosos, começaremos a agir aqui dentro e, lá fora, incendiando ônibus. As mortes dentro da unidade já começaram, mas o chefe de segurança está omitindo e acobertando os fatos para as famílias dos envolvidos. Para a população de bem, estamos deixando claro nosso pedido de socorro e informamos que vamos reagir. E tudo isso será responsabilidade do chefe de segurança e dos demais envolvidos, que gostam de bater em presos algemados e humilhar a família.
POLÍCIA PENAL DO PARANÁ IRÁ INVESTIGAR A CARTA - A CGN entrou em contato com a Polícia Penal do Paraná, responsável pela segurança e administração da PETBC, mas ainda não obteve uma resposta oficial sobre a veracidade das alegações e as medidas que estão sendo tomadas para evitar uma escalada da violência. O clima na cidade é de expectativa, com a população e familiares de detentos acompanhando a repercussão do caso. A carta, que foi divulgada amplamente nas redes sociais, tem gerado debates sobre a situação do sistema penitenciário e a segurança nas unidades prisionais do estado. (CGN)